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Máfia tentou fazer de Cuba a Monte Carlo do Caribe

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Marco Antônio Villa se torna juiz de João Goulart e esquece que é historiador

Pesquisador paulista julga e condena João Goulart, o Lula sem macacão, sem perceber que a tradição golpista no Brasil antecede a participação do gaúcho na política

Sérgio Dávila substitui Maria Cristina Frias como diretor de redação da Folha de S. Paulo

A "Folha" retira Janio de Freitas e Celso Pinto do Conselho Editorial e convoca Mônica Bergamo e Helio Schwartsman

Mariana Ferrão, do Bem-Estar, pede demissão da Globo. Mas não vai para a CNN ou Record

A jornalista vai dirigir sua empresa de palestra, a Soul-Me. Mas não descarta, adiante, voltar à televisão

Como a imprensa ajuda na histeria do “desafio da Momo”

Welles e Momo: veículos de comunicação de massa e a histeria coletiva

Não é a primeira vez que a escultura macabra do japonês Keisuke Aiso protagoniza uma onda alarmista nas redes sociais

Em 1938, o rádio, como meio de comunicação de massa, era relativamente uma novidade. Eis que, em uma noite de 30 de outubro, véspera do Halloween, irrompe nas ondas da CBS a “notícia extraordinária” da invasão marciana ao planeta. Pânico em Nova Iorque. Sucesso para o radioteatro de Orson Welles.

Oitenta anos depois, os alienígenas nos invadem por meio do WhatsApp e outras ferramentas de comunicação instantânea. A chamada mídia tradicional participa desse jogo de forma atabalhoada.

A mais recente prova da inabilidade de os veículos tradicionais na lida com os meios digitais teve como protagonista a Revista Crescer.

Vamos à história

A produtora de conteúdo Juliana Tedeschi Hodar recebeu um vídeo com o “Desafio da Momo”. Nele, a macabra boneca, na verdade uma escultura do japonês Keisuke Aiso, invade vídeos infantis para incentivar as crianças à automutilação e ao suicídio.

A filha de Tedeshi confirmou ter visto tal vídeo. A produtora de conteúdo postou a história no Facebook – até a manhã desta terça-feira, 19, a publicação havia recebido 112 reações, 75 comentários e 1,3 mil compartilhamentos.

Baseada no relato de Tedeschi, a Crescer publicou a história com o seguinte título: “Momo aparece em vídeos de slime do YouTube Kids e ensina as crianças a se suicidarem, diz mãe”. Sem apuração, sem outros exemplos. Apenas o “diz mãe”.

O vídeo circulou febrilmente em grupos de WhatsApp, Facebook e Instagram. Às 10h50 desta terça-feira, 19, havia 5.210.000 referências aos termos “momo + suicídio” no Google.

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Alguns veículos de comunicação apuraram melhor o caso. A ONG Safernet, referência em segurança digital, foi consultada. O Ministério Público da Bahia, por meio do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos, notificou o Youtube e o WhatsApp. Nenhum deles encontrou links ou URLs que direcionassem a vídeos na plataforma que contivessem o conteúdo denunciado.

Existem centenas de vídeos da Momo no Youtube. Muitos realmente assustadores, especialmente para crianças. Nenhum, porém, “ensina” técnicas de suicídio ou automutilação (se ele existe, ainda não foi encontrado) na plataforma, mas, sim, no WhatsApp.

O roteiro é simples:

Um casal recebe um vídeo que coloca a segurança dos filhos em risco.

Os pais perguntam à filha: “Você já viu essa boneca?”.

Ela diz que a viu no Youtube (afinal, há milhares de vídeos dela na plataforma).

Os pais deduzem que o vídeo que ensina o suicídio está no Youtube, postam o alerta no Facebook e compartilham no WhatsApp.

Um veículo de comunicação publica a história, baseada nesse post, com um título chamativo para angaria clicks.

Centenas de outros veículos reproduzem o caso.

Novos relatos surgem.

Cresce o número de buscas no Google e o algoritmo começa a entender que aquele assunto é muito buscado e o coloca em evidência.

Mais buscas alimentam o algoritmo, mais o algoritmo alimenta as buscas.

Uma criança entra no Google, busca por “slime” e o algoritmo, vitaminado por milhões de buscas com os termos “slime + Momo + suicídio”, dá como resultado exatamente o vídeo que os pais queriam banir.

A roda gira alimentada pela legítima preocupação dos pais, pela pressa e falta de apuração da imprensa e pelo algoritmo do Google. Ao compartilhar o vídeo, os pais dão mais impulso à engrenagem.

E o hoax atinge seu objetivo.

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Federação dos jornalistas promove vaquinha virtual para salvar sede

Campanha da Fenaj pede doação de R$ 10 para cada jornalista brasileiro para pagar dívida com IPTU de outro imóvel

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) deu início a uma vaquinha virtual para evitar que a sede de Brasília seja leiloada. A dívida, de R$ 400 mil, refere-se ao não pagamento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de outro imóvel que, segundo a Fenaj, foi cedido à federação na década de 1980, mas “nunca utilizado”.

A Fenaj, que é presidida pela goiana Maria José Braga, admite que enfrenta sérias dificuldades financeiras. E responsabiliza a Reforma Trabalhista, que chama de contrarreforma, que acabou com a cobrança do Imposto Sindical – principal receita não só da Fenaj, mas de todos os sindicatos do País. Também ataca a MP 873, que veda a cobrança da contribuição sindical diretamente na folha do trabalhador.

O pedido é de uma contribuição de R$ 10 e se estende aos jornalistas não sindicalizados. A Fenaj calcula que existam 150 mil jornalistas no Brasil.  

Jornal do Brasil acaba com edição impressa e circula apenas na internet

O “JB” de que todos falam é um jornal do passado. O do presente permanece na UTI, como se fosse um morto-vivo

Lázaro Barbosa, que morreu aos 80 anos, enfrentou a ditadura e foi um senador brilhante

Fluente em inglês, expert em política internacional, o político goiano foi senador, deputado e ministro da Agricultura [caption id="attachment_170799" align="aligncenter" width="620"] Lázaro Barbosa foi senador, deputado e ministro | Foto: Reprodução[/caption] O ex-senador Lázaro Ferreira Barbosa morreu, aos 80 anos, na quinta-feira, 14. Era um político culto, leitor infatigável e cultor da ciência política. Era fluente em inglês e tinha grande conhecimento de política internacional. Deixa três filhas e um filho. Lázaro Barbosa nasceu em Orizona — no Senado, brincavam que era um cavaleiro-cavalheiro do western americano, por ter nascido no “Arizona” — em 10 de agosto de 1938. Seus pais eram os agricultores Sebastião Ferreira Barbosa e Deolina Ferreira de Jesus. Estudou em Souzânia e Anápolis, concluindo o curso técnico de administração. Ele trabalhou como faxineiro, agricultor, engraxate, passador de lavanderia, balconista, porteiro de hotel e datilógrafo. Aos 18 anos, o precoce Lázaro Barbosa se tornou secretário da Prefeitura de Petrolina. Em 1965, o Partido Social Democrático (PSD) o indicou para a diretoria do Departamento de Indústria e Comércio de Goiás. Começava a sua escalada política. Em outubro de 1965, o AI-2 acabou com o pluripartidarismo e instituiu o bipartidarismo. Surgiram a Arena, que apoiava a ditadura, e o MDB, que criticava os governos militares. Lázaro Barbosa poderia ter ficado ao lado do governo — o poder —, mas preferiu contribuir para a formação do Movimento Democrático Brasileiro, que muitos chamavam de Manda Brasa e Modebra. Nas eleições de 1966, Lázaro Barbosa disputou mandato de deputado estadual e ficou como suplente. [caption id="attachment_170821" align="alignright" width="191"] Lázaro Barbosa[/caption]

Senador eleito pelo MDB em 1974
Em 1970, Lázaro Barbosa tentou disputar uma vaga no Senado, mas, como não tinha a idade mínima exigida — só tinha 32 anos —, não pôde ser candidato. Lázaro Barbosa integrou-se ao Escritório Técnico de Administração Municipal. O Etam, como era mais conhecido, prestava assessoria técnica a prefeituras e órgãos públicos do Estado de Goiás. O escritório era articulado por Assis Brandão e Lázaro Barbosa. Em 1974, enfrentando o candidato da ditadura, que contava com ampla estrutura — tanto que muitos emedebistas não queriam enfrentá-lo —, Lázaro Barbosa foi eleito senador e também se formou em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Ele assumiu o mandato de senador em fevereiro de 1975. Orador de grandes recursos, dadas sua cultura e sua capacidade de expressão, Lázaro Barbosa assumiu, em setembro de 1975, o cargo de primeiro-secretário da comissão executiva nacional do MDB. No Senado, presidiu a Comissão de Serviço Público Civil de 1975 a 1976 e se tornou membro titular das comissões de Legislação Social e de Transportes. Dados o seu brilho político, ao discurso firme e posicionado, assumiu, em 1977, a vice-liderança do MDB no Senado. E se tornou membro suplente da Comissão de Justiça. Em 1982, embora tenha se consagrado no Senado, se tornando um líder respeitado nos planos regional e nacional, acabou perdendo a disputa da reeleição para o ex-governador Mauro Borges. Goiás, na verdade, quis fazer justiça ao filho de Pedro Ludovico, que, depois de apoiar o golpe de Estado de 1964, acabou cassado pela ditadura. Tanto Lázaro Barbosa quanto Mauro Barbosa eram do PMDB — a legenda ganhara, agora, um “P”, de “Partido”. Como Iris Rezende havia sido eleito governador de Goiás, derrotando Otávio Lage, Lázaro Barbosa, seu aliado, assumiu a Secretaria de Minas e Energia e a presidência do Conselho de Administração da Celg (hoje, sob o comando da Enel) e da Metago.
Ministro da Agricultura de Itamar Franco
Quando Iris Rezende se tornou ministro da Agricultura do governo do presidente José Sarney, em 1985, Lázaro Barbosa o acompanhou, ocupando o cargo de secretário-geral do Ministério da Agricultura. Ele ficou no governo federal até 1989, quando terminou o mandato de Sarney. Nas viagens de Iris Rezende, ele assumiu, por cinco vezes, o cargo de ministro. [caption id="attachment_170822" align="alignright" width="620"] Lázaro Barbosa e o ex-presidente Michel Temer: companheiros de Congresso Nacional [/caption] Em 1989, fundou o PRN em Goiás. Era a legenda de Fernando Collor de Mello, que, nesse ano, foi eleito presidente da República, derrotando Lula da Silva, do PT, no segundo turno. Na eleição de 1990, de volta ao PMDB, Lázaro Barbosa foi eleito deputado federal. Por sua experiência legislativa e administrativa, assumiu a vice-presidência da Comissão de Agricultura e Política Rural e a vice-liderança do PMDB. Em 1992, posicionando-se contra os desmandos do governo federal, votou pela abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor. Em 1992, quando Itamar Franco assumiu a Presidência da República, substituindo Fernando Collor, que sofrera o impeachment, Lázaro Barbosa assumiu o Ministério da Agricultura. Foi indicado por Iris Rezende, então governador de Goiás. Em 19 de maio de 1993, devido à denúncia de que 33 mil toneladas de grãos haviam apodrecido nos armazéns do governo federal, Lázaro Barbosa foi afastado pelo presidente Itamar Franco. O político goiano reassumiu o mandato de deputado federal e fez parte da Comissão de Agricultura e Política Rural. Ele não disputou mandato na eleição seguinte. Segundo o “Dicionário Histórico-Biográfico Brasil”, da Fundação Getúlio Vargas, fonte deste texto, Lázaro Barbosa, “ao longo de sua vida, fez diversos cursos de extensão universitária em direito internacional público e privado, constitucional, tributário, administrativo, e em medicina legal (traumatologia e psicopatologia forense). Lázaro Barbosa escreveu vários livros, como “Lutando Pela Liberdade”, “Palmilhando os Caminhos Para a Democracia”, ‘Lucros do Petróleo, Inflação e Custo de Vida”, “As Pessoas Não Morrem — Ficam Encantadas”, “Um Panteão Para JK” e “JK: O Estadista das Américas”. Nos últimos anos, bastante adoentado — com graves problemas respiratórios —, esteve internado várias vezes, em Goiânia e São Paulo.