Imprensa não pode suspender crítica porque Bolsonaro está há pouco tempo no poder

17 março 2019 às 00h00

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Militares, ao contrário do presidente, que se envolve com picuinhas, dão um show de compostura e seriedade

Adeptos do presidente Jair Bolsonaro dizem mais ou menos assim: “Não se deve criticar o governo e Bolsonaro desde já. É preciso esperar um pouco mais, pois ele está no governo há menos de três meses”. A recomendação, diga-se, pode até valer para políticos, que costumam dar uma trégua de seis meses, antes de abrir baterias críticas. Mas não serve para os indivíduos comuns e, sobretudo, para a imprensa.
A imprensa não pode suspender o senso crítico nem por um dia e, por isso, não pode deixar de apontar as falhas do governo de Bolsonaro e os problemas de sua família — que, no caso, não são privados; ao contrário, são públicos e misturados, e é o próprio presidente quem os faz assim.

Ao contrário do que dizem os bolsonaristas, a imprensa não é contra o governo do presidente. Na verdade, é a favor do Brasil. E, quanto mais crítica, mais favorável será ao governo de Bolsonaro, que poderá corrigir rumos. Militares do governo, de alta qualidade, já disseram que o governo municia a imprensa, que tem a obrigação de divulgar os problemas.
A imprensa exagera a respeito de Bolsonaro? Na prática, quem exagera é o próprio presidente, seus filhos e alguns de seus aliados. Já os militares, como os generais Augusto Heleno e Hamilton Mourão, dão um show de compostura, de seriedade e de compreensão dos problemas reais do Brasil. Não se envolvem com perfumaria e bate-boca na imprensa e, sobretudo, nas redes sociais. O vice-presidente Hamilton Mourão é uma grata surpresa.