Contraponto

PT é bom em propaganda, mas não tem a mesma destreza na ética e no manejar a coisa pública

A presidente não condena as ditaduras, pelo menos não as comunistas, por mais tirânicas e longevas que sejam. O ex-presidente Lula da Silva é mais moderado
Notícia incômoda: somos cúmplices indiretos num contrabando de armas. Navio norte-coreano detido no Panamá fazia tráfico de armamento, tentando burlar sanções da ONU à Coreia do Norte. A carga ia de Cuba, escondida em carregamento de açúcar. A documentação da carga e dos registros dos portos de atracação era adulterada. Ganha um charuto e um quilo de açúcar quem adivinhar de que porto saiu a muamba: sim, do Porto de Mariel, aquele ampliado com dinheiro nosso, que uma Dilma toda risonha inaugurou, há poucos dias, ao lado do ditador Raúl Castro.

Os esforços do PT e do governo para impedir que se descubram o “quem” e o “como” dos roubos de que foi vítima a Petrobrás parecem estar tendo sucesso, a despeito da “blitzkrieg” da Polícia Federal
As vicissitudes de quem é menor (muito menor) do que o cargo que ocupa: a fama criada por Lula para Dilma Rousseff de “gerente competente” se esboroa mais a cada dia. Não pode ser competente quem não pode falar de improviso, pois não consegue concatenar um raciocínio a ponto de finalizá-lo. É o caso da presidente, frequentadora assídua dos anacolutos. Gente competente não precisa ornar currículo com título de doutorado inexistente, até porque isso é fraude. A presidente fez isso. Uma gerente competente levaria até o término um programa inteiramente identificado com sua pessoa. Dilma, a “mãe do PAC”, no batismo feito por Lula, quer como ministra superpoderosa, quer como presidente, não conseguiu realizar mais que 12% do Programa. Promessas de campanha ou fora dela, algumas mirabolantes, foram abandonadas como fatalmente seriam, mas sem as explicações da “chefe”: transposição do Rio São Francisco, trem-bala Rio-São Paulo, construção de 6.000 creches, implantação de 800 aeroportos regionais. Obras da Copa estão atrasadas, apesar do enorme espaço de tempo que teve o governo (leia-se Dilma) para terminá-las. As decisões pessoais da presidente, enormemente equivocadas, custam grandes desgastes à nação. Baixar contas de luz no momento em que o custo da energia produzida subia, com o funcionamento das usinas térmicas, só poderia ser desvario eleitoreiro. Vai custar imenso aos consumidores, no futuro pós-eleitoral, e desandou o mercado, prejudicando geradoras, comercializadoras e distribuidoras. A Eletrobrás perdeu 60% de seu valor acionário. Outra: incentivar compra de automóveis com renúncia fiscal atravancou as cidades. Ao mesmo tempo, fez desaparecer recursos tributários necessários para dar a elas mobilidade que permitisse trafegarem com um mínimo de desenvoltura esses automóveis vendidos às mancheias mais o transporte coletivo. Além disso, obrigou a Petrobrás a uma importação cada vez maior de gasolina, que vendida a preços subsidiados (para segurar a inflação) só aumenta o prejuízo de nossa petroleira, já cambaleante com o aparelhamento também incompetente, a roubalheira e o descaso. De quebra, fulminou a indústria do etanol, que, fazendo parte da gasolina vendida nas bombas, também tem preço contido artificialmente. A “nova economia” dilmista, que deixou de lado o tripé de sucesso desde o Plano Real (superávit primário, câmbio flutuante e metas para a inflação), resultou em crescimento irrisório, que comparado aos crescimentos dos Brics e de outros países sul-americanos nos envergonha. A inflação bateu no teto da meta e ameaça ultrapassá-lo. E a “competente gerente” não tem sequer planos para os descalabros da saúde, da educação e da segurança. A propósito, para ficar só na última vergonha (segurança) foi também notícia na semana que o Brasil tem 11 entre as 30 cidades mais violentas do planeta. A quinta cidade mais violenta do universo habitado é Maceió, a capital do Estado do político mais influente do Congresso, seu presidente Renan Calheiros. E continuou sendo notícia na semana a queda na aprovação da presidente e a possível volta de Lula. O qual, por sua vez, nega a pretensão, mas o faz com um estranho brilho no olhar.
Devido a uma questão ainda não muito bem explicada, surgiu uma rebelião inusitada no IBGE. Uma diretora, Márcia Quintslr, e uma coordenadora, Denise Britz do Nascimento Silva, pediram demissão. Quase duas dezenas de técnicos do instituto estão no mesmo caminho. Embora não se saiba exatamente o que está se passando, a questão parece se ligar à Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua), sua metodologia e divulgação. Sabe-se de interferências políticas. Faz sentido, pois uma questão apenas técnica não causaria tal rebelião. Mais uma instituição tradicionalmente séria é posta em dúvida no governo atual.
A competente jornalista Rachel Sheherazade está sendo cruelmente patrulhada. As pressões sobre o SBT para demiti-la já atingiram o nível de censura política. A velha deputada comunista Jandira Feghali (PCdoB-RJ), uma das maiores truculências que já vi as saias abrigarem, quer por quer a demissão da moça. Afinal, é assim que se faz em Cuba com jornalista que não bate palmas para a ditadura. A dita deputada está em campanha (e tem trânsito no governo) para cortar as verbas publicitárias do SBT se não demitir Sheherazade. Há gente que definitivamente não envelhece com decência.
Mais um petista graúdo mostra sua verdadeira face: o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas

[caption id="attachment_1661" align="alignleft" width="200"] Paulo Bertran: faz falta o pesquisador que investigava os fatos e a realidade[/caption]
O talentoso — e saudoso — Paulo Bertran, escritor e historiador goiano precocemente falecido em 2005 (com 56 anos), deixou escritos admiráveis, como “História da Terra e do Homem no Planalto Central”.
Em 1988 publicou “Uma Introdução à História Econômica do Centro-Oeste do Brasil” (Editora da Universidade Católica de Goiás), um estudo que teve menos divulgação do que merecia. O livro abrange desde a economia colonial até os esforços de integração do último governo planejado que tivemos — o de Ernesto Geisel.
Entre os assuntos importantes abordados no livro está o alerta dado por Paulo Bertran para a destruição do bioma do Cerrado, algo quase que completamente ignorado até os anos 1980. E foi nas décadas de 1970 e 1980 que se deu a expansão inicial da fronteira agrícola do Centro-Oeste, com o aumento das pastagens, expansão que viria, já a partir dos anos 1980, tornar-se exponencial com o plantio da soja, sem os cuidados pedidos pelo bioma.
A tímida reação dos organismos de controle ambiental, quase inexistentes em nível municipal, e desordenados nas esferas estadual e federal, permite uma quase nula preservação das reservas, com extinção das ricas flora e fauna do Cerrado central. A possibilidade de permutação de reserva por área fora das propriedades e a ignorância de muitos plantadores, aliada à omissão ou à corrupção da fiscalização, tem permitido que se dizimassem essas riquezas vegetais e animais, e se resumam as reservas em áreas que não têm, até porque nunca tiveram, vegetação ou fauna digna desse nome.
No último capítulo do livro, Bertran chama a atenção para os esforços do governo (do governo Geisel, principalmente), visando à integração nacional dessa importante região, lembrada apenas no governo Juscelino e nos governos militares como objeto de estudo, projetos e investimentos.
Estão apreciados no livro os principais programas do II PND (1975-1979), o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento, os quais contemplavam, total ou parcialmente a região central do Brasil. Destes programas, três eram sem dúvida mais importantes: o Polocentro, o Polamazonia e o da Região Geoeconômica de Brasília. O Polocentro, voltado para Mato Grosso, Goiás e Minas, lançou as bases da elevada produção de grãos e carne que hoje temos na região. O Polamazonia visou dar à Amazônia Legal condições para um desenvolvimento sustentado e ambientalmente adequado.
Não nos esqueçamos de que Goiás detinha à época a área hoje do Tocantins, parte da Amazônia Legal. E o programa da região de Brasília almejava criar condições de desenvolvimento do entorno da capital, evitando fluxos migratórios e condições socioambientais que exercessem pressões sobre Brasília e a desfigurassem pelo crescimento urbano desordenado. Esses programas foram todos completados dentro de seus orçamentos e cronogramas, ao contrário do que hoje ocorre (o PAC só atingiu 12% daquilo que propôs). Em moeda atualizada, esses três programas aplicaram o equivalente a 10 bilhões de reais. E sem a roubalheira generalizada de hoje.

[caption id="attachment_1655" align="alignright" width="620"] Jesus, Napoleão, Shakespeare, Maomé, Lincoln: as personalidades que mais influenciam a Humanidade[/caption]
“Who’s Bigger — Where Historical Figures Really Rank” (que poderíamos traduzir livremente como: “Quem é Maior — Onde as Personagens Históricas Realmente Despontam”) é um livro recente (2013, Cambridge University Press), de dois americanos, Steven Skiena e Charles B. Ward.
Skiena é professor de Ciência da Computação na Universidade Estadual de Nova York. Trabalha principalmente com modelos matemáticos voltados para biologia, pesquisando virologia e novas vacinas. Ward trabalha na Google, e foi um dos pesquisadores que, na Apple, ajudaram a desenvolver o iPad. Ambos muito qualificados, pois, na moderna pesquisa computacional.
O livro é resultado de uma extensa busca realizada no campo da consulta, principalmente da consulta nos meios eletrônicos, visando determinar as personalidades históricas de maior influência ou que despertam mais interesse entre os pesquisadores, estudiosos, escritores e leitores em geral. Evidentemente, o resultado é quantitativo, não implicando a lista de personagens numa classificação qualitativa de valores, até porque um dos dez personagens mais influentes (melhor seria dizer mais pesquisados) é Adolf Hitler. Skiena e Ward chegam a listar, em seu trabalho, um milhar de figuras de influência. Os dez maiores seriam, segundo sua pesquisa:
1 — Jesus. 2 — Napoleão. 3 — Shakespeare. 4 — Maomé. 5 — Lincoln. 6 —Washington. 7 — Hitler. 8 — Aristóteles. 9 — Alexandre. 10 — Jefferson.
Para os “comunas”: Karl Marx é o 14º, Stálin o 18º e — tristeza — Lênin ocupa apenas a 75ª casa. Como a pesquisa, cuja metodologia o livro detalha, é fruto principalmente da frequência da personalidade avaliada nos meios eletrônicos como Wikipédia, Google e outros, e meios de língua inglesa, na origem, ela é, sem dúvida, influenciada pelos grupos maiores de usuários destas ferramentas, a maioria residente nos países da mesma língua, principalmente os EUA. A presença de Abraham Lincoln, George Washington e Thomas Jefferson entre os dez maiores demonstra essa afirmação. Mas é uma pesquisa interessante, sem dúvida, e essas figuras não deixaram de legar ideias inteligentes à humanidade.
Vamos buscar algumas dessas ideias, que em muitos casos melhoram o ser humano (desde que adotadas, é claro) ou dão a ele maior compreensão de seu mundo e seus semelhantes (desde que entendidas, é evidente). Muita sabedoria em poucas palavras:
Jesus: “Portanto, o que quiserdes vos façam os homens, fazei-o também a eles” e “Tudo o que fizestes a um desses pequeninos, também a mim o fizestes”.
Napoleão: “Minha grandeza não reside em nunca ter caído. Está em sempre levantar-me” e “O coração do homem de Estado deve estar na cabeça”.
Shakespeare: “Se somos subalternos, meu caro Brutus, a culpa não está nos astros. Em cada um de nós ficou”; “O mal que os homens fazem, a eles sobrevive. O bem, quase sempre com os seus ossos se enterra”; e “Morrem os covardes muito, antes de morrerem. Os bravos provam a morte uma só vez”.
Maomé: “Suporta o mal com paciência e perdão, pois há nele grande e verdadeira sabedoria” e “O homem mais forte é o que domina a própria ira”.
Abraham Lincoln: “Se a escravidão não é má, então nada é mau” e “Pode-se enganar alguns durante todo o tempo. Pode-se enganar a todos durante algum tempo. Mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo”.
George Washington: “Preparar-se para a guerra é o meio mais eficaz de preservar a paz” e “Seja cortês com todos, mas íntimo de poucos. E mesmo esses poucos, teste-os bem, antes de entregar a eles sua confiança”.
Hitler: “Há duas coisas capazes de unir os homens: os ideais comuns ou um crime comum” e “Uma mentira, cem vezes repetida, acaba por tornar-se uma verdade”.
Aristóteles: “Devemos venerar Platão e a verdade. Mas devemos antes venerar a verdade” e “É fazendo que se aprende o que se deve aprender a fazer”.
Alexandre: “É mais temível um rebanho de ovelhas conduzido por um leão do que um grupo de leões conduzido por uma ovelha” e “A sorte favorece os audazes”.
Thomas Jefferson: “O preço da liberdade é a eterna vigilância” e “Creio demais na sorte. Percebi que quanto mais trabalho, mais sorte tenho”.
Esses aforismos estão repletos de sabedoria. Observá-los, sem dúvida, promove um viver melhor. A fala de Jesus, presente, aliás, nos ensinamentos de quase todas as religiões, e que prega o que se convenciona chamar de “ética da reciprocidade”, faz com que o mundo, ao menos o mundo daqueles que, providos de alguma crença, respeitam essa ética, seja mais fraterno e civilizado, se não fazemos a alguém o que nos seria desagradável experimentar. E o dizer de Shakespeare, pela fala de Cássio a Brutus, na peça Júlio César, é de enorme inteligência humana. Quanto menos erraríamos no presente, se buscássemos no fundo de nossas próprias escolhas os equívocos que cometemos no passado, em vez de culpar alguém por eles.

Não, caro leitor, o assunto dos médicos cubanos não está superado. Nem estará, enquanto houver um deles ganhando menos que seu colega português, espanhol ou brasileiro no programa Mais Médicos

[caption id="attachment_850" align="alignleft" width="300"] José Mariano Beltrame: secretário do Rio de Janeiro ignora que a violência caiu em São Paulo porque lá o governo prende mais marginais | Foto: André Dusek/Agência Estado[/caption]
Considero uma jactância, uma presunção, usar o célebre “eu não disse?”, quando se comprova uma nossa afirmação da qual a maioria discordava. Mas vou cometer esse pecado, ao menos uma vez. Sempre combati nestas linhas o tom grandiloquente com que governos e imprensa se referiam às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) cariocas. Os leitores se lembram. Houve uma intensa louvação da medida. José Mariano Beltrame, o secretário da Segurança que a implantou no Rio de Janeiro, chegou a ser lembrado para o Prêmio Nobel da Paz! Seria o primeiro brasileiro a recebê-lo.
Nunca acreditei, pela lógica, que uma operação, por mais ruidosa que seja, diminua a criminalidade, se não retira de circulação os criminosos irrecuperáveis que são ou deveriam ser o seu alvo. Prisão, e não estardalhaço, é o que impede um marginal de cometer crimes. As UPPs nunca prendiam — apenas migravam traficantes para outras favelas ou estabeleciam com eles um pacto não escrito de convivência, pelo qual drogas continuavam a ser comercializadas nos mesmos volumes, e em alguns casos até mais tranquilamente, desde que armas não fossem exibidas ali nas proximidades das UPPs e tiroteios entre gangues cessassem. Um ganho diminuto para tanto gasto e barulho. Fui criticado.
Um leitor, com quem me encontrei em um evento, chegou a afirmar que eu depreciava a única ação de envergadura que o poder público desenvolvia contra o crime. O que ocorre agora com as UPPs? Sequer coíbem mais a guerra entre facções do tráfico ou a presença de criminosos armados, que atacam e destroem as instalações dessas unidades e ferem ou matam policiais.
Policiais das UPPs não podem fazer patrulhas, pois são cercados nas favelas e postos em fuga. As UPPs estão acuadas. De que valem? Cinco dessas unidades foram incendiadas em Manguinhos, só numa semana, em março agora. E vamos aos números da criminalidade no Rio, que teoricamente despencariam com as UPPs: de 2012 para 2013 houve um crescimento de 20% tanto no número de assassinatos quanto no de roubos, na “Cidade Maravilhosa”. Os crimes de morte saltaram de 4.081 para 4.761 (quase 30 mortes para 100 mil habitantes) e os roubos de 49.560 para 60.796. O próprio José Mariano Beltrame concordou que os investimentos sociais, por si sós, não resolvem a questão. Não disse, mas pensou na necessidade das prisões — que não fez — para diminuir o crime. São Paulo, que a imprensa ligada ao governo federal tenta tachar de tão ou mais criminalizado que o Rio, prende o dobro, não faz estardalhaço e tem índice de assassinatos quase três vezes menor.
Entenda por que são assassinados mais brasileiros do que americanos e canadenses
1) Morrem mais de 50.000 pessoas assassinadas por ano, em uma população de 198 milhões. Isto significa uma taxa de 25 mortes por 100.000 habitantes. Nos EUA essa taxa é de 4,2 e no Canadá de 1,6. 2) Há alguns Estados da Federação em que a situação é ainda muito pior. Alagoas, por exemplo, “exibe” a taxa de 58 assassinatos por 100 mil residentes. 3) Entre as dez cidades mais violentas do mundo, ostenta três: Maceió, Fortaleza e João Pessoa. 4) As autoridades e a imprensa mais alinhada com o governo se escandalizam e cobram apurações sempre que bandidos e marginais morrem em confronto com policiais, mas não se preocupam nem por um segundo quando bandidos atacam, emboscam e matam policiais. 5) Quadrilhas organizadas funcionam dentro de presídios, chefes criminosos presos dispõem de comunicação com os membros em liberdade das quadrilhas e dão ordens para execução de crimes, de morte inclusive. 6) Criminosos estão muito mais bem armados, municiados e equipados do que os policiais. E onde o uso de coletes à prova de balas eficazes contra armas de grosso calibre é vetado para cidadãos corretos e que deles necessitam, como os profissionais da imprensa. 7) Os policiais são orientados para apanhar sem reagir, de bandidos e manifestantes violentos. 8) O homem normal é proibido de portar arma de defesa, ainda que, muitas vezes, demonstre claramente necessitar disso. 9) O cidadão comum encontra dificuldades enormes do ponto de vista da burocracia e dos custos para adquirir uma arma e mantê-la em sua residência, mesmo depois de um referendo que mostrou à larga o desejo de autodefesa da população. 10) Um idoso ou uma idosa, que dentro de sua casa alveja um malfeitor na mais legítima defesa, recebe tratamento policial pior do que recebe o bandido assaltante. 11) Uma pessoa honesta (como um artista nacionalmente conhecido e sem antecedentes desabonadores) é preso e autuado por serem encontrados em sua bagagem alguns poucos cartuchos de pequeno calibre — e sem arma nenhuma. 12) Menores a poucos dias da maioridade já são assassinos ou latrocidas, às vezes com várias reincidências. E têm proteção total das autoridades do governo, que impedem a revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente, estimulando a total impunidade desses jovens monstros. 13) Já ressurgiram bandos armados que se consideravam extintos desde o tempo do cangaço de Lampião. Esses bandos já assolam cidades, do Nordeste principalmente, mas também do resto do país, rendendo destacamentos policiais, tomando cidades, saqueando e explodindo bancos. 14) Policiais, ao reprimir manifestantes violentos, que tentam invadir a sede máxima de um dos três poderes (STF-Brasília), são inibidos em sua ação, espancados pelos marginais e ainda são publicamente considerados culpados do acontecido por alta autoridade do Governo (Gilberto Carvalho, ministro secretário-geral da Presidência). E os marginais são recebidos pela Presidente da República. 15) Policiais são mal remunerados, mal equipados e mal treinados e trabalham em instalações velhas e malcuidadas. 16) Tornou-se rotina o bloqueio de estradas por manifestantes contra qualquer coisa. As paralisações rodoviárias afetam centenas de pessoas, na maioria trabalhadores, enquanto autoridades federais e estaduais ficam temerosas, e não enviam a polícia para desbloqueá-las. 17) Assaltantes à mão armada agem a qualquer hora, do dia ou da noite, com enorme calma, por estarem convictos da omissão das vítimas desarmadas. 18) Vigora um sistema penitenciário similar ao da Idade Média, a tal ponto cruel que o ministro da Justiça chegou a afirmar que preferia a morte a uma das prisões pelas quais é responsável. Nada se faz para minorar essa calamidade. As prisões continuam insuficientes e superlotadas. 19) Tem uma organização criminal tão temível que o mesmo ministro da Justiça, ao enviar tropas federais para o Rio de Janeiro e ao afirmar que “o governo estadual e o governo federal, juntos, são mais fortes que o crime organizado”, reconhece que nenhum dos dois governos, em separado, poderia enfrentar as organizações criminosas hoje atuantes. 20) A Polícia Federal sofre influência indevida, tentando forçá-la a agir como polícia do partido no governo e não como polícia do Estado. 21) As Forças Armadas, cujo dever constitucional é bem outro, são encarregadas de prender bandidos nos morros cariocas, totalmente desviadas de suas funções. 22) Proliferam os pontos de venda e consumo de drogas, as “cracolândias” à vista de todos, autoridades inclusive.
Sequer em São Paulo conseguiram levar mais do que 100 à marcha dos fascistas. E Deus não foi um deles. Não o Deus cristão em que quase 90% dos brasileiros acreditam. Esse Deus não apoia torturadores sanguinários

Dois fatos chocantes a não mais poder, mas já banalizados pela violência do dia a dia

A sociedade brasileira hoje estranha a si própria, não se reconhece. Está em guerra consigo mesma