As vicissitudes de quem é menor (muito menor) do que o cargo que ocupa: a fama criada por Lula para Dilma Rousseff de “gerente competente” se esboroa mais a cada dia. Não pode ser competente quem não pode falar de improviso, pois não consegue concatenar um raciocínio a ponto de finalizá-lo. É o caso da presidente, frequentadora assídua dos anacolutos. Gente competente não precisa ornar currículo com título de doutorado inexistente, até porque isso é fraude. A presidente fez isso.

Uma gerente competente levaria até o término um programa inteiramente identificado com sua pessoa. Dilma, a “mãe do PAC”, no batismo feito por Lula, quer como ministra superpoderosa, quer como presidente, não conseguiu realizar mais que 12% do Pro­grama. Promessas de campanha ou fora dela, algumas mirabolantes, foram abandonadas como fatalmente seriam, mas sem as explicações da “chefe”: transposição do Rio São Francisco, trem-bala Rio-São Paulo, construção de 6.000 creches, implantação de 800 aeroportos regionais.

Obras da Copa estão atrasadas, apesar do enorme espaço de tempo que teve o governo (leia-se Dilma) para terminá-las. As decisões pessoais da presidente, enormemente equivocadas, custam grandes desgastes à nação. Baixar contas de luz no momento em que o custo da energia produzida subia, com o funcionamento das usinas térmicas, só poderia ser desvario eleitoreiro. Vai custar imenso aos consumidores, no futuro pós-eleitoral, e desandou o mercado, prejudicando geradoras, comercializadoras e distribuidoras. A Eletrobrás perdeu 60% de seu valor acionário.

Outra: incentivar compra de automóveis com renúncia fiscal atravancou as cidades. Ao mesmo tempo, fez desaparecer recursos tributários necessários para dar a elas mobilidade que permitisse trafegarem com um mínimo de desenvoltura esses automóveis vendidos às mancheias mais o transporte coletivo. Além disso, obrigou a Petro­brás a uma importação cada vez maior de gasolina, que vendida a pre­ços subsidiados (para segurar a in­flação) só au­men­ta o prejuízo de nossa petroleira, já cambaleante com o aparelhamento também in­competente, a roubalheira e o descaso.

De quebra, fulminou a indústria do etanol, que, fazendo parte da gasolina vendida nas bombas, também tem preço contido artificialmente. A “nova economia” dilmista, que deixou de lado o tripé de sucesso desde o Plano Real (superávit primário, câmbio flutuante e metas para a inflação), resultou em crescimento irrisório, que comparado aos crescimentos dos Brics e de outros países sul-americanos nos envergonha.

A inflação bateu no teto da meta e ameaça ultrapassá-lo. E a “competente gerente” não tem sequer planos para os descalabros da saúde, da educação e da segurança. A propósito, para ficar só na última vergonha (segurança) foi também notícia na semana que o Brasil tem 11 entre as 30 cidades mais violentas do planeta. A quinta cidade mais violenta do universo habitado é Maceió, a capital do Estado do político mais influente do Congresso, seu presidente Renan Calheiros. E continuou sendo notícia na semana a queda na aprovação da presidente e a possível volta de Lula. O qual, por sua vez, nega a pretensão, mas o faz com um estranho brilho no olhar.