Por Ton Paulo

Gilberto Garcia é ex-vice-reitor da UEG e professor adjunto da PUC Goiás
[caption id="attachment_264895" align="alignnone" width="620"] Gilberto Garcia é frei franciscano e professor da PUC Goiás / Foto: Reprodução[/caption]
O professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e ex-vice-reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Gilberto Gonçalves Garcia, é um dos cotados para assumir o Ministério da Educação (MEC) no lugar de Carlos Alberto Decotelli.
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Para fazer o levantamento e acompanhamento arqueológico das obras, a Saneago contratou a Fundação Aroeira, entidade sem fins lucrativos ligada à PUC Goiás
[caption id="attachment_264187" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
O município goiano de Pirenópolis, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) está recebendo, por parte da Saneago, as obras de ampliação do seu sistema de esgotamento sanitário. Porém, com o intuito de preservar os casarões seculares, ruas e igrejas de arquitetura colonial, a execução segue rigorosamente todas as determinações técnicas do órgão normativo em relação ao monitoramento arqueológico.
Para fazer o levantamento e acompanhamento arqueológico das obras, a Saneago contratou a Fundação Aroeira, entidade sem fins lucrativos ligada à Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Apenas após a realização da etapa de sondagem é que o trecho é liberado para escavação.
A conclusão dos trabalhos está prevista para o primeiro semestre de 2021, e a expectativa é que cerca de 60% da população pirenopolina seja atendida com os serviços de coleta, afastamento e tratamento de esgoto.
O benefício vai transformar o atual cenário de utilização de fossas sépticas, contribuindo para a preservação do lençol freático e de importantes cursos d'água. O valor dos investimentos é de aproximadamente R$ 17,3 milhões, provenientes de recursos próprios e federais (OGU-PAC).

Para Euclides Barbo Siqueira, presidente da Juceg, a criação da Junta Comercial o processo de abertura de empresa ficou mais rápido e prático
[caption id="attachment_264182" align="alignnone" width="620"] Euclides Siqueira, presidente da Juceg / Foto: YouTube[/caption]
O meio empreendedor de Goiás teve motivo pra comemorar recentemente. É que o Estado passou a vigorar em terceiro lugar no ranking nacional de menor tempo necessário para abertura de empresas, atrás apenas do Distrito Federal e Sergipe. Para o presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), o avanço é justificado pela desburocratização dos sistemas.
A implantação do programa Junta Digital em 2019 pelo órgão, por exemplo, fez com que o tempo de abertura de empresas caísse para 41% levando a um prazo de 36 horas (1 dia e meio) para o registro empresarial. No Brasil, a agilidade média para formalização de negócios dura 4 dias e 6 horas, segundo levantamento do Ministério da Economia, que organiza esse ranking no país.
Para Euclides Barbo Siqueira, presidente da Juceg, a criação da Junta Comercial o processo de abertura de empresa ficou mais rápido e prático. “Nós já vínhamos fazendo esse trabalho desde o meio do ano passado, com a criação da Junta Digital. Então, quem quiser abrir uma empresa no estado de Goiás hoje, é só entrar no computador e abrir", disse.
Euclides também deu um balanço atualizado do quadro empresarial no estado, com dados de maio último. Segundo ele, Goiás teve a abertura de 1.837 empresas e fechou outras 1066, com um saldo positivo de 771 empreendimentos formalizados.

Para o enquadramento e recebimento dos valores anuais que podem chegar a até R$ 2 milhões, as administrações precisam alcançar pelo menos três de nove critérios técnicos
[caption id="attachment_264208" align="alignnone" width="620"] Advogado tributarista André Abrão / Foto: Divulgação[/caption]
De acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), 37,8% municípios de Goiás não conseguiram pontuação necessária para ter acesso aos recursos do ICMS Ecológico. Advogado tributarista destaca que critérios são rigorosos, mas falta instrução por parte das equipes municipais.
Para o enquadramento e recebimento dos valores anuais que podem chegar a até R$ 2 milhões, as administrações precisam alcançar pelo menos três de nove critérios técnicos estabelecidos pela lei. No entanto, na lista da Semad, dos 246 municípios, 93 não conseguiram, frente a 153 municípios que se enquadraram, embora 15 deles tenham ficado na categoria mínima, de 0,75%.
Segundo o advogado André Abrão, em 2019 a categoria máxima, que é de 6 pontos - que são os que recebem 3% - representou uma arrecadação de aproximadamente R$ 2 milhões por ano. “Para um município pequeno, uma arrecadação desse valor é de extrema importância e fundamental para o equilíbrio financeiro da administração", conta.
"Os critério da lei são rigorosos, mas o que se vê é que existe falta de instrução por parte das equipes municipais das secretarias de meio ambiente, falta orientação”, diz Abrão.
Os nove critérios para que os municípios possam ter acesso ao ICMS Ecológico são os de:
- Ações de gerenciamento de resíduos sólidos, inclusive lixo hospitalar e resíduos da construção civil;
- Ações efetivas de educação ambiental;
- Ações de combate e redução do desmatamento, com comprovação de recuperação de áreas degradadas;
- Estabelecimento de programas de redução do risco de queimadas, conservação do solo, da água e da biodiversidade;
- Criação de programa de proteção de mananciais de abastecimento público;
- Identificação e enfrentamento de fontes de poluição atmosférica, sonora e visual;
- Identificação de edificações irregulares, bem como a comprovação das medidas adotadas para adequação às normas de uso e ocupação do solo;
- Manutenção de programas de instituição e proteção das unidades de conservação;
- Elaboração de legislação sobre a política municipal de meio ambiente.

Devem se vacinar pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos
[caption id="attachment_264199" align="alignnone" width="620"] Foto: Agência Brasil[/caption]
Iniciada em março deste ano, a campanha de vacinação contra o sarampo foi prorrogada até o dia 31 de agosto. O prazo seria somente até 30 de junho, mas o Ministério da Saúde decidiu prorrogar devido à baixa cobertura vacinal no país.
Devem se vacinar pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos. Em Goiânia, a campanha foi iniciada no dia 4 de maio e até o momento foram administradas 27.864 doses da vacina. Conforme a gerente de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Polyana Braga, a vacinação contra o sarampo na capital está satisfatória. " "Considerando que, em rotina, Goiânia administra atualmente uma média 4.500 doses por mês", relata.
Entretanto, a circulação do vírus do sarampo se mantém ativa no país e há um elevado quantitativo de pessoas suscetíveis à doença. A dose da vacina é indiscriminada e com a prorrogação espera-se que os serviços de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) possam estabelecer as atividades de vacinação para maior alcance desse público-alvo.

Terão direito aos saques os trabalhadores que tenham contas ativas ou inativas do FGTS. Cada pessoa poderá sacar até R$ 1.045
[caption id="attachment_264214" align="alignnone" width="621"] Foto: Agência Brasil[/caption]
Tem início nesta segunda-feira, 29, as liberações emergenciais do FGTS pela Caixa Econômica Federal, por conta da crise provocada pela pandemia do coronavírus. Os primeiros beneficiários serão os trabalhadores nascido em janeiro, vale lembrar que os pagamentos serão feitos em poupança social digital da Caixa e, em um primeiro momento, os recursos estarão disponíveis apenas para pagamentos e compras por meio de cartão de débito virtual.
O saque em espécie ou transferências, também dos aniversariantes de janeiro, estão liberados a partir de 25 de julho. Segundo o auditor e consultor contábil, Cássius Pimenta, a Caixa fixou datas diferentes para a liberação do crédito em conta e para o saque em espécie ou transferência dos valores, levando em conta o mês de nascimento do trabalhador.
Terão direito aos saques os trabalhadores que tenham contas ativas ou inativas do FGTS. Cada pessoa poderá sacar até R$ 1.045. Se o trabalhador tiver mais de uma conta de FGTS, o saque será feito primeiro das contas de contratos de trabalho extintos (inativas). Pimenta explica que o dinheiro será sacado das demais contas, também iniciando pela que tiver o menor saldo. Independentemente do número de contas do trabalhador, o valor não pode passar do limite previsto.
A movimentação do valor do saque emergencial poderá, inicialmente, ser realizada somente por meio digital com o uso do aplicativo Caixa Tem, sem custo.
"Após o crédito dos valores na conta poupança social digital, já será possível pagar boletos e contas ou utilizar o cartão de débito virtual e QR code para fazer compras em alguns estabelecimentos, como supermercados, padarias e farmácias”, explica Cássius Pimenta.
As consultas podem ser feitas:
• pelo aplicativo FGTS
• pelo Internet Banking da Caixa
• pelo site fgts.caixa.gov.br
• pelo Disk 111
O dinheiro ficará disponível para o trabalhador até 30 de novembro. Se o saque emergencial não for feito até essa data, automaticamente o valor retornará para o fundo de garantia.

Com movimento pouco expressivo, shoppings agora enfrentam desafio de recuperar tempo e dinheiro perdidos

Após dois anos longe dos holofotes, o ex-governador ressurge em Goiás, levantando dúvidas e curiosidade sobre seus próximos movimentos
[caption id="attachment_264002" align="alignnone" width="620"] Marconi é figura carimbada em Goiás, e sua reaparição gera burburinhos / Foto: Reprodução[/caption]
O nome dele é familiar a todo e qualquer goiano, seja ele novo ou velho. Afinal, são quase 30 anos de presença constante na política, sendo eleito e reeleito nos cargos aos quais outrora se candidatou. Marconi Perillo é figura carimbada no Estado de Goiás e pode ser considerado a liderança personificada do PSDB. Ele, que já foi deputado estadual, federal, governador e senador, renunciou à cadeira do Palácio das Esmeraldas em 2018 para se lançar, mais uma vez, na corrida pelo Senado Federal. Perillo teria tido êxito em sua busca, como mostram as pesquisas iniciais da época, se não fosse um acontecimento, definido por duas palavrinhas em inglês, que viria a se tornar seu pior pesadelo: Cash Delivery.
Marconi foi da ascensão à queda. Como Ícaro, que na mitologia grega voou alto e perto demais do sol e acabou tendo suas asas de cera destruídas, o tucano começou a sentir as chamas em suas asas no dia 28 de setembro de 2018, quando a Polícia Federal deflagrou a ação com o objetivo de apurar o pagamento de propina a agentes públicos de Goiás.
A Operação Cash Delivery, que nasceu com estrondo, fora motivada pelas delações premiadas de executivos da Odebrecht que afirmaram ter repassado R$ 12 milhões para campanhas de Marconi em 2010 e 2014, em troca de supostos favores no governo. Na ocasião da deflagração da operação, a Polícia Federal prendeu Jayme Rincón, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.
Na busca e apreensão na casa do PM, a PF encontrou uma mala com R$ 1 milhão. A Cash Delivery foi a bala de prata que matou de vez a candidatura de Marconi ao Senado. O tucano acabou ficando em quinto lugar na corrida eleitoral e não foi eleito. Porém, o pesadelo do ex-governador só estava começando. Em 10 de outubro do mesmo ano, ao comparecer para prestar depoimento no âmbito da Cash Delivery, Marconi foi preso pela Polícia Federal.
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Dinheiro apreendido na Cash Delivery / Foto: Polícia Federal[/caption]
O ex-governador foi liberado um dia após a prisão, depois de Kakay, seu advogado na época, ter conseguido um habeas corpus. O tucano estava solto, mas derrotado. Com a eleição perdida, sem mandato, sem foro privilegiado e contando apenas com o apoio dos partidários mais fiéis, Marconi fez as malas e se mudou para São Paulo, onde foi trabalhar na holding da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), da família de Benjamin Steinbruch.
E por dois anos, Marconi desapareceu dos holofotes, exceto quanto, vez ou outra, trocava farpas com o atual governador do Estado, Ronaldo Caiado. No último domingo, dia 21, num palanque ao lado de nomes como o do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, e do presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM) e prefeito de Hidrolândia, Paulo Rezende, lá estava ele. Após um longo hiato, Marconi fazia um discurso a uma pequena plateia na inauguração do Hospital Municipal de Hidrolândia.
Seria o evento um marco do reentrada do ex-governador na vida pública? Estaria ele se articulando para voltar com todo vapor à política de Goiás? Seus aliados duvidam, mas os sinais apontam que Marconi está tão adormecido na vida política como um folião em cima de um bloco de carnaval.
“Ele vai deixar as coisas acontecerem naturalmente”, diz prefeito de Hidrolândia
Além de gestor do município de Hidrolândia e da AGM, Paulo Rezende, o Paulinho, do PSDB, é também um amigo pessoal de Marconi, como ele mesmo afirma. O prefeito conta que o ex-governador marcou presença na inauguração do tão esperado hospital municipal devido a um convite seu, e que o sentimento para com o tucano é de gratidão. “O Marconi é meu amigo pessoal, ele gosta daqui, e já ajudou demais a cidade de Hidrolândia. Eu fiz questão que ele viesse aqui ver a obra que ele ajudou a fazer. A presença dele foi pra matar a saudade e agradecer ele por tudo o que ele fez pelo município”, disse. No palanque, usando máscara de proteção, Marconi elogiou Paulinho e também manifestou solidariedade para com os familiares das vítimas da Covid-19 no Brasil. Ainda no discurso, o ex-governador afirmou que se afastou da vida pública e que tem cuidado de seu trabalho, mas que não se esqueceu dos amigos. “Eu vim aqui hoje especialmente para dizer que ele [o prefeito Paulo] merece o nosso aplauso porque está ajudando o povo trabalhador e pobre”, enalteceu. [caption id="attachment_263990" align="alignnone" width="620"]
Para Talles Barreto, Marconi será fundamental no processo político deste ano
Nome confirmado para representar o PSDB nas urnas nas eleições de ano, Talles Barreto acredita que Marconi será personagem chave nas eleições municipais, o que evidencia que o tucano pode não estar tão adormecido politicamente quanto diz estar. Segundo o parlamentar, o ex-governador “vai ser fundamental nesse processo político de ajudar” a todos os candidatos tucanos que se lançarem na corrida eleitoral. De acordo com ele, o PSDB está “com uma chapa competitiva, igualitária, chapa muito boa” para este ano. "Estamos acertando com vários partidos e com um grupo político trabalhando constantemente, tomando as precauções necessárias, todo mundo usando máscara, mas estamos trabalhando”, diz. [caption id="attachment_263991" align="alignright" width="375"]
Marconi é um animal político e está sentindo o clima em Goiás, diz cientista político
Marconi está para a política assim como o peixe está para a água. Para o cientista político Guilherme Carvalho, um retorno do tucano à vida pública pode ser nada mais que uma questão de tempo. Segundo Carvalho, é preciso “levar em consideração que Marconi é um animal político”, e deixar a disposição para a vida pública para trás é cada vez menos provável. O cientista avalia que a recente vinda do ex-governador ao Estado pode não ser apenas com um propósito sentimental, mas também de análise de cenário político. [caption id="attachment_263987" align="alignnone" width="447"]

O curso será ministrado pelo jornalista e escritor Oscar Pilagallo, e terá como objetivo esclarecer de forma didática as fases do período autoritário
[caption id="attachment_264177" align="alignnone" width="620"] Estudante é carregado por oficiais do exército após confronto entre militares e estudantes no Rio de Janeiro / Foto: Evandro Teixeira[/caption]
O Jornal Folha de São Paulo vai estrear neste domingo, 28, um curso online gratuito sobre a ditadura militar brasileira. Serão quatro aulas com vídeos liberados sempre à 0h.
O curso será ministrado pelo jornalista e escrito Oscar Pilagallo, e terá como objetivo esclarecer de forma didática as fases do período que compreendeu entre os anos de 1964 e 1985. Nas quatro aulas, Pilagallo explicará sobre a armação do golpe militar, a escalada autoritária, o endurecimento do regime a partir do Ato Institucional nº5 e a retomada da democracia.
As inscrições para o curso podem ser feitas pelo site oquefoiaditadura.folha.uol.com.br.
Além do curso, a Folha publica neste domingo o projeto especial "O que foi a ditadura", com lançamento de uma companha publicitária em defesa da democracia.

Conforme o relator deputado Wagner Neto, a proposta vai agilizar a tramitação de projetos na Justiça e garantir um melhor atendimento para a população em todo o Estado
[caption id="attachment_264195" align="alignnone" width="620"] Deputado Wagner Neto / Foto: Divulgação[/caption]
Em atendimento às orientações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou, em caráter definitivo, uma série de alterações em comarcas enviadas pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). As mudanças disciplinam os critérios para cargos, funções e unidades no âmbito do Poder Judiciário em todo o Estado.
Conforme o relator deputado Wagner Neto, a proposta vai agilizar a tramitação de projetos na Justiça e garantir um melhor atendimento para a população em todo o Estado. "Os deputados, cientes da importância desta proposta para toda a população, votaram em unanimidade pela aprovação”, explica.
Uma das mudanças é a promoção da comarca de Itapuranga de inicial para média, viabilizada graças a uma articulação do deputado Wagner Neto com o presidente da Alego, Lissauer Vieira, e o presidente do TJ-GO, desembargador Walter Carlos Lemes.
Além disso, o projeto estipula a transferência dos distritos judiciários de Morro Agudo da comarca de Rubiataba para a comarca de Itapuranga e de Heitoraí, da comarca de Itaberai para a comarca de Itapuranga. Também ocorrerá a transformação da Vara Regional de Execução Penal da Comarca de Luziânia em Vara de Família, Sucessões e Infância e Juventude da Comarca de Catalão.
Já o distrito judiciário de Santa Rosa será transferido da comarca de Taquaral de Goiás para Petrolina de Goiás. Apesar de possuírem a mesma distância, o trajeto entre Santa Rosa e Taquaral de Goiás não é asfaltado.
O texto será agora encaminhado para sanção do Governo de Goiás.

Heloísa de Carvalho detalha o que teve que fazer para descobrir a presença do ex-assessor em propriedade do advogado de Flávio e Jair Bolsonaro

Até que ponto as medidas que antes eram vistas como excepcionais e agora são consideradas essenciais integram o nosso cotidiano?
[caption id="attachment_262529" align="alignnone" width="620"] Sem máscara, um homem vende máscaras no Centro / Foto: Ton Paulo[/caption]
Galerias comerciais lotadas de famílias olhando capinhas para celular, bancas abarrotadas de goiabas graúdas e úmidas pelo borrifador do vendedor, gente indo para lá e para cá, comprando, conversando, parando, oferecendo produtos. O fervor do Centro de Goiânia carrega uma característica mistura de história e modernidade que dá à região um caráter único. Algo a se admirar sem nenhuma preocupação, se não fosse um porém: tudo isso, todo esse calor e movimento, ocorre em meio à pandemia de um vírus que só no Brasil já matou 50 mil pessoas até agora. Com a flexibilização, o goiano parece estar retomando sua rotina, mas nada tem sido como antes. Ele vive agora o chamado “novo normal”. Ou melhor: um normal não tão novo.
O primeiro decreto estadual que determinou a restrição do fluxo de pessoas e o fechamento do comércio, mantendo abertos apenas aqueles que exercem as chamadas atividades essenciais, foi publicado em meados de março. Depois dele, outros vieram em períodos quinzenais na intenção de moldar, tanto para a flexibilização quanto para o endurecimento, as normas inicialmente estabelecidas como forma de combater o novo coronavírus, causador da Covid-19.
Entretanto, desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 15 de abril, que Estados e municípios podem tomar as medidas que acharem necessárias para combater o novo coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições, a Prefeitura de Goiânia assumiu protagonismo no combate ao coronavírus na capital goiana. Na última semana, o prefeito Iris Rezende (MDB) tornou obrigatório o uso de máscara e, por decreto, determinou multa de R$ 627 para quem não usar a proteção em locais públicos da capital.
Iris também assinou o decreto que libera a reabertura de shoppings de Goiânia, galerias comerciais, varejistas, atacadistas e espaços onde atuam os profissionais liberais a partir do dia 22 de junho, segunda-feira. Além disso, o documento também libera a realização de celebrações religiosas duas vezes por semana. A decisão representou um alívio para os comerciantes afetados, contudo, uma série de medidas deverão vir acompanhadas da reabertura.
Uso contínuo de máscara em locais públicos, higienização constante das mãos, disponibilização de álcool em gel e limitação da entrada de pessoas nos estabelecimentos e distanciamento mínimo: esses são alguns dos quesitos que passaram a fazer parte do cotidiano não só dos goianos, mas de todos aqueles que são impelidos por suas necessidades a seguirem com suas vidas. Entretanto, até que ponto esse “novo normal” está sendo aderido? Até que ponto as medidas que antes eram vistas como excepcionais e agora são consideradas essenciais integram o nosso cotidiano?
Aglomerações e contato humano: nenhuma alteração no fuzuê central
No Centro de Goiânia, não são muitos os indícios que denotam adesão às medidas sanitárias contra o coronavírus. Pelo contrário: à primeira vista, é como se a pandemia do Sars-CoV-2 fosse algo agora restrito aos noticiários. Num trecho em que a Avenida Anhanguera encontra a Tocantins, próximo ao tradicional Teatro Goiânia – com seus quase 80 anos de história –, a existência de um vírus letal parece não incomodar tanto.
Pessoas, com e sem máscara, transitam sem parar entre vendedores ambulantes e compradores carregadores de sacolas. Sentado em um canto, um idoso com um colete amarelo onde se lê “Compra-se ouro” observa o vai e vem de gente. É Jose Armando Pinheiro, de 65 anos. José usa máscara, mas, segundo ele, não é um acessório confiável. “A gente tem que confiar em Deus”, diz.
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Há seis meses no Centro, José Armando conta que não viu o fluxo de pessoas ser interrompido na pandemia / Foto: Ton Paulo[/caption]
Ele conta que trabalha como comprador de ouro no Setor Central há cerca de seis meses. Nesse ínterim, mesmo com a pandemia do coronavírus, não viu diferença significativa no fluxo de transeuntes. “Nunca parou. Está cheio de manhã, quando chego, até o fim da tarde, quando eu vou embora”, relata. Ele é do grupo de risco, porém, a máscara parece ser o único cuidado que o idoso incorporou à rotina. “Eu não tenho problema com isso não. Abraço, pego na mão do pessoal do mesmo jeito. Aqui não tem como. Olha aí”, diz, enquanto aponta para os passantes, “não tem como não encostar, sabe. É assim, não tem jeito”.
Na mesma calçada em que José Armando está, um grupo de pessoas se aglomera ao redor de uma banca de meias e cuecas. Dentro de uma galeria comercial ali perto, mais aglomerações, desta vez em bancas de acessórios para celulares. A maioria usa máscara, mas mal sabem elas que o risco de contraírem Covid-19 está mais presente do que nunca.
De acordo com a médica infectologista Fernanda Pedrosa Torres, formada pela Universidade de São Paulo (USP), usar máscara e ficar em aglomerações é um esforço totalmente desperdiçado para se prevenir contra o coronavírus.
“O uso de máscara não garante 100% que as pessoas não sejam contaminadas. Quando se fala em infecção por coronavírus, ela ocorre por duas formas: por via respiratória e por contato direto com secreções, uma pessoa passa para outra ou uma toca numa superfície contaminada, por exemplo. Então, a partir do momento que você está aglomerando, favorece situações de contágio”, explica Fernanda.
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Para infectologista Fernanda Pedrosa, ninguém está totalmente seguro / Foto: Arquivo pessoal[/caption]
A infectologista, que integra o Gabinete de Crise – Covid-19, conta que superior à máscara de tecido, a máscara cirúrgica N95 “é mais eficaz, pois filtra as partículas”, mas mesmo assim não é uma proteção total. “E se uma pessoa não estiver usando a máscara e joga uma partícula no ar, a que está usando poderia se contaminar pela mucosa ocular”, complementa.
Frutas ao ar livre: sem grandes diferenças com supermercados
Típicas do Setor Central, as bancas de frutas continuam firmes e fortes no “novo normal”. Frutas de várias qualidades atraem compradores de diversas idades com vendedores que gritam na calçada, anunciando seu produto. Com a pandemia, as frutas expostas que sempre fizeram parte do cenário tradicional do Centro passaram a ser motivo de preocupação para alguns.
Porém, para a médica infectologista Juliana Dona, a preocupação não tem uma base sólida. Conforme a profissional, “as frutas expostas funcionam da mesma forma que as frutas e verduras do mercado, e a orientação é, como ninguém vai parar de consumir, ao comprar fazer a higienização adequada antes do consumo”.
“Quanto ao vendedor, eu acredito que, como a verdura não vem direto da fonte para o consumidor, ela passou por várias mãos. Não faria diferença ele cobrir [as frutas] nesse momento. O ideal é: se esse vendedor tiver condição de fazer uma higienização antes de vender, ótimo. Mas o principal é orientar o comprador que ao comprar aquela fruta higienize bem antes de consumir”, esclarece Juliana.
Fluxo nos comércios
Em frente a uma grande loja de roupas, uma fila de cinco ou seis pessoas se forma. Usando máscaras, elas aguardam a vez para adentrar o estabelecimento. O espaço entre elas é bem menos que um metro e parece não haver nenhum indicativo de incômodo em se segurarem ou se escorarem nas barreiras colocadas para indicar a orientação da fila.
Segundo o gerente da loja, que não quis se identificar, os devidos protocolos sanitários foram adotados para evitar a propagação do coronavírus. Um segurança, colocado na entrada, é o responsável por liberar quem entra. Apenas seis por vez. O gerente explica que a liberação está sendo feita apenas para clientes que desejam pagar uma fatura do cartão da loja ou que já encomendaram suas compras pelo Whatsapp.
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Apenas seis clientes de cada vez podem entrar nesta loja / Foto: Ton Paulo[/caption]
Ainda conforme o funcionário, álcool em gel foi disponibilizado para que os clientes possam higienizar as mãos antes de entrar na loja. E ele garante: sem máscara, não entra.
Para a infectologista Juliana Dona, a medida de limitação da entrada de clientes é adequada, uma vez que evita que se formem as aglomerações, prato cheio para a circulação do coronavírus. “Com certeza é uma medida eficaz, justamente porque evita aglomerações, evita contato próximo e proliferação de partículas virais”, pontua a médica.
O “novo normal”
O engajamento no combate ao coronavírus é variável. Enquanto uns chegam a negar que o vírus exista, os famosos negacionistas, outros consideram que sair de casa é assinar uma sentença de morte. Já outros tentam retomar suas rotinas dentro do que elas veem como o “novo normal”, que é a adesão às medidas de prevenção contra o vírus e o policiamento constante.
Para a infectologista Fernanda Pedrosa, um retorno ao que ela chama de “normal normal” seria somente viável com aplicação de “alguma estratégia efetiva de imunidade”. “Seria realmente no contexto da vacina, porque a gente tem duas possibilidades de parar uma doença: toda vez que tem uma pessoa com uma infeção, em geral todas as pessoas expostas a ela têm risco de pegar, a não ser que as pessoas tenham imunidade, que pode ser adquirida por uma exposição prévia, ou por conta da vacina”, avalia.
Entretanto, mesmo com o surgimento de uma vacina que possa colocar fim ao temor que tomou conta da população nos últimos meses, vestígios do novo cotidiano das pessoas, criado justamente pelo coronavírus, podem perdurar por um longo tempo. Juliana Dona é partidária de que os protocolos que passaram a ser praticados pelos brasileiros estão longe de serem extintos.
“Esse novo normal deve se estender até que surja uma vacina, e eu acredito que culturalmente isso vai ser adaptado na vida diária das pessoas também. Talvez não tão restrito quanto as indicações atuais, mas acredito que as pessoas vão aprender a ter um pouco mais de privacidade e higiene. Acho que pelo menos uma lembrança vai ficar na nossa cultura”, arremata.

Segundo o auditor e consultor contábil Cássius Pimenta, mesmo que seja necessário o auxílio de um contator, é possível acertar as contas com o leão sem sair de casa
[caption id="attachment_261024" align="alignnone" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
Mesmo com o prazo prorrogado até o dia 30 de julho devido à pandemia do coronavírus, muita gente em Goiás, ao que tudo indica, optou deixar para a última hora para poder enviar a declaração do Imposto de Renda ano base 2019. Este ano, a Receita Federal espera receber um milhão de declarações. Porém, desse número, cerca de 600 mil goianos acertaram as contas com o leão.
Para declarar IR, o cidadão deve ter tido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2019, quem recebeu rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40 mil no ano passado e quem obteve, em qualquer mês de 2019, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas. Alguns produtores rurais também precisam enviar a declaração.
Segundo o auditor e consultor contábil Cássius Pimenta, mesmo que seja necessário o auxílio de um contator, é possível acertar as contas com o leão sem sair de casa. Basta enviar cópias ou imagens dos documentos aos profissionais pelos meios virtuais, como e-mail ou redes sociais. A declaração também pode ser feita sozinho.
Ainda conforme o auditor, é possível também importar dados da declaração feita em 2019. A novidade deste ano é a declaração pré-preenchida para quem tem certificado digital. Cássius explica que ela será feita de forma automática pelo programa com base nos dados que a Receita tem sobre o contribuinte. Caso discorde das informações, ele poderá fazer a alteração manualmente no documento.
Multa para os atrasados
O auditor alerta que quem perder a data terá que pagar, no mínimo, R$ 165,74, pelo atraso. O valor máximo corresponde a 20% do imposto devido. De acordo com ele, pode não haver prorrogação no prazo. Vale lembrar que quem enviar a declaração já no início do prazo tem a vantagem de receber a restituição do Imposto de Renda mais cedo. Idosos, portadores de doenças graves e deficientes físicos ou mentais têm prioridade na fila de pagamento. A outra novidade deste ano é a antecipação de pagamento dos lotes de restituição. Até o ano passado, a liberação era feita a partir do dia 15 de junho e se repetia sempre no dia 15 de cada mês até dezembro. O número de lotes também caiu de sete para cinco. As datas de restituição do IR 2020 ficaram assim: • 1º lote: 29 de maio 2020 • 2º lote: 30 de junho 2020 • 3º lote: 31 de julho 2020 • 4º lote: 31 de agosto 2020 • 5º lote: 30 de setembro 2020
Para aqueles que não dão o devido tratamento às enfermidades pré-existentes, a evolução da doença causada pelo coronavírus pode ser ainda pior

Com uma queda expressiva no faturamento e dificuldade de acesso às linhas de crédito prometidas, pequenos empresários padecem com a pandemia