Por Redação

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[caption id="attachment_35999" align="aligncenter" width="620"] Imagem do painel durante o Festival Bananada | Foto: Marcello Dantas / Jornal Opção[/caption]
Laila Loddi
Especial para o Jornal Opção
As questões levantadas a partir da intervenção em edifício do conjunto arquitetônico do Centro Cultural Oscar Niemeyer nos levam a um debate importante e desafiador de limites, posto que não há consenso quando se trata de arte, arquitetura, cultura, cidade. Nossa experiência é um limite, que toca em outros limites e compreensões de mundo, o que faz da vida urbana este saboroso ou indigesto desafio de alteridade.
A polêmica instalação do coloridíssimo painel em alvíssima arquitetura “moderna” (a obra é de 2006) causa uma série de estranhamentos e questionamentos, tanto de arquitetos e arquitetas que se colocam em defesa do patrimônio moderno, quanto de artistas que defendem a permanência da obra, além da comunidade que questiona o centro cultural em si: distante; de difícil acesso; entregue há quase dez anos mas ainda não oferecendo todas as atividades a que estava destinado -- como a biblioteca que deveria funcionar no edifício onde se encontra (hoje, não sabemos até quando) o dito painel.
O fato é que o CCON é um espaço que vem se tornando lugar –- ocupado, transformado, vivo -– por conta de ações efêmeras como feiras de artesanato, pistas de skate e festivais de música. E foi um grande festival de música que nos apresentou o painel, proporcionando apropriação do centro cultural, tema tão caro aos gestores em geral e fato que seria amplamente aprovado se o edifício em questão não fosse assinado por Oscar Niemeyer -- talvez este, arrisco dizer, o ponto detonador de tamanha polêmica. Sim, porque em se tratando de patrimônio arquitetônico, a cidade deixa muito a desejar abandonando edifícios como a Estação Ferroviária ou permitindo alterações questionáveis como no Grande Hotel, para citar alguns exemplos.
Circularam nas redes sociais nesta semana críticas à intervenção na obra projetada por Niemeyer, e defesas a intenções de projeto e direitos autorais. A constituição de um acervo de Arquitetura Moderna Brasileira como patrimônio a ser protegido é fato inegável e digno de conhecimento pela sociedade, compreendendo aqui patrimônio como importante aspecto da identidade cultural. Vinculados a universidades, institutos de pesquisa, órgãos de preservação ou ao exercício profissional, pesquisadores vem debatendo a difusão e reconhecimento da herança moderna; a conservação de edifícios e conjuntos e a reflexão sobre a reutilização e intervenção sobre essa produção.
É importante dizer que este debate provoca um diálogo entre os pressupostos modernos com os anseios contemporâneos, observando que o ideário moderno não tinha como objetivo perpetuar-se intocável, mas ser flexível para adequar-se aos novos tempos sem perder suas qualidades.
Falando a partir do lugar de quem defende a apropriação e ativação dos espaços públicos e culturais da cidade, percebo que uma das qualidades mais emblemáticas da obra de Niemeyer -- para além da unidade formal; da monumentalidade escultural; de planta e fachada livres; etc., etc. -– é a natureza convidativa de seus projetos, de caráter efetivamente público e social; generosamente amplos, abertos, simbolicamente espaçosos: a esplanada que se abre ao pleno exercício da cidadania.
As utopias fazem parte da obra que nos deixou este grande arquiteto, merecedor da nossa admiração, especialmente pelo aspecto inovador de sua obra e pelo discurso desejante de participação popular nas esferas da política, da arte e da vida - declarando inclusive que a arquitetura não importa, o que importa é a vida. Embarcando nos desejos utópicos do arquiteto, me ponho a imaginar se não seria digno de sua aprovação uma intervenção do porte do painel executado pelos artistas goianos Bicicleta Sem Freio e Mateus Dutra, deflagrado a partir da apropriação de um espaço, de certa forma árido e inconcluso, por uma grande quantidade de jovens coloridos, tatuados, barulhentos e cheios de energia.
Imaginemos também a possibilidade potente da diluição deste sujeito-autor da arquitetura, compreendendo a arquitetura como uma arte não apenas fruto de um desenho autoral, mas concretizada na medida em que é ocupada pelo usuário, que lhe dá sentido e significado. O usuário seria, a partir desta perspectiva, participante da obra arquitetônica, já que interfere e é interferido por ela.
O evanescimento do autor nas artes visuais já é debatido há no mínimo 50 anos, nas proposições de ativa participação do público. Entretanto, nos meandros da arquitetura a possibilidade do apagamento do protagonismo da figura do autor ainda causa desconforto. A obra de arquitetura ainda é tida -- na maioria das vezes e inclusive no meio acadêmico -- como “cria” de um criador, e desta forma seria intocável, inalterável, imaculável.
Acredito que esta é uma grande oportunidade para pensarmos na possibilidade de um novo olhar sobre o exercício da arquitetura, dialogando com outras formas de expressão como a arte urbana e a cultura popular, liberando brechas para interferências por parte de quem produz, ativa e afeta o espaço.
O arquiteto seria, desta forma, um estimulador de processos de apropriação; não apenas um escultor determinista de formas para serem vistas, mas um produtor de espaços para serem habitados com todos os sentidos. O momento é oportuno também para debatermos as inquietações em torno dos espaços públicos culturais locais: de que forma são geridos, acessados, apropriados? E ainda, os artistas ilustradores nos trouxeram uma ótima chance de sentir e pensar a alteridade urbana através da arte, uma vez que precisamos menos de verdades absolutas sobre o que é arte e mais de exercícios de coexistência pacífica, de reciprocidade e de colaboração.
Isso os meninos dos festivais de rock nos ensinam sem saber.
Laila Loddi é professora, artista e arquiteta.

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