Por Redação

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Para além de sua grande envergadura intelectual, Candido foi uma figura inspiradora, capaz de despertar em muitos (ou confirmar) o amor pela literatura
[caption id="attachment_94471" align="aligncenter" width="620"] Antonio Candido de Mello e Souza (1918-2017)[/caption]
Emmanuel Santiago
Especial para o Jornal Opção
Na sexta-feira, 12, morreu, aos 98 anos, Antonio Candido — o maior crítico literário que o Brasil já teve (ou, no mínimo, o mais influente). Quase não há um grande clássico da literatura brasileira sobre o qual ele não tenha escrito uma ou duas observações relevantes, quando não textos indispensáveis. Candido, praticamente, colocou de pé a crítica acadêmica brasileira. Basta passar os olhos pela extensa lista de seus orientandos e dos que por estes foram orientados.
Formação da literatura brasileira (1959), que, durante décadas, esteve no centro de um intenso debate e ainda hoje suscita algumas controvérsias, é um marco fundamental de nossa historiografia literária, uma referência incontornável, como até mesmo seus detratores são obrigados a reconhecer. A obra alia vasta erudição, fina sensibilidade estética e um esforço teórico até então inédito em nossos estudos literários. Trata-se de uma leitura obrigatória para todo aquele que deseja compreender o papel da literatura em nosso processo de formação histórica, servindo de complemento a estudos seminais como Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, e Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Júnior. Basicamente, a obra descreve o surgimento de uma consciência nacional em nossa literatura, levando em conta as circunstâncias sociais e culturais que permitiram o desenvolvimento desta, tudo acompanhado de inúmeros comentários reveladores sobre os autores e os textos elencados. Vários insights de Candido no Formação... já serviram de gatilho para dissertações de mestrado e teses de doutorado Brasil afora.
Outro texto fundamental do autor é o ensaio “Dialética da malandragem” (1970), sobre o romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Nele, a teoria literária feita no Brasil atinge, finalmente, sua maturidade. Além de analisar com precisão a estrutura do romance, jogar luz sobre seus aspectos mais relevantes e descrever a dinâmica social da cidade do Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XIX (desenvolvendo uma tese que encontraria larga acolhida entre historiadores e sociólogos), o ensaio apresenta uma reflexão teórico-metodológica sobre a complexa mediação entre o texto literário e seu contexto histórico-social, suplantando de vez a noção obsoleta da literatura como mero reflexo da sociedade. Em minha modesta opinião, neste trabalho concentram-se as maiores qualidades intelectuais de Antonio Candido.
Dono de uma prosa sempre elegante e cristalina, acessível até mesmo aos leitores não especializados, Candido era sociólogo de formação e sua tese de doutorado, Parceiros do Rio Bonito (1954) — que estuda o estilo de vida tradicional do caipira do interior de São Paulo — exerceu e ainda exerce enorme influência sobre nossas Ciências Sociais. Merece destaque, também, sua atuação na imprensa, tendo sido o primeiro a reconhecer o valor de Clarice Lispector, quando esta publicava ainda seu primeiro romance, Perto do coração selvagem (1943), com 17 anos de idade, além de ter criado o Suplemento Literário d’O Estado de São Paulo, em 1956, que serviria de modelo para o jornalismo cultural praticado em todo o Brasil nas décadas seguintes.
Para além de sua grande envergadura intelectual, Candido, conforme o testemunho dos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo, foi uma figura inspiradora, capaz de despertar em muitos (ou confirmar) o amor pela literatura. Como figura pública, Antonio Candido exerceu ativa militância política de esquerda e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Era, acima de tudo, um humanista, comprometido com a criação de um modelo de cidadania mais abrangente, que abarcasse aqueles indivíduos historicamente excluídos de nosso processo civilizatório. Acreditava na literatura como direito universal e em seu poder como agente humanizador, como se verifica nos textos de duas conferências suas, “A literatura e a formação do homem” (1972) e “O direito à literatura” (1988). Nesta última, encontramos:
Entendo aqui por humanização (já que tenho falado tanto nela) o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos como essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante.Enfim, 98 anos é uma jornada longa. Longuíssima, aliás. Não há, portanto, o que lamentar, mas apenas o que celebrar: a obra e o exemplo de Antonio Candido. Emmanuel Santiago é poeta, tradutor e professor de literatura.

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Na quinta e na sexta-feira da próxima semana, dias 18 e 19 de maio, o Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG), localizado no Setor Universitário, será palco do espetáculo de dança “Mulheres de Linhas”, com Maria Fernanda Miranda e Tainá Barreto. A direção cênica estará a cargo de Renata Lima. Em ambos os dias, a apresentação começará às 20h. Para a entrada será cobrado apenas 1 Kg de alimento não perecível. “Mulheres de Linhas” é fruto de uma pesquisa desenvolvida por Maria Fernanda Miranda sobre a relação da arte da dança com as relações socioambientais, com foco no bioma cerrado. Estas pesquisas foram feitas em treze comunidades da região do Vale do Rio Urucuia, no estado de Minas Gerais (MG). Miranda acompanhou e interagiu por cerca de 10 meses com as mulheres artesãs da região – tecelãs, bordadeiras e fiandeiras –, praticando todas essas artes e buscando observar o laço inextricável entre elas e outras práticas culturais, como a “cantoria”, que é entoada pelas artesãs enquanto fiam e bordam, bem como com a própria paisagem do cerrado. Este período de imersão nessas comunidades proporcionou a Miranda o desenvolvimento de sua dissertação de mestrado, junto ao Programa de Pós Graduação em Artes de Cena, da Universidade de Campinas (SP) – Unicamp. O espetáculo montado com direção de Renata Lima tem apoio institucional da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Instituto Federal Campos Aparecida de Goiânia.
Serviço
Mulheres de Linhas Dias: 18 e 19 de maio Horários: 20h Direção: Renata Lima Local: Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG) Ingresso: 1Kg de alimento não perecível.
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