Por Redação

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O filme estreou dia 2 de junho e trouxe para as telonas tudo o que a personagem representa: coragem, força, justiça e amor. O primeiro longa da princesa das Amazonas, Diana de Themyscira, chegou as salas de cinema 75 anos após sua criação
[caption id="attachment_97123" align="aligncenter" width="620"] Gal Gadot interpreta a "Mulher Maravilha" no cinema[/caption]
Ana Amélia Ribeiro
Especial para o Jornal Opção
Antes de chegarmos à crítica do filme de fato, vamos fazer uma parada sobre conceitos de representatividade e feminismo dentro da cultura pop. Sim, é necessário. E, se você tem repulsa a esses temas sugiro que vá direto para a parte: “Coragem, força, justiça e amor”. Em tempos de “intolerância ideológica” é necessário deixar claro que este não é um texto doutrinário, é apenas esclarecimentos de pontos importantes de discussão que o filme da “Mulher-Maravilha” traz.
Representatividade feminina nas histórias em quadrinhos
A primeira edição da história da Mulher-Maravilha saiu em dezembro de 1941, foi um sucesso de público, alcançando cerca de 10 milhões de leitores em apenas três anos de publicação. Criada pelo o psicólogo norte-americano William Marston, a origem da personagem é subversiva e empolgante. Marston, era polígamo e se inspirou na personalidade e aparência de suas duas esposas, Elizabeth Holloway Marston e Olive Byrne, para criar a Mulher-Maravilha. Existe várias evidencias de que Marston acrescentou elementos da sua vida pessoal na construção da personagem, por exemplo, ele é o inventor do teste de pressão sanguínea sistólica, elemento fundamental no funcionamento do polígrafo ou mais conhecido como: “detector de mentiras”, então a partir de sua invenção ele deu a princesa das Amazonas o “Laço da Verdade”, como uma de suas armas. Além da inspiração vinda do poligrafo, o laço também representa outro interesse do autor, o bondage. Outro fetiche de Marston são os braceletes utilizado pela personagem, como ele era polígamo e não podia usar aliança, já que a poligamia não é permitida nos Estados Unidos, o autor deu a suas esposas braceletes para representar a união deles. Marston decidiu criar um super-herói, logo após publicar um artigo sobre o potencial educacional das histórias em quadrinhos, o autor ressaltou que sua prioridade na hora de criar essa personagem seria que ela utilizasse o amor para resolver os problemas, não só o punho e força bruta. Então sua esposa Elizabeth o aconselhou a criar uma personagem que fosse mulher. Logo Marston decidiu que a sua personagem teria a aparência e beleza da sua esposa Olive, e a personalidade e ideologia feminista da sua esposa Elizabeth. De acordo com uma publicação do autor em 1943, as garotas da época não se sentiam representadas na literatura de um modo geral, segundo Marston “nem as garotas querem ser garotas, uma vez que o arquétipo de representação feminina é de ausência de força e poder”. Portanto com base nessa afirmação, o autor decidiu criar a Mulher-Maravilha como uma personagem forte, feminina e feminista. Mas, é claro, que nem sempre a princesa das Amazonas foi representada dessa forma, como uma personagem feminina e forte como foi concebida, a história da Mulher-Maravilha passou por altos e baixos, após a morte de seu criador William Marston em 1947. Ela passou por diversos autores e teve diferentes abordagens ela foi desde secretária da primeira formação da Liga da Justiça, até uma espiã fashionista dona de boutique. Até os anos 80 a história da personagem era inconstante, foi quando o desenhista e roteirista George Perez assumiu o comando das publicações da Mulher-Maravilha e além de voltar a essência da personagem, ele aprofundou o arco da mitologia grega nas HQs da personagem. Bruce Timm no início dos anos 2000 reforçou o discurso feminista da personagem na animação da Liga da Justiça Sem Limites. E recentemente em Rebirth, Greg Rucka criou o Ano 1 da personagem adicionando novos elementos na mitologia da personagem. Mulher-Maravilha, apesar de ter todo esse histórico só foi ganhar um filme solo de origem agora em 2017, setenta e cinco anos depois da sua criação. Enquanto personagens como o Batman têm 9 filmes, e Superman têm 7 – contando com Batman vs Superman, esse filme apesar de ter a aparição da Mulher-Maravilha não conta como um filme dela, porque se somar todas as vezes que ela surge na tela não dá nem 20 minutos de cena, em um longa que têm mais de duas horas de duração. Existiam rumores de projetos sobre filmes da personagem desde 1996, mas que nunca saíram do papel. Pois havia uma “crença” em Hollywood que ninguém queria e/ou se interessava em assistir filmes de heroínas nos cinemas, e os grandes responsáveis pela perpetuação dessa ideia foram os filmes da Elektra (Marvel) e Mulher-Gato (DC) ambos grandes fracassos de público e crítica. O grande problema desses longas é a má construção das personagens femininas somadas a péssima elaboração roteiro, além de grandes problemas de direção. Além de serem hipersexualizadas, nonsenses, sem pé e nem cabeça. É obvio que esses filmes seriam grandes fracassos, nenhuma garota se sentiu representada neles, e esse é um grande problema na indústria de longas de histórias em quadrinhos e que vem desde suas criações editoriais. Falta representatividade, e isso tem mudado aos poucos. Os arquétipos de construção de personagens femininas - e masculinas também - sempre foram de figuras idealizadas de: corpo, situação financeira e orientação sexual. Os corpos - A maioria são hirpersexualizados com um padrão de “corpo ideal”; as personagens femininas são cheias de curvas, cintura fina, pernas bem torneadas, bumbum e peito avantajados, usando uniformes que não cobrem todo o corpo, com decotes, tomara que caia, salto alto e meia arrastão. No geral são uniformes bem fetichistas. Os personagens masculinos são halterofilistas, e usam uniformes de lycra que marcam todos os seus músculos, e cobrem todo o seu corpo. A grande maioria desses personagens são brancos. Situação financeira – boa parte são de classe média, também há os milionários, quanto as questões ideológicas existem de todas as vertentes há personagens liberais, esquerdistas, capitalistas. Mas quando se trata de vilões grande parte são nazistas, e recentemente tem colocado seguidores de religiões muçulmanas como antagonistas também. Orientação sexual – a grande maioria dos personagens são héteros, e quando são retratados como LGBTTQ são secundários, ou são de Terras diferentes, que não envolve o arco principal da personagem. Recentemente foi confirmado que a Mulher-Maravilha é bissexual, mas não era necessário confirmar, o que era obvio. Gente, as amazonas estão há mais de 100 anos em Themyscira, uma ilha escondida e isolada do mundo dos homens, é mais do que evidente que em determinado momento elas iriam se relacionar. Mas, é claro que essa história deu a maior polêmica, e começou as acusações da DC ter “comprado a ideia da agenda gay”. Mas, deixa eu contar uma novidade para vocês: mulheres também sente desejos sexuais, eu sei que parece difícil de acreditar nisso, mas não há nada de profano em mulheres sentir tesão, aliás parem de nos colocar em um altar santificado. Sabe aquele papo que vocês homens soltam de vez em quando: “nós homens temos as nossas necessidades”... Pois é, nós mulheres também temos, e isso não nos faz nem mais, nem menos santa, nem mais, nem menos “vadias”, isso só nos faz uma única coisa: mulher. E se mesmo com essa explicação, você ainda faz parte do coro dos que gritam que isso não é natural, deixe-me lembrar a vocês que nós estamos falando da história de uma mulher que foi moldada com um monte de lama, que ganhou a vida depois que os deuses do panteão do Olimpo deram a ela características especificas, e Zeus soltou um raio no monte de barro. Se é para debater sobre naturalidade, vamos falar da falta de coerência anatômica que algumas personagens femininas são retratadas nas histórias. Às vezes, parece que elas nem têm coluna vertebral, só para ter um close das partes íntimas durante as cenas de brigas. As formas exageradas e os enquadramentos absurdos nos quais as personagens femininas são apresentadas nas HQs geraram ações de contestação como a “Iniciativa Gavião Arqueiro”, na qual artistas desenham o personagem masculinos reproduzindo as poses das personagens femininas. A “Iniciativa” tem, entre outros, o objetivo de deixar claro a desigualdade na representação de gênero e a exploração comercial da hipersexualidade feminina. [caption id="attachment_97122" align="aligncenter" width="620"]


Coragem, força, justiça e amor
Vou começar essa crítica reforçando o coro que diz: o melhor filme de histórias em quadrinhos de todos os tempos. É claro que o longa apresenta alguns erros, mas a mensagem é objetiva, bem trabalhada e o filme entrega absolutamente tudo o que promete: diversão, ação, romance e claro fanservice. O enredo do longa tem como base Diana Prince relembrando suas origens depois que recebeu de presente a foto dela junto com o grupo que ela lutou durante a Primeira Guerra Mundial. Então o roteiro é basicamente ela revivendo desde seu nascimento, na mitológica ilha de Themyscira, passando por seu amadurecimento como guerreira e, posteriormente como mulher e heroína. E todos esses momentos foram retratados com delicadeza, e profundidade que só a Patty Jenkins como diretora poderia levar às telonas. O filme, além de contar a origem da personagem, também aborda a toda a origem da mitologia das Amazonas e porque elas foram parar em Themyscira. Diana desde criança demonstra o grande desejo de treinar como as fortes guerreiras mesmo contra a vontade da mãe, Rainha Hipólita interpretada sabiamente por Connie Nielsen. Com determinação a grande determinação e curiosidade ela tem, ela acaba driblando as barreiras impostas pela Rainha e aprende tudo com a tia, Antíope, vivida pela atriz Robin Wright que, como todo mundo já disse, está magnifica, estupenda, esplêndida, maravilhosa, TOP, não existe adjetivos suficientes para descrever a Robin neste papel. Hipólita acaba descobrindo que a filha treina em segredo com a sua General, então ela ordena que Antíope a treine mais forte do que qualquer outra guerreira que ela já tenha treinado, e que consequentemente isso faça com que Diana se torne a melhor lutadora da ilha, tendo que aprender a ser melhor que a própria tia. Diana não sabe exatamente quem ela é, existe muito mistério envolvendo sua origem, sua mãe Hipólita quer protege-la a todo custo, enquanto sua tia Antíope quer prepara-la para o futuro. E no final das contas Diana não tem nem ideia de qual é o seu destino no mundo, então ela segue seu coração, tenta fazer tudo aquilo que lhe parece certo e justo dentro dos preceitos e da moral que aprendeu com as guerreiras Amazonas. Então em um desses momentos de conflitos de querer saber quem ela realmente é, e saber até onde vai seus potenciais ela acaba salvando o piloto Steve Trevor (Chris Pine), que fugia dos inimigos alemães e foi parar por acidente em Themyscira, então acontece a primeira cena de batalha do filme, que te empolga, deixa arrepiado, e faz com que você chore. Após a batalha e do interrogatório do Steve, Diana decide acompanhá-lo ao mundo dos homens para lutar na Primeira Guerra Mundial – uma das únicas mudanças na origem das HQs, que se passa na Segunda Guerra – e salvar o mundo da ameaça do deus da guerra Ares. Nesse momento Diana demonstra que tem muito coração, tanto quanto tem garra e coragem. Ela enfrenta a própria mãe, e parte em busca de superar os desafios e conhecer sua verdadeira essência, mesmo quando duvida de si e da humanidade ao longo do filme, ela sempre encontra na coragem a força para conquistar a justiça através do amor. Gal Gadot consegue caminhar muito bem nas nuances de conflitos existenciais da personagem, e também no timing de comédia, nos momentos em que são exigidos. Uma das melhores piadas do filme acontece enquanto Diana e Steve estão em Themyscira, e enquanto viajam em direção a Londres. Chegando ao seu destino a Mulher-Maravilha se depara com uma cidade cinza, triste, castigada pela guerra. O filme se passa em 1918, e coma a chegada de Diana no velho mundo, nos deparamos com situações históricas que aconteceram na época. Durante a conversa da princesa das Amazonas, com a personagem a Etta James (Lucy Davis) ela questiona como as mulheres são capazes de lutar usando aquelas roupas, então Etta explica que as mulheres não se envolvem muito em brigas, a menos que seja para conquistar seus direitos ao voto, ficou subentendido, mas ela estava falando do movimento sufragista que nesse ano conquistou o direito ao voto feminino em Londres. Outro momento em que falam do papel da mulher no contexto da época é quando Diana entra na sala durante o conselho de guerra e os generais questiona o que ela faz lá, e que naquele espaço ela não tem “local de fala”. Outra cena importante é quando antes dela começar a traduzir os manuscritos da Doutora Veneno, um dos generais a menospreza por ser mulher. Logo depois de fazer a leitura dos escritos, os “senhores da guerra” decidem não fazer nada, então Diana basicamente diz a eles que se fossem tão corajosos quanto as mulheres de Themyscira eles estariam no fronte defendendo os indefesos, e não acovardados atrás de suas mesas e burocracias. Outro momento importante do filme é a cena de “Lugar Nenhum”, é um momento muito importante para trama, pois se trata do despertar da Mulher-Maravilha. É crucial para o desenvolvimento da Diana, enquanto super-heroína, além de passar a mensagem do feminismo com maior sutileza que é durante a cena da batalha, onde todos trabalham em equipe em mesma condição de igualdade para vencer o inimigo, e no ápice da cena quando chega a batalha na igreja quando seus companheiros de batalha se juntam, para impulsionar a Mulher-Maravilha a chegar até o topo para derrubar o inimigo é aí que está o discurso feminista do filme: quando se luta com determinação, companheirismo e todos se unem em prol de um único objetivo sem se julgar melhor ou superior aos demais você consegue vencer distancias. É nessa cena que eu encerro esta crítica, pois nada que eu diga a partir daqui fará justiça a grandiosidade do filme. Sobre as falhas no roteiro duas coisas que incomodam um pouco, primeiro é o fato de deixarem subentendido o romance entre Menalipe, a amazona vivida por Lisa Loven Kongsli, com Antíope, eles deveriam ter abordado as personagens como um casal de maneira mais aberta, traria mais representatividade ao filme. E o segundo é a cena do diálogo com o vilão do filme é um pouco parada, e tem um corte de cena bem forçado para que ela vá até telhado buscar sua espada antes de continuar dando segmento a sequência. Quanto aos fanservices tudo foi feito dentro da medida certa, a forma como a origem da personagem foi retratada, a cena de alivio cômico sobre “o que é uma secretária”, fazendo uma alusão a época que nos quadrinhos ela foi secretária da Liga da Justiça. O fato do amor está sempre presente no discurso da Mulher-Maravilha, reforçando a essência em que William Marston concebeu a personagem. Além é claro da cena do sorvete, que aconteceu nas HQs e na animação da Liga da Justiça – Guerra. O filme se desenvolve tão bem, que você consegue perceber quando são as referências da diretora Patty Jenkis e quando são as intervenções do Zack Snyder e do Geoff Johns, e isso faz o filme mais incrível ainda. Se o Batman é o herói que Gotham precisa, Mulher-Maravilha é a heroína que o mundo precisa, e demorou para que o “mundo” reconhecesse isso, porém como dizia o velho ditado: antes tarde, do que nunca. Que venha a Liga da Justiça! Ana Amélia Ribeiro é jornalista e fã incondicional de quadrinhos. DCnauta, Marvete e muito apaixonada pela Turma da Mônica.
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