Por Redação

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Deputado federal irá tratar sobre o assunto com presidente nacional do Partido, Renata Abreu, nesta quarta-feira, 30

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“Repare nas microexpressões deles, os dois sorrindo após o tapa. Depois, entrou o ator Will Smith em cena. Qualquer pessoa que leva um tapa reagiria”

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“Quando eu fosse grande o suficiente, quando eu fosse forte o suficiente, quando eu não fosse mais um covarde, eu iria matá-lo”

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escrito por Talissa Teixeira Coelho

No meio do caminho para casa tinha um bar. Tinha um bar no meio do caminho. Anos atrás ele era frequentado somente por homens. Desde o início do bairro o bar já existia. Lembro que quando era criança, via meu padrinho de longe, sempre parado ali no fim da tarde. Eu pedia a benção e ele me dava balinhas de 2 centavos. No bar não havia mulheres, ao menos mulheres consideradas pela sociedade. A Pagu sempre parava ali, ria alto e detonava vários homens na dose de pinga. Não havia homem páreo para ela, sempre que apostava vencia.
Tira gosto eram miúdos e alguns caldos quando o dono fazia. De resto, os homens iam para beber pinga e cerveja, sempre após o expediente do trabalho. Naquela época não tinha asfalto e o bar ficava de baixo de um pé de Pau-Brasil. Com o tempo, o bairro foi ganhando forma e o bar também foi mudando. Os clientes não eram os mesmos velhos de sempre, mas os seus filhos e netos. Uma mesa de sinuca foi instalada e o cheiro de churrasquinho tomava conta do lugar. Mulheres começaram a frequentar o local, e hoje mesmo que incomode alguns homens, elas estão ali bebendo de igual para igual.
Nunca imaginei que um dia me sentaria em uma daquelas mesas para beber uma cerveja. Hoje bebo (e nem lembro quando isso começou) e observo quem passa. Me imponho quando algum cara inconveniente ainda questiona a minha presença no local. Ou eu só acho que questiona, pode ser que nem tenham me notado. Por morar no bairro há anos, conheço todo mundo. Mas é diferente quando estão no bar. Como se algumas pessoas ganhassem outros contornos, contornos que as vezes não condiz com as aparências.
O bar se modernizou essa semana, mas ainda separa bem a periferia do resto. Só bebe no local quem cresceu ali. Não vem gente de fora para ver algum artista cantar. Se você quer uma bebida chega no balcão e pede. Se quer um cigarro e só falar: “Me dá um cigarro”. Se você quer um show, basta aguardar que logo alguém aparece com um violão ou com uma caixinha de som. É uma geração de pessoas que não tem nada em comum. Continuam no bairro porque não têm condições de sair. Se reúnem ali, em torno da bebida e do pouco lazer que podem pagar. Sempre deglutindo o que a sociedade pode oferecer e transformando em sobrevivência. O bar é uma espécie de ritual onde nos servimos não só de bebidas e tira gosto. É como uma eucaristia, onde nutrimos nossa alma para aturar mais um dia de estudo ou de trabalho exaustivo. Fico feliz que hoje esse ritual possa pertencer também as mulheres, e que Mário esteja conosco e não guardado em algum armário.

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Se você for homem, mulher ou de outra identidade de gênero, leia o livro da escritora francesa. Não se envergonhe de gostar do que a polêmica autora diz
Candice Marques de Lima
Especial para o Jornal Opção

“Não há nada pior do que um mulher julgada por homens. Todos os golpes são permitidos, a começar pelos mais sujos.” — Virginie Despentes, “Teoria King Kong”Virginie Despentes, autora francesa, parece ser pouco conhecida no Brasil. Numa rápida pesquisa por alguns jornais diários de circulação nacional não é fácil de encontrar matérias a seu respeito. Quando falo com algumas/alguns amigas/os a respeito dela, já vou logo dizendo: “É a ex-companheira de Paul Preciado”. Aí me respondem: “Ah sim, sei quem ele é.” Embora Paul Preciado seja um homem trans, faz toda a diferença ser homem. E por que estou dizendo isso? Porque Virginie Despentes trata a esse respeito. Em seu livro “Teoria King Kong” (Editora n-1, 125 páginas, tradução de Marcia Bechara) — nome bastante inusitado para um livro de ensaios autobiográficos, Virginie Despentes narra cenas de sua vida —, acontecimentos trágicos, como o estupro que sofreu, ou vivências que teve — se prostituir, e a partir disso escreve ensaios sobre a condição da mulher na sociedade e as relações — sempre desiguais, entre elas e os homens. Longe de buscar uma solução para esses conflitos, Despentes fala deles por meio de sua escrita. Uma escrita fluente e sem moralismos. O sexo e o desejo não são tratados como algo errado. Ademais, a autora não expõe a mulher como um ser que é uma vítima objetificada pelos homens. Ame-a ou a odeie, ela não pede a complacência de ninguém. Ela quer, por meio de suas experiências, escrever sobre o que passou e teorizar sobre isso.



