Por Gyovana Carneiro

Encontramos 147 resultados
A origem do carnaval

A pioneira marchinha de carnaval brasileira foi composta durante ensaio do cordão Rosa de Ouro, em fevereiro de 1899

Mozart: “Sua música e sua linguagem não querem significar nada além do que a si próprias”

Mozart começou a tocar instrumentos de tecla aos três anos de idade e compor aos cinco. Antes mesmo de completar seis anos, seu pai, também músico, o levou em turnês de enorme sucesso pela Europa

Waldir Azevedo: os 100 anos do mestre do cavaquinho

Há consenso entre os músicos: “Existe um cavaquinho antes de Waldir Azevedo e pós-Waldir Azevedo”

Schoenberg: “Scriabin é um dos mais originais e revolucionários compositores”

Scriabin desenvolveu, como compositor, uma linguagem musical altamente atonal que pode, atualmente, ser comparada com composições dodecafônicas e serealistas

O balé “O Quebra Nozes”.
O balé “Quebra Nozes”: um sucesso tardio para Pyotr Ilyich Tchaikovsky

Quando o balé estreou em 18 de dezembro de 1892, no Teatro Mariinsky de São Petersburgo, os russos, tanto críticos especializados como o público em geral, não gostou do que viu

O Brasil se despede de um dos maiores nomes da criação musical: Edino Krieger

Partiu na ultima terça-feira (06/12) um dos maiores nomes da vanguarda da música de concerto no Brasil. Um ser humano incrível!  Edino é unanimidade. A classe artística em peso se manifestou sobre sua partida. Seu filho Edu Krieger assim se pronunciou nas redes sócias:

(...) “Para além da tristeza natural e da saudade, meu sentimento é de gratidão por ele ter vivido tanto, conseguido aproveitar as 4 netas e o neto, contado tantas histórias e dado a nós, filhos, e à nossa amada mãe, Nenem Krieger, tanto amor! Nada que eu escreva aqui vai estar à altura de sua grandiosidade, na vida ou na arte. Construiu uma obra musical impecável, deixando uma contribuição monumental para as salas de concerto do Brasil e do mundo. Agora ele vai se deliciar com os sons de outras esferas, compor em outras dimensões e continuar nos inspirando. Sempre.” (...).

Família Krieger em Santa Catarina
Acervo particular Edino Krieger

 Nascido em Brusque em Santa Catarina, Edino nasceu e cresceu em um ambiente musical. Começou aprender violino na infância, ganhou vários prêmios como violinista, mas realmente se encontrou como compositor.

Foi membro do afamado “Grupo Música Viva”,  discípulo e defensor das ideias inovadoras de Hans- Joachin Koellreutter (1915 - 2005). Entretanto, sempre manteve sua independência com relação à ortodoxia e a liberdade na aplicação dos novos princípios composicionais.

Segundo Edino Krieger:

“Aos 15 anos fui deixando de lado o violino e me interessei pela composição. Toquei mais ou menos até os 20 e pouco anos, mas aí a composição já ocupava meu maior interesse musical”.

Edino Krieger  ainda criança com seu violino

Ainda muito jovem, deixou a terra natal e foi para o Rio de Janeiro. Aos 20 anos, Krieger foi estudar na Juilliard School. Este estágio traz consequências estéticas consideráveis para sua obra. Sua relação com o dodecafonismo fica mais tênue depois das aulas com Aaron Copland e Darius Milhaud.

Para além do genial compositor, Edino Krieger se destacou como promotor e defensor da música brasileira. Trabalhou como terapeuta musical no hospital de Engenho de Dentro (RJ) e integrou o quadro de colaboradores da Rádio do Ministério da Educação e Cultura e da Rádio Roquete Pinto (RJ). Exerceu de maneira brilhante a função de crítico musical da Tribuna da Imprensa (RJ) e do Jornal do Brasil (RJ), sendo considerado um dos mais sérios cronistas da vida musical brasileira. Foi diretor do Instituto Nacional de Música da FUNARTE por vários anos, presidiu a Academia Brasileira de Música e o Museu da Imagem e Som do Rio de Janeiro.  Criou as Bienais Brasileiras e a Orquestra Sinfônica Nacional.

Edino Krieger regendo a Orquestra Sinfônica Nacional

Uma característica marcante de Edino era a generosidade e um amor incondicional. Incentivava novos compositores e defendia a música brasileira com coragem e doçura.

Em setembro de 2009 A Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás homenageou o compositor em seu tradicional Festival de Música.

Edino Krieger falou:

“Ao abrir esse espaço para que os estudantes conheçam a música brasileira, a universidade cumpre seu papel de difusora do conhecimento. (...) É um honra, é um prazer voltar à Goiânia, sinto-me um pop star” (...)

Edino Krieger cumpriu sua missão na terra. Deixou uma obra profícua junto ao exemplo de vida e amor.  Como disse seu filho Edu: “ A religião do meu pai sempre foi a música”.

Vá em Paz grande Edino Krieger!  Sua música o perpetua.

Edu, Edino e Fernando Krieger
Filhos de Edino Krieger

Das tantas obras de Edino, escolho a Sonata para piano a quatro mãos, composta em 1953. Em entrevista concedida para esta pesquisadora, assim se expressa o autorsobre sua composição:

“A Sonata foi composta em 1953 para um recital de Jannette e Heitor Alimonda na Rádio MEC, onde eles próprios a estrearam no mesmo ano. O título original era Rondó-fantasia, por causa do retorno constante do tema, o que dá a peça uma forma livre de rondó. Depois da estreia, achei que a peça estava muito curta e acrescentei a parte final, mais movida, e mudei o título para Sonata, entendido mais na concepção pré-clássica que em relação à sonata clássica de três movimentos”.

Edino Krieger

Ouviremos a sonata para piano a quatro mãos de Edino Krieger interpretada pelos pianistas Miguel Proença e Laís de Souza Brasil.

Observe! A obra não segue estritamente o modelo clássico de sonata, (exposição - desenvolvimento e reprise) mas tem certa semelhança com rondo pelo constante retorno ao tema. Os motivos melódicos são os unificadores da obra.

https://www.youtube.com/watch?v=3D_G6X6pgc0

Os 80 anos de Luiz Medalha

Uma pianista de fama internacional que vive em Goiânia

José Maurício Nunes Garcia: música e Preconceito

No mês da consciência negra, abordaremos um tema ainda recorrente - o preconceito.

Elza Soares é lembrada no dia da Consciência Negra

“a carne mais barata do mercado era a carne negra"

O Brasil chora a partida de Gal Costa

Com uma voz afinadíssima, educada e límpida, Gal passava da suavidade da Bossa Nova às distorções das guitarras em segundos

“Green book: o guia” música e preconceito

O título remete ao “The Negro Motorist Green Book”, também conhecido como “The Negro Travelers’ Green Book”, um guia publicado entre os anos de 1936 e 1966, com a função de ajudar afrodescendentes a encontrarem estabelecimentos nos quais fossem aceitos

Muito além da música sertaneja

Muito se fala em Goiânia como a capital da Música Sertaneja. É inegável a força desse segmento musical na capital. No entanto, com um olhar mais atento, encontraremos música boa e variada, que vai muito além da afamada música sertaneja.

A programação de Goiânia conta com atrações musicais para todos os gostos. Há casas inspiradas em festivais como o Woodstock Rock Bar, Jazz, Blues.

Não são poucos os bares com shows de rock à batalha de MCs, do samba à orquestra, rimas elaboradas do rap, batida contagiante do hip-hop e a inconfundível melodia do soul marcam um dos cenários musicais da capital goiana. Sem contar com bares que oferecem variadas vertentes do chorinho.

No Centro Cultural Oscar Niemeyer, bem como no Teatro Goiânia e Centro Cultural UFG, há inúmeras atrações para os amantes da música de concerto.

Orquestra Filarmônica de Goiás, Antônio Meneses e Maestro Neil Thomson
Centro Cultural Oscar Niemeyer

Parece incrível! Mas o Festival de música erudita mais antigo do Brasil, em edições contínuas, foi realizado em Goiânia no ano de 1964.

Segundo a professora Maria Helena Jayme Borges:

“O grande acontecimento de 1964 foi à realização do I Festival de Música Erudita do Estado de Goiás de 19 a 27 de setembro. Os professores, alunos e servidores do Conservatório, compreendendo o alto sentido e as vantagens pedagógicas e sociais daquele evento, não mediram esforços para realização do festival, sendo essa a primeira vez que empreenderam um trabalho de tamanho vulto”.

Já se vão 44 Festivais de Música promovidos pela Universidade Federal de Goiás. Eventos realizados em Goiânia que contam parte da história da música em Goiás.

Festivais de Música da EMAC/UFG

Desde sua primeira versão, como I Festival de Música Erudita do Estado de Goiás os festivais trouxeram para Goiânia, reconhecidos nomes do cenário brasileiro e internacional: instrumentistas, cantores, compositores, regentes e educadores musicais, que deixaram sua marca na formação dos músicos em Goiás.

O I Festival trouxe para Goiânia a regente e compositora carioca Maria Luiza de Mattos Priolli (1915 - 2000), ministrando o curso de Análise e Didática do Ritmo e Som; o renomado pianista Arnaldo Estrela (1908 -1980), o curso de Didática do piano e interpretação pianística e o compositor e musicólogo alemão naturalizado brasileiro Bruno Kieffer (1923 – 1987), ministrando os cursos de Apreciação musical, Estética e História da Música.

Maria Luiza de Mattos Priolli (1915 - 2000); Arnaldo Estrela (1908 -1980) e Bruno Kieffer (1923 – 1987)
Maestro Isaac Karabtchewsky (1934)

Além de cursos, a primeira versão do Festival ofereceu ao público goiano recitais com a participação dos violinistas Nathan Schuwartzmann e Mariuccia Iaconino, das pianistas Belkiss, Arnaldo Estrella e Heloisa Barra, da Mezzo Soprano Honorina Barra, do flautista Lenir Siqueira, do oboísta Paulo Nardhi, do clarinetista José Botelho, do trompista Jairo Ribeiro, do fagotista Noel Devos e ainda contou com a presença Maestro Isaac Karabtchewsky regendo o Madrigal Renascentista.

Não por acaso, atualmente o Festival leva o nome de sua idealizadora, a musicista goiana Belkiss S Carneiro de Mendonça (1928 – 2005).

Belkiss S Carneiro de Mendonça (1928 – 2005)

Musicista reconhecida internacionalmente, Belkiss Spenzièri projetou o Brasil com seus concertos, sempre valorizando e divulgando a música brasileira. O festival que a homenageia será realizado pela Universidade Federal de Goiás através da Escola de Música e Artes Cênicas entre os dias 06 e 11 de novembro de 2022 em Goiânia.

Além do 45º Festival internacional de Música Belkiss Spencieri Carneiro de Mendonça que será realizado entre os dias 06 a 11 de novembro, haverá o 2º Festival de Música Popular “Jarbas Cavendish”; de 11 a 14 de novembro; e o XV Festival Universitário de Artes Cênicas de Goiás - FUGA 15, bem como a VII Mostra Universitária de Direção de Arte - Pontos de Fuga 7 realizados entre 16 a 25 de novembro.

Em Goiânia realmente acontecem muitos eventos além da música sertaneja.
Para encerrar, relembraremos a pianista que dá nome ao festival, ouviremos o “LP” Belkiss Carneiro de Mendonça (Copacabana COLP 12.550), lançado em 1980, Disponibilizado no YouTube pelo Instituto Piano Brasileiro - IPB.

Belkiss S Carneiro de Mendonça (1928 – 2005)

Observe a interpretação precisa e brilhante da pianista Belkiss.

https://youtu.be/OWcsg_tnOyA

Martha Argerich toca com tamanha profundidade, emoção e risco, que encanta plateias de todo o mundo

A história da pianista argentina é também sobre alguém com dons fora do padrão tentando encontrar um jeito de viver uma vida casual

“É possível encontrar pianistas tão excepcionais quanto Nelson Freire, mas não melhores”

O pianista brasileiro considerava o piano como se fosse uma pessoa. Em cada interpretação iluminava a obra com um inigualável poder de recriação