Bidu Sayão: considerada uma das maiores estrelas da ópera de todos os tempos
21 março 2023 às 06h40
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A mulher inspiradora da semana é a “Diva” Balduína de Oliveira Sayão (1902-1999) que herdou da mãe, sua grande incentivadora, o apelido de Bidu. Dedicou-se ao canto lírico desde cedo, estreou aos 18 anos, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
“Eu não tinha voz alguma quando comecei. Os professores me disseram que eu era muito nova ainda, que minha família ia gastar dinheiro à toa. Mas eu insisti, chorei muito, garanti que não me importava com bailes, namorados, festas. E comecei a cantar”.
Bidu iniciou sua carreira internacional na Europa, onde estudou canto em Bucareste, Romênia, com a soprano Elena Theodorini (1857-1926), e em Nice, França, com o grande tenor polonês Jean de Reszke (1857-1925).
No Velho Continente fez a sua estreia oficial foi em 1926, em Roma, interpretando Rosina, da ópera “O Barbeiro de Sevilha”, Rossini (1792 – 1868). O sucesso a levou a cantar nas principais casas de ópera da Europa, incluído o teatro “La Scala de Milão”.
Em 1935, estreou nos Estados Unidos, cantando no Carnegie Hall em Nova Iorque sob a regência do afamado Arturo Toscanini (1867-1957), o maestro era seu admirador, referindo-se a ela como “la piccola brasiliana”.
Sayão radicou-se nos EUA e fez brilhante carreira no “Metropolitan”, onde atuou durante 16 temporadas operísticas. Apresentou-se também em turnês por outras grandes cidades dos EUA, como Chicago e San Francisco.
A brasileira que fez sua carreira em a Europa e os Estados Unidos nunca esqueceu suas origens. Em fevereiro de 1938, cantou para o casal Roosevelt na Casa Branca. O Presidente dos EUA lhe ofereceu a cidadania estadunidense, mas ela recusou. De acordo com Bidu: “no Brasil eu nasci e no Brasil morrerei”
Infelizmente Sayão morreu no estado norte-americano do Maine, onde vivia, aos 96 anos, lutando contra uma pneumonia.
Seu nome é lembrado e reverenciado como uma das maiores estrelas da ópera de todos os tempos. O Concurso Internacional de Canto” Bidu Sayão” é a mais importante competição vocal da América Latina.
Em 1995, aos 92 anos, sua vida e carreira foram homenageadas em forma de samba enredo pela Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis. Bidu entrou na avenida no último carro alegórico sentada num trono preparado especialmente para a “Diva” da ópera.
É de Bidu Sayão a versão mais conhecida da “Bachiana Brasileira n. 5 – Cantilena”, de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959). Em 1959, Bidu aceitou o convite de Villa para gravar a composição “Floresta Amazônica”.
Observe a voz cristalina de Bidu Sayão ao interpretar esta obra magistral de Heitor Villa-Lobos.