Por Euler de França Belém
O jornalista Almiro Marcos foi nomeado na terça-feira, 10, para o cargo de gerente setorial de Comunicação da Secretaria de Gestão e Planejamento do governo de Goiás.
Almiro Marcos deixou o “Correio Braziliense” para trabalhar com o secretário Thiago Peixoto. Pesou o salário: 11 mil reais. Maior do que o que recebia no mais importante jornal de Brasília.
Repórter do primeiro time, Almiro Marcos brilhou no “Pop” e, em seguida, no “Correio”.

Juraci Martins concedeu entrevista ao programa “Patrulha 97”, da Rádio Morada do Sol, e disse que vai abandonar a política, a partir de 31 de dezembro de 2016. Médico e produtor rural, Juraci Martins disse que, concluído seu mandato, vai cuidar dos negócios particulares. O líder do PSD, notadamente no segundo mandato, desmotivou-se.
De um tucano de bico erado: “Há fortes comentários de que o senador Ronaldo Caiado está por trás das articulações do empresário Vanderlan Cardoso para atrair Lúcia Vânia para o PSB. As oposições estão se articulando, até com certa sutileza, para montar uma frente política, mais para 2018 do que para 2016, a partir das divisões políticas do grupo do governador Marconi Perillo. O PMDB já está trabalhando Jovair Arantes, do PTB, e o grupo de Caiado vai tentar atrair Roberto Balestra” (apesar do petrolão).
O tucano sugere que, em 2018, o candidato das oposições a governador será Ronaldo Caiado, com um vice do PMDB, possivelmente Daniel Vilela. “Os dois candidatos a senador poderão ser Lúcia Vânia e Roberto Balestra.” O PT, na opinião do político, está fora deste jogo.
O que ganha Vanderlan Cardoso? “Ele pode ser candidato a prefeito de Goiânia numa aliança de PSB, DEM e PMDB ou pode ser vice de Iris Rezende”, concluiu o tucano.
O repórter do Jornal Opção pergunta: “Não é muita fantasia, não?” O tucano replica: “Pode até ser, num primeiro momento, mas as oposições sabem que, se mantiver o jogo antigo, com as mesmas peças, não têm condições de ganhar do grupo de Marconi Perillo. Portanto, quem viver, se quiser, verá”.

O ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás Frederico Jayme (foto acima) é cotado para disputar a Prefeitura de Anápolis pelo PSDB ou por outro partido da base do governador Marconi Perillo. Quando consultado, frisa que sua prioridade é permanecer como chefe de gabinete do tucano-chefe e contribuir para o desenvolvimento de Goiás. Mas políticos do município argumentam que Frederico Jayme deveria disputar a prefeitura e Alexandre Baldy (PSDB), que também pretende ser candidato, deveria ficar na Câmara dos Deputados. Porque aí Anápolis continuaria com dois deputados federais — Baldy e Rubens Otoni (PT). Se Baldy for candidato e eleito, a cidade perderia um parlamentar federal, o que reduziria sua força e recursos no Orçamento da União.
[Daniel Vilela: ataque a Júnior Friboi visa enfraquecê-lo para a disputa de 2018]
Na semana passada, Frederico Jayme ouviu dois políticos de seu círculo íntimo de amizade — o governador Marconi Perillo (PSDB) e o ex-prefeito de Goiânia Gilberto Naves (PMDB) — para decidir sobre seu futuro político. Os dois o aconselharam a deixar o PMDB. Ao receber um telefonema de um homem chamado Bruno, falando em nome do Diretório Regional do PMDB, sobre uma notificação, a ser apresentada na terça-feira, 10, com o objetivo de, em 15 dias, ter de fazer sua defesa (explicar porque não apoiou Iris Rezende para governador, optando por apoiar Marconi Perillo), Frederico Jayme perceber que deveria sair do PMDB. Porque as cartas estão amplamente “marcadas”. O grupo de Iris Rezende está mostrando que tem hegemonia no partido. Frederico Jayme disse ao Jornal Opção: “Um exército não pode ter apenas um ou dois militantes. Assim, se não há militantes e, portanto, não há causa para se defender, não há motivo para continuar no PMDB. Ninguém luta sozinho por uma causa”.
[Júnior Friboi: pra bancar Caiado em 2018, Iris Rezende precisa reduzir a força do empresário]
Frederico Jayme acredita que, ao perceber que o grupo Maguito Vilela-Júnior Friboi desarticulou-se, embora tenha dois deputados federais e força em Brasília, Iris Rezende partiu para o ataque contra o empresário Friboi. É provável que Maguito e Daniel Vilela não estejam percebendo que o jogo principal, quase se ataca Friboi (e Frederico Jayme), é mais enfraquecê-los tanto para a disputa de 2016 quanto, sobretudo, a disputa do governo em 2018. O PMDB de Iris Rezende não vai apoiar, em hipótese alguma, Daniel Vilela para o governo do Estado, pois já assumiu compromisso, com quatro anos de antecedência, de apoiar Ronaldo Caiado (DEM).
Frederico Jayme tinha uma conversa com Friboi para esta terça-feira.
Cida Almeida
Viola, minha viola. Calou-se a voz de uma guerreira — Inezita Barroso —, que até o fim da vida reinou com sua autenticidade libertária, quebrando preconceitos e a hegemonia da indústria cultural. Deu voz ao Brasil de dentro, ao Brasil dos rincões e dos sertões tão ermos de nossas raízes. Fez de seus programas na TV um ponto de encontro desses brasis desencontrados de si mesmo, inspirou gerações e escancarou portas para muitos que seguiram na coragem de seus passos.
Meu pai, Jerônimo Duarte, era um profundo conhecedor de música caipira. Estava sempre sintonizado na Inezita e outros tantos que persistiam no culto e na reverberação de um lirismo musical genuíno de nossas raízes roceiras, perdido nos sulcos das estradas de terra batida pelas boiadas que cortavam os sertões, os cafezais a perder de vista nas longas travessias dos bois carreiros que cruzavam o Paranaíba redesenhando o povoamento do Brasil, o rádio integrando esse Brasil do Planalto Central.
Era um tempo de informações de utilidade pública na frequência do rádio: fulano, na Fazenda São Pedro, em Jandaia, aviso que passa bem e pede para buscá-lo no entroncamento da Rodovia Federal com a estrada tal... E tome música nas madrugadas das casas avarandadas em que as pessoas encontravam o sol com o leite tirado e muita música caipira na radiola que se impunha na sala. Era esse tempo, a alma desse tempo, que a Inezita prolongou. Levou para a TV.
Prestar homenagem a Inezita é também reverenciar meu avô, meu pai e a porção deles que vive em mim. Sempre me emociono quando ouço Mourão da Porteira, Flor do Cafezal e Poeira. Ara, que esses versos de Poeira digam desse amor que sinto pelo Brasil afinado na voz de Inezita e na viola de meu pai: "O carro de boi lá vai/Cantando lá no estradão. Vai levantando poeira/Poeira vermelha/Poeira do meu sertão/(...)Poeira entra em meus olhos/Não fico zangado não/Pois sei que quando eu morrer/Meu corpo irá para o chão". Fui embalada pela poesia desse mundão na voz doce, doce de meu. Obrigada Inezita pelo belo exemplo de resistência e pelo canto dessas águas que jorram para a eternidade.
Cida Almeida, jornalista, é colaboradora do Jornal Opção.
Votaram 47 profissionais ligados de alguma maneira à gastronomia, jornalistas, profissionais liberais, empresários e publicitários
A mulher que quero
Pio Vargas
Eu quero uma mulher de aço
que seja leve como a pena,
cujo sorriso seja um laço
a me prender como um poema.
Eu quero uma mulher madura
a me guiar durante o dia,
quando for noite ser vadia
a me domar sem armadura
e a me tomar como num sonho,
uma mulher que seja a lua
dentro do sol em que me ponho.
Eu quero uma mulher de ferro
com um aplauso pra quando acerto
e um perdão pra quando erro,
como alguém que seja o brilho
dentro do escuro em que me encerro.
Uma mulher que seja plena
uma amante de verdade
que seja motivo de lembrança
e um intervalo na saudade
que, diurna, me cuida,
mas que, noturna me invade.
Eu quero uma mulher-mãe
que seja vinho, cerveja,
refrigerante, champanhe,
que me entenda se viajo
e se fico me acompanhe.
Eu quero uma mulher toda
que me edifique como homem
e algo depois me exploda.
Nota do senador Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás "O pronunciamento de Dilma é preocupante. Extremamente grave porque fica explícita a postura de uma populista que não tem compromisso com o País com afirmações descabidas no intuito de tentar encobrir toda a corrupção montada com o objetivo único do PT se manter no poder. Dilma tenta alegar desconhecimento da população em relação aos fatos, como se fôssemos bobos e também tivéssemos que ler na cartilha do PT. É incompetência de uma sequência de mandatos populistas no País semelhantes aos da Venezuela e Argentina. Dilma não tem humildade de um líder ou estadista para reconhecer seus erros. Quer induzir a população a imaginar que tudo que vivemos é apenas temporário com reflexos de recuperação já no final do ano. Mas sabemos que o momento é um dos mais críticos do Brasil, com uma crise institucional instalada, com denúncias que chegam a Dilma e a Lula. Tudo isso às vésperas da população iniciar uma marcha no próximo domingo para a maior manifestação democrática que o Brasil já assistiu contra esse populismo criminoso e corrupto instalado no governo federal. Dilma mente e deturpa a realidade, a exemplo do que fez em sua campanha eleitoral. O povo é sábio e nos ensina que quem mente, rouba. Chega de mentiras e de roubos." Ronaldo Caiado é líder do Democratas no Senado Federal
Nilson Gomes O estardalhaço acerca da inclusão dos deputados federais goianos Roberto Balestra e Sandes Júnior na “lista de Janot” é desproporcional, inclusive na injustiça. Somando-se o que realmente há contra eles na petição 5.260, do Ministério Público Federal, e na decisão do ministro Teori Zavascki não dá um tuíte. Ainda assim, os dois documentos provocaram-lhes estragos imensuráveis na reputação. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu e Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, quebrou o sigilo dos nomes. Imediatamente, todos estavam no fundo do poço, pois o prestígio e o respeito do MPF e do STF são muito maiores que os da classe política. Aliás, o MPF e o STF têm prestígio e respeito; os políticos, não. A fase ainda é de investigação, mas para a plateia basta constar na lista de Janot para o sujeito valer menos que excremento de cavalo de bandido. A leitura das 21 solicitações de abertura de inquérito revela trechos escabrosos sobre diversos dos 47 políticos citados. As atividades de alguns, como os senadores Fernando Collor e Edison Lobão, aparecem detalhadas. Os delatores Alberto Youssef (o doleiro Beto na intimidade) e Paulo Roberto Costa (o Paulinho de Lula, ex-diretor da Petrobras) contam minúcias, quem entregou o dinheiro, onde, como era cada esquema. Diferente de Sandes e Balestra, que merecem exatamente 79 caracteres, 67 sem os espaços: “dentre os deputados que o declarante tem certeza de que receberam valores estão”. Só isso. Unicamente. Mais nada. A petição do PGR tem 56 páginas e só isso aí contra Balestra e Sandes. Divididos, são 33 letras e meia para cada deputado goiano. A decisão do STF tem exatamente nenhuma letra, nenhum número, nenhum dado, rigorosamente nada contra Sandes, simplesmente nada contra Balestra. Não houve individualização de condutas nem esclarecimento do que cada aprontou e quanto levou precisamente. Não há nem do que eles se defenderem. Estão numa lista com outros 23, nominados possivelmente pela ordem em que foram lembrados pelo doleiro. Não há mais nada, nada, nada. Nenhuma prova, nenhum indício. Nada. Só a palavra do delator. Mais nada. Nada além do nome jogado no pântano por um que deixou o atoleiro graças à língua. Pode-se dizer, em favor da denúncia, que se Sandes e Balestra forem honestos a verdade vai aparecer durante a investigação. Isso é voltar ao obscurantismo: 1) Não existe denúncia. Aliás, nem inquérito, que ainda será aberto. Sandes e Balestra não foram nem indiciados e já estão condenados. 2) Balestra e Sandes não precisam provar sua inocência. O ônus da prova cabe a quem acusa, não aos acusados – aliás, nem acusação houve até agora. Sandes e Balestra não foram nem acusados e já estão condenados. 3) Se a verdade vai aparecer durante a investigação, por que não se investigou primeiro, produziu provas, ofereceu denúncia, julgou e condenou para só então revelar os nomes? Ser exposto é a parte mais terrível do cumprimento da pena, o que nesse caso ocorreu antes mesmo da investigação. Político depende de reputação para sobreviver. Uma lista como essa pode matar a carreira, além de manchar indelevelmente a reputação. Sandes e Balestra estão irremediavelmente tisnados. Quem disser numa roda que eles não têm nada com isso vai ser achincalhado pelos amigos. E a verdade é que nos depoimentos dos delatores e nas peças do MPF e do STF não existe nada contra eles. Nada. Linhas acima da citação aos dois goianos surgem uma gozação e uma quantia. O chiste: os 25 deputados (hoje, um deles é senador) teriam “menor relevância”. A quantia: receberiam mensalão de R$ 30 mil a R$ 150 mil. Não há menção se a referência ao baixo clero e ao dinheiro teria ligação com os parlamentares enumerados a seguir, inclusive Sandes e Balestra. O leitor da petição é levado a crer que são. Ou seja, além de corruptos, incapazes. Falar mal de político é um esporte internacional. Porém, vale para o meio jurídico o mesmo que para o futebol: a torcida tem o direito de achar o que quiser sem prestar contas do que disser, mas os profissionais da área devem fundamentar suas atitudes. É fácil odiar o coronelismo de Balestra, que em Brasília é um deputadeco de quinta categoria e no interior de Goiás é perseguidor implacável, o atraso em pessoa. É fácil rejeitar a jequice dos programas de rádio de Sandes, sua rudeza atávica, as cartas chorosas dos ouvintes, seus prêmios, enfim, o brega em pessoa. É fácil concordar que Balestra e Sandes são do baixo clero, porque é uma opinião (verdadeira) Difícil é provar que recebiam mensalão do petrolão, porque embasará uma sentença, não um texto opinativo qualquer. Difícil é tipificar conduta, lavrar uma acusação formal, pretender pena e condenar alguém com base apenas nos 33 caracteres e meio baseados em delatores sem nenhum caráter. Mesmo que Costa e Youssef fossem as pessoas mais probas do mundo. Mesmo que Beto e Paulinho fossem a Madre Teresa de Calcutá e a Mãe Menininha do Gantois, o Mandela e o Luther King, Tostão e Pelé, Liu e Léo. Mesmo que o papel de delator fosse nobre. Mesmo assim seria necessário juntar prova cabal para processar e condenar e, depois, revelar os nomes. Cadê prova material? Ah, virá com a investigação. Será? Alguns dos mais elogiados investigadores do mundo, integrantes da Polícia Federal e do MPF do Paraná, estão na nona fase da Operação Lava-Jato e produziram provas realmente robustas contra dezenas de pilantras. Contra Sandes e Balestra, 33 caracteres e meio para cada, até porque eles são do baixo clero. Será que em novos meses de investigação surgiriam documentos contra Sandes e Balestra? Surgiram contra vários outros. Contra os dois goianos, não. Para condená-los, não é suficiente sabê-los bregas, coronéis e de baixo clero. É preciso ter prova. Nada de teoria do domínio do fato, criada para punir nazista. É preciso ter prova. Há outros que saem das peças no mesmo estilo de Sandes e Balestra, sem nada que os incriminem. Dois deles, graúdos: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o senador Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais. Mesmo quem detesta Anastasia e Cunha não pode detestar o estado democrático de direito, que depende de provas para condenar. Quer dizer, pode-se até detestar o estado democrático de direito, mas quem vive nele tem de seguir regras inclusive para punir seres odiáveis como os políticos. Atirar Sandes, Balestra, Anastasia e Cunha no mesmo balaio de Lobão, Renan, Youssef e Costa não desmerece o documento elaborado após excelente trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Agentes, delegados e procuradores da República cumpriram o seu papel com brilhantismo e ajudaram a melhorar o Brasil, a salvar a Petrobras e a limpar a política. Cabe a Zavascki e aos outros três componentes da Segunda Turma do STF (Cármen Lúcia, Celso de Mello e Gilmar Mendes) a próxima e principal etapa: separar o que tem fundamento do que é apenas lorota. Nilson Gomes é jornalista.

A senadora goiana Lúcia Vânia pretende trocar o PSDB pelo PPS ainda este ano. Convidada para se filiar ao PSB pelo empresário Vanderlan Cardoso, a tucana, segundo um aliado, não quer se integrar a partido que já tem dono. Ela quer uma legenda pela qual possa ser candidata a senadora em 2018 ou, se quiser, a prefeita de Goiânia, em 2016.
Lúcia Vânia, uma senadora que trabalha e é de fato séria, está cansada de ser discriminada no PSDB — nacional, sobretudo, e localmente. No momento, fala-se em vários candidatos a prefeito de Goiânia, mas não cogitam seu nome. Recentemente, a cúpula nacional do partido a boicotou para impedir que assumisse um cargo na mesa diretora do Senado.
Para 2018, fala-se numa chapa para senador com o governador Marconi Perillo (PSDB) e Vilmar Rocha (PSD). O nome de Lúcia Vânia sequer é citado, embora, como senadora, seja candidata natural à reeleição.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deve trabalhar a liderança do PSDB para que não tente “tomar” o mandato de Lúcia Vânia. O tucano de São Paulo tem apreço pela senadora.

A reportagem “Padre é funcionário fantasma da Assembleia há 20 anos”, que ocupou quase uma página, merecia manchete na capa do “Pop”, mas ganhou apenas uma chamada minúscula. Um repórter conta que um funcionário do jornal, ligado à renovação carismática, teria convencido o editor da primeira página a não carregar “nas tintas”. O que importa mesmo é que a matéria de Márcia Abreu é correta. A repórter conta que o padre católico Luiz Augusto Ferreira, da Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus, recebe R$ 11,8 mil (R$ 141 mil por ano), mas não frequenta a Assembleia Legislativa de Goiás. A denúncia é grave, mas o padre diz que não toca no dinheiro e que não deixou o cargo para usar o Ipasgo. Não se está sugerindo que o padre é corrupto, parece não ser o caso, mas no Brasil cobra-se uma ética rigorosa dos políticos, mas não dos demais cidadãos. Luiz Augusto, um religioso que dizem sério, deveria pelo menos ter dito: “Errei”. Há algum tempo, o rabino Henry Sobel quase foi destruído por reportagens implacáveis. Ressalvas breves, que não comprometem o texto: a repórter escreve Assembleia Legislativa, mas não acrescenta “de Goiás”. Seria um sintoma de que os repórteres avaliam que o jornal não está, ao menos integralmente, na internet? Márcia Abreu escreve: “O presidente da Assembleia, Hélio de Sousa, através de sua assessoria”. “Através” de sua assessoria não é possível. Deve se usar “por meio” ou “por intermédio”. E, no caso, Helio não tem acento.

[caption id="attachment_30217" align="alignright" width="620"] José Nelto e Jovair Arantes: PMDB e PTB podem caminhar juntos na disputa eleitoral de 2016 em Goiânia. É o início de uma nova aliança[/caption]
Na audiência (marcada por Maguito Vilela) com o vice-presidente da República, Michel Temer, na semana passada, peemedebistas, como José Nelto, Samuel Belchior e Agenor Mariano, contaram que Iris Rezende vai disputar a Prefeitura de Goiânia. “Temer gostou”, garante Nelto.
Sobre o vice de Iris, Nelto diz que sairá dos próprios quadros do PMDB — Sandro Mabel e Agenor Mariano são os mais cotados — ou do PTB do deputado federal Jovair Arantes. O peemedebista frisa que não está descartada a hipótese de Vanderlan Cardoso ser o vice. Um integrante do DEM teria dito que Vanderlan Cardoso aceita ser vice de Iris desde que este o apoie na eleição seguinte. Verdade? Vanderlan Cardoso chegou a admitir, há pouco tempo, a possibilidade de ser vice, mas não disse que seria de Iris.
A aliança político-eleitoral de 2016 deve ser conectada com a de 2018. “Na próxima eleição para governador, a aliança básica será entre PMDB e DEM. O candidato tanto pode ser Maguito Vilela, pelo PMDB, quanto Ronaldo Caiado, pelo DEM — com um vice do PMDB.” Caiado, afirma Nelto, “tem o coração peemedebista. As portas do PMDB estão sempre abertas à sua filiação”.
Como defende a permanência de Júnior Friboi no PMDB e Iris articula para que seja expulso — com o objetivo de torná-lo um exemplo para outros possíveis “infiéis” —, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, estaria se posicionando contra Iris? “Maguito pode ter suas posições, como sugerir que Friboi não deve ser expulso, mas não briga com Iris Rezende. Tanto que, quando Iris disse que seria candidato em 2014, passou a apoiá-lo imediatamente. Iris e Maguito são, na verdade, irmãos siameses”, acredita Nelto.
Sobre Júnior Friboi, Nelto é peremptório: “Será expulso do PMDB, ao lado de Frederico Jayme. Nada tenho de pessoal contra eles, mas voto pela expulsão de todos os infiéis”. E Marcelo Melo? “Marcelo Melo não apoiou a candidatura de Marconi Perillo, ao menos não publicamente. Afianço que ele deve fazer parte da comissão provisória do PMDB de Luziânia e será nosso candidato a prefeito no município. E anote: vai ganhar.”
Nelto diz que o 1º Congresso Nacional do PMDB será realizado em Goiânia, até o final de maio. “O Diretório Regional está cuidando disso junto com as bancadas federal e estadual, com a Fundação Ulysses Guimarães e com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Nós vamos trazer ministros, governadores, senadores, prefeitos, deputados e economistas, como José Márcio Camargo e, possivelmente, Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo.”
O objetivo dos líderes é fortalecer o PMDB para a disputa de 2016. “Vamos filiar eleitores em todos os 246 municípios goianos.”

[caption id="attachment_30215" align="alignright" width="620"] Adriana Accorsi, Edward Madureira e Humberto Aidar: um deles deve ser candidato a prefeito de Goiânia pelo PT. O 2º tem menos desgaste[/caption]
Tese de um lua vermelha petista dos mais atentos aos jogos da política: “O candidato do PT a prefeito de Goiânia, por mais que isto pareça impossível, dada a relativa força de quem está no poder, deve ser o menos possível identificado com o prefeito Paulo Garcia”. O paulo-garcismo definiu dois caminhos: o primeiro é indicar o vice de Iris Rezende — que não estaria muito disposto a carregar o fardo do PT em Goiânia, embora seja amigo e aliado de Paulo Garcia — e o segundo é lançar a candidatura da deputada estadual Adriana Accorsi. Aposta-se que, por ser mulher, por ter sido bem votada na cidade e, como delegada de polícia, ter amplo domínio do tema segurança pública, um dos principais problemas da capital, Adriana Accorsi tem fôlego para disputar a eleição contra Iris Rezende, Vanderlan Cardoso e Jayme Rincón.
O lua vermelha avalia que, se lançar Adriana Accorsi, “ainda que a deputada tenha méritos inquestionáveis, será caixão e vela preta para o PT de Goiânia. Vamos perder e, pior, temos de torcer para o PSOL e o PSTU lançarem candidatos para que Adriana não seja a última colocada”. O que se deve fazer? “O PT precisa lançar, se quiser ter alguma chance eleitoral, nomes que não são, de cara, identificáveis com o prefeito Paulo Garcia. Cito dois nomes: o deputado estadual Humberto Aidar e o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira.”
O petista diz que, se não apoiar Iris Rezende, o prefeito Paulo Garcia tende a bancar Adriana Accorsi, mais para mostrar força do que para ganhar. “Agora, se quiser ganhar, deve abrir mão de lançar candidato e deixar o partido escolher livremente. Com a imagem mais de gestor do que de político, o nome forte do partido para Goiânia é mesmo o de Edward Madureira.”
Humberto Aidar corrobora o correligionário e avalia que o candidato mais sólido, com apoio no e fora do PT, é mesmo Edward Madureira.

[caption id="attachment_30210" align="alignright" width="620"] Iris Rezende e Paulo Garcia: o primeiro não gosta nem de aparecer em fotos com o segundo, pois quer descolar sua imagem da do petista[/caption]
Na semana passada, o Jornal Opção conversou com peemedebistas que circulam com desenvoltura ao lado do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende. Um deles, irista de carteirinha, frisa: “Anote e cobre depois. O PT, como está desgastado na capital, vai fazer o impossível para manter a aliança com o PMDB, sobretudo com Iris Rezende. E, mesmo sabendo que a aliança não será mantida, os petistas, tanto os ligados ao prefeito Paulo Garcia quanto ao deputado federal Rubens Otoni, preferem continuar dizendo que a aliança persistirá porque, no dia que admitirem que Iris Rezende não quer ninguém do PT na vice, vão ficar ainda mais fragilizados administrativa, política e eleitoralmente”. O segundo peemedebista, que não se considera irista, e sim um admirador de Iris, é radical: “A aliança com o PT é para ajudar Paulo Garcia a terminar sua gestão em Goiânia, pois fomos a sua principal base de apoio eleitoral. Mas é definitivo: a aliança com o PT está descartada. Não tem saída”.
Os peemedebistas dizem que sabem que em 2016 o tucanato vai usar um vídeo no qual Iris aparece pedindo voto para Paulo Garcia. “De fato, Iris é o principal responsável pela vitória eleitoral do petista, mas não é o responsável por sua administração.”
Segundo os peemedebistas, Iris torce pela recuperação da gestão de Paulo Garcia. “É verdade que Iris nutre carinho especial pelo prefeito, que considera quase como um filho. Mas Iris não é adepto da história do ‘abraço dos afogados’. Em Goiás, apoio do PT só se for no segundo turno — e olhe lá. Não queremos Paulo Garcia no nosso palanque.” Porém e se Paulo Garcia melhorar sua gestão e sua imagem? “Bem, aí podemos conversar”, afirma o irista de carteirinha. “Mas não acredito que Paulo Garcia tenha tempo e ânimo para trabalhar de maneira profunda para restaurar sua imagem.”
O advogado Sérgio Lucas, líder do PP goiano, diz que, para atacar o vice-governador José Eliton, o deputado federal Roberto Balestra passou a defender o deputado federal Sandes Júnior. O argumento básico é que, na campanha de 2014, embora seja presidente do PP, José Eliton, no lugar de apoiar os candidatos do partido para deputado federal, trabalhou na campanha de Giuseppe Vecci. Por isso, Sandes teria ficado como suplente. “Parece tudo bonitinho e arrumadinho, mas não foi assim. José Eliton, como candidato a vice-governador, de uma base política ampla, não poderia, evidentemente, pedir votos tão-somente para os candidatos de seu partido. Acrescente-se que, em determinadas cidades, Vecci tinha uma estrutura ‘x’ e Sandes não estava lá. O vice pediu-me para trabalhar na campanha de Sandes e eu trabalhei”. Balestra, na opinião de Lucas, persegue Sandes há anos. “Ele não deu legenda para Sandes disputar a Prefeitura de Goiânia contra Darci Accorsi. Mais tarde, não abriu espaço nas comissões provisórias do PP para o correligionário.”