Por Euler de França Belém

[caption id="attachment_63213" align="aligncenter" width="620"] Philip Roth e John Updike: escritores favoritos da petista Dilma Rousseff[/caption]
Numa de suas campanhas presidenciais, Dilma Rousseff esteve em Goiânia e concedeu entrevista à Rádio Terra. Convidado pelo deputado e radialista Sandes Júnior, fui dos jornalistas que a entrevistaram. A petista falou com tranquilidade, expôs suas ideias com o máximo de clareza e sem titubear. Quando a entrevista acabou, enquanto o pessoal da segurança preparava sua saída, ficamos (Alexandre Bittencourt e Olavo Noleto estavam juntos, salvo engano) conversando no estúdio. Sondei-a sobre o escritor americano Philip Roth, do qual dizia ser leitora. Não é conversa de assessoria para jornais e revistas: Dilma Rousseff sabe tudo sobre sua literatura. Disserta sobre “O Complexo de Portnoy”, “O Teatro de Sabbath” e “Complô Contra a América” com extrema facilidade, apresentando nuances — como se fosse crítica literária.
Depois, perguntei sobre John Updike. Para minha surpresa, mais uma vez, Dilma Rousseff discorreu, sem tergiversar, com facilidade e rigor sobre a obra do escritor americano, notadamente a respeito de sua obra mais importante, a tetralogia Coelho. Em quatro romances, seguidos de um conto — ou novela, o que sugere mais um quinteto do que uma tetralogia —, o Balzac Americano, o homem que expôs e desnudou a classe média americana (que não é tão diferente da classe média brasileira, ao menos em termos de consumo), revela a história de uma família (do começo ao fim) e a entrada dos automóveis da Toyota, sobretudo o Corolla, nos Estados Unidos. É uma história literária dos Estados Unidos, nas últimas décadas do século 20. Pois Dilma Rousseff sabe a história de cor e salteado — o que indica uma boa leitora.
Se deixar a Presidência da República, Dilma Rousseff deveria transformar os anos que passou no poder em motivo para literatura ou, pelo menos, para um diário cáustico do poder. A petista, uma mulher de rara decência pessoal, se cair, estará pagando o preço de alianças políticas criadas não por ela, e sim por seus aliados, como Lula da Silva. A questão chave é que, na política, inocência é paga com a queda, com o ostracismo.
A Editora Amarilys deve ser louvada pela coragem de publicar, em dois volumes, a edição completa de “A Destruição dos Judeus Europeus” (tradução de Carolina Barcellos, Laura Folgueira, Luís Protásio, Maurício Tamboni e Sonia Augusto), do notável historiador austríaco Raul Hilberg (1926-2007). O livro, de 1664 páginas, pela excelência, pioneirismo de sua documentação e seriedade da interpretação, é fonte dos principais livros sobre o Holocausto.
Sua pesquisa, com dados confiáveis, até hoje é citada e respeitada pelos mais gabaritados historiadores da Segunda Guerra Mundial — como Ian Kershaw, Richard Overy, Max Hastings, Andrews Robert, Robert Gellately, Richard Evans, Antony Beevor, Saul Friedländer (especialistas no Holocausto), Martin Gilbert, Timothy Snyder.
Pode-se dizer que até os números dos mortos nos campos de extermínio foi definido pelo estudo exemplar de Raul Hilberg. O livro, publicado em 1960, guarda o frescor, na exposição e análise do Holocausto, dos melhores livros da atualidade. Custa 340 reais (um pouco mais barato no site da editora) e, acredite, vale.

[caption id="attachment_63212" align="aligncenter" width="620"] André Petry e Carlos Graieb: uma nova “Veja”, aos poucos, mas mantendo a defesa da livre iniciativa[/caption]
A “Veja” continuará uma publicação liberal, mas a qualidade das reportagens, a partir da remontagem ou rearticulação da equipe, tende a melhorá-la. O diretor de redação André Petry — jornalista-jornalista e não jornalista-ideólogo — é preocupado com a elegância (mas não pomposidade) do texto e com uma sistema rígido de apuração das informações. É provável que, daqui a alguns meses, a revista comece a publicar reportagens mais densas e bem escritas sobre o país. Não será uma mudança radical, pois o produto atual não é ruim, mas os leitores mais atentos perceberão que o texto será mais refinado e, daí, prazeroso.
Uma das primeiras ações de André Petry foi sacar Carlos Graieb da “Veja” online, na qual era diretor de redação, para o cargo de redator-chefe da “Veja” impressa. Como o chefe da redação, Carlos Graieb é dono de um dos melhores textos da revista. Seu texto é literário e jornalístico. Não é, porém, literatura e jornalismo de segunda categoria. É literatura a serviço do bom jornalismo.
Victor Civita Neto e Giancarlo Civita, que assumiram o controle da “Veja” (e da Editora Abril), depois da morte do pai, Roberto Civita, mostram que entendem de jornalismo. Ao indicar André Petry, que bancou Carlos Graieb, os empresários sugerem que entendem do riscado
Os “antagonistas” Mario Sabino e Diogo Mainardi não gostam de André Petry, dada sua moderação posicionada, e por isso seu comando.
O político e radialista fala bem, tem uma voz firme e raciocina rapidamente
A informação é de um aliado do prefeito de Aparecida de Goiânia. O vereador será anunciado como postulante no fim de abril

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