Google diz que JBS e 4Buzz patrocinaram ataques contra o jornalista Leonardo Sakamoto. Empresas negam
08 abril 2016 às 13h20
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O Google admitiu à justiça que recebeu dinheiro da JBS/SA para divulgar acusações contra o ativista da ONG Repórter Brasil e blogueiro do UOL
A “Folha de S. Paulo” publicou na sexta-feira, 8, a reportagem “Papéis sugerem ação de JBS contra jornalista Leonardo Sakamoto” (foto acima, da Câmara dos Deputados), assinada por Ricardo Mendonça, colaborador do jornal. O profissional, da ONG Repórter Brasil e blogueiro do UOL, foi achincalhado nas redes sociais a partir de um texto “Leonardo Sakamoto Mente”, do site FolhaPolítica.org (que não pertence à “Folha de S. Paulo”). “Sakamoto recebe mais de R$ 1 milhão para chamar opositores de mercenários, denuncia Luciano Ayan” — diz “reportagem” do site, que não tem autoria assumida. Na verdade, o patrocínio da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal é, por três anos, de R$ 499 mil.
Segundo a “Folha” apurou, “documentos produzidos por ordem judicial sugerem que as empresas JBS [dona das marcas Friboi e Swift] e 4Buzz promoveram, por meio de anúncio pago no Google, a exposição de um texto difamatório contra Leonardo Sakamoto. (…) Em setembro, por determinação judicial, o Google informou que a ordem partiu da JBS/SA (…) Numa outra etapa, a operadora GVT informou à Justiça que quase todos os IPs são da 4Buzz”. O jornalista havia divulgado notícias sobre problemas trabalhistas e ambientais da JBS.
A JBS e a 4Buzz disseram à “Folha” que “não” contrataram o Google “para promover conteúdo ofensivo contra o jornalista Leonardo Sakamoto”. O profissional chegou a ser agredido, e não só verbalmente, por conta da repercussão das notícias caluniosas.
A JBS é gerida pelos irmãos Wesley e Joesley Batista (foto acima). Os donos da multinacional são de Anápolis e são irmãos de Júnior Friboi, que não é mais sócio do empreendimento, optando por uma carreira solo na área de frigorífico e construção civil.