Deputado do PR é acusado de assediar jovem de 17 anos. Ela queria saber sobre impeachment de Dilma
08 abril 2016 às 08h14
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A garota cobrava a posição do parlamentar sobre o impeachment e o parlamentar a cantou abertamente. Ele contrapõe: seu celular teria sido usado por um assessor
O PR é um partido dos mais curiosos. Um de seus deputados prega retidão moral em todos os campos e quer ser candidato a prefeito de uma capital. Mas não faz uma crítica sequer ao fato de o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, usar tornozeleira eletrônica, por estar sob vigilância da polícia e da Justiça. Ele foi condenado e preso no rumoroso processo do mensalão. Agora, um deputado do mesmo partido, João Carlos Bacelar (foto ao lado/crédito: Luís Macedo/Extra!), do PR da Bahia, é acusado pela estudante “X.”, de 17 anos, de Santa Catarina. Ela registrou uma ocorrência policial contra o deputado e exibiu todo o diálogo que mantiveram pelo WhatsApp. Ele a teria assediado sexualmente.
Militante do Movimento Brasil Livre, a garota abordou o deputado João Carlos Bacelar e tentou convencê-lo a votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, do PT.
Enquanto a garota falava a sério, pressionando-o em termos exclusivamente políticos, o parlamentar a assediava, sugerindo um encontro em Brasília. “Você é linda”, afirma. E convida-a: “Venha tomar um café no meu gabinete”.
O repórter Gustavo Almeida, do jornal “Extra!”, do Rio de Janeiro, conta que “o deputado não quis falar sobre o episódio e, por meio de sua assessoria, disse que ‘o celular com a qual a adolescente se comunicou fica no gabinete em Brasília e que conversou foi um assessor parlamentar’”.
Mas, estranhamente, João Carlos Bacelar não apresentou o nome do auxiliar.
Segundo o “Extra!”, “X. disse que participou de uma ‘blitz’ que o movimento Brasil Livre organizou, com os deputados com celular e WhatsApp recebendo mensagens de eleitores de todo o país pedindo para que votem a favor do impeachment”.
Políticos analógicos não percebem duas coisas. Primeiro, quase todas as conversas hoje ficam gravadas e podem ser reproduzidas com extrema facilidade, como ocorreu.
Segundo, as redes sociais são rápidas e permitem que qualquer cidadão, sem nenhum esforço, possa produzir notícias que, logo depois, ganham espaço em jornais e emissoras de rádio e televisão.