Por Euler de França Belém

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Paulo Leminski ganha biografia “não convencional e poética”. Domingos Pellegrini é o autor

[caption id="attachment_2135" align="alignleft" width="300"]Nova biografia do poeta curitibano Paulo Leminski: espera-se que não seja mais uma hagiografia Nova biografia do poeta curitibano Paulo Leminski: espera-se que não seja mais uma hagiografia[/caption] Paulo Leminski é o poeta pau para toda a obra. Precisa-se de um verso de impacto para fortalecer um artigo aparentemente insosso, pimba: Leminski. O articulista quer apimentar seu texto com uma frase bem humorada, às vezes picante, não resta outra alternativa: convoca-se o Ranieri “Modess” Mazzilli da poesia e da frase de efeito. O momento exige um poema que seja meio piada, mais ou menos inteligente e, especialmente, “espirituoso” (palavra que deveria ser banida do Bananão), pois não: chame o Leminski. Há algum tempo, publicaram sua biografia — “O Bandido Que Sabia Latim” —, que mais parece ode a um deus do que descrição da vida de um homem. A família do bardo curitibano, que sabiamente criou e cultivou a própria mitologia, proibiu a nova edição, deixando de perceber que se trata de uma hagiografia das mais inofensivas. Agora, um escritor, um bom escritor, Domingos Pellegrini lança “Minhas Lembranças de Leminski” (Geração Editorial, 200 páginas). Sabe-se que a família, ciosa (há até uma ex que se apresenta como “mulher”, tipo Maria Kodama e Yoko Ono), tentou interferir, quiçá para aumentar a santidade do santo. Como o livro está saindo, e por uma editora consistente, é sinal que as controladoras, mulheres e filhas, quem sabe com “estrela” em baixa e raízes poéticas “ruins”, não conseguiram censurá-lo. E isto, diria a Bíblia, Deus acha bom. Release da editora: “É uma biografia não convencional, altamente poética, onde não são as ações que estão enfocadas, como a narração da vida do biografado, mas seus pensamentos... Pellegrini traz Leminski à vida a partir do que viveu com ele, suas constantes e intensas conversas, ao mesmo tempo em que narra o Leminski da mídia, famoso e cultuado escritor da poesia concretista”. Fiquei intrigado: os pensamentos? Que tipo de pensamentos? Leminski pode mesmo ser enquadrado, a fórceps, como poeta ou “escritor” concretista? O vate (ops!) paranaense não era, certamente, concretista. Sua poesia talvez seja mais próxima do “brincadeirismo” de Oswald de Andrade e, até, de Mario Quintana. Em termos formais, no geral ao menos, está distante da poesia de Haroldo de Campos, de Décio Pignatari e de Augusto de Campos. A ousadia formal de Leminski está muito mais acentuada no romance “Catatau”, no qual, aí sim, está próximo de um deus amado pelos concretistas e pelos apóstolos da literatura de invenção — James Joyce, o de “Ulysses”. O Leminski que talvez possa ser nominado de filho — edipiano? Sabe-se lá — do concretismo é mais o tradutor. É possível que as traduções inventivas (ou transcriativas) dos brothers Campos e as de Leminski sejam irmãs.

A TV Anhanguera se tornou a freguesa preferencial da TV Serra Dourada, sobretudo do Jornal do Meio Dia

Há dois anos, sem tirar nem pôr, que o excelente “Jornal do Meio Dia”, apresentado pelos competentes e empáticos Jordevá Rosa e Luciana Finhold — conhecida como a miss simpatia da televisão goiana —, está em primeiro lugar nas pesquisas do Ibope, superando, de longe, o “Jornal Anhanguera”. A TV Anhanguera já mexeu, rebolou, contratou um novo diretor de Jornalismo, Orlando Loureiro, mas, quando a pesquisa do Ibope sai, está lá nas “papeletas”: o “Jornal do Meio Dia” venceu por nocaute.

Não se sentindo valorizada, a repórter de política Thaís Romão pede demissão de O Popular

O “Pop” perdeu uma de suas melhores repórteres de política — Thaís Romão. Um repórter do jornal afirma que a profissional pediu demissão por não se julgar valorizada pela chefia da redação. Jornalistas que acabaram de chegar, postos na categoria dos que trabalham em período integral, estão ganhando quase o dobro dos que já estão há anos na empresa.

O comunismo reprimia, mandava até para o Gulag, mas o povão não parava de fazer piadas sobre seus líderes, diz pesquisador

Layout 1Comunismo — O historiador Walter Laqueur sugere que os sovietólogos não perceberam a queda do comunismo porque estavam de olho mais nas estatísticas (superestimadas) do que nas pessoas. Na União Soviética, que forçava a igualdade, eliminando a diferença, sobretudo se genial, os indivíduos foram parando aos poucos e o país também foi paralisando. A ação deles, somada à inépcia dos dirigentes, como Leonid Brejnev, toupeira em forma humana, decretou a morte do socialismo engatilhado por Lênin e disparado por Stálin. O livro “Foi-se o Martelo” (Record, 432 páginas, tradução de Marcio Ferrari), de Ben Lewis, procura capturar a história do comunismo de modo bem-humorado. Segundo a editora, “as piadas sobre o comunismo são o mais estranho, engraçado e talvez até o mais significativo dos legados daqueles oitenta anos de experimentação política, na Rússia e no Leste Europeu. Ben Lewis conta o que realmente aconteceu nesse período por meio das piadas e das histórias das pessoas que as contavam — muitas delas acabaram no Gulag, embora outras tenham desfrutado de altos cargos ou se tornaram estrelas do teatro e do cinema”. “Foi-se o Martelo” é, além de livro, um documentário da BBC4.

Intocável não é a biografia definitiva do artista americano Michael Jackson

42151555Iúri Rincon “Intocável — A Estranha Vida e a Trágica Morte de Michael Jackson” (Companhia das Letras, 880 páginas) nem de longe é a biografia definitiva do múltiplo artista. Fragmentada, com idas e vindas em excesso, histórias que não fecham e uma longa, chata e desnecessária narrativa dos infindáveis problemas jurídicos do rei do pop, “Intocável” pelo menos é corajosa e não foge dos defeitos do astro. Provavelmente homossexual, insatisfeito com sua imagem, revoltado com a família (exceto a mãe), prisioneiro do sucesso, do seu staff, ainda era um bom pai, trabalhador, inquieto e talentoso. O livro sugere que Michael tinha duas personalidades, uma pública e outra nos negócios privados, chegando até a mudar de voz quando tratava com a indústria musical e advogados. Vencer suas mais de 800 páginas em letra pequena, entretanto, é quase uma façanha, apesar de bem escrito. Mas, pra começar, tá bom demais. Iúri Rincon é jornalista, pesquisador na área de história, poeta e crítico de música bissexto.

Dana White zela da saúde de Minotauro ao demiti-lo

roy-nelson_capa Minotauro, agora mais conhecido como Minitouro, foi nocauteado pelo rechonchudo Roy Nelson e, mal saiu do chão, disse que quer uma “revanche” com Frank Mir. Não terá, se depender de Dana White. O chefão do UFC disse que esperou que o lutador brasileiro dissesse, depois do nocaute mais vexatório do ano, que se aposentaria. Como não disse, o empresário decidiu aposentá-lo, ao dizer que não quer mais vê-lo lutar. A franqueza de Dana White certamente choca os brasileiros, sempre enrolando para dizer a verdade, evitando o conflito, até explodir quando não é mais necessário. Mas o que disse é o que todos aqueles que apreciam MMA — novela para homens que começa a agradar as mulheres — gostariam de dizer. Ninguém quer Minotauro, um lutador de bela história, apanhando, sobretudo sendo surrado, no primeiro round, por um lutador forte, mas do segundo time, limitado. Na luta contra Roy Nelson, o que se viu no octógono foi um Minotauro sem ritmo, sem noção de distância e apático. Em suma, um poste, ou melhor, um saco de pancadas dolorosamente humano. Ao demitir Minotauro, Dana White está zelando de sua saúde e colaborando para que os brasileiros não fiquem vermelhos — sim, de vergonha, ou, quem sabe, de raiva — depois de suas lutas. Espera-se que, com seu bom senso habitual, o grande Minotauro não se transforme no novo Mirko “Cro Cop” Filipovic. Ele não tem mais idade para ser escada e sparring. Que fique, pois, como mestre, o que é, e dos bons.

Rachel Sheherazade, o silêncio que incomoda

Não há como nem disfarçar o caráter político do ¨cala-boca¨ à jornalista Rachel Sheherazade. Não há como. Rachel foi calada pela nova norma do jornalismo do SBT, que simplesmente optou por acabar com os comentários em seu telejornal. Foi a melhor decisão diante do caos que representa esse “cala-boca”. As alternativas eram a demissão da profissional ou o enquadramento – leia-se censura direta – de seus comentários. O SBT entregou os dedos e os anéis, mas preservou minimamente a dignidade. Uma deputada do PCdoB carioca foi autora de uma denúncia contra Rachel na esteira de reação censora incentivada nas redes sociais. Num dos primeiros casos de espancamento de marginais registrados no Brasil recentemente, Rachel disse ¨compreender¨ o ato coletivo de cidadãos comuns, que bateram no marginal e o amarraram num poste até a chegada da polícia. Rachel não disse em nenhum momento que a população estava certa ao fazer o que fez. Disse apenas que compreendia o momento de ira. No final do comentário, como era/é seu estilo, provocou: ¨tá com pena (do marginal agredido), leve para sua casa¨. Um comentário absolutamente claro e transparente: ela compreendia a razão de um grupo de populares ter reagido violentamente contra o marginal e não tinha nenhuma pena dele. Foi isso que matou a liberdade de opinar no jornalismo do SBT? Claro que não. Rachel foi acusada e condenada por grupos por suas opiniões a respeito do governo e da política. Não teve qualquer relação com a bandidagem. Muito mais dramático que a compreensão de Rachel e de sua falta de falsa compaixão pelo marginal são os comentários diretos de apresentadores de programas policiais nas TVs de todos os quadrantes da nação. Para ficar em um só exemplo que vale para o Brasil inteiro, Rachel jamais foi tão ousada quanto José Luiz Datena em sua ojeriza contra a marginalidade e os marginais que infestam a realidade brasileira. O problema de Rachel e de seus comentários é outro. Vai numa outra linha. O que realmente desencadeou a reação contra ela tanto nas redes sociais como pela deputada federal do PCdoB foram os comentários até sarcásticos contra os desmandos e equívocos do governo federal. Cabe a pergunta: conseguiria ela dizer o que já disse contra o governo e governantes se o Brasil ainda estivesse sob o regime ditatorial de 64? Certamente, não. Pois a partir de agora, em plena democracia, ela também não poderá falar. A diferença entre as duas épocas é o pau-de-arara. O silêncio é mesmo. Direitos humanos? Não. O problema foram os direitos políticos. Rachel foi, sim, calada por se manifestar contra o governo. Se há alguma dúvida quanto a isso, que se faça uma comparação entre ela e seus comentários a respeito do marginal agredido e um outro jornalista, também da TV e dono de um blog na internet, que foi acusado de racismo contra um colega de profissão, e condenado pela Justiça. Acusada por populares e pela deputada, Rachel foi calada. O racista condenado pela Justiça continua com seu blog e apresentando faturas mensalmente contra estatais do governo federal. Ela era/é a ácida crítica ao governo, ele é da tropa de ataque a oposicionistas e um bunker da defesa governista. PS – é óbvio, mas ainda assim julgo necessário ressaltar, que neste site, afonsolopes.com, há ¨uma visão dos fatos¨. Não é a visão definitiva, nem a pretensiosamente mais inteligente. E nem se invoca aqui a desgastada – por mau uso – tese da ¨liberdade de expressão¨. Melhor do que essa tal liberdade para expressar a forma como se pensa é semear a pluralidade das ideias. Sem que nenhuma ¨visão/voz¨ tenha que ser calada. O silêncio sempre incomoda. (publicado no site www.afonsolopes.com/category/blog)

Anões do Orçamento: o dia que a revista Veja pagou 1 milhão de reais por uma entrevista e a IstoÉ levou de graça

crime O jornalista Marcos Linhares lança a segunda edição do livro “Não Existe Crime Perfeito”, no qual conta os bastidores de crimes célebres, como o assassinato de Ana Elizabeth Lofrano dos Santos pelo marido José Carlos Alves dos Santos, ex-chefe da Assessoria de Orçamento do Senado. Texto da repórter Gabriela Ferigato (quinta-feira, 17), do Portal Imprensa (http://bit.ly/1pdTbde), conta uma história interessante envolvendo José Carlos Alves, as revistas “Veja” e “IstoÉ” e a polícia. “Preso, José Carlos Alves teria cobrado R$ 1 milhão da revista ‘Veja’ para conceder uma entrevista e entregar os anões do Orçamento. A publicação topou, mas a condição imposta pela polícia é que os repórteres, após a conversa, passassem algumas informações para ajudar na apuração”, relata o portal. “Os jornalistas não cumpriram a promessa, mas a polícia já sabia que ia ser traída e” grampeou “a cela. Então”, os policiais “ligaram para a ‘IstoÉ’ e disseram: ‘Olha, a ‘Veja’ pagou pela entrevista, nós vamos entregar de graça para vocês’”, diz Marcos Linhares. As duas publicações saíram com capas idênticas, o que, certamente, deve ter irritado os repórteres e editores da “Veja”.

Romeu Tuma Junior desmente Veja e diz que não faturou 700 mil reais com vendagem de livro

A coluna "Radar" (da revista "Veja" que está nas bancas), assinada por Thiago Prado (e não por Lauro Jardim, o editor tradicional), informa que o livro "Assassinato de Reputações" rendeu 700 mil reais ao delegado de polícia e ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Junior. O livro permanece na lista dos mais vendidos há semanas. Na lista da "Veja", a desta semana, está em terceiro lugar. É um fenômeno editorial-comercial. Tuminha, filho do falecido senador Romeu Tuma, o Tumão, detona o PT, especialmente o do ex-presidente Lula da Silva. Mais: o delegado, que está prestes a se tornar o homem de 1 milhão de reais da indústria editorial brasileira, está escrevendo, em colaboração com um jornalista, o segundo volume, com o mesmo objetivo: dissecar as ações, tidas como policialescas, do PT no poder. O fato é que, até agora, não conseguiram desmentir as denúncias publicadas pelo delegado. No Twitter, Romeu Tuma corrige a informação publicada pelo Jornal Opção, que baseou-se em nota da "Veja". Ele escreveu: "Bem que eu merecia. Mas a diferença entre seu 'chute' e a realidade é abissal." Sabe-se que, no Brasil, quem ganha mesmo com as publicações são as editoras, quando ganham. Os autores em geral ganham 10% das vendas. Em poucos casos, como o de Fernando Morais, há adiantamentos e participação maior no faturamento. Como livro se tornou um dos maiores best sellers do país, há, possivelmente, uma disputa entre editoras pelo volume 2. "Há um jogo de interesses entre editoras tentando editar o 2 volume. Não estou preocupado com ganhos, mas sim com a história e minha honra", afirma Tuma Junior, no Twitter, em resposta ao Jornal Opção.

Thiago Marques assume comando da Comunicação da Secretaria de Indústria e Comércio do governo de Goiás

O jornalista Thiago Marques é o novo responsável pela Comunicação Setorial da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC) do governo de Goiás. Thiago Marques vai trabalhar com o novo secretário, Bill O’Dwyer, indicado pelos líderes empresariais de Goiás e, sobretudo, de Anápolis. O jornalista fez um trabalho consistente na promoção da imagem da Secretaria de Educação, onde atuou ao lado do deputado federal Thiago Peixoto (PSD). Trata-se de um profissional que trabalha e, ao mesmo tempo, contribui na articulação política — sempre reconhecendo que a estrela é o secretário. Integrantes de algumas redações dizem que Thiago Marques tem o hábito de priorizar a redação do “Pop”. Se for verdade, é mesmo um problema sério e a reclamação deve ser feita diretamente ao presidente da Agência de Comunicação (Agecom), Orion Andrade, e, agora, a Bill O’Dwyer.

O Popular muda nome de Luana Nadejda Jaime e do advogado Pedro Sérgio dos Santos

luana Recomenda-se aos cientistas brasileiros que inventem o risômetro. Assim, toda vez que adquirir o “Pop”, ou se for ler na internet — missão impossível às vezes até para quem é assinante —, o leitor deve colocar o risômetro na boca e pode começar a rir. Na semana passada, o diário goiano “revelou” que a presidente Dilma Rousseff estava “grávida”, recentemente disse que o coronel Brilhante Ustra combateu a Guerrilha do Araguaia (o que é falso), “elegeu” Thiago Peixoto a vereador (o jovem é deputado federal), confundiu Milton Campos com Milton Alves, trocou iminente com eminente. No sábado, 12, o jornal continuou o festival de erros que assola sua redação, como se o espírito do Febeapá estivesse “reencarnando” nos computadores dos repórteres. O “Pop” publicou a reportagem “Ex-miss Goiás é absolvida” e cometeu erros primários. Quem leu a reportagem de Thiago Burigato, do Jornal Opção Online, foi informado que Luana Nadejda Jaime foi absolvida da acusação de ter assassinado Gilvânia Lima de Oliveira e que o nome de seu advogado é Pedro Sérgio dos Santos, diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás e doutor em Direito pela prestigiosa Universidade Federal de Pernambuco. Agora, se o leitor consultou o “Pop”, ficou “sabendo” que outra pessoa foi absolvida — uma sra. de nome Luana “Madedja” Jaime. Quem fez sua defesa foi o advogado Pedro “Henrique” dos Santos — que, obviamente, não existe, exceto nas páginas do “Pop”. Ao comentar os erros, um juiz disse: “Que tal julgar o ‘Pop’ no Tribunal da Língua Portuguesa?” Nem tanto...

Vera Guimarães será a nova ombudsman da Folha de S. Paulo. Suzana Singer vai dirigir o setor de Treinamento do jornal

Pouco dadas a firulas acadêmicas e discussões filosóficas, Suzana Singer talvez tenha sido uma das “ombudsmen” (termo impróprio para mulheres, mas é assim que o jornal paulistano usa) mais rigorosas da “Folha de S. Paulo” (o mais polêmico talvez tenha sido Caio Túlio Costa), ao lado de Marcelo Leite (possivelmente, o que fazia uma crítica mais técnica). Ela sempre aponta duramente os erros da “Folha de S. Paulo”, mas reconhecendo os acertos com largueza de visão. Singer será substituída na sexta-feira, 25, pela jornalista Vera Guimarães, secretária-assistente de Redação de Semanais. Curiosidade: os dois portais que deram a notícia, o Portal da Revista Imprensa (publicou em primeira mão, na semana passada) e o Portal dos Jornalistas, não publicaram nenhuma fotografia da nova ombudsman. Procurei na internet, inclusive no site da “Folha”, e não encontrei nenhuma foto. Vera Guimarães, ao que parece, é discreta. Singer será a nova editora de Treinamento do jornal — cargo certamente ideal para quem foi ombudsman.

Holocausto Brasileiro, o best-seller da jornalista Daniela Arbex, sai em Portugal pela Editora Guerra & Paz

holocausto livroQuem acessa o site da Fnac (há uma ótima livraria no Chiado, em Lisboa, nas proximidades da Praça Luís de Camões) vê que um dos lançamentos destacados é “Holocausto Brasileiro”, da jornalista brasileira Daniela Arbex. O livro saiu, este mês, em Portugal pela Editora Guerra & Paz (256 páginas). Eis a síntese que está no site da Fnac: “Um pungente retrato de abandono e horror. Um genocídio que roubou a dignidade e a vida a 60.000 pessoas. Milhares de crianças, mulheres e homens foram violentamente torturados e mortos, no Brasil, no hospital de doenças mentais de Colônia, em Barbacena, fundado em 1903. A maioria foi internada sem diagnóstico de doença mental: eram meninas violadas que engravidaram dos patrões, homossexuais, epilépticos, mulheres que os maridos não queriam mais, alcoólicos, prostitutas. Ou simplesmente seres humanos em profunda tristeza. Sem documentos, sem roupa e sem destino, tornaram-se filhos de ninguém. Em ‘Holocausto Brasileiro’, a premiada jornalista de investigação Daniela Arbex resgata do esquecimento esta chocante e macabra história do século XX brasileiro: um genocídio feito pelas mãos do Estado, com a conivência de médicos, funcionários e população, que roubou a dignidade e a vida a 60.000 pessoas.” No site da Bertrand, outra ótima livraria de Portugal, o livro ainda não recebeu nenhuma menção. Não deixa de ser interessante que um dos maiores best-sellers do Brasil, nos últimos anos, seja um livro de alta qualidade, resultado de uma pesquisa rigorosa que, aos poucos, começa a obter repercussão internacional. Escrever bem é obrigação, claro. Mas vale o registro de que, além de escrever bem, Daniela Arbex é autora de um texto elegante (o que não quer dizer pomposo), fluente, preciso e de grande clareza. Trata-se de uma obra-prima do jornalismo brasileiro. Fosse americana, a repórter teria faturado o Pulitzer.

Repórter do Jornal Opção é 1º lugar no Prêmio UEG de Jornalismo

Marcos(1)O repórter Marcos Nunes Carreiro foi o primeiro colocado no 1º Prêmio UEG de Jornalismo, na categoria "Jornalismo Impresso". A reportagem premiada foi publicada na edição 2006 do Jornal Opção e pode ser lida aqui. A entrega do prêmio será realizada na quarta-feira, 16, no Palácio da Música, no Centro Cultural Oscar Niemeyer durante o Jubileu de Cristal da UEG, evento que comemora os 15 anos da universidade.

Revelação dos arquivos Snowden dá Pulitzer aos jornais “The Guardian” e “Washington Post”

Há algum tempo, quando se perguntava: “Qual é o melhor jornal americano?”, os leitores, hesitantes, às vezes citavam o “New York Times”, o “Washington Post” e, mais raro, o “Wall Street Journal”. Agora, um quarto jornal certamente será citado entre os três — o “The Guardian”. Bem, o “Guardian” é inglês. Certo, é. Mas faz sucesso nos Estados Unidos o “Guardian” digital, que, com uma equipe pequena mas competente, publicou as principais denúncias de Edward Snowden, o jovem que pôs a nu a espionagem da NSA, agência de espionagem americana, e do GCHQ, agência de espionagem inglesa. Na segunda-feira, 14, coroando o trabalho do jornalismo que não se agacha ante o poder, a Universidade Columbia anunciou os vencedores do Pulitzer 2014, o mais importante prêmio de jornalismo do país de Thomas Jefferson e Abraham Lincoln. Pelas reportagens-denúncias que divulgaram, de maneira independente e resistindo às pressões dos poderosos de dois países, EUA e Inglaterra, a partir dos arquivos de Snowden — que provaram que as agências NSA e GCHQ espionaram todo o mundo —, o “Guardian” e o “Washington Post” dividiram o prêmio principal, Serviço Público. O “Boston Globe” ganhou o Pulitzer na categoria “Breaking News” (“Últimas Notícias”). O jornal fez a melhor cobertura do ataque terrorista à maratona de Boston, em abril de 2013. Chris Hamby levou o prêmio de Jornalismo Investigativo, do Centro de Integridade Pública. A reportagem premiada denunciou “a negligência de médicos e advogados em processos de mineradores com problemas respiratórios contra suas empresas”, registra o portal da revista “Imprensa”. Na categoria Reportagem Explicativa, Eli Saslow, do “Post”, foi o vencedor. A matéria apresenta a pobreza da América Latina. Na categoria Reportagem Local, Will Hobson e Michael La Forgia, do “Tampa Bay Times”, um jornal de bairro, são os vencedores. Eles investigaram a “oferta de casas populares para moradores de rua na Flórida”, conta o Portal Imprensa. David Philipps, do “The Gazette, faturou o Pulitzer na categoria Reportagem Nacional com reportagem sobre como são tratados os veteranos de guerra dos Estados Unidos. Jacon e Szep e Andrew R. C. Marshall, da agência Reuters, com reportagem a respeito da minoria muçulmana em Myanmar, faturaram o prêmio na categoria Internacional. Não houve ganhador na categoria Melhor Escrita. O que não deixa de ser surpreendente, pois há publicações americanas de qualidade, como a revista “New Yorker”, que primam pela qualidade escrita. Josh Haner, do “New York Times”, levou o prêmio na categoria Melhor Fotografia. Josh fez uma “série sobre a recuperação de uma vítima do ataque terrorista na maratona de Boston”. Nos Estados Unidos, mais do que em alguns países, o trabalho do repórter fotográfico é muito respeitado, mas, quando um jornal do porte do “Times” ganha o Pulitzer apenas nesta categoria, a redação costuma ficar agastada. É sinal de desprestígio. Outras premiações do Pulitzer: Stephen Henderson, do “Detroit Free Press” (Comentarista); Inga Saffron, do “Philadelphia Inquirer” (Crítica); a equipe do jornal “The Oregonian” (Editorial); Kevin Siers, do “The Charlotte Observer” (Chargista); e Tyler Hicks, do “New York Times”, na cobertura de uma chacina no Quênia (Fotografia Factual).