Intocável não é a biografia definitiva do artista americano Michael Jackson

22 abril 2014 às 15h59

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“Intocável — A Estranha Vida e a Trágica Morte de Michael Jackson” (Companhia das Letras, 880 páginas) nem de longe é a biografia definitiva do múltiplo artista.
Fragmentada, com idas e vindas em excesso, histórias que não fecham e uma longa, chata e desnecessária narrativa dos infindáveis problemas jurídicos do rei do pop, “Intocável” pelo menos é corajosa e não foge dos defeitos do astro.
Provavelmente homossexual, insatisfeito com sua imagem, revoltado com a família (exceto a mãe), prisioneiro do sucesso, do seu staff, ainda era um bom pai, trabalhador, inquieto e talentoso.
O livro sugere que Michael tinha duas personalidades, uma pública e outra nos negócios privados, chegando até a mudar de voz quando tratava com a indústria musical e advogados.
Vencer suas mais de 800 páginas em letra pequena, entretanto, é quase uma façanha, apesar de bem escrito. Mas, pra começar, tá bom demais.
Iúri Rincon é jornalista, pesquisador na área de história, poeta e crítico de música bissexto.