Por Euler de França Belém
Comigo é assim: compro a revista “Brasileiros”, ou outra publicação, e, se vejo que há alguma reportagem de Ricardo Kotscho, é a primeira que leio. Nunca me decepcionei com seus textos, que, além de bem escritos, com veia de prosador, são repletos de grandes histórias humanas. Kotscho não edulcora suas histórias, mas o mundo que mostra é sempre melhor do que aquele que é realçado noutras reportagens. Não se pense que o profissional é meio “Pangloss”. Não é. Mas percebe o mundo de maneira mais ampla, talvez menos feia e trágica, ou melhor, apocalíptica. Na sexta-feira, 30, a Cásper Líbero organiza evento em homenagem, merecida, a Kotscho, com a participação de Eugênio Bucci, professor da Universidade de São Paulo, e Camilo Vannuchi. Trata-se uma comemoração aos 50 anos de carreira do jornalista Kotscho, profissional digno, capaz, perceptivo. Ele vai falar, segundo o Comunique-se, “sobre histórias de furos, casos e bastidores da notícia”. Comunique-se relata que o encontro 50 Anos de História do Brasil — A Prática da Reportagem em Meio Século de Carreira do Jornalista Ricardo Kotscho, organizado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, contará com a participação de Clóvis Rossi, Audálio Dantas, Jorge Araújo, Hélio Campos Mello e Eliane Brum, com mediação de Mariana Kotscho, filha do homenageado. Kotscho é aquele de profissional que torna o mundo melhor e mais digno. E sem falsificá-lo. [Abaixo, leia uma breve resenha que escrevi sobre um livro de Kotscho, em 2006, quando foi lançado. Talvez seja excessivamente dura, mas verdadeira.] Poder devorou o repórter Ricardo Kotscho Ele sustenta que, quando estava ao lado do rei, não sabia nada de mensalão e Marcos Valério. Era da cozinha de Lulla, como Delúbio Soares e José Dirceu, mas, como o presidente, não sabia de nada. É provável que, no poder, Kotscho tenha deixado de ser repórter. O poder costuma devorar a alma dos grandes repórteres Quem espera revelações sensacionais do livro “Do Golpe ao Planalto — Uma Vida de Repórter” (Companhia das Letras, 368 páginas), de Ricardo Kotscho, terá de tirar o Lullinha da chuva. Não há, em nenhum momento, o tom explosivo de “Minha Razão de Viver”, de Samuel Wainer, nem a riqueza de informações de “Chatô”, de Fernando Morais. O texto é muito bom, escraviza o leitor, mas, para dizer pouco, falta contexto histórico, apresentado apenas de relance. Daí alguns leitores terem dito que o livro, apesar de bem-escrito e contar histórias interessantes, é decepcionante. “Do Golpe ao Planalto” é a história de um repórter correto e, vá lá, criativo. Desses que têm uma vocação humanista e não estão preocupados, digamos assim, com o chamado jornalismo investigativo (talvez mais destrutivo do que investigativo — por falta de uma gota de humanismo. A ânsia de, à força, corrigir o homem, de ter tudo explicado, é uma tarefa mais para ditadores do que para repórteres). Se fosse historiador, Kotscho certamente seria adepto da história das mentalidades. O forte do livro, que não será comentado aqui, é a sua história de repórter, com muitos acertos e alguns equívocos, que o autor admite sem tergiversar (cita até certa covardia pessoal). A pior parte, porque mais emocional e política (que não é o forte do repórter), é o posfácio, que será comentado rapidamente. Muitos certamente vão dizê-lo ingênuo ou, como está na moda, idealista. Talvez seja melhor assim, pois Kotscho não parece um profissional desonesto. Pelo contrário, é de uma seriedade exemplar. Um repórter da velha guarda, no melhor dos sentidos. A crença de Kotscho em Lulla parece coisa de parvos, o que o repórter não é. Tudo indica que a paixão dele pelo petista o cega. Mesmo assim, o repórter, quando a razão aflora, o que ocorre raramente, percebe o Lulla real. Por não amar o poder, e amar a família, Kotscho deixou o disputado cargo de secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (o repórter-primeiro amigo conta que, por telefone, ainda tenta influenciar o governo Lulla, quer dizer, não está inteiramente afastado do Collor de Garanhuns). É a sua explicação para abandonar o barco de Lulla. Ele sustenta que, quando estava ao lado do rei, não sabia nada de mensalão e Marcos Valério. Era da cozinha de Lulla, como Delúbio Soares e José Dirceu, mas, como o presidente, não sabia de nada. É provável que, no poder, Kotscho tenha deixado de ser repórter. O poder costuma devorar a alma dos grandes repórteres. Kotscho não me parece a figura do execrável bajulador, do tradicional dobrador de joelhos, mas, no poder, na presença do rei, perdeu o senso. O livro mostra que ainda não o recuperou, mas está próximo de reconquistá-lo. Kotscho é sério, mesmo quando está atraído mortalmente pela serpente Lulla. Na ótima revista “Brasileiros”, Kotscho parece ter reencontrado o equilíbrio. Afastado do governo, mas não de Lulla, Kotscho diz que tinha alguns pressentimentos: “O principal era que o presidente, a vida toda habituado a aplausos e elogios, a ouvir muita gente antes de tomar uma decisão, postergando-a, esperando que os problemas se revolvessem com o tempo, não estivesse psicologicamente preparado para enfrentar uma onda daquele tamanho. Querendo agradar a todos, Lulla talvez não soubesse perceber a tempo e reagir à altura quando o vento virasse contra ele. Se nos períodos de calmaria qualquer contrariedade ou problema menor já o deixava irritado além da conta, eu temia que sua reação diante de uma crise mais séria acabasse agravando-a. O governo e o presidente primeiro demoraram a entender a gravidade da situação e depois reagiram mal, partindo da defesa para o ataque sem uma estratégia definida”. Adiante, mais uma estocada, talvez a possível, pois Kotscho e Lulla continuam amigos: “Após algum tempo de perplexidade, dei-me conta de que a reação do presidente e do governo fora ainda mais danosa à imagem de ambos do que a crise em si, já bastante traumática. Quando a ficha finalmente caiu, meses depois das primeiras denúncias, Lula parecia ter voltado à época das assembleias dos metalúrgicos, achando que poderia resolver tudo no gogó, nos discursos de palanque. Reagiu com o fígado, o que é um veneno em política. Começou a viajar mais pelo país e para o exterior, em vez de pôr a casa em ordem e preparar sua tripulação para enfrentar a tempestade na mídia e no Congresso Nacional”. É o máximo que Kotscho se permite de crítica a Lulla. Seu livro inaugura, de certo modo, uma espécie de bibliografia positiva do presidente petista, assim como o livro do senador e economista Aloizio Mercadante. No final do posfácio, Kotscho revela um diálogo que manteve com o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, quando este era presidente da República: — Presidente, o senhor conseguiu a reeleição, já está no segundo mandato, por que não dá um murro na mesa e governa do seu jeito, com quem achar melhor para o país? — Você está maluco? Se eu fizer isso, meu governo acaba no dia seguinte. A citação a Fernando Henrique Cardoso, algo sutil, é um lembrete aos que atacam Lulla por ter mantido (ou manter) uma relação fisiológica com os políticos tradicionais. Noutras palavras, Kotscho sugere que não é possível fazer diferente. O realismo de Kotscho, que às vezes posa de romântico, tem o objetivo de “perdoar” os “erros” de Lulla e, por isso, é lamentável. Como se vê, quem explica Lulla não é Kotscho, e sim Raymundo Faoro, o de "Os Donos do Poder" (espécie de biografia das elites políticas brasileiras). “"Do Golpe ao Planalto” é um excelente livro para estudantes de jornalismo e repórteres que estão começando na profissão. Por exemplo: Kotscho diz que reportagens feitas por telefone, sem contato com o mundo real, empobrecem a qualidade tanto das informações quanto do texto. Ele tem razão: os contatos por telefone, por mais que sejam eficientes (pela rapidez), esfriam as relações e raramente permitem que o repórter “entre” na intimidade dos entrevistados. Nada vale mais do que uma conversa olho no olho (mente-se com mais facilidade por telefone do que cara a cara). Bob Woodward, um dos repórteres que contribuíram para a queda de Richard Nixon, raramente conversava com sua principal fonte, Garganta Profunda, por telefone. Num tempo de grampos multiplicados, o telefone é a geladeira das conversações. Sugiro uma ligeira mudança no (sub)título do livro: “Do Golpe ao Planalto: Uma Vida de Repórter e Assessor de Lulla”. Sim, porque, de algum modo, mesmo a distância, Kotscho continua como auxiliar, ainda que informal, de Lulla. O próprio livro é uma assessoria qualificada. Uma pena, pois Kotscho é mesmo um repórter brilhante e íntegro. Mas qual integridade resiste às necessidades e seduções do poder?
Há um certo recato no movimento friboizista. A ordem de Júnior Friboi é para os friboizistas dizerem o seguinte: "O empresário não será mesmo candidato a governador de Goiás pelo PMDB". Entretanto, a movimentação nos bastidores é exatamente outra, oposta: o Jornal Opção conversou, em off, com 25 friboizistas. Todos disseram a mesma coisa: Friboi deve ser o candidato do PMDB a governador. Por quê? Porque, segundo os friboizistas, não dá mais tempo para formatar outro candidato e a estrutura de apoio foi articulada por Friboi. Esta estrutura está à espera de Friboi e praticamente não funciona sem ele. Ela foi montada à sua imagem e semelhança. O que torna uma candidatura a governador mais sólida, com uma campanha mais robusta, é a qualidade da chapa proporcional, isto é, dos candidatos a deputado federal e estadual. A chapa proporcional foi devidamente montada por Friboi e só funciona com ele. Não funciona, por exemplo, com Iris Rezende. Os leitores não deverão ficar surpresos se, daqui uns dias, Friboi for anunciado agora não como pré-candidato, e sim como candidato a governador.
Uma irmã do líder norte-americano tem o nome de Maya em homenagem à poeta negra, que, ativista pelos direitos civis, atuou ao lado de Martin Luther King e Malcolm X
A receita do governo de Goiás é várias vezes menor do que a do empreendimento dirigido pela família de Joesley Batista, o executivo que de fato manda na empresa
[caption id="attachment_5387" align="alignleft" width="300"] Pista do modernizado Autódromo Internacional de Goiás[/caption]
A presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, visitou na quarta-feira, 28, as obras do Autódromo Internacional de Goiânia. “Está ficando excelente. Enquanto alguns destroem, o governador Marconi Perillo constrói e reconstrói.”
Helenir Queiroz afirma que o Autódromo, reconstruído e modernizado, não fortalece apenas o automobilismo. “Na verdade, é um incentivo vital para o setor hoteleiro e para a ampla e qualitativa rede de restaurantes de Goiânia. Não só. Ao fortalecer uma área específica, também contribui para a expansão da cadeia produtiva. É a economia como um todo que ganha e, portanto, cresce.”
A líder classista observa que o país também fica de olho em Goiás. “Os brasileiros de outros Estados certamente avaliam que é positivo investir em Goiás. Por quê? Porque aqui se faz as coisas. As coisas acontecem no Estado.”
Bild não liga para protestos da Realeza Britânica e expõe fotografia de Kate Middleton

O diretor de Vendas de Assinaturas da Editora Abril envia uma carta tão “divertida” que parece ter sido escrita por Kafka, Beckett ou Ionesco
Sandro Mabel, Daniel Vilela e Leandro Vilela são os nomes mais cotados para enfrentar Iris Rezende na convenção
Livro conta como o ex-goleiro do Flamengo planejou o assassinato da mãe de seu filho
O nome do deputado estadual Daniel Vilela (PMDB) tem sido citado como alternativa tanto a Iris Rezende quanto a Júnior Friboi. Porque, além da estampa de ator de cinema, simboliza o novo e tem capacidade de articulação. Entretanto, seu pai, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, avalia que o garoto precisa primeiro se eleger deputado federal, enfronhar-se um pouco com a política nacional e preparar-se em termos de conhecimentos administrativos. O presidente do PTN, Francisco Gedda, pensa diferente. Ele aposta que, se Júnior Friboi não for o candidato do PMDB a governador de Goiás, Daniel Vilela pode ser uma alternativa. O jovem peemedebista segue o que diz o pai e deve disputar mandato de deputado federal, com o objetivo de cacifar-se para o que estão chamando de pós-Marconi — as eleições de 2018 e, quem sabe, de 2022. O pós-Marconi sinaliza para um grande vazio na política de Goiás. Por isso, os políticos mais jovens estão se colocando com firmeza agora. Trata-se de um posicionamento político, de um explicitar de vontade. O pós-Marconi será “de” Daniel Vilela, Agenor Mariano, Júnior Friboi, Giuseppe Vecci, José Eliton, Virmondes Cruvinel Filho, Thiago Peixoto, Antônio Gomide e, entre outros, Cristina Lopes.
Nilson Gomes Especial para o Jornal Opção O deputado estadual Daniel Vilela, visto por alguns como opção para candidatura a governador, tem muito pouco do Marconi Perillo de 1998. Há 16 anos, Marconi reuniu em torno de si toda a oposição, descontado o PT. Daniel não consegue unir nem seu partido, o PMDB, muito menos o PT. Marconi tinha o maior tempo de TV. Daniel, mesmo se for bem-sucedido nas articulações com os nanicos arranca-grana, sequer vai chegar à metade do que Marconi já tem. Marconi contava com o apoio de prefeitos populares em cidades grandes, como Nelci Spadoni (de Rio Verde), Valcenôr Braz (Luziânia) e, principalmente, Nion Albernaz (Goiânia). Contava ainda com a neutralidade do prefeito de Anápolis, Adhemar Santillo, mal avaliado e distante de Iris Rezende, o concorrente de Marconi. Daniel só tem a seu favor o pai, Maguito Vilela, prefeito de Aparecida. Marconi era visto como político. Daniel é visto como filho de Maguito. Marconi substituiu um pré-candidato, Roberto Balestra, que rastejava nas pesquisas. Daniel substituiria um dos favoritos, Iris Rezende, que lidera levantamentos e empata tecnicamente em vários institutos. Marconi era deputado federal, vinha de grande repercussão na mídia em todo o Brasil, como relator do processo de cassação de Sérgio Naya, aquele empreiteiro que construía prédios com areia salgada da praia. Daniel só é conhecido em Jataí, arredores da Prefeitura de Aparecida e dos campos do Goiás e do Atlético, dos quais foi atleta. Como deputado estadual, Marconi teve destacada contundência em oposição ao PMDB. Na Assembleia, Daniel não é destaque nem na bancada do partido – e olhe que a concorrência é mais fraca que energia da Celg. Antes dos 30, Marconi já era bom de discurso. Daniel ainda não alcança nem nível para tribuna do Sintego, o sindsaco de gatos que atrapalha a carreira dos professores, o aprendizado dos estudante e a vida das famílias. Daniel ainda pode chegar como governador ao palácio ocupado pelo pai em boa gestão (e, principalmente, pela mãe, a maravilhosa Sandra Carvalho, de excelente trabalho social desde os tempos de menina, com as campanhas Auta de Souza em Jataí). Mas fica para outra eleição. No quadro atual, Daniel chegaria em quarto, atrás de Marconi, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide. E isso não é necessariamente ruim: nessa idade, chegar em quarto atrás de alguém é muito melhor que mexer com política. Nilson Gomes é jornalista e advogado.

O projeto número um do deputado estadual Daniel Vilela, até por ser bem jovem, é disputar mandato de deputado federal na eleição deste ano. Ele sempre aparece em todas as listas como um dos favoritos – ao lado de Iris Araújo (PMDB), Rubens Otoni (PT), Giuseppe Vecci (PSDB) e Thiago Peixoto (PSD). Mas há quem diga, no PMDB, que Daniel Vilela tem a cara do Marconi Perillo de 1998 – embora seja bem menos experiente. Em 1998, Marconi já era deputado federal. O que estão querendo dizer, exatamente, alguns peemedebistas? Que Daniel Vilela, ante o afastamento de Júnior Friboi e uma possível indefinição de Iris Rezende, pode ser o candidato a governador pelo PMDB. Já em 5 de outubro deste ano. O motivo? Uma aposta total no novo.
O empresário Júnior Friboi está ligando para vários políticos e dizendo que não vai abandoná-los. Ele tem frisado que é um homem de compromissos. Cinco dos procurados disseram ao Jornal Opção que acreditam no peemedebista, pois, segundo eles, o apoio prometido em 2012 chegou a tempo e na qualidade e quantidade prometidas.
Brasília toda comenta que o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) está cada vez mais com cara e cheiro de governador. O que isto significa? Que uma multidão começa a se aproximar do socialista. Portanto, ele começa a ter cheiro de povão. Antes, tinha cheiro apenas de classe média. Mesmo desgastado, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o “Argh! Nulo”, é forte dada a força da máquina política. Agnelo Queiroz, que perdeu o apoio das classes médias, se apresenta, agora, como paladino do lumpemproletariado de Brasília.

O empresário Júnior Friboi (PMDB) tem sugerido que poderá disputar o governo de Goiás em 2018. O problema é que, aí, poderá esbarrar, por exemplo, em Daniel Vilela, a joia da coroa do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Porém, se Daniel Vilela não postular o governo, seu pai, Maguito, deve ser candidato a senador, em 2018. Aí os Vilelas apoiariam Friboi para governador. Hoje, o poder de Friboi advém, quase todo, de sua fortuna, no campo financeiro, e do tripé Maguito Vilela, Leandro Vilela e Daniel Vilela, na área política.