Por Euler de França Belém

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Rosane Malta garante que “não” sabe se o ex-marido Fernando Collor “usava” cocaína

Comenta-se que Fernando Collor era usuário de cocaína — seu irmão Pedro Collor disse, numa entrevista à revista “Veja”: “Ele era consumidor contumaz de cocaína” —, mas nenhuma publicação (ou adversário político) apresentou provas de que isto seja fato. Rosane Malta pontua na página 104 do livro “Tudo o Que Vi e Vivi” (Leya, 222 páginas): “Da adolescência de Fernando eu não sei, mas, na época da Presidência, quando saíram os boatos dizendo que ele usava drogas, eu cheguei a perguntar para ele se era verdade. A resposta foi a seguinte: ‘Você já me viu usando?’ Eu realmente nunca vi nada, mas sei que ele mudava de humor com facilidade. Além disso, os olhos dele ficavam muito vermelhos. Ele costumava chegar em casa nervoso, com os olhos avermelhados”. Fernando Collor e Rosane Malta ficaram casados 22 anos.

Ex-primeira-dama Rosane Malta diz que Fernando Collor não foi amante da atriz da Globo Cláudia Raia

[caption id="attachment_20744" align="alignleft" width="300"]Cláudia Raia e Paulo Octávio Pereira: o casal Collor tentou aproximar os dois, para que namorassem, mas não havia química entre a atriz e o empresário | Divulgação/Globo e  Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press Cláudia Raia e Paulo Octávio Pereira: o casal Collor tentou aproximar os dois, para que namorassem, mas não havia química entre a atriz e o empresário | Divulgação/Globo e Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press[/caption] Quando coloquei uma nota sobre o livro “Tudo o Que Vi e Vivi” (Leya, 222 páginas), de Rosane Malta, no Facebook, usuários sérios e qualificados, como Alberto Nery, disseram que não iriam ler. A maioria diz que se tratava de “fofoca”. Não é. Trata-se de um livro sério (até a fofoca é séria, pois envolve o interesse público) e lúcido. Há mágoa, é claro, mas temperada. Quem costurou o texto, certamente convencendo a autora a ser mais objetiva do que acusadora, fez um trabalho competente. Não há revelações “explosivas”. Assuntos que poderiam resultar em sensacionalismo são apresentados de maneira sóbria. A mensagem de quem escreveu o livro é clara: Rosane Malta “não” exagerou. O ex-presidente Fernando Collor teve mesmo um caso com a atriz Cláudia Raia? Segundo Rosane Malta, não. Eleito, Fernando Collor viajou com Rosane Malta, então Collor, para as ilhas Seychelles. O casal queria descansar. Os jornais “informaram”, nas colunas de notas, que ele tinha ido para o exterior com sua amante, e chegaram a insinuar que era com Cláudia Raia. “O mais engraçado é que eu estava ao lado de Fernando quando li a ‘notícia’. Ri muito. (...) Numa outra ocasião disseram também que ambos tinham ido a Nova York, e que estavam hospedados no mesmo hotel. Acontece que quem estava lá era eu”, relata Rosane Malta. “Essa história de que Fernando teve um caso com a Claudia Raia é puro boato e eu ria muito toda vez que saía algo na imprensa sobre o assunto.” Cláudia Raia, antes de ser amiga de Fernando Collor, já era amiga de Rosane Malta. Chegaram a circular juntas no Rio de Janeiro e até nos corredores da TV Globo. Quando Cláudia Raia se separou do ator Alexandre Frota, Fernando Collor e Rosane Malta, numa ação de cupido, tentaram aproximá-la do empresário Paulo Octávio Pereira, mais conhecido em Brasília como P. O., o chefão do setor imobiliário e shoppings. “Mas não rolou nada entre os dois.”

O suposto caso da ex-mulher de Fernando Collor com Luiz Mário de Pádua, auxiliar de Joaquim Roriz

[caption id="attachment_20735" align="alignleft" width="300"]Thereza Collor: na versão de Rosane Malta, a mulher de Pedro Collor pode ter sido “paquera” do ex-presidente Fernando Collor | Foto: Divulgação Thereza Collor: na versão de Rosane Malta, a mulher de Pedro Collor pode ter sido “paquera” do ex-presidente Fernando Collor | Foto: Divulgação[/caption] Diálogo entre Fernando Collor e Rosane Malta, então marido e mulher, refletindo o ciúme do então presidente da República: — Quinha... Recebi uma notícia hoje... — O que foi, Fernando? — Vieram me dizer que você está tendo um caso. Pior: que você está grávida do seu amante? — Já sei. O Luiz Mário. — Como assim, Rosane? Você tem coragem de me contar uma coisa dessas com tanta frieza? — Fernando, faça-me o favor! Você acredita mesmo que eu tenho um amante? Acredita que eu estou grávida de outra pessoa? — Isso é você quem tem que me dizer. — Fernando, você não deveria ter a coragem de me perguntar uma coisa dessas. Eu lá tenho chance de ter um caso? Eu sou vigiada todos os dias, 24 horas por dia. Como eu poderia ter um caso. Fernando Collor disse que tinha fitas com gravações de Rosane Malta e o suposto amante, Luiz Mário de Pádua, assessor do então governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. Rosane Malta pega pesado contra Thereza Collor, a mulher de Pedro Collor, irmão de Fernando Collor. Ela acredita que Thereza é ou era apaixonada pelo cunhado e que dava em cima dele. Thereza Collor, na opinião de Rosane Malta, teve um caso com Fernando Collor. Mas não enquanto era casado com a jovem de Canapi. Ela teria sido apaixonada pelo ex-presidente e esse seria o motivo central da briga dos irmãos.

Princesa Diana encantou-se com vestido chique criado por uma estilista brasileira

[caption id="attachment_20723" align="alignright" width="237"]Princesa Diana disse que Rosane Malta era uma mulher bonita e confessou-se “muito cansada”  Foto: Divulgação Princesa Diana disse que Rosane Malta era uma mulher bonita e confessou-se “muito cansada” | Foto: Divulgação[/caption] Em 1990, quando Akihito se tornou imperador do Japão, Fernando Collor e Rosane Malta mantiveram contato com o príncipe Charles e com a princesa Diana, então casados. “Ela é a mulher mais bonita da festa”, disse Diana, na versão da autora do livro “Tudo o Que Vi e Vivi” (Leya, 222 páginas). Rosane Malta, então com 24 anos, e Diana, de 29 anos, se entenderam bem. Mas o que agradou mesmo a princesa inglesa foi o vestido da primeira-dama patropi. “Onde você comprou este vestido?”, perguntou a britânica. Quando a brasileira disse que era da estilista Glorinha Pires Rebelo, a mulher de Charles disse: “Um dia eu vou visitar o Brasil e vou querer uma roupa dela!” Mais tarde, Rosane Malta enviou um vestido para a princesa britânica confeccionado por Glorinha Pires Rebelo. Numa visita ao Brasil, Diana perguntou: “Você não se cansa?” Rosane Malta disse que se cansava. “Eu estou muito cansada. Muito”, acrescentou a princesa. A princesa britânica já dava mostrar que o casamento com Charles ia muito mal.

Fidel Castro mandava charutos para Fernando Collor de Mello

Uma das revelações do livro “Tudo o Que Vi e Vivi”, de Rosane Malta, é o carinho do ditador cubano Fidel Castro por Fernando Collor. “Fomos a Cuba a convite de Fidel Castro. Ele nos proporcionou tudo: carro, casa, empregados à disposição por quinze dias. Passeei muito pela ilha. Que lugar maravilhoso! Que praias! Não consigo esquecer de Varadero”, afirma Rosane Malta. Nenhuma linha sobre a ditadura e dissidentes políticos. Noutra ocasião, Fidel Castro, eterno galanteador, disse para a então primeira-dama: “Esse presidente do Brasil é muito esperto. Arrumou uma esposa novinha e linda”. “Fidel gostava muito de nós. Aliás, durante todo o tempo em que eu fiquei casada, mesmo após o impeachment, ele nunca deixou de enviar os melhores charutos cubanos para Fernando”, conta a ex-primeira-dama.

Biografia conta história de Chacrinha, o palhaço que balançou e avacalhou a televisão brasileira

Layout 1Chacrinha é como Carmen Miranda, Roberto Carlos, Didi (Renato Aragão), Pelé, Ayrton Sena e Renato Aragão. Um dos mais divertidos mitos da televisão brasileira. No vídeo, ele avacalhava geral. Era um palhaço, e se assumia como tal. Sua história é contada no livro “Chacrinha — A Biografia” (Leya Brasil, 368 páginas), de Denilson Monteiro e Eduardo Nassife.

Manoel de Barros é um belo poeta, mas não tão grande quanto Carlos Drummond de Andrade e João Cabral

O sucesso de Manoel de Barros (morto na semana passada), nos últimos anos, se deve muito mais à ausência física de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. A poesia de Drummond de Andrade e João Cabral está aí, sólida, para ser lida e comparada. Porém, como não estão vivos, não podem ser exibidos em telejornais e demais programas de televisão. Mas a bela poesia de Manoel de Barros — talvez filha tardia de Walt Whitman — merece um lugar ao lado de Mario Quintana e Jorge de Lima, e um pouco abaixo da finura de Manuel Bandeira e Ferreira Gullar (este, o maior poeta brasileiro vivo).

Seleção brasileira de futebol e a patriotada dos telejornais e do jornalismo esportivo

A seleção brasileira ganhou da Turquia por 4 a 0. Jogou bem. O adversário é fraco, não é nenhuma Alemanha ou Holanda. Mas telejornais e programas esportivos, principalmente os da TV Globo, incensaram os “craques” e, a partir de certo momento, fiquei com a impressão de que o time de Neymar havia derrotado por 4 a 0 a seleção de Kroos. A mídia esportiva transforma jogadores medianos, como Willian, em craques, devido apenas uma jogada — fascinante, de fato —, e depois, quando precisa criticá-los, eles ficam irritados, e com certa razão. Quando Ganso e Neymar surgiram, comentaristas esportivos dos vários programas de televisão louvaram o segundo, porém o primeiro era mais incensado. A torcida percebia que Neymar era, dos dois, o verdadeiro craque e o acompanhava com interesse. A torcida estava certa e os comentaristas, sábios da palavra, estavam equivocados. O futebol de Ganso é ciclotímico. Um dia, o jogador brilha, com uma jogada de mestre, mas, na maioria das vezes, mostra-se um atleta apagado, como se estivesse “participando” do jogo da arquibancada.

Pop demite e cria uma espécie de Programa de Demissão Voluntária (PDV)

O “Pop” criou uma espécie de Programa de Demissão Voluntá­ria e está promovendo um enxugamento sutil da redação. O jornal incentiva as demissões, mas entra em acordo com os jornalistas e paga seus direitos. Segundo uma fonte, a cúpula do Grupo Jaime Câmara quer enxugar a redação, tida, proporcionalmente, como uma das maiores do País. Não é a mais cara, porque os salários do “Pop” são menores do que os dos grandes jornais brasileiros. Ainda assim, a folha de pagamento é tida, conforme a fonte, como “onerosa”. A mesma fonte avalia que o GJC está preparando a redação para a ascensão de um novo editor-chefe, que deve ser contratado em Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro. Este editor-chefe trabalharia como uma redação mais compacta, porém mais dedicada ao jornal. Alega-se que grande parte dos repórteres presta assessoria e, por isso, não tem compromisso integral com o jornal. Há uma tendência a priorizar, sobretudo em termos salariais, os repórteres que dedicarem mais tempo à redação. Na semana passada, o jornal demitiu dois funcionários, Cláudia, auxiliar administrativa, e o digitador Antônio Lourenço (Baianinho). Quatro jornalistas deixarem a redação. O repórter Galtiery Rodrigues, que vai fazer intercâmbio na Irlanda, vai pedir demissão.

Sai um dos livros mais qualificados sobre a Primeira Guerra Mundial

Demorou mais chegou um dos melhores livros sobre o tema que movimentou as editoras e livrarias em 2014: “A Primeira Guerra Mundial” (Globo Livros, 724 páginas, tradução de Gleuber Vieira), de Margaret MacMillan, uma das mais qualificadas historiadoras da Inglaterra. Merece figurar nas lista dos cinco melhores livros sobre o assunto.

Jornalista Adalberto de Queiroz lança livro de poesia e crônicas de qualidade

i1Quando o leitor “pega” o livro, abrindo as páginas de maneira aleatória, é provável que faça uma pergunta: “Mas que diabos é isto?” Sim, parece tudo misturado: poesias, crônicas – com as poesias lembrando crônicas e com as crônicas lembrando poesias, talvez porque discursivas. Porém, quando se põe a ler atentamente, fica-se siderado. Porque quase tudo é muito bom. “Cadernos de Sizenando” (Kelps, 177 páginas) é uma bela obra de Adalberto Queiroz. A poesia de Adalberto Queiroz é culta, com elaboração precisa e rigorosa. Para visitá-la exige-se certo esforço, mas o principal mesmo é atenção, para que sejam capturados seus múltiplos sentidos e epifanias. Adalberto Queiroz é um poeta detalhista. Desses que sabem que Deus, se existe, está nos detalhes. Jornalista e empresário atilado, Adalberto Queiroz olha as coisas do mundo-da vida, todas as que examina, com carinho, perspicácia e delicadeza. Se não fosse poeta há um bom tempo, diria: “Nasce um belo poeta”. "Cadernos de Sizenando" vai ser lançado na terça-feira, 25, às 19 horas, na Livraria Fnac, do Shopping Flamboyant.

Filósofo, tradutor e crítico literário Leandro Konder era uma democrata radical

O filósofo brasileiro Leandro Konder morreu na quarta-feira, 13, aos 78 anos. Ele padecia, há dez anos, do Mal de Parkinson. Na primeira metade da década de 1980, Leandro Konder esteve em Goiânia, convidado por militantes do Partido Co­munista Brasileiro (PCB), notadamente líderes estudantis da tendência Unidade, como Elias Rassi (do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás), Marina Freitas (do curso de Ciências Sociais da UFG), entre outros. Lançou um livro e deu uma pequena palestra. Era comunista (do Partidão), ligado ao Eurocomunismo. Sobretudo, como Carlos Nelson Coutinho, um socialista-democrático (achava que isto era possível). Para ele, como para Carlos Nelson, a democracia é um valor universal, não é etapa (ou fase) para nada, como avaliavam os comunistas. Além dos livros, nos quais pontificou sobre vários assuntos, Leandro Konder escreveu em jornais, tanto artigos mais filosóficos quanto críticas literárias. Seus comentários eram generosos, de grande abertura para entender e assimilar o que havia de melhor no pensamento adversário. No lugar do combate puro, buscava certa convergência. Era um exemplo de civilidade. Suas críticas ao ensaísta José Guilherme Merquior, que não era de esquerda, mas também não era de direita, eram atentas e permitiam e abriam o diálogo. Leandro Konder era um leitor atento dos filósofos alemão Karl Marx e húngaro Gyorgy Lukács, o que os sites de “O Globo” e do UOL divulgaram. Mas também, como Carlos Nelson, era vulgarizador do pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci. Os sites deixaram de mencionar que era um tradutor categorizado, inclusive de Marx, e estudioso do pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin. E escreveu um opúsculo delicioso sobre o Barão de Itararé. Numa biografia curta, que está no livro sobre o jornalista e humorista, escreveu que, se pudesse voltar a ser jovem, cuidaria melhor dos dentes. Nos últimos anos, pertencia a um grupo ao qual os participantes, como Ferreira Gullar, deram o nome de Comuníadas (junção de comunistas com “Os Lusíadas”, de Camões). Intelectual público de alta qualidade, Leandro Konder escrevia com o máximo de clareza. Aquilo que era profundo e complexo na sua pena se tornava inteligível. Sua prosa límpida, persuasiva, agradava do especialista ao leigo. Por vezes, parecia superficial, mas não era bem assim. Na verdade, escrevia (e pensava) de maneira simples, o que não quer dizer que era simplista ou simplório. Mantinha uma rica ligação com a filosofia alemã, mas escrevia com a clareza típica dos ingleses. Entrevistado pelo “O Globo”, o filósofo e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet disse: “Ele era um intelectual que amava a literatura, vivia pela literatura e pela filosofia. Um marxista dos menos dogmáticos, conhecido por sua doçura, por seu carisma e generosidade”. Quando Merquior era atacado como um apóstolo da direita, especialmente no período em que apontou um plágio da filósofa Marilena Chauí — a professora da Universidade de São Paulo redarguiu que não havia copiado o filósofo francês Claude Lefort, sugerindo uma suposta “filiação de pensamento” —, Leandro Konder o tratava com respeito, admiração e lhaneza. Quando Merquior morreu, Leandro Konder revelou que o ensaísta, no seu posto de diplomata, protegeu esquerdistas perseguidos pela ditadura e ajudou exilados. Um dos “protegidos” foi Rodolfo Konder, irmão de Leandro Konder. Merquior fazia isto, secretamente, e não alardeava, nem mesmo depois da queda da ditadura. Porque não queria fazer “média” com ninguém. Não era populista. Em 1972, preso e torturado, Leandro Konder escapou para a Alemanha e, depois, para a França. Ao voltar ao Brasil, continuou a militância no Partido Comunista Brasileiro, depois entusiasmou-se e decepcionou-se com o PT de Lula da Silva, tanto que se tornou um dos fundadores do PSOL. Os Konder são assim: quem não vira comunista, de uma esquerda democrática, se torna banqueiro e reacionário. Alguns livros de Leandro Konder: “Marxismo e Aliena­ção”, “Introdução ao Fascismo”, “As Ideias Socialistas no Brasil”, “O que é Dialética”, “O Futuro da Filosofia da Práxis”, “Sobre o Amor”, “Em Torno de Marx”, “As Artes da Palavra”.

Agência Reuters aposta que Henrique Meirelles será ministro da Fazenda do governo Dilma

Se depender do petista-chefe Lula da Silva, o ex-presidente do Banco Central e presidente da holding J&F Henrique Meirelles será o ministro da Fazenda do segundo governo de Dilma Rousseff. Inicialmente, depois de alguma resistência da presidente, Meirelles estaria sendo aceito. Se indicado, Meirelles vai adotar políticas tidas como mais conservadoras, como cortes no orçamento federal, “em um esforço para afastar uma estagnação prolongada ou rebaixamentos de ratings de crédito do Brasil no próximo ano”, segundo a Reuters. “Até recentemente, ninguém acreditava que Meirelles estaria no páreo, mas seu nome está ganhando terreno rapidamente — afirmou um deputado do PT que se encontrou semana passada com Lula e Dilma. — Ela sabe que precisa de mais mudanças drásticas para mudar o cenário econômico — acrescentou.” O preferido de Dilma Rousseff é Nelson Barbosa, que, de esquerda, seria mais estatista. Lula não o veta, mas não avalia que é o técnico apropriado para o momento. Seria como continuar com Guido Mantega, o que o mercado não tolera. “Meirelles teve uma muito boa reputação como presidente do BC. Ele vai representar um retorno às políticas econômicas ortodoxas, o que será bem-vindo pelo mercado — disse Neil Shearing, economista-chefe mercados emergentes da Capital Economics, em Londres”, publica a Reuters. Porém, “sem independência, ele não vai assumir o cargo”, disse uma fonte da agência. A Reuters ouviu um integrante do governo Dilma Rousseff: “Você não pode trabalhar com alguém que pensa de forma completamente diferente de você”.

JBS, grupo dirigido pela família Batista, tem lucro recorde no terceiro trimestre

A agência Reuters divulgou que a empresa JBS – dirigida pela família Batista (Wesley, Joesley, José Batista e Júnior Friboi) –, “maior produtora global de carnes, teve lucro líquido recorde de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, valor cinco vezes maior que o registrado no terceiro trimestre de 2013, impulsionado pelo resultado operacional. De julho a setembro, a geração de caixa da JBS medida pelo lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (Ebitda) mais que dobrou, para R$ 3,6 bilhões”. “O desempenho é atribuído aos resultados positivos registrados nas operações de aves, suínos e bovinos nos Estados Unidos e também aos bons números apresentados pela JBS Foods (divisão de aves, suínos e processados no Brasil)", disse a JBS em uma nota. “O resultado operacional das unidades nos Estados Unidos mostrou força, com o JBS USA (bovinos) tendo aumento de mais de 300% no Ebitda, a US$ 504,6 milhões, enquanto a operação de suínos nos EUA teve Ebitda mais de 150% maior, a US$ 113,3 milhões. O mesmo indicador da divisão de frango norte-americana atingiu US$ 435,4 milhões. A operação de carne bovina nos Estados Unidos, que inclui os resultados da Austrália e do Canadá – a maior divisão da JBS em receita –, apresentou um crescimento das vendas tanto no mercado norte-americano quanto nas exportações, além de um aumento nos preços médios dos produtos comercializados, disse a empresa. Já a JBS Foods, unidade formada após a aquisição da Seara, da concorrente Marfrig, registrou Ebitda de R$ 576 milhões, aumento de 31% ante o segundo trimestre -- não há comparação com o terceiro trimestre de 2013, porque a JBS só assumiu a Seara em outubro de 2013. A JBS Mercosul, que inclui a unidade de carne bovina no Brasil, teve Ebitda de R$ 554,6 milhões, queda de 15,2% na comparação anual, em um ambiente adverso de preços em patamares recordes da arroba do boi, em meio à oferta restrita de animais prontos para o abate, em parte devido à seca. A receita líquida global da companhia somou R$ 30,78 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 27,1% ante o mesmo período de 2013. Os destaques foram o Mercosul, que registrou aumento na receita de 14,8%, e a operação da JBS USA de carne bovina, com aumento de 24,7%”.

Morre Leandro Konder, um filósofo de esquerda que era democrata radical

O filósofo brasileiro Leandro Konder morreu na quarta-feira, 13, aos 78 anos. Ele padecia, há alguns anos, do Mal de Parkinson. Na primeira metade da década de 1980, Leandro Konder esteve em Goiânia, convidado por militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), notadamente líderes estudantis da tendência Unidade, como Elias Rassi (do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás), Marina Freitas (do curso de Ciências Sociais da UFG), entre outros. Lançou um livro e deu uma pequena palestra. Era comunista (do Partidão), ligado ao Eurocomunismo. Sobretudo, como Carlos Nelson Coutinho, um socialista-democrático (achava que isto era possível). Para ele, como para Carlos Nelson, a democracia é um valor universal, não é etapa (ou fase) para nada, como avaliavam os comunistas. Além dos livros, nos quais pontificou sobre vários assuntos, Leandro Konder escreveu em jornais, tanto artigos mais filosóficos quanto críticas literárias. Seus comentários eram generosos, de grande abertura para entender e assimilar o que havia de melhor no pensamento adversário. No lugar do combate puro, buscava certa convergência. Era um exemplo de civilidade. Suas críticas ao ensaísta José Guilherme Merquior, que não era de esquerda, mas também não era de direita, eram atentas e permitiam e abriam o diálogo. Leandro Konder era um leitor atento dos filósofos alemão Karl Marx e húngaro Gyorgy Lukács, o que os sites de “O Globo” e do UOL divulgaram. Mas também, como Carlos Nelson, era vulgarizador do pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci. Os sites deixaram de mencionar que era um tradutor categorizado, inclusive de Marx, e estudioso do pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin. E escreveu um opúsculo delicioso sobre o Barão de Itararé. Numa biografia curta, que está no livro sobre o jornalista e humorista, escreveu que, se pudesse voltar a ser jovem, cuidaria melhor dos dentes. Nos últimos anos, pertencia a um grupo ao qual os participantes, como Ferreira Gullar, deram o nome de Comuníadas (junção de comunistas com “Os Lusíadas”, de Camões). Intelectual público de alta qualidade, Leandro Konder escrevia com o máximo de clareza. Aquilo que era profundo e complexo na sua pena se tornava inteligível. Sua prosa límpida, persuasiva, agradava do especialista ao leigo. Por vezes, parecia superficial, mas não era bem assim. Na verdade, escrevia (e pensava) de maneira simples, o que não quer dizer que era simplista ou simplório. Mantinha uma rica ligação com a filosofia alemã, mas escrevia com a clareza típica dos ingleses. Entrevistado pelo “O Globo”, o filósofo e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet disse: “Ele era um intelectual que amava a literatura, vivia pela literatura e pela filosofia. Um marxista dos menos dogmáticos, conhecido por sua doçura, por seu carisma e generosidade”. Quando Merquior era atacado como um apóstolo da direita, especialmente no período em que apontou um plágio da filósofa Marilena Chauí — a professora da Universidade de São Paulo redarguiu que não havia copiado o filósofo francês Claude Lefort, sugerindo uma suposta “filiação de pensamento” —, Leandro Konder o tratava com respeito, admiração e lhaneza. Quando Merquior morreu, Leandro Konder revelou que o ensaísta, no seu posto de diplomata, protegeu esquerdistas perseguidos pela ditadura e ajudou exilados. Um dos “protegidos” foi Rodolfo Konder, irmão de Leandro Konder. Merquior fazia isto, secretamente, e não alardeava, nem mesmo depois da queda da ditadura. Porque não queria fazer “média” com ninguém. Não era populista. Em 1972, preso e torturado, Leandro Konder escapou para a Alemanha e, depois, para a França. Ao voltar ao Brasil, continuou a militância no Partido Comunista Brasileiro, depois entusiasmou-se e decepcionou-se com o PT de Lula da Silva, tanto que se tornou um dos fundadores do PSOL. Os Konder são assim: quem não vira comunista, de uma esquerda democrática, se torna banqueiro e reacionário. Alguns livros de Leandro Konder + Marxismo e Alienação + Introdução ao Fascismo + As Ideias Socialistas no Brasil + O que é Dialética + O Futuro da Filosofia  da Práxis + Sobre o Amor + Em Torno de Marx + As Artes da Palavra