Se depender do petista-chefe Lula da Silva, o ex-presidente do Banco Central e presidente da holding J&F Henrique Meirelles será o ministro da Fazenda do segundo governo de Dilma Rousseff. Inicialmente, depois de alguma resistência da presidente, Meirelles estaria sendo aceito.

Se indicado, Meirelles vai adotar políticas tidas como mais conservadoras, como cortes no orçamento federal, “em um esforço para afastar uma estagnação prolongada ou rebaixamentos de ratings de crédito do Brasil no próximo ano”, segundo a Reuters. “Até recentemente, ninguém acreditava que Meirelles estaria no páreo, mas seu nome está ganhando terreno rapidamente — afirmou um deputado do PT que se encontrou semana passada com Lula e Dilma. — Ela sabe que precisa de mais mudanças drásticas para mudar o cenário econômico — acrescentou.”

O preferido de Dilma Rousseff é Nelson Barbosa, que, de esquerda, seria mais estatista. Lula não o veta, mas não avalia que é o técnico apropriado para o momento. Seria como continuar com Guido Mantega, o que o mercado não tolera.

“Meirelles teve uma muito boa reputação como presidente do BC. Ele vai representar um retorno às políticas econômicas ortodoxas, o que será bem-vindo pelo mercado — disse Neil Shearing, economista-chefe mercados emergentes da Capital Economics, em Londres”, publica a Reuters. Porém, “sem independência, ele não vai assumir o cargo”, disse uma fonte da agência. A Reuters ouviu um integrante do governo Dilma Rousseff: “Você não pode trabalhar com alguém que pensa de forma completamente diferente de você”.