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A linguagem haicai de Dalton Trevisan, o Vampiro de Curitiba

Publicado pela Editora Unicamp, a nova edição do livro de 1982, “Do vampiro ao cafajeste — uma leitura da obra de Dalton Trevisan”, tem 17 novos artigos

Do sagrado ao ultrarrealismo: as semelhanças de Pirandello e Bernardo Élis

Em textos distintos, mas de nome próximo (“A Enxada!” e “A Enxada”), os escritores narram a lida com a terra e o desumano

Emily Dickinson: a beleza da poesia cifrada que resiste aos séculos

Em vida, a poeta norte-americana teve apenas dez poemas publicados, ainda que tenha legado a posteridade mais de 1800 escritos. Dickinson ganha cada vez mais traduções

Os melhores livros de 2015

Confira alguns dos títulos destacados por escritores e críticos de Goiás, como Edival Lourenço, Ademir Luiz, Francisco Perna Filho, Carlos Augusto e Itamar Pires

O Natal do Menino

[caption id="attachment_55114" align="aligncenter" width="620"]Reprodução Reprodução[/caption] Miguel Jorge Especial para o Jornal Opção Neste Natal, que não se percam as esperanças, mesmo entradas em melancólica desarmonia. Mesmo a se digladiarem entre o sim e o não, Abrir-se em alegrias para os sonhos que se têm para sonhar. Não se percam as vozes no sobrevoo de outras vozes, Dos que se crêem felizes com o princípio eterno do amar. Socorrem-nos as rezas a partir do agora. As comezinhas causas das cozinhas, a segurança de não mais sentir-se armado, Pois a realidade da vida é igual à própria vida. (o menino plantou uma árvore de Natal. Nasceram nela olhos mecânicos. Em um deles viam-se bombas, como que disfarçadas em pombas. Em outro, corações partidos, esvaziados de lembranças). - Vale mais o interior das pessoas, a horizontalidade dos dias, - O elo das flores, o virar das esquinas sem medo. - As alvas manhãs sem condenações. - As alegrias das casas, embora adversidades tantas. (O menino ficou imaginando: se plantasse outra árvore, o que nasceria dela? Era bem difícil adivinhar. Viria outro planeta em seu socorro? Alguém lhe traria de volta os patins que ontem lhe roubaram? As vozes voltariam cheias de calor?) Neste Natal, várias chaves abrirão novas portas, esperamos. Músicas, murmúrios, milagres a se renovarem, ausentes de qualquer surpresa. Pois, Natal é dar voltas ao mundo, é dar rimas ao universo, é iluminar com novas luzes velhas estrelas. (O menino fechou os olhos, alguém acendeu uma luz. Era o sonho que voltava, talvez a iluminar seu futuro. Havia coisas belas, figurações de anjos, campos de céus, e uma criança a sorrir na manjedoura). Neste Natal, precisa-se recorrer às harmonias das cores, todas elas. Esquecer as armas, mesmo as que se havia imaginado, que bombas são intervalos para pesadelos. (O menino ajoelhou e rezou. Não sabia por quem, ou para quem, mas orava. Estava diante dele mesmo a se dizer: que os homens, os deuses, as religiões não podem pesar-se em balanças. As almas se reconhecem, os corações abrigam-se nas cores que os céus apontam. O mesmo céu que dá vida às flores, nos intriga com seu silêncio). O menino não se lembrou de mais nada, nem mesmo dos patins. Sabia que a vida era cheia de atalhos. Não havia perturbações, nem desânimo em seu coração. Lá fora, as árvores arrebentavam-se em florações e quem por lá passasse certamente ergueria os olhos para elas. Certamente sorririam. Certamente não teriam mais pensares para absurdas geografias. Verdadeiramente o dia teria sido. Natal de 2015

Cineasta João Batista de Andrade: “A literatura é a loucura que pode salvar o mundo”

Com mais de 40 obras em sua filmografia, Andrade nunca deixou de manter estreita ligação com a literatura. O livro “Poeira e escuridão” acaba de chegar às prateleiras

Ex-governador de Goiás traduz livro de filosofia inédito em língua portuguesa

Irapuan Costa Júnior escreve ao Opção Cultural para explicar como foi o processo de tradução de “First Principles”, livro do filósofo inglês Herbert Spencer

Obra de Clarice Lispector é eleita dentre as melhores de 2015 pelo New York Times

“The Complete Stories” ainda não foi publicado no Brasil. A expectativa é que chegue às livrarias brasileiras no próximo ano [caption id="attachment_53319" align="alignright" width="250"]Ilustração de Jean-Philippe Delhomme | NY Times Reprodução Ilustração de Jean-Philippe Delhomme | NY Times Reprodução[/caption] “Eu disse a uma amiga: — A vida sempre superexigiu de mim. Ela disse: — Mas lembre-se de que você também superexige da vida. Sim.”

Clarice Lispector, em Aprendendo a viver

Yago Rodrigues Alvim A crítica literária do The New York Times (NY Times) publicou uma lista dos cem melhores livros de ficção, poesia e não-ficção de 2015. A surpresa, ou nem tão surpresa assim, está entre os dez primeiros colocados, mais especificamente no sexto lugar. É o livro “The Complete Stories” (New Directions), de Clarice Lispector. Com edição de Benjamin Moser e sensivelmente traduzido por Katrina Dodson, a obra ainda não foi publicado no Brasil. A expectativa é de que ele chegue por aqui no ano que vem. [caption id="attachment_53320" align="alignleft" width="250"]Foto: Reprodução/Rocco Foto: Reprodução/Rocco[/caption] “[...] Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais. Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. [...] Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez. Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amor. [...] Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é por pudor apenas feminino.” — Trecho do livro “Aprendendo a viver” ( Rocco, 2004), de Clarice Lispector. A escritora ucraniana, de nascença, é muitíssimo traduzida fora do país em que fora naturalizada, o Brasil. Por exemplo, no Peru, ela é a única autora brasileira que tem obra completa traduzida. Na reportagem do NY Times, eles a descrevem como “uma dos originais escritores da América Latina”.

Débora Ferraz vence o Prêmio São Paulo de Literatura

Realizada na Biblioteca Parque Villa-Lobos, a premiação também condecorou Estevão Azevedo e Micheliny Verunschk [gallery size="full" type="slideshow" ids="53305,26853"] Yago Rodrigues Alvim “Eu era incapaz de chegar a um lugar e dizer o que queria. Sempre envolvida pelas possibilidades de estar querendo — ou acreditando querer — a coisa errada. Sempre que eu ia a uma lanchonete com meu pai, eu precisava ver o cardápio inteiro, todas as vitrines de bolos, ponderando, desesperadamente, sobre as opções. Ele sempre se impacientava com isso. Em lanchonetes, ele caminhava decidido ao balcão e, sem perguntar o que serviam, sem ter em mãos o cardápio, pedia: Um misto quente e um café. Ele não se preocupava com as opções. E por que deveria? Eu é que tive opções demais na vida. Ele, não. Ele sabia o que queria. Adaptou-se ao fato de que qualquer birosca ofereceria misto quente e café. Ele teve uma só possibilidade. — Tem que ser simples — ele dizia. — Mas com o senhor vai saber se eles não têm algo muito melhor a oferecer que o misto quente?” Do romance “Enquanto Deus Não Está Olhando” (Record), o trecho, acima citado, é apenas um aperitivo de Débora Ferraz, autora pernambucana que venceu o Prêmio São Paulo de Literatura 2015, na categoria Melhor Livro de Romance do Ano – Autor Estreante com menos de 40 anos. Realizada na Biblioteca Parque Villa-Lobos, a premiação também condecorou Estevão Azevedo, na categoria Melhor Livro de Romance do Ano, com o livro “Tempo de Espalhar Pedras” (Cosas Naify), e Micheliny Verunschk, na categoria Melhor Livro de Romance do Ano – Autor Estreante com mais de 40 anos, com o livro “Nossa Teresa - Vida e Morte de uma Santa Suicida” (Patuá). [relacionadas artigos="26397"] Não linear e com fluxo de pensamento, o romance de estreia de Débora narra a história de Érica, uma jovem artista plástica que conta com a companhia de Vinícius, um antigo amigo, para desvendar o paradeiro do pai, que fugiu do hospital em que estava internado. Além da perda e da insegurança de entrar na vida adulta despreparada (leia o trecho abaixo), a obra é sobre o que a escritora chama de “instante modificador”, o ínfimo de segundo que transforma completamente a trajetória do homem. Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, Estevão Azevedo graduou em Jornalismo e Letras. Atualmente reside em São Paulo, onde atua como editor e escritor. Publicou os livros de contos “O Terceiro Dia” (2004) e “O som do nada acontecendo” (2005), ambos pelo coletivo Edições K. “Nunca o Nome do Menino” (Terceiro Nome, 2008), seu primeiro romance, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2009. Já Micheliny Verunschk, também pernambucana, estreou no gênero romance com “Nossa Teresa – Vida e Morte de uma Santa Suicida”. Doutoranda em Comunicação e Semiótica e mestre em Literatura e Crítica Literária, ambos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Micheliny também é autora dos livros “Geografia Íntima do Deserto” (Landy, 2003), “O Observador e o Nada” (Edições Bagaço, 2003) e “A cartografia da Noite” (Lumme Editor, 2010). Por fim, mais um trecho de “Enquanto Deus Não Está Olhando” de Débora, escritora que participou do projeto Quatro Estações, idealizado pelo escritor e crítico literário Sérgio Tavares, e publicado no Jornal Opção. O projeto se trata de quatro contos em que dois autores escrevem, a quatro mãos, uma breve narrativa inspirada em uma estação do ano. Luisa Geisler e Débora abriram o projeto com o conto Primavera. “— Ora, por que eu deveria me preocupar? Misto quente está ótimo. A pessoa tem que ter decisão na vida. Tem que chegar já sabendo o que quer. — Ele parecia ter listas definidas: cerveja em bares, misto quente e café nas lanchonetes, churrasco de picanha em restaurantes. Fim de papo. Enquanto eu lia detalhadamente as descrições de cada prato, atravessando labirintos e vagando, eternamente, entre uma e outra opção, na névoa delas, rezando para topar, por acaso, com a coisa que eu queria sem saber. Pessoas assim nunca vão crescer, de fato. Pensei, desanimada, sobre minha própria incompetência para uma vida adulta.”

Irapuan Costa Junior lança tradução do filósofo Spencer e livro de crônicas

O articulista e cronista Irapuan Costa Junior lança a tradução de “Primeiros Princípios” (Cânone Editorial), escrito pelo filósofo inglês Herbert Spencer, e o livro “Jogo de Memória – Lembranças, Livros e Histórias” (Ex Machina), na segunda-feira, 7, às 19h30. O lançamento será realizado no Palácio do Governo de Goiás, na Praça Cívica, e toda renda será revertida em benefício do Hospital Araújo Jorge, por meio da Associação de Combate ao Câncer em Goiás.

Jornalista da TV Globo lança biografia de Maria, mãe de Jesus Cristo

Correspondente da TV Globo em Jerusalém, Rodrigo Alvarez publica “Maria” (Globo Livros, 255 páginas), biografia da mãe de Jesus Cristo. O autor fez uma pesquisa ampla e escreveu um livro preciso sobre uma das mulheres mais importantes da história. O autor faz um agradecimento especial a Herbert Moraes, colunista do Jornal Opção, que o ajudou a conhecer Israel. maria

Escritor goiano Walacy Neto rompe a fronteira do Estado ao participar da Balada Literária em SP

Idealizado por Marcelino Freire, o evento recebeu autores de diversos cantos do Brasil [gallery type="slideshow" size="full" ids="52637,52638,52636"] Yago Rodrigues Alvim Escritor, Marcelino Freire, além de perambular pelos diversos cantos do Brasil, ministrando oficinas de escrita literária – parte do projeto Quebras, da dupla Marcelino e Jorge Filholini –, teve a ideia de reunir cronistas, contistas, poetas e demais escritores que encontrou no caminho. De 18 a 22 de novembro, o centro Cultural B_arco, em Sampa, foi palco da Balada Literária. O poeta goiano Walacy Neto, que tem realizado sarais literários pelo coletivo Zé Ninguém, comandou, no espaço Plínio Marcos, mais um encontro a fim de declamar poesias. Ex-repórter do Jornal Opção, Walacy tem desbravado novas possibilidades de expandir seu trabalho, assim como outros escritores, também novatos no cenário nacional, caso de Eliseu Braga, de Porto Velho, que visitou pela primeira vez a região Sudeste. De Macapá (AP), Herbert Manuel e sua esposa Adriana Abreu levaram para Sampa sua poesia.  Na cidade amapaense, diversos grupos de poetas tem se destacado. Demais escritores de Vitória, Teresina e Aracaju viajaram para Balada Literária. Dentre eles, os autores distantes do eixo Rio-SP que deram vida ao livro “Quebras – Uma Viagem Literária pelo Brasil”, lançado pelo selo Edith. Na ocasião, o cantor Chico César apresentou seu novo álbum, o intitulado “Estado de Poesia”, no Auditório Ibirapuera. O show abriu o evento, que teve fim com uma mesa de cinema e literatura que recebeu ninguém menos que a homenageada da Balada, Suzana Amaral. A cineasta bateu um papo com as escritoras e roteiristas Luciana Miranda Penna, Lucimar Mutarelli e Gisele Mirabai. A Balada celebrou seus dez anos em 2015.

“Quarenta Dias”, romance vencedor da 57ª edição do Jabuti

Além de Maria Valéria Rezende, autora do título, Carol Rodrigues e Alexandre Guarnieri são alguns dos premiados

Livro analisa obra de Castro Alves e de outros poetas “cultos” brasileiros

Intitulada “Proclamações”, a obra do ensaísta e crítico literário Anderson Braga Horta deve ser lida por todos que se interessam por poesia