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O presidente do PSD, coincidentemente, vai ler a biografia de José de Paris, “Eminência Parda”, de Aldous Huxley

Membro da Força Expedicionária Brasileira nos conflitos que envolveram grande parte do mundo na década de 1940, o hoje centenário capitão do Exército brasileiro diz por que foi voluntário para aquela luta

Para além das divergências envolvendo o nome desta importante figura para o Ocidente, uma coisa é certa: ele não apenas existiu como pode ser estudado e recomposto, mesmo após quase dois milênios de sua morte

Arquiteto e historiador Nireu Oliveira Cavalcanti reconstitui em obra as grandes transformações que a cidade viveu ao longo de seus 450 anos

Turnê comemorativa começou no dia 18 de março em Taubaté (SP) e passa neste sábado por Goiânia com um pouco de cada álbum da carreira da banda capixaba

Escritor Renato Dias receberá premiação na próxima quinta-feira em Porto Alegre (RS). Pelo quarto ano consecutivo, repórter é contemplado no prestigiado concurso nacional da OAB-RS
Três jovens que conseguiram realizar seus sonhos profissionais e políticos

O pesquisador Daniel Aarão Reis mergulha em documentos e depoimentos preenchendo as lacunas sobre Prestes

Há uma tendência a pensar que nunca o País foi tão roubado. Mais do que pensar em quantidades, é preciso buscar as origens: por que se age assim de forma tão rotineira?

[caption id="attachment_17703" align="alignleft" width="300"] Livro revela que Montgomery dizia que Patton era “um chulo amante da guerra” e este dizia que aquele era um “inglesinho metido”[/caption]
Imagine um livro de história que ensina e, ao mesmo tempo, diverte. Estamos falando do ótimo “Mestres da Batalha — A Guerra de Monty, Patton e Rommel” (Record, 460 páginas, tradução de Vítor Paolozzi), de Terry Brighton. O autor se refere a Bernard Montgomery, comandante inglês, George Patton, comandante americano, e Erwin Rommel, comandante alemão. Eles foram decisivos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mas o ego dos três era quase do tamanho das batalhas.
Monty, Patton e Rommel “eram arrogantes, ávidos por publicidade e apresentavam defeitos pessoais, porém contavam com uma genialidade para comandar homens e um entusiasmo para o combate sem paralelos”, anota Brighton.
Rommel era um gênio militar raro e, até se tornar “traidor”, era respeitado por Hitler. Sua fama logo extrapolou as fronteiras alemãs. “Tornou-se o único general alemão com renome na Grã-Bretanha e na América antes de a maioria sequer ter ouvido falar em Montgomery e Patton”, registra Brighton.
A guerra se deu entre potências, mas Brighton nota que também era “uma disputa bastante pessoal”.
Com uma prosa ágil, o historiador observa que, apesar de pequeno e arrogante — desdenhava até Winston Churchill —, Montgomery derrotou Rommel em El Alamein.
Patton “liderou as tropas americanas à sua primeira vitória no norte da África e comandou as forças dos EUA na invasão da Sicília. Após o Dia D”, o general “chefiou o irrompimento pelas linhas alemães na Normandia, o único comandante aliado a emular a blitzkrieg (guerra relâmpago) de Rommel”. Ele não tinha papa na língua: “Fuzilaria pessoalmente aquele filho da puta do Adolf Hitler”.
Rommel “repeliu os britânicos de volta para El Alamein, derrotou os americanos em Kasserine e ganhou o apelido de Wüstenfuchs (Raposa do Deserto) pelo notável brilhantismo de suas táticas de batalha”.
Montgomery e Patton respeitavem Rommel. “Monty mantinha um retrato do alemão no seu trailer de comando, enquanto Patton estudou o livro de Rommel sobre táticas.” Rommel admirava os rivais: “Montgomery jamais cometeu um erro estratégico sério... [e] no exército de Patton vimos o mais impressionante feito em guerra móvel”.
Mas Patton e Montgomery se detestavam. Patton, para o general inglês, era “um chulo amante da guerra”. Patton não ficava atrás e chamava Monty de “inglesinho metido” e frisava que podia “vencer esse peidinho a qualquer hora”.
Na Normandia, o avanço de Montgomery falhou e Patton não perdoou e disse que as tropas americanas “livrariam a cara do macaquinho”. O britânico exagerava e dizia que Churchill deveria retirar o “dedo gordo” de “suas” batalhas. Patton acreditava que, mais do que na guerra, o general Dwight D. Eisenhower estava de olho grande na Casa Branca.
Brighton sai do “muro” e admite que Patton era “o único comandante aliado a se equiparar a Rommel no seu próprio jogo”.
Apesar das picuinhas, Patton, Rommel e Monty (extremamente metódico) eram militares excepcionais e foram centrais no desfecho da guerra.
Livro de Lira Neto resgata a história do general goiano que lutou para manter o presidente Getúlio Vargas no poder. Ele é avô do secretário de Cultura do governo Marconi
Iúri Rincon Godinho O Terceiro Reich foi uma loucura. Enquanto dominavam a Alemanha, os nazistas desenvolveram uma predileção pelo misticismo ou por qualquer bobagem que os colocasse como uma raça superior e, daí, estavam liberados para ser a polícia e donos do mundo. Nesse caldo de esquisitices, é claro que surgiram excentricidades como Erik Jan Hanussen, um vidente que se aproximou de Hitler e de alguns de seus auxiliares. Ele fazia de tudo: adivinhava, previa e, acima de tudo, ganhava muito dinheiro. Seus feitos impressionavam e estão contados em “A Sessão Nazista – A Curiosa História do Vidente Judeu No Círculo de Hitler”. Hanussen fazia apresentações que hoje seriam chamadas de mágica e o autor, Arthur J. Magida, muitas vezes não consegue explicar como o vidente acertava algumas coisas ou fazia outras. Uma teoria, tão maluca quanto o livro, é que Hanussen sentia, ou melhor, “lia” o pulso e as respostas dos músculos das pessoas para fazer suas adivinhações. Erik chegou a ser uma das figuras mais famosas da Alemanha nazista, embora não se saiba com certeza o que era verdade e o que ele inventava — suas histórias da juventude, verdadeiras ou não, são fantásticas. Ficou milionário, dizia-se que dava homéricos bacanais em seu iate, com altos figurões do Reich. E ostentava sem medo. Fundou um jornal, que apoiava Hitler. Mas chegou perto demais da boca do lobo. Autossuficiente, confiante, achou que podia esconder seu verdadeiro nome, Hermann Steinschneider. Um judeu. E, como se sabe, os judeus não tiveram muita sorte na Europa durante o nazismo. Magida, o autor, parece fascinado pelo personagem, a ponto de procurar sua única filha viva, e que viu o pai apenas durante algumas horas. Mulherengo, o vidente trocava de mulher, de amigos e de truques. Impressionava muita gente, o que não foi suficiente, pois acabou preso e morto pelos lobos nazistas com os quais se acostumara a dançar. Iúri Rincon Godinho é publisher da agência Contato Comunicação.
A ditadura civil-militar vigiou integrantes da Igreja Católica, revela o historiador Paulo César Gomes. Seu livro “Os Bispos Católicos e a Ditadura Militar Brasileira: A visão da Espionagem” (Record, 224 páginas), baseado em documentos inéditos e secretos, mostra que os governos militares se preocupavam muito com as ações dos líderes católicos.
César Gomes, pesquisador do Grupo de Estudos Sobre a Ditadura Militar da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é mestre e doutorando em história. Comentário de Daniel Aarão Reis, um dos mais historiadores do período pós-64: “Pesquisando os arquivos da chamada ‘comunidade de informações’, garimpados por mão segura e olhar aguçado, dialogando com a melhor literatura sobre o assunto, Paulo César Gomes reconstitui esta trama complexa — recoberta e dissimulada por grossas camadas de memória —, apanhada em seus meios-tons e matizes diferenciados, tortuosa e contraditória como a vida. É o que faz deste livro um trabalho de História”.
As editoras “brasileiras”, como Record, Objetiva, Companhia das Letras, Leya e Planeta, não são tão ágeis quanto as de Portugal, que já publicaram três livros apresentados como extraordinários por especialistas: “Fortaleza Vermelha — O Coração Secreto da História da Rússia” (Temas e Debates, 664 páginas), de Catherine Merridale, “Continente Selvagem — A Europa no Rescaldo da Segunda Guerra Mundial” (Bertrand Editorial, 528 páginas), de Keith Lowe, e “A Cortina de Ferro — O Fim da Europa do Leste” (Civilização Editorial, 780 páginas), de Anne Applebaum.
Em “Fortaleza Vermelha”, Merridale conta a histór
ia da Rússia por intermédio do Kremlin, que é o centro do poder no país desde a Idade Média. O palácio foi “construído para intimidar os súditos do monarca e assustar os emissários estrangeiros”, afirma sinopse da editora. O autor do excelente “Stálin — A Corte do Czar Vermelho”, Simon Sebag Montefiore, escreveu sobre o livro: “Esta crônica do Kremlin é na realidade a história fantástica da própria Rússia, desde os primeiros czares passando por Lênin e Stálin até Putin”. A revista “The Economist” cravou: “Merridale é uma historiadora [professora de História Contemporânea no Queen Mary, Universidade de Londres], mas possui um faro de detetive e o talento literário de uma romancista”.
“Continente Selvagem” ganha o elogio de um dos maiores estudiosos da Segunda Guerra Mundial e de Hitler, o historiador inglês Ian Kershaw: “Gráfica e horripilante. Esta excelente obra pinta um retrato pouco conhecido e assustador de um continente mergulhado na anarquia e no caos”.
Anne Applebaum, conhecida por sua magnífica história do Gulag, agora vasculha, em “A Cortina de Ferro”, a história dos povos do Leste Europeu sob o socialismo e sob a dominação tirânica da União Soviética. O livro mereceu resenhas entusiásticas. “‘A Cortina de Ferro’, de Anne Applebaum, é com certeza a melhor obra de história moderna que alguma vez li”, anotou A. N. Wilson, no “Financial Times”. “A descrição que Applebaum faz deste período notável é tudo o que um bom livro de História deve ser: resultado de uma pesquisa extensa e brilhante, muitíssimo bem escrito, de uma abrangência enciclopédica e meticuloso nos pormenores”, escreveu, no “Sunday Telegraph”, o pesquisador Keith Lowe. “‘A Cortina de Ferro’ é uma obra excepcionalmente importante que põe em causa muitos dos mitos sobre a origem da Guerra Fria. É um livro inteligente, perspicaz, notavelmente objetivo e resultado de uma pesquisa brilhante”, disse Antony Beevor, um dos maiores historiadores ingleses.
Ao menos três personalidades públicas de Goiás são citadas no livro “Um Homem Torturado — Nos Passos de Frei Tito de Alencar” (Civilização Brasileira, 418 páginas), das jornalistas Clarisse Meirelles e Leneide Duarte-Plon. Frei Tito é o dominicano que, preso e torturado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, delinquente a serviço do Estado, suicidou-se na França, em 1974. Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston e do Banco Central do Brasil e atual presidente da holding J & F (que dirige a JBS), é citado uma vez. “Foi antes da ditadura, num encontro nacional da JEC, no Rio de Janeiro, em 1961, que Tito e [Frei] Betto se conheceram. Nesse mesmo encontro, havia um militante da JEC de Anápolis, chamado Henrique Meirelles”, relatam as autoras. Meirelles é primo de Aldo Arantes, líder histórico do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Nestor Mota é mais conhecido como um pacífico professor de yoga, em Goiânia. Mas entre as décadas de 1960 e 1970, noviço dominicano, mantinha ligação com Carlos Marighella. Nestor foi levado para o presídio Tiradentes junto com Frei Betto. No presídio, Nestor se tornou um dos mais qualificados artesãos, ao lado de Takao Amano e Terada. O admirável Dom Tomás Balduíno, recentemente falecido, acompanhou o traslado do corpo de Frei Tito para o Brasil, em 1983.