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Será que o público irá comprar a ideia dos autores Carlos Graieb e Ana Maria Santos?

Ex-presidente de comissão da OAB-GO acusa atual gestão de falta de princípios

Leandro Bastos, que liderou a Comissão de Orçamento e Contas, afirma que Lúcio Flávio revelou quem realmente é ao assumir o cargo

“TSE não é joguete de ninguém”, diz Gilmar Mendes

Ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral afirmou que não é papel da corte resolver crise política

A Poética do Fragmento em “O Rei de Amarelo”, de Robert W. Chambers

O que encanta em “O Rei de Amarelo” não é u m segredo que devamos descobrir, ou um enigma que buscamos resolver, mas a presença de uma realidade misteriosa, uma espécie de espectro “instalado na evidência das coisas”, inacessível ao pensamento

Apesar dos furos, “Logan” se resolve muito bem na telona

Se não tivesse furos de roteiro, este não seria um filme da Fox. Porém, é um excelente pontapé inicial para a nova era da franquia X-Men nos cinemas [caption id="attachment_88767" align="alignleft" width="620"] "Logan" não é apenas uma despedida, mas uma passagem de bastão do velho Wolverine para a nova geração de X-Men[/caption] Ana Amélia Ribeiro Especial para o Jornal Opção Na crítica que escrevi sobre “X-Men – Apocalipse” falei que a franquia da Fox deveria parar de persistir nos mesmos erros – muitos personagens e pouco tempo de tela para desenvolvimento, pirotecnia exacerbada e problemas cronológicos por causa de furos do roteiro – e construir um novo enredo para a nova fase dos filmes de mutante. Afinal, depois de 17 anos, precisavam mudar. Bem, com o novo filme de Wolverine isso finalmente aconteceu. “Logan” é uma mistura de faroeste com drama familiar, uma carta de despedida com um novo recomeço. O filme do Carcaju – é o animal no qual Len Wein se inspirou para criar o personagem Wolverine – é uma conquista incrível. É brutal, mas ao mesmo tempo muito mais emocional do que sua raiva devastadora de sempre. “Logan” deixa de lado aquela pirotecnia habitual para os filmes X-Men, e foca no que realmente importa: trabalhar o psicológico das personagens nas passagens de tempo sobre passado e presente, juventude e velhice, saudosismo e novidade. E, claro, com um pouco de problema cronológico – se não tem problemas cronológicos, não seria um filme da Fox. [relacionadas artigos="88503"] E isso só foi possível porque o estúdio resolveu chutar o balde e fazer “Deadpool” com classificação para maiores de 17 anos, o que fugiu totalmente do formato padrão usado nos filmes do gênero. A Fox, então, percebendo o sucesso estrondoso de crítica, público e bilheteria do mercenário tagarela, resolveu arriscar o personagem mais memorável da franquia: o Wolverine. Após o inexpressivo “X-Men Origens: Wolverine”, e de “Wolverine: Imortal” – nenhum dos dois faz jus aos quadrinhos –, “Logan” finalmente ganha a sequência que os fãs sempre pediram, mas, claro, com algumas restrições. O derradeiro filme do Carcaju marca também a despedida do ator Hugh Jackman que interpretou o personagem nove vezes em 17 anos de franquia. Assim, para a última jornada de Wolverine, Jackman e o diretor James Mangold adaptaram para as telonas a HQ “O Velho Logan” (Old Man Logan), roteirizada por Mark Miller e ilustrada por Steve McNiven – dupla que também assina “Guerra Civil” – e publicada de 2008 a 2009, entre as edições #66 e #72 da revista “Wolverine (volume 3)” e no especial “Wolverine: Old Man Logan Giant-Size”. A história dos quadrinhos é encaixada no universo dos X-Men do cinema, já o roteiro de “Logan” aproveita do arco da HQ apenas o estado de saúde do personagem principal e a ideia de um futuro distópico. A personagem X-23/Laura Kinney (Dafne Keen), por exemplo, surgiu na série animada “X-Men: Evolution” e, devido ao sucesso, ganhou espaço nos quadrinhos, mas não faz parte do universo de “O Velho Logan”. Nos cinco primeiros minutos do filme, é possível perceber que não é se trata de um tradicional longa sobre quadrinhos. O filme já começa mostrando a que veio: briga, brutalidade, sangue, decapitações, crise da meia idade e medo do que o futuro reserva. O ano é 2029, os mutantes deixaram de nascer e os poucos restantes são perseguidos pelo governo, encolhendo significativamente a população e, diferente de como foi apresentado em “Dias de Um Futuro Esquecido”, os X-Men foram extintos. Embora não seja inteiramente explicado no filme, a aniquilação dos mutantes fica subentendida como responsabilidade da instabilidade mental de Charles Xavier (Patrick Stewart), que teve uma convulsão que acabou matando os membros dos X-Men. O episódio em questão foi chamado de “Acidente de Westchester”, que é a localização da Mansão-X. Nessa realidade amargurada e de desesperança, um Wolverine decrépito, debilitado, esgotado fisicamente e emocionalmente, além de um alcoólatra semi-funcional que tem dores musculares e visão desvanecida, é apresentado. Ganhando a vida como chofer de limusine para cuidar do nonagenário Charles Xavier, Logan planeja juntar o dinheiro que ganha para comprar um barco e viver junto com seu mentor no mar, já que as convulsões de Charles vêm ficando cada vez mais fortes. Essa é a forma que o Carcaju acredita ser mais fácil de proteger a todos das constantes crises do antigo professor. Durante seu trabalho como chofer, Logan é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma enfermeira mexicana que pede a ajuda do X-Men aposentado. Ao mesmo tempo em que se recusa a voltar à ativa, ele é confrontado por um mercenário, Donald Pierce (Boyd Holbrook), que está interessado em algo que Gabriela possui, a X-23/Laura Kinney — no decorrer do filme, acaba descobrindo que descobre a pequena garota é, na verdade, sua filha/clone. Depois do longo dia exaustivo de trabalho, o mutante volta para o esconderijo e ajuda Caliban (Stephen Merchant) a cuidar do Professor X. Enquanto Logan está dando sua medicação contra convulsões, Charles conta que está conversando através de seus poderes com uma jovem mutante chamada Laura e diz a Logan sobre uma profecia em que a jovem mutante precisa dele, mandando-o encontrá-la na Estátua da Liberdade. Logan, porém, responde à menção da estátua com “a Estátua da Liberdade se foi há muito tempo, Charles...”, fazendo referência aos primeiros filmes dos mutantes. De volta ao trabalho de chofer, Logan é chamado para mais uma corrida e mandado para o Liberty Motel. Chegando lá, ele se lembra da visão do Professor X e encontra Laura em companhia de uma Gabriela seriamente ferida. A enfermeira explica que precisa dos serviços de Logan para levá-las a um local chamado Éden, e oferece uma recompensa muito alta para que ele aceite o serviço. Wolverine concorda em levá-las ao Éden, um refúgio utópico para mutantes em Dakota do Norte — no decorrer do filme ele descobre que Éden se originou nos quadrinhos X-Men, o que o faz questionar se o Éden realmente existe. Enquanto leva a garota para o Éden, ele, Laura, e Professor X são perseguidos e passam boa parte do longa fugindo de Dr. Zander Rice (Richard E. Grant) e dos Carniceiros de Donald Pierce. O diretor Mangold, nesse ponto do filme, atinge um bom equilíbrio entre “Os Brutos Também Amam” e “Mad Max: Estrada da Fúria”, com uma pequena virada estilo “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final.” A partir da cena da fazenda tudo muda. Esse não é um filme de final feliz — aliás, cenas em celeiros nos filmes do Wolverine significam apenas uma coisa: morte. O terceiro ato de “Logan” significa que agora tudo se foi, e o que restou são sombras, poeira e uma filha/clone. É quando você percebe que o filme não é apenas uma história de despedida, mas uma representação simbólica da passagem de bastão do velho Wolverine para a nova geração de Laura. É uma conclusão digna para o mutante que esteve na maioria das vezes no centro dos filmes X-Men. É claro que a história deixou algumas pontas soltas, mas isso é tão recorrente na franquia da Fox, que a gente acaba relevando, pois é justificado com “muito enredo e pouco tempo para desenvolvimento”, apesar de ser um filme de 2h17minutos. É um filme de início, meio e fim que, apesar dos pequenos furos, se resolve muito bem na telona. Com os dois pés no chão a direção de James Mangold trouxe o que há de melhor das atuações de Hugh Jackman, Patrick Stewart e da surpreendente Dafne Keen. E isso é o que importa. Não teve o Wolverine vestido com o uniforme clássico, mas teve várias representações disso durante o filme. Não teve uma explicação mais profunda do acidente de Westchester, mas ficou ali subentendido. Não dá para ficar preso nessas questões. A franquia “X-Men” da Fox está nas telonas há 17 anos com esse problema de furos de roteiro e agora ela terá oportunidade de trabalhar essas pontas soltas já que tem três linhas temporais para trabalhar o enredo: “X-Men: Supernova”, que se passará no final dos anos 1980, início dos 1990, contando a saga da Fênix Negra; “Deadpool 2”, com o enredo focado no presente com a aparição do vilão Cable; e no futuro com o filme “X-Men: The New Mutants”. “Logan” foi um excelente ponta pé inicial para os filmes de quadrinhos desse ano e só nos resta esperar que os próximos filmes sigam o mesmo caminho de qualidade. Afinal, o mundo já não é mais o mesmo, e os filmes de quadrinhos também não. Ana Amélia Ribeiro, jornalista, fã incondicional de quadrinhos, DCnauta, Marvete e muito apaixonada pela Turma da Mônica

José Nelto avalia que Waldir Soares vai sair menor da eleição de 2016. “Seu voo é de pato”

“Waldir Soares pediu o voto de meu motorista, que disse-lhe: eu voto em Iris Rezende”, conta, divertido, o deputado estadual José Nelto, do PMDB. “O delegado vai sair desta eleição menor do que quando entrou. Ele é do tipo de político que, de tão sozinho, acaba sendo abandonado por todos os políticos. Seu voo é de pato. Em 2018, quando deverá disputar a reeleição para deputado federal, é provável que não obtenha nem a metade dos votos que conquistou em 2014 [270 mil].” José Nelto afirma que é preciso aos tribunais superiores para denunciar Waldir Soares como “censor da imprensa goiana”. “Ele não pode impedir os jornais de publicarem críticas. Se age assim, sem ter o controle do Poder Executivo — imagine se, algum dia, conseguir ser eleito.”

Marketing exagerado é o maior vilão de Esquadrão Suicida

O filme é divertido, mas é uma pena que a Warner Bros. tenha preferido trocar as cenas tão propagandeadas do Coringa pelos closes de bunda da Arlequina

“A Piada Mortal” mostra o lado machista da cultura pop

Longe do padrão DC de desenhos, a animação tem um prólogo demasiadamente estereotipado, com polêmicas desnecessárias e uma Batgirl que não condiz com a que conhecemos das HQs

Santana Gomes: “Nexus é um elefante branco construído por uma quadrilha”

Parlamentar elogiou trabalho exclusivo do Jornal Opção na investigação do caso e disse que sociedade goiana ainda agradecerá pelo serviço prestado pelo veículo

Deadpool tem razão: X-Men, sua cronologia é uma bagunça

No dia 19 de maio estreou “X-Men – Apocalipse”. Dirigido por Bryan Singer, o sexto filme da saga dos mutantes traz para as telonas mais... do mesmo Ana Amélia Ribeiro Especial para o Jornal Opção “A cronologia de vocês é uma bagunça”. Essa frase de Deadpool é a melhor maneira para começar esta crítica, além de ser o jeito mais honesto para definir a franquia X-Men nos cinemas. No dia 19 de maio estreou “X-Men – Apocalipse”. Dirigido por Bryan Singer, o sexto filme da saga dos mutantes traz para as telonas mais... do mesmo. Porém, antes de chegar ao ápice da crítica, vamos ao hercúleo trabalho de tentar explicar a cronologia.

Trilogia Original

[caption id="attachment_67256" align="alignright" width="300"]xmen_pronto Primeira formação X-Men nos cinemas[/caption] X-Men – O filme (2000): a trilogia dos mutantes começou bem. Com roteiro de David Hayter e direção de Bryan Singer, o primeiro filme dos X-Men foi o pontapé para as grandes produções de heróis nos cinemas. Acredito que boa parte das pessoas que assistiram ao filme foram pensando no desenho animado dos anos 90, que passava aos sábados na TV Globinho, “X-Men: The Animated Series”, foram naquela expectativa de: “será que eles vão lutar contra os Sentinelas?”; “como será que eles vão adaptar os X-Men vs. Irmandade de Mutantes?”. No filme aparecem os Sentinelas? Não. Aliás, demora muito para eles aparecerem de fato na franquia. No filme, adaptaram bem X-Men vs. Irmandade de Mutantes? Mais ou menos. O filme começa contando a história da Vampira – Anna Marie (Anna Paquin), uma mutante que tem como habilidade sugar os poderes, vitalidade e até a memória de outros seres vivos através do contato com a pele. Ela está fugindo de casa, e em um bar que tem um ringue de luta ela encontra um outro mutante: Logan Wolverine (Hugh Jackman), cujos poderes são fator cura, sentido animal aguçado além de ter as famosas garras de adamantium. Resumindo de forma rápida, Logan se envolve numa briga de bar, Vampira grita para ele ter cuidado, depois o Wolverine resolve ir embora de lá, Vampira se esconde na parte do engate do trailer dele. No meio do caminho, ele descobre que ela está escondida ali e eles resolvem viajar juntos. No meio do caminho eles são atacados pelo Dentes de Sabre (Tyler Mane), arqui-inimigo do Wolverine, um mutante completamente animalesco que rosna a maior parte do tempo. Durante a batalha, eis que surge Tempestade – Ororo Munroe (Halle Barry) e Ciclope – Scott Summers (James Marsden) para ajudar a donzela em perigo Vampira que está presa pelo cinto de segurança no banco do passageiro do trailer, e Wolverine, que está inconsciente. Logan e Vampira são levados para o Instituto Xavier para Estudos Avançados e lá conhecem Jean Grey – Fenix (Famke Janssen) e Professor Charles Xavier (Patrick Stewart). Na mansão, eles descobrem dois grupos de mutantes: os que querem uma convivência pacífica entre humanos e mutantes, os X-Men, liderados pelo Professor Xavier, e a Irmandade de Mutantes, que tem como líder Magneto – Erik Lehnsherr (Ian McKellen), que vê os humanos como seres inferiores, que nunca vão aceitar os mutantes. Magneto cria uma máquina capaz de alterar a estrutura do DNA de humanos através de uma onda magnética e o Professor X acredita que ele está interessado em capturar Wolverine para realizar seu plano, mas descobre que o vilão está atrás, na verdade, de Vampira, pois ele está fraco e operar a máquina de mutação o levaria à morte. Vampira, por sua vez, está fugindo de novo, e os X-Men são enviados para encontrá-la. Então, acontece a catastrófica batalha da Irmandade de Mutantes contra os X-Men, onde Vampira é capturada por Magneto e sua turma, mas, antes da fuga na frente da estação ferroviária, acontece o confronto telepático entre Professor X e Magneto num diálogo que tinha todos os elementos característicos da saga: os propósitos opostos, a preocupação com a causa mutante, o respeito mútuo, a decepção que um sente pelo outro e um duelo de superpoderes. Pode se dizer que esse conflito é a base da franquia nas telonas. Mas, indo direto ao ponto, o plano do Magneto dá errado e os X-Men salvam o dia. Os destaques desse filme são as cenas de luta da Mística (Rebecca Romijn). No filme ela é especialista em artes marciais e dá a maior surra no Wolverine. X2 – X-Men (2003): a história dirigida por Bryan Singer é retomada do ponto exato em que parou no primeiro filme: Magneto é preso em uma prisão de plástico, Wolverine está no Canadá em busca de suas origens e o Professor X mantém a confiança que a coexistência pacífica entre mutantes e humanos é possível. Porém, essa causa se torna ainda mais desesperada quando o mutante Noturno – Kurt Wagner (Alan Cumming) tenta assassinar o presidente dos Estados Unidos. [caption id="attachment_67258" align="alignleft" width="300"]Noturno Noturno em cena de X-Men 2[/caption] Noturno sofreu uma lavagem cerebral e o responsável por isso foi o coronel William Stryker (Brian Cox foi o primeiro das três versões que o personagem teve ao longo da franquia), o militar responsável pelo programa Arma X, que pôs o metal adamantium no esqueleto de Wolverine. Stryker também faz lavagem cerebral em Magneto para questioná-lo sobre a localidade do Cérebro, máquina que o Professor X usa para aumentar o potencial dos seus poderes para encontrar outros mutantes. Depois de conseguir que Erik explique tudo que ele sabe sobre a máquina e onde ela está, Stryker invade a Mansão X, com a ajuda da sua assistente Lady Letal (Kelly Hu), sequestra Xavier durante uma visita ao Magneto na prisão de plástico e força os X-Men a se juntarem com a Irmandade para tentar impedir o genocídio de mutantes planejado por Stryker. Esse foi o arco principal do filme, que durante o desenrolar da história foi construindo um enredo secundário em torno de Jean Grey. Ela foi recrutada ainda na infância pelo Professor X e por Magneto, que perceberam que Jean era uma mutante nível Ômega que possui uma segunda personalidade instável e com poderes ilimitados. Durante as sessões com o Professor X, a outra personalidade de Jean se autodenomina Fênix, mas essa parte só vai ser melhor aprofundada no terceiro filme da franquia, encerrando a primeira trilogia. Voltando ao X2, durante o longa Jean dá vários sinais de que a segunda personalidade está descontrolada, fazendo com que ela em alguns momentos tivesse visões e até mesmo perdendo o controle dos seus poderes. No final do filme, Jean tenta salvar os X-Men, mas acaba “morrendo”. Porém, percebe-se uma forma de pássaro de fogo no lago na última cena do filme, o que deixa subentendido que na próxima trama teríamos a Fênix. [caption id="attachment_67261" align="alignright" width="300"]Fenix_2 Fênix em cena de X-Men - O confronto final[/caption] X-Men – O confronto final (2006): o último filme da trilogia original não foi dirigido por Bryan Singer, que estava envolvido na produção de “Superman – O retorno”. Com a saída de Singer da direção do filme, foi cogitado para assumir o posto Matthew Vaughn, que, porém, desistiu por conta de um problema de calendário. Quem assumiu a encrenca do último filme da franquia foi Brett Ratner. No filme, cientistas da empresa Worthington fabricam, a partir do sangue de uma criança mutante, Sanguessuga (Cameron Bright), uma “cura” para o gene x, que tira temporariamente os poderes de mutantes, fazendo-os humanos comuns novamente. Isso causa uma divisão de opiniões na comunidade mutante e leva Magneto a declarar guerra definitiva aos humanos, e a convocar para sua frente Jean Grey, que foi ressuscitada após ser possuída pela sua segunda personalidade, a Fênix. Para defender, mais uma vez, os humanos, os X-Men batalham contra a Irmandade uma última vez, enquanto tentam encontrar um jeito de deter a força da Fênix Negra. O excesso de personagens em um filme de curta duração incomoda. Além disso, a necessidade de atenção repentina na Tempestade, que durante toda trilogia foi tratada como secundaria, tira espaço de dois outros que poderiam ter sido muito melhor trabalhados: o Anjo (Ben Foster) e o Ciclope, personagens que chamam atenção em suas cenas, mas não fazem nada de útil; um tremendo desperdício de potencial. Aliás, Ciclope e Tempestade são dois personagens que deveriam ter sido muito melhor aproveitados durante a franquia; Scott nunca foi um líder, e Ororo só conseguiu sua representatividade e eloquência no final. Outros mutantes, como Homem de Gelo (Shawn Ashmore), Vampira e Colossus (Daniel Cudmore) também ficam devendo. Kitty Pryde (Ellen Page, que aliás é sua terceira versão) tem uma cena boa. O Fera (Kelsey Grammer) tem certa relevância na trama — o antigo X-Men assume uma secretaria de assuntos mutantes no governo e é o primeiro a se deparar com a grande ameaça do filme, a “cura” mutante. E o Fanático (Vinnie Jones) é um alívio cômico de meia tonelada que funciona muito bem nas telas. Como sempre, é claro, Wolverine e Jean Grey são os principais da franquia. Fênix, mesmo que seja poderosíssima e personagem central do roteiro, fica claro que ela não é capaz de enfrentar Wolverine quando o assunto é popularidade. Enquanto ele ocupa praticamente cada quadro da fita, ela só ganha exposição de verdade quando está ao seu lado. O filme é um desfecho muito ruim e fraco para a trilogia original, deixando muitos “furos” para serem consertados na segunda trilogia. Por exemplo, a “morte” do Professor Xavier, que na cena pós-credito mostra sua consciência assumindo outro corpo por conta de um experimento da Drª Moira McTaggert (Olivia Williams) não é explicada em nenhum dos filmes.

Filmes Solo – Wolverine

[caption id="attachment_67262" align="alignleft" width="300"]wolverine origens Wolverine - Origens apresentou novos personagens[/caption] X-Men Origens – Wolverine (2009): o filme foi dirigido por Gavin Hood e apresenta novamente Hugh Jackman como Wolverine. O longa é um spin-off, focando no personagem antes e depois do adamantium ser colado em seu esqueleto pelo vilão já conhecido William Stryker (Danny Huston), em sua versão “mais jovem”, vamos por assim dizer. O filme também revela Victor Creed/Dentes de Sabre (agora interpretado por Liev Schreiber) como o seu meio-irmão. A película também introduz Gambit (Taylor Kitsch) e Deadpool (Ryan Reynolds) para a série. Também mostra a origem do personagem Scott Summers – Ciclope (Tim Pocock) e o Professor X (Patrick Stewart) andando. É um filme que dispensa diálogo, mostra um Logan fazendo pose antes de lutar e rosnando. O que mais é preciso dizer sobre esse filme? A primeira metade do filme é boa. A coisa começa a desandar no embate de Wolverine com o Agente Zero (Daniel Henney) que é uma boa briga, mas daí em diante, especialmente no ato final, a coisa muda. Personagens demais em cena fazem com que haja a repetição dos erros do terceiro X-Men — a pirotecnia fala mais alto. Além disso, preciso ser enfática: EU PREFIRO NÃO COMENTAR SOBRE A PRIMEIRA VERSÃO DE DEADPOOL. Enfim, como definir esse primeiro filme solo do Wolverine: fraco! É um filme feito para expandir a história e só serviu para a FOX não perder os direitos dos mutantes. Wolverine – Imortal (2013): dessa vez a história de Wolverine se passa no Japão. O filme foi dirigido por James Mangold com inspiração na saga japonesa de Wolverine escrita por Frank Miller e Chris Claremont. Na cronologia, os eventos são depois de “O Conflito Final”, com Jean Grey morta e os X-Men em sua maioria separados. Logan está isolado no Canadá assombrado por ter causado a morte de Jean, mas decide ir para o Japão quando um empresário que havia salvo na Segunda Guerra Mundial pede para ver o mutante mais uma vez. É mais uma história do Logan que não há muito o que dizer. Mais uma vez, um arco que poderia ser muito bem aproveitado no cinema ficou preso na mesmice. Wolverine sonhando com a finada Jean Grey (mais uma vez vivida por Famke Janssen), Wolverine se apaixona pela Mariko (Tao Okamoto), Viper (Svetlana Khodchenkova) e Yashida (Hal Yamanouchi) tentando roubar os poderes do Wolverine... Basicamente, o filme é isso. O que o deixa interessante é o final, quando aparece Professor X — sim, o próprio, depois de ser desintegrado e transferir sua mente para um outro corpo, além de que Magneto recuperou seus poderes. Como isso aconteceu? MISTÉRIO! São coisas não explicadas e que ficam subentendidas no final de “O Confronto Final”. Entretanto, aparece um comercial interessante na TV sobre as Industrias Trask, deixando um gancho para o segundo filme do reboot de “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”. Vale lembrar que o primeiro filme da segunda trilogia “X-Men: Primeira Classe” foi lançado em 2011, antes do segundo filme do Wolverine.

Segunda Trilogia – Reboot

[caption id="attachment_67263" align="alignright" width="300"]x-men-first-class "Primeira Classe", o primeiro filme da segunda trilogia de X-Men[/caption] X-Men – Primeira Classe (2011):   o filme é estrelado por James McAvoy como o jovem Professor X, Michael Fassbender como Erik Lehnsherr, que se torna Magneto, e Jennifer Lawrence como Raven Darkholme, a Mística. Os vilões do filme são o Clube do Inferno, Sebastian Shaw (Kevin Bacon), Emma Frost (January Jones), Azazel (Jason Flemyng), Janos Quested – Riptide (Álex González). O filme é dirigido por Matthew Vaughn, que também escreveu o roteiro final com sua parceira Jane Goldman. O filme é uma pré-sequência mostrando como Xavier e Erik se conheceram durante a Crise dos mísseis de Cuba em 1962. A relação entre os dois é a mola central e serve de condução para toda a história: o conflito iniciado por Sebastian Shaw na intenção de causar a Terceira Guerra Mundial, abrindo espaço para os mutantes dominarem a civilização destruída. O filme também mostra a suposta formação original de alunos do Instituto Xavier para Estudos Avançados, entre eles estão: Alex Summers (Lucas Till), Banshee (Caleb Landry Jones), Darwin (Edi Gathegicomo), e as versões jovens de Fera (Nicholas Hoult) e da agente da CIA Moira McTaggert, (Rose Byrne). A química perfeita entre McAvoy e Fassbender é a cereja do bolo. Eles conseguem construir ao longo do filme a mesma sintonia que existe entre Patrick Stewart e Ian McKellen na trilogia original. “Primeira Classe” não é apenas um ótimo filme, como também é o melhor até agora sobre o grupo dos mutantes. A direção de arte é competente com bons efeitos especiais e até os figurinos são caprichados, apresentando a equipe pela primeira vez no cinema com seus clássicos uniformes originais, e, com exceção da maquiagem da Mística, o filme é visualmente impecável. O resultado é um filme aclamado pelos fãs não só das histórias em quadrinhos como dos próprios filmes, com uma série de referências aos longas comandados por Bryan Singer (aqui apenas produtor). Matthew Vaughn construiu relações, evidenciou conflitos, mostrou a evolução dos personagens como nenhum outro filme da franquia até o momento. X-Men – Dias de um Futuro Esquecido (2014): é agora que a cronologia começa a desandar, não que a ordem dos outros filmes não seja confusa. É nesse ponto que Bryan Singer retoma a direção dos filmes e o carrinho da montanha russa que é o X-Men começa a descer ladeira abaixo e sem freio. Bryan, ao invés de dar continuidade ao reboot iniciado por Vaugh, resolve consertar os erros e furos dos roteiros passados. Aí eu te pergunto meu caro leitor: por que o Singer fez isso? Porque ele é megalomaníaco! [caption id="attachment_67264" align="alignleft" width="300"]trask Apenas a presença de Bolívar Trask permite, enfim, a apresentação das Sentinelas na franquia[/caption] “Dias de um Futuro Esquecido” tinha que corrigir a linha do tempo, porém piorou a situação. O filme tem as duas gerações de X-Men (a clássica e a de “Primeira Classe”), que são reunidas nesses dois momentos temporais, juntando elencos e ignorando os eventos que seriam inexplicáveis, como as cenas pós-créditos de “X-Men 3” e “X-Men: Origens – Wolverine”, já mencionadas aqui. No futuro, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage) — que finalmente aparecem na franquia. Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também mortos. Entre eles estão o Professor X (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Wolverine (Hugh Jackman), Homem de Gelo (Shawn Ashmore), Colossus (Daniel Cudmore), Blink (Fan Bingbing), Apache (BooBoo Stewart), Mancha Solar (Adan Canto), Bishop (Omar Sy) e Kitty Pride (Ellen Page), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1973. Lá, ela ocupa o corpo do Wolverine da época, que ainda não tinha as garras de adamantium, e procura os ainda jovens Xavier (James McAvoy), que havia perdido a fé na causa pela qual lutava e em si mesmo, e Magneto (Michael Fassbender) que estava preso por matar JFK. Juntos, eles têm que impedir que este futuro trágico para os mutantes se torne realidade. E como esse trio da pesada altera a linha do tempo impedindo o futuro catastrófico? Evitando que a Mística mate Bolívar Trask com sua maquiagem horrorosa durante uma reunião de líderes das Nações Unidas! Mais uma vez o filme peca no visual da Raven. O filme tem mais reviravoltas que partida de Yu-Gi-Oh e Magic juntas. A princípio tinham que evitar que a Mística assassinasse o Trask, mas, mesmo os mutantes controlando a situação, os militares conseguem uma amostra do DNA da Mística, que por sua vez foi baleada pelo Magneto que surtou novamente com a ideia de hegemonia mutante. Depois da confusão na reunião das Nações Unidas, Trask consegue a autorização para criar as primeiras versões dos Sentinelas. Magneto, com esboço dos planos de Trask, observa que os robôs gigantes não são feitos de metal, então, durante o transporte dos Sentinelas até a Casa Branca para a apresentação dos grandes protetores contra a ameaça mutante, Magneto utiliza os trilhos do trem para injetar metal nos robôs gigantes fazendo assim com que ele tenha o controle dos mesmos. Magneto chega à reunião em grande estilo, jogando um estádio de baseball no meio da parada, mostrando que os robôs gigantes de Trask não poderia parar os mutantes. Durante a sequência, Magneto faz discurso de vilão, Mística faz discurso de anti-herói e Xavier faz discurso mostrando que Bryan Singer é um diretor de bons diálogos. E no meio de tanta verborragia aonde está o Wolverine? No fundo do lago, porque o Magneto o prendeu em barras de ferro e jogou ele lá, deixando um furo de roteiro para o próximo filme, pois quem resgata Wolverine no fundo do lago é a Mística disfarçada de Stryker. Com toda essa confusão, o projeto Sentinela é abortado, o futuro trágico para os mutantes é evitado, anulando os acontecimentos dos filmes da trilogia X-Men original, e os dois filmes do Wolverine. Ciclope e Jean Grey não morreram, Vampira não busca a cura para mutação... Porém, é difícil esquecer tudo que aconteceu em “X3” e aquele Deadpool terrível de Wolverine Origens. Queria fazer um adendo sobre a melhor cena do filme, a parte da fuga do Magneto da prisão, onde o Mercúrio (Evan Peters) surpreendentemente rouba a cena em uma das sequências mais inspiradas do longa. Essa cena vale o filme todo. [caption id="attachment_67266" align="alignright" width="300"]Apocalypse_2 Apocalypse foi bem interpretado por Oscar Isaac, em contraste com a Mística de Jennifer Lawrence, que mais uma vez deixou a desejar[/caption] Agora, podemos falar de “X-Men – Apocalipse (2016)”: depois de 16 anos entre erros e acertos, X-Men traz mais do mesmo em um filme em que podia fazer tudo diferente. É pouco tempo e muita trama para tirar aquela sensação de “entregaram tudo nos trailers”. Por mais que eu só tenha visto os trailers e spots de TV após assistir os filmes, essa frase foi uma unanimidade entre meus amigos fãs de X-Men. Foram tantas cenas cortadas em uma trama onde tudo acontecia muito rápido e onde erros de continuidade são tão gritantes que você sai do cinema com o sentimento de que acabou de assistir mais do mesmo. O filme se passa em 1983, 20 anos depois de “Primeira Classe” e parece que os personagens principais não envelheceram, muito menos que amadureceram depois de todos os acontecimentos. É um bom filme de promessas não cumpridas. Prometeram uma Jubileu (Lana Condor) que fizesse justiça à personagem dos quadrinhos, que foi tão negligenciada na primeira trilogia dos X-Men. Prometeram uma Tempestade (Alexandra Shipp) e Psylocke (Olivia Munn) poderosas. Prometeram uma relação mãe e filho entre Mística e Noturno (Kodi Smit-McPhee). Prometeram uma cena no shopping com os jovens mutantes interagindo e tentando conviver pacificamente com os humanos. Porém, nada disso aconteceu. As cenas da Jubileu foram cortadas porque o filme ficou longo demais, Tempestade e Psylocke só têm as cenas empolgantes que aparecem nos trailers, não há nem comentário sobre relação mãe e filho entre Mística e Noturno, e resumiram a cena do shopping em alguns segundos. Tudo isso por quê? Porque Bryan Singer e os outros roteiristas não arriscam em desenvolver os novos elementos da trama e preferem apostar em cenas repetidas. Por exemplo, o diálogo entre Charles Xavier e Magneto no final do filme é o mesmo diálogo do encerramento do primeiro filme feito há 16 anos. Não que isso seja ruim, porém cansa a repetição. Há pouca criatividade em personagens que já são bem desenvolvidos. Outro ponto fraco da trama é a Mística com todos os seus discursos clichês dignos de Katniss Everdeen (de “Jogos Vorazes”) e com a imagem da Jennifer Lawrence se sobrepondo à personagem mutante. Desde o primeiro filme, é evidente que ela só está ali porque é uma atriz pop do cinema atual; se não fosse, não seria escalada para um papel tão importante quanto o da Mística, mas seria, no máximo, uma boa Vampira adaptada do desenho dos anos 90 “X-Men: The Animated Series”. A Mística deveria ser interpretada pela Eva Green (de “Penny Dreadful”), que saberia trabalhar o lado femme fatale da Raven. Ver a personagem da Jennifer Lawrence sendo líder e inspiração para jovens mutantes dá um nervoso, pois é uma personagem mal interpretada. En Sabah Nur (Oscar Isaac) é a representação da falta de vontade no trabalho de caracterização do personagem; é um vilão que começa bem, se desenvolve mais ou menos e tem um final frustrante e clichê, mas, no geral, é um bom antagonista bem interpretado. Quando o personagem está no seu monólogo e diz a frase: “das cinzas do mundo deles, nós construiremos um mundo melhor!” bate aquela nostalgia do desenho dos anos 90, pois essa frase é retirada dali. Foi fanservice? Foi, e foi bom?! Não tanto quanto a aparência fiel da Jubileu, mas foi bom. E mais uma vez o personagem Anjo (Ben Hardy) tem o potencial desperdiçado em um filme dos X-Men. Na cena em que é recrutado por En Sabah Nur e começa a tocar “The Four Horsemen”, do Metallica, você pensa que ele é um personagem que tem tudo para ser, mas não é e por conta do erro comum de todo filme dos X-Men: muitos personagens e pouco tempo para desenvolver cada um na trama. O filme, apesar de tudo isso, se desenvolve bem. As cenas do Mercúrio (Evan Peters) como sempre são excepcionais — apesar de ter se passado 10 anos desde “Dias de um Futuro Esquecido”, ele não envelheceu nada; uma explicação para isso deve ser sua mutação, já que a super velocidade retarda o envelhecimento do personagem, talvez. As sequências que envolvem Jean Grey (Sophie Turner) e Ciclope (Tye Sheridan) mostram um desenvolvimento muito rápido desses personagens, apresentando um Scott Summers líder, quando não tem a cena roubada pela Jennifer Lawrence, e uma Jean Grey aprendendo a controlar a personalidade da Fênix, quando não está protagonizando cenas estranhas com o Wolverine. Os filmes da franquia X-Men são bons, quando são avaliados individualmente, mas quando se trata do conjunto da obra é uma saga muito fraca, que deixa a desejar em vários momentos e existem muitos furos no roteiro que não são explicados, como no final de “Dias de um Futuro Esquecido” quando a Mística disfarçada de Stryker resgata o Wolverine no fundo do lago. Não há nenhuma explicação ou menção disso no filme novo. Ou o fato do Logan ter perdido as garras de adamantium no filme “Wolverine – Imortal”, mas nas cenas do futuro da segunda trilogia, que é uma sequência do filme dele, as garras de adamatium reaparecem. Não explicam, também, como Magneto recupera os poderes no final de “X3”, nem como o Professor X transfere sua consciência depois da desintegração. É tudo muito confuso e espero que os próximos filmes como “X-Force”, “Novos Mutantes” e “Wolverine 3” não insistam nos mesmos erros e construam um novo enredo e uma nova fase para os filmes de mutante. Afinal, depois de 16 anos, é hora de mudar.   Ana Amélia Ribeiro, jornalista, fã incondicional de quadrinhos, DCnauta, Marvete e muito apaixonada pela Turma da Mônica.

“Capitão América: Guerra Civil” mostra, definitivamente, que não existem super-heróis desconhecidos

"Guerra Civil" é um filme com selo de qualidade Marvel e que inicia muito bem a fase 3 da Marvel nos cinemas, entregando tudo que você espera dele: comédia + ação + drama + 2 cenas pós-créditos GC1 Ana Amélia Ribeiro Especial para o Jornal Opção Histórias voltadas para família, uma dose de aventura, uma pitada de drama, cenas pós-créditos, e o elemento X: alívio cômico. Assim surgiu o Universo Cinematográfico Marvel (MCU – sigla em inglês), em 2008, com o primeiro filme da saga Homem de Ferro. Após 8 anos e 13 filmes lançados, a franquia MCU tem uma das melhores arrecadações da história dos cinemas: mais de 9 bilhões de dólares no mundo todo. E a tendência é aumentar esse número, com o lançamento do filme “Capitão América: Guerra Civil” (GC) nos cinemas — estreou na quinta-feira, 28 de abril. A franquia MCU é dividida em 3 fases distintas, com 6 filmes para desenvolver a trama central de cada etapa. Guerra Civil é o pontapé inicial da fase 3, mas antes de abordar a terceira etapa, vamos falar dos outros 12 filmes que precederam a “GC” nos cinemas.

Fase 1: avante, Vingadores!

A primeira fase do MCU começa em 2008 com o filme do gênio, bilionário, playboy e filantropo “Homem de Ferro”. O filme dirigido por Jon Favreau e protagonizado por Robert Downey Jr., foi um sucesso de crítica e público. O longa, além de mostrar que Tony Stark é capaz de montar uma armadura usando apenas sucatas dentro de uma caverna no meio do deserto do Oriente Médio, é também responsável por introduzir a agência secreta S.H.I.E.L.D, representado pela a figura do Agente Coulson — personagem criado especificamente para o cinema, interpretado por Clark Gregg, e que tem como incumbência reunir os heróis espalhados pelo mundo. Outro filme também de 2008, mas com pouca representatividade e muito conflito no Universo Cinematográfico Marvel, foi “O Incrível Hulk” chegou às telonas dirigido por Louis Leterrier e protagonizado por Edward Norton. O longa marca a recuperação dos direitos do personagem pela Marvel, mesmo que ainda exista o conflito entre a Disney e a Universal por conta da distribuição do filme. Aliás, por causa desse desentendimento, nenhuma das duas empresas pode produzir longa metragens solos do Hulk. Outro problema que a Marvel teve que encarar foi Edward Norton, que não quis dar continuidade ao personagem; para seu lugar, foi chamado o ator Mark Ruffalo. Um adendo importante de ser mencionado é que a Marvel enfrenta problemas com direitos de personagens há algum tempo, pois em 1990, durante uma grave crise financeira, quando a editora pediu concordata, ela cedeu os direitos de franquias como X-Men, Quarteto Fantástico, Demolidor e Homem-Aranha para outros estúdios. Somente há pouco tempo ela conseguiu um acordo com a Sony e trouxe de volta o cabeça de teia para o MCU, além de ter o seriado do Demolidor produzido pela Netflix. Mas, voltando à primeira fase do MCU, em 2010 chega aos cinemas o segundo filme do privatizador da paz mundial, Homem de Ferro, mais uma vez dirigido por Jon Favreau e protagonizado por Robert Downey Jr. O filme marca a entrada de dois personagens importantes para o desenrolar da trama: Natasha Romanoff, a Viúva Negra, vivida pela lindíssima Scarlett Johansson, e Nick Fury, interpretado pelo experiente Samuel L. Jackson, responsável pelas articulações para criação da Iniciativa Vingadores. [caption id="attachment_64978" align="alignright" width="300"]Loki Loki[/caption] Em 2011, chega aos cinemas os primeiros filmes do Deus do Trovão e do Sentinela da Liberdade: “Thor” e “Capitão América: o Primeiro Vingador”. Enquanto Thor, interpretado por Chris Hemsworth, se passa nos dias atuais e é responsável pela apresentação do vilão, que todo mundo ama odiar, Loki, vivido por Tom Hiddleston — o causador dos ataques em Manhattan, em “Os Vingadores” (2012) —, em “Capitão América”, Chris Evans, interpreta um soldado rejeitado que participa de um experimento para se tornar um “supersoldado” durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a batalha final contra o Caveira Vermelha, Steve Rogers cai no mar e, devido à pressão e à profundidade, acaba congelado. Ele acorda muitos anos depois na base da S.H.I.E.L.D. Depois de apresentar todos os personagens principais, em 2012 chega aos cinemas “Os Vingadores”, para encerrar a primeira fase do MCU.  Dirigido por Joss Whedon, o filme bateu recordes de bilheteria. Os eventos do longa acontecem depois que Loki reaparece roubando o Tesseract e controlando as mentes do agente Clint Barton (Jeremy Renner), e o consultor físico Dr. Erik Selvig (Stellan Skarsgård). Depois da invasão, Nick Fury convoca a Iniciativa Vingadores para salvar a Terra de Loki e da ameaça alienígena Chitauri, que ajuda o Deus da Trapaça a dominar a Terra em troca do Tesseract. Com a invasão acontecendo em Manhattan, a S.H.I.E.L.D. decide enviar um míssil para combater a invasão alienígena. Com isso, o Homem de Ferro agarra o míssil e lança na nave-mãe dos Chitauri, fazendo com que o exército alienígena seja destruído no exato instante em que os heróis conseguem fechar o portal, evitando assim a morte de milhões de pessoas e salvando a Terra. No final do filme, cada herói segue seu caminho e Loki é levado de volta para ser preso Asgard por Thor. É dessa forma que se encerra a primeira fase do MCU.

Fase 2: a “queda” dos Vingadores

A segunda fase do MCU começa com o último filme da trilogia do “Homem de Ferro”, o filme é de 2013 e é dirigido por Shane Black. O longa trás para as telonas um Tony Stark traumatizado com os acontecimentos de Manhattan e percebe que é só um homem com uma armadura de alta tecnologia. É uma película que se desenvolve bem, e tem uma premissa bacana, mas que é decepcionante por conta do vilão Mandarim. Nesse filme fica claro que a Marvel tem um problema na hora de recriar seus vilões para o universo cinematográfico. É um longa-metragem muito fraco se comparado aos outros filmes, porém, consegue ser melhor que “Thor: O Mundo Sombrio”, também lançado em 2013. O segundo filme do Deus do Trovão, apesar de ter como vilão o elfo negro Malekith, quem rouba a cena é Loki. Nessa fase, a Marvel começa a lançar dois filmes por ano: em 2014 estreou “Capitão América: Soldado Invernal” e “Guardiões da Galáxia”. A franquia, protagonizada por Steve Rogers, é a mais sólida dos filmes da Marvel e é um filme bastante empolgante; a película é dirigida pelos irmãos Anthony e Joe Russo. Em um filme cheio de coreografia de lutas, e com Sentinela da Liberdade enfrentando seu passado, o longa apresenta dois novos personagens importantes para a sequência de “Vingadores 2: Era de Ultron” e “Capitão América: Guerra Civil”: são eles o veterano de guerra Sam Wilson, o Falcão, e o mercenário treinado pela H.I.D.R.A, o Soldado Invernal. [caption id="attachment_64976" align="alignleft" width="300"]Guardiões da Galáxia Guardiões da Galáxia[/caption] Em 2014, “Guardiões da Galáxia” chamou atenção por ser diferente, pois, apesar de seguir a fórmula de sucesso da Marvel no cinema, vai na contramão de tudo que foi produzido até então no MCU. O filme, dirigido por James Gunn, conta a história de um grupo de “super-heróis” até então desconhecidos do grande público (isto é, pessoas que não são fãs de quadrinhos). A película, que tem a melhor trilha sonora, conta a história do Senhor das Estrelas, Peter Quill (Chris Pratt), que une forças com Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), o guaxinim Rocket Racoon (Bradley Cooper), Gamora (Zoe Saldana), e Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Juntos, eles lutam para proteger um orbe que contém uma das Joias do Infinito contra vilão Ronan, da raça kree, que é um servo de Thanos. Em 2015, estreou “Os Vingadores: A Era de Ultron”, um bom filme, com bons diálogos e novamente dirigido por Joss Whedon. O ápice do longa acontece em Sokovia, onde os Vingadores têm que impedir que a inteligência artificial Ultron — criado por Tony Stark, a partir da inteligência artificial encontrada na Joia do Infinito no cetro de Loki — levante grande parte da cidade em direção ao céu, com a intenção de lançá-la ao chão para causar a extinção global. Juntamente com o herói Visão — a inteligência artificial J.A.R.V.I.S. que ainda está funcionando depois de ser atacado por Ultron — e os gêmeos Maximoffs (Pietro, que tem super-velocidade, e Wanda, que possuí telecinésia), os Vingadores “salvam” Sokovia. Porém, esses acontecimentos ainda irão repercutir bastante no futuro. Já no final do filme, Viúva Negra e Capitão América começam a treinar o que mais tarde serão chamados de Novos Vingadores. São eles: Máquina de Combate, Feiticeira Escarlate, Visão e Falcão. Mas a grande surpresa de 2015 ficou nas mãos de “Homem-Formiga”, seguindo a linha de “Guardiões da Galáxia”: não existem heróis desconhecidos. O filme conta a história de Scott Lang (Paul Rudd), um criminoso que se vê envolvido em uma disputa de poder e que coloca em risco a segurança global. Na trama, o recém-saído da cadeia Scott Lang precisa ajudar o cientista Hank Pym (Michael Douglas) a impedir que o CEO inescrupuloso de sua empresa (Corey Stoll) crie um exército de homens do tamanho de formigas, desequilibrando o poder mundial. [caption id="attachment_64977" align="alignright" width="300"]Homem Formiga Homem Formiga[/caption] A produção do filme foi um pouco conturbada, perdeu o diretor popular entre os fãs Edgar Wright (de “Scott Pilgrim Contra o Mundo”) e passou para as mãos de Peyton Reed. Só a Marvel para conseguir fazer um filme de sucesso de um super-herói “solo”, que só funciona em equipe nos quadrinhos. Um longa que consegue equilibrar comédia, ação e drama no bom estilo MCU, com personagens principais e coadjuvantes engraçadíssimos.

Fase 3: a ascensão dos Novos Vingadores

Enfim, no dia 28 de abril deste ano, estreou a nova fase do MCU: “Capitão América: Guerra Civil” (GC), o filme funciona como uma espécie de continuação da franquia de Vingadores, mostrando os integrantes do grupo pressionados por causa dos efeitos colaterais causados por suas ações, e se veem numa encruzilhada: ou passam a ser supervisionados pela ONU, ou encerram suas atividades de super-heróis. Opiniões diferentes causam uma divisão na equipe e, para piorar, o Soldado Invernal é envolvido em um atentado terrorista, o que os coloca em rota de colisão uns contra os outros. [caption id="attachment_64974" align="alignleft" width="300"]HA GC Homem Aranha[/caption] Depois de 12 filmes, a franquia MCU dá um salto importante, apesar de ser uma película que segue a formula mágica de sucesso, é um filme sólido que analisa a existência de super-humanos e as consequências de suas ações. Com a direção dos irmãos Anthony Russo e Joe Russo, nós temos um Tony Stark mais reflexivo e um Capitão América mostrando porque é considerado o Sentinela da Liberdade. E o filme não foca apenas na briga dos dois personagens, pois os coadjuvantes roubam a cena, literalmente. É incrível a forma como os irmãos Russo conseguiram trabalhar isso, apesar de ter uma história principal pesada, cheia de conflitos, eles conseguiram apresentar novos heróis sem atrapalhar o desenvolvimento da trama. A película marca a entrada histórica do Homem-Aranha para o MCU, que depois de uma trilogia e um reboot feitos pela Sony, ele chega em grande estilo em “GC”. Tom Holland é simplesmente incrível como Homem-Aranha, não tem outra forma de descrever a atuação dele. Ele chega no filme para ser a “arma secreta” do Tony Stark, e é um dos destaques na principal cena de ação do longa, sem falar nas cenas de alívio cômico que ele protagoniza. Porém, ele é um personagem que dispensa apresentações. [caption id="attachment_64975" align="alignright" width="300"]Pantera Negra Pantera Negra[/caption] Não sei como, mas a Marvel sempre consegue provar que não existem heróis desconhecidos. Em “GC”, ela apresenta um novo personagem: Pantera Negra (Chadwick Boseman). Uma palavra para descrever o personagem: EXCEPCIONAL! Sim em caixa alta, porque ele tem a mesma relevância na trama que o Homem-Aranha; tem diálogos bons, cenas de lutas memoráveis. O rei de Wakanda é feroz e mostra que não está ali de brincadeira. O ponto baixo do filme, novamente, é o vilão Helmut Zemo, que poderia ter qualquer outro nome. É muito fraco e mal aproveitado, mas é um vilão típico da Marvel e que de certa forma funciona, porque ele conseguiu o que vilões de outros filmes — por exemplo, Ronan, Malekith, Monge de Ferro, Jaqueta Amarela e Caveira Vermelha — não conseguiram: obter êxito nos seus planos de destruir os super-heróis. Ele é um ser humano, sem dinheiro, sem poderes extraordinários, e seu único objetivo é destruir o Império dos Vingadores; e ele consegue. Ele deixa sua marca e cicatrizes que ainda vão ter reflexos no futuro de MCU. Se você ainda não assistiu a “Capitão América: Guerra Civil”, corra para o cinema; é um bom filme com selo de qualidade Marvel. É um longa que entrega tudo que você espera do MCU: comédia + ação + drama + 2 cenas pós-créditos. Ana Amélia Ribeiro, jornalista, fã de quadrinhos incondicional, DCnauta, Marvete e muito apaixonada pela Turma da Mônica

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