Leandro Bastos, que liderou a Comissão de Orçamento e Contas, afirma que Lúcio Flávio revelou quem realmente é ao assumir o cargo

Ex-presidente da Comissão de Orçamento e Contas, Leandro Bastos | Foto: Reprodução / Facebook

O ex-presidente da Comissão de Orçamento e Contas (COC) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Leandro Bastos, criticou a gestão do presidente Lúcio Flávio de Paiva e disse que desconhece a pessoa que atualmente está na cadeira de liderança da Ordem no Estado.

Em entrevista ao Jornal Opção nesta segunda-feira (5/6), Leandro disse que chegou a acreditar que Lúcio Flávio traria mudanças para os advogados de Goiás. “Eu apoiei e me considerava um dos seus [de Lúcio Flávio] maiores admiradores, como pessoa, advogado e amigo. Acreditei de fato que tínhamos as mesmas intenções, mas após a eleição ele se revelou outra pessoa”, lamentou, dizendo que endossa a opinião do advogado Waldemir Malaquias, entrevistado da semana do Jornal Opção.

Segundo o ex-presidente da COC, o fato de Lúcio Flávio não ter tido uma cargo anteriormente não é determinante para os erros da atual gestão. “Se uma pessoa tem princípios, ela se envolve por uma equipe que a ajude e, assim, a falta de experiência não atrapalha. Agora, se ela de fato não tem princípios, o cargo apenas revela quem ele realmente é”, afirmou.

Pra Leandro, dois pontos são muito graves na gestão de Lúcio Flávio. O primeiro diz respeito a falta de transparência, que inclusive foi citada por ele na época da destituição do cargo. “A frente do COC eu não recebi nenhuma prestação de contas. Não foi enviado nenhum balancete mensal”, reclamou, afirmando que o prazo oficial para prestação de contas venceu em abril e até hoje nada foi esclarecido.

Outro ponto citado por ele é sobre a contribuição voluntária de obras que consta no boleto anual dos advogados. Segundo ele, há anos não existia repasse dessa parte para o Conselho Federal até o início dessa gestão. “Nunca houve incidência de repasse. O Lúcio Flávio deveria ter defendido essa questão quando o Conselho cobrou, mas não o fez”, reclamou.

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Por conta do repasse, que inclusive foi cobrado das gestões anteriores de forma retroativa, a OAB-GO está com um débito de cerca de R$ 8 milhões, segundo ele.

O ex-presidente da COC disse ainda que nunca sentiu autonomia na hora das votações na OAB-GO. “Eu sempre votei de acordo com a minha vontade, sou muito independente. Só que alguns não se sentiam tão confiantes, já que quem vota diferente do que a diretoria defede recebe duras críticas ou acaba afastado”, denunciou.

A gota d’água para sua saída da presidência da comissão, segundo ele, foi a transferência da gestão do Centro de Esporte e Lazer (CEL) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) para a Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag).

Durante a votação para transferência, ele discordou apenas do ponto relativo a falta de repasse para o interior, o que seria compromisso da atual gestão. “O advogado do interior paga a mesma anuidade, se sacrifica do mesmo jeito, só que temos vários benefícios que eles não têm”, defendeu, ressaltando que Lúcio Flávio “toma decisões pequenas que não tem beneficio abrangente para a classe”.