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Ricardo Setti: Jornais brasileiros estão em crise por não investirem em qualidade editorial

Entrevistado do programa Roda Viva da TV Cultura, articulista da Veja afirma que se cansou do Brasil e que o jornalismo brasileiro está decadente por não acompanhar com rapidez as novas mídias digitais

Tese de Hugo Studart sobre a Guerrilha do Araguaia foi eleita como a melhor de 2014

Escolha é do Colegiado do Departamento de História da UnB. A tese vai representar o programa de pós-graduação no Prêmio Capes, que escolhe as melhores teses do Brasil

Jornalista de Brasília posta foto no Facebook e sofre ataques racistas. Mas é defendida pela maioria

[caption id="attachment_34604" align="alignright" width="620"]Racismo: jornalista Cristiane Damacena é negra, jovem e linda | Foto: Reprodução/Facebook Racismo: jornalista Cristiane Damacena é negra, jovem e linda | Foto: Reprodução/Facebook[/caption] A jornalista Cristiane Damacena é negra, jovem e linda. Cabelos curtos, dentes bonitos, bela expressão facial, elegância tipicamente natural, ar de inteligência visceral e, ao mesmo tempo, doce. Enfim, muito mais bonita do que várias modelos internacionais. É dessas mulheres que todos param para olhar. Depois, quando passam, as pessoas (homens e mulheres) dão uma olhadinha por cima dos ombros, para ver mais uma vez. Porque deixam saudade nos olhos. A repórter, talvez para homenagear sua beleza — o que é belo é para ser visto e mostrado —, postou sua fotografia no Facebook. De repente, começaram a atacá-la. A linguagem dos que a agrediram é chula — configurando racismo, mas sobretudo brutalidade, às vezes mais gratuita do que sistemática e sistêmica. “Macaca feia da porra”, “escrava”, “sorriso de merda” e “modelo de senzala só se for”. Apesar da bestialidade dos que atacaram Cristiane Damacena, os elogios foram rápidos e em maior número e, sobretudo, os textos foram em geral mais consistentes. Disseram: “Que linda”, “Cristiane, minha flor, você é linda; comentários racistas devem ter sumido no meio de tantos elogios. Mas não baixe a cabeça”, “Que linda”, “Belíssima”, “Linda, muito mais do que muitos ‘brancos’. Tanto que são tão ignorantes que nem percebem que, por serem latinos, também sofrem preconceito. Você é linda por dentro e por fora”, “Olha, não permita que esses indivíduos (nem vou usar o termo pessoa) tirem sua alegria ou a afetem, seja qual for a forma. Você sabe que é linda, é talentosa, tenho certeza que é boa gente também. Essas coisas aí devem morar com os pais, são um bando de desempregado e mal amado, que procuram forças em outras pessoas, mas de maneira negativa. Quero ver procurar força no xadrez!” Se há racismo, sistêmico ou não, há também forças contrárias rápidas e duras contra o preconceito racial. A sociedade brasileira reage ao racismo — é o que se depreende. Ainda sobre a beleza. Na verdade, não é a beleza que está em questão. Pois, se fosse feia, Cristiane Damacena continuaria merecendo o respeito de todos.

Criador do Casseta & Planeta critica omissão de Caetano e Chico Buarque a respeito da corrupção do PT

Numa entrevista polêmica ao repórter Ricardo Mioto, publicada na edição de segunda-feira, 4, da “Folha de S. Paulo”, o humorista Marcelo Madureira, um dos criadores do “Casseta & Planeta”, diz que não frequenta “muito o meio artístico”. Porque prefere “ficar em casa lendo, vendo filme”. E cutuca: “É lamentável o papel da classe artística. É digno de pena. Em um momento como esse [ele se refere ao processo de corrupção no governo petista, à Operação Lava Jato], os artistas completamente omissos. Cadê o Caetano Veloso, o Chico Buarque?”. O repórter levanta a bola: “Muitos artistas e até jornalistas têm hoje situação muito complicada de dependência de dinheiro público, não?” (faltou, claro, acrescentar “e os jornais”). Madureira bate de primeira: “Sim, e não foi só a classe artística. Foi o meio acadêmico, uma parcela dos intelectuais. Veja o MST também. Está todo mundo imbricado de verbinhas. A explicação? Bom, no fundo, como sempre, basta seguir o dinheiro”.

Paulo Betti aponta preconceito de Roberto DaMatta contra homossexuais e deve ser processado

As redes sociais não podem sobreviver sem uma boa briga, sobretudo se o barraco for armado por celebridades. A guerra da vez começou no Facebook e se espalhou por sites e portais nas internet. Estão no ringue o ator Paulo Betti (foto acima) e o antropólogo Roberto DaMatta. Eis o jab de esquerda desferido por Paulo Betti: “Amigos, relutei em escrever aqui o que aconteceu comigo, mas como envolve pessoa pública, achei que seria relevante. Perguntado por uma ouvinte num programa da MPB fm, se fui agredido por ter feito o personagem gay Téo Pereira, na novela Império, de Aguinaldo Silva, eu já me preparava pra responder que não, tal a quantidade de carinho que recebo pelas ruas, quando me lembrei de um fato recente e não pude mentir para a ouvinte que me perguntou e disse no ar: Fui agredido sim, verbalmente e com muita violência, pelo famoso sociólogo Roberto DaMatta, professor e escritor, que, na frente da própria esposa, me falou barbaridades contra personagens gays em novelas, não direi as palavras pronunciadas em respeito aos meus amigos do Facebook, mas faço esse breve depoimento em nome da verdade e do respeito que os gays merecem. Contra a homofobia e sabendo mais sobre Roberto DaMatta”. A pergunta é: pode um antropólogo ser preconceituoso? A resposta deve começar com uma pergunta: por que não? A sociedade do politicamente correto está tentando criar uma sociedade imaginária — mais utópica do que distópica —, na qual é possível a existência de cidadãos sem nenhum preconceito. Seria a “amebocracia”? Uma sociedade sem preconceitos é impossível. Não dá para “consertar” tudo que as pessoas pensam de, supostamente, “errado”. Agora, é claro que é preciso combater, basicamente por intermédio de leis severas, agressões físicas de qualquer natureza. Homossexuais não devem ser agredidos em nenhuma hipótese — nem mesmo verbalmente. No caso de violência, que o agressor seja penalizado pela lei, e com o máximo de rigor. Porém, impedir um indivíduo de ter preconceito é impossível. Roberto DaMatta (foto acima), antropólogo respeitado internacionalmente, teria dito o quê, exatamente, a Paulo Betti? Não se sabe as palavras precisas. O que se sabe é o que o ator disse, de maneira relativamente desordenada. O pesquisador contrapôs, numa entrevista ao Portal da RedeTV!: “Estou perplexo com o que estou lendo e ouvindo. O sr. Paulo Betti, ator que eu sempre admirei e com quem falei uma única vez em toda a minha longa vida, terá resposta no fórum adequado”. Suspeita-se que o “fórum adequado” seja a Justiça. Já o artista da Globo contemporizou: “Não acho que seja caso de processar, é apenas uma revelação de um comportamento”. Paulo Betti teria mesmo falado com Roberto DaMatta? Teria sido um sósia? Parece que os dois se falaram mesmo — numa conversa privada, por certo, O “debate” carece de mais informações para que se saiba o que de fato ocorreu. Roberto DaMatta teria sido irônico e Paulo Betti não percebeu? Até onde se sabe, o antropólogo nunca demonstrou preconceito contra os homossexuais. Nos últimos anos, o antropólogo tem vulgarizado críticas à esquerda, mas sem fazer campanha. Seus comentários são absolutamente palatáveis, até leves. Ele estaria sendo vítima de uma armação? Também não se sabe. A impressão que se tem é que o ator está fazendo muito barulho por nada, ou, quem sabe, está em busca de holofotes e de simpatia de setores cada vez mais poderosos na política, na imprensa e nas redes sociais?

Ruth Rendell, grande dama do romance policial, tinha uma regularidade literária impressionante

Se eu tivesse duas vidas, uma seria dedicada à leitura de literatura (a chamada alta literatura), de história e de filosofia. A outra seria reservada para a leitura de romances policiais. Embora vista como “subespécie” da grande literatura, como se fosse uma arte do segundo time — ou nem arte, e sim apenas entretenimento —, a literatura policial é, no geral, de alta qualidade. Com acerto, costumam citar como de nível inquestionável Edgar Allan Poe, Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Georges Simenon, James M. Cain, David Goodis, James Ellroy, Rubem Fonseca, Luiz Alfredo Garcia-Roza, Rex Stout, Dennis Lehane, Lawrence Block e John Dunning. Uma lista de primeira, sem dúvida, mas fica um pouco mais pobre se não incluir escritoras excelentes como Agatha Christie, Patrícia Highsmith, P. D. James e Ruth Rendell, o quarteto fantástico, Patricia Cornwell, Minette Walters e Andrea H. Japp. A prosa policial tem uma lógica implacável e uma arquitetura delineada com precisão. Escritores iniciantes, se quiserem aprender como se arma e se elabora uma história, deveriam ler, com lupa e caneta na mão, os clássicos policiais. Não há oficina literária mais instrutiva. No sábado, 2, morreu uma das grandes damas do crime, quer dizer, da literatura policial: a inglesa Ruth Rendell, de 85 anos. Ela havia sofrido um acidente vascular cerebral em janeiro e estava internada. Apontada como rainha dos thrillers psicológicos, Ruth Rendell era, acima de tudo, uma autora de uma prosa refinada, exata, e, ao mesmo tempo, rica em vieses, em nuances. Seus livros parecem perfeitos — tal a precisão milimétrica. Pode-se dizer que, embora Ruth Rendell tenha escrito uma literatura popular, ou relativamente popular, se for incluída entre os grandes autores, não os chamados inventores, como James Joyce, William Faulkner e Guimarães Rosa, ninguém fará cara feia, exceto os críticos intransigentes e academicistas. Características dos livros de P. D. James, Patricia Higsmith e Ruth Rendell são, além da precisão, da lógica irretorquível, a qualidade literária e a construção de personagens consistentes. Os enredos, mesmo quando aparentemente ilógicos, têm uma amarração extraordinária. Ninguém “segura” o leitor tão bem quanto os autores de romances policiais. Ruth Rendell era uma mestre em fisgar o leitor e torná-lo seu escravo durante toda a leitura dos romances. Ninguém, em sã consciência, larga um livro da autora pela metade. Mais: procura terminá-lo rapidamente. A literatura de Ruth Rendell tem uma regularidade que impressiona. Seus livros em geral são bons ou, no mínimo, razoáveis. Nunca ruins. O inspetor Reginald (Reg) Wexford, principal personagem de Ruth Rendell, não fica nada a dever aos grandes personagens literários. Aliás, de tão vivo, de tão próximo de nós, fica-se com a impressão de que é um personagem histórico, de que existe na vida real. A magia literária de Ruth Rendell é tão intensa que às vezes o leitor fica com a impressão de que está acompanhando a história no momento mesmo em que ela está acontecendo. “As pessoas gostam de meus livros porque estão ligados ao personagem de Reg Wexford. Sua vida, sua família, que foram construídas ao longo dos livros, apaixonam os leitores. Se você pensar bem, as histórias mais populares no mundo são as que contam o destino das famílias, os destinos do homem que evolui dentro de uma comunidade”, disse Ruth Rendell. Uma curiosidade: Ruth Rendell era apreciadora da literatura da americana Donna Tartt, autora de “O Pintassilgo”.   Livros de Ruth Rendell editados no Brasil O leitor brasileiro tem sorte: Ruth Rendell é um dos escritores mais traduzidos no país. Confira uma lista de alguns seus livros, que podem ser encontrados nas livrarias e sebos. A Árvore das Mãos A Dama de Honra A Hora do Lobo A Morte é Minha Amante A Verdade Através da Névoa Amor e Morte As Máscaras de Morte As Pedras do Caminho Carne Trêmula Feitiço Mortal Herança de Sangue Lágrimas Mais Forte Que a Morte Não Fale com Estranhos Noturno Para Margaret O Creme do Crime O Gafanhoto O Lago das Sombras O Livro de Asta O Tapete do Rei Salomão Sem Perdão Simisola Um Assassino Entre Nós Um Bando de Corvos Uma Agulha Para o Diabo Uma Despedida Para Sempre Vamos Passear no Bosque   Almodóvar e Chabrol levaram Ruth Rendell ao cinema O romance “Carne Trêmula”, de Ruth Rendell, foi levado ao cinema, de modo bem-sucedido, pelo diretor espanhol Pedro Almodóvar. O francês Claude Chabrol adaptou “Analfabeta” com o título de “La Cérémonie” (“Mulheres Diabólicas”, em português).

Manny Pacquiao ganhou no ringue mas perdeu na papeleta dos jurados. Trilogia está a caminho?

Um trilogia entre o filipino e Floyd Mayweather pode render uma fortuna próxima de 1 bilhão de dólares para os boxeadores

Revista Veja decreta a morte do boxe. Mas a nobre arte é imortal

O boxe é como o romance: volta e meia, sem nada para fazer, jornalistas criam pautas anunciando o seu fim. Mas eles continuam O boxe não morre. O boxe é imortal. Mas volta e meia alguém, em geral quem não aprecia a nobre arte, decreta sua morte. É sempre assim: depois da aposentadoria de um de seus mais notáveis artistas — esculpem com os punhos; diria, até, que é balé com os punhos —, alguém aparece nos jornais, ou nas revistas, para decretar sua morte. O excepcional Joe Louis saiu de cena e, pronto, o boxe “morreu”. Aí surgiu Muhammad Ali, um fenômeno nos e fora dos ringues (talvez tenha sido o primeiro boxeador 100% midiático), e “matou” os que não paravam de falar na morte do boxe. Porém, com sua aposentadoria, mais uma vez disseram que o boxe estava moribundo — ou morto, assassinado, enterrado. Na cova. Aí apareceu Mike Tyson, uma mistura da arte de Ali com a força de George Foreman. Com sua decadência, o boxe mais uma vez ganhou um caixão e sete palmos. Aí apareceu, sem discrição, boxeadores talentosos como Floyd Mayweather (americano) e Manny Pacquiao (filipino). O boxe é a fênix das artes: sempre ressurge das cinzas de aço “criadas” e “espalhadas” por seus críticos. Na edição desta semana, a “Veja”, com texto de Alexandre Salvador — que parece entender mais de agência funerária do que de boxe —, mais uma vez investe contra o boxe, agora com a reportagem “A última chance do boxe”. De quebra, diz que o MMA, vítima de escândalos, começa a entrar em decadência. A revista da Editora Abril está se especializando na arte de decretar a morte de alguma coisa, ou de alguém. Porém, mesmo traçando o obituário do boxe, a “Veja” não tem como desconsiderar seus números. Como pode ser decadente um esporte que paga 300 milhões de dólares para Floyd Mayweather (60%) e Manny Pacquiao (40%). Ah, a revista dirá: é um caso único. E tem razão. Mas outras lutas importantes pagam bolsas altíssimas e alguns dos atletas mais ricos do mundo são boxeadores. A maior bolsa do MMA fica a quilômetros de bolsas medianas do boxe. O boxe, na verdade, é como o romance: volta e meia, sem nada para fazer, jornalistas criam pautas anunciando o seu fim. Mas o boxe e o romance continuam. Mudam, mas não morrem. Daqui a pouco surgem boxeadores de alta qualidade e os obituários definitivos da “Veja” serão esquecidos, inclusive pela própria revista. Boxe, cinema (se for arte) e literatura são artes irmãs. Tanto que entre seus apreciadores podem ser listados: David Remnick (editor da revista “New Yorker” e autor de precisa biografia de Muhammad Ali), Ezra Pound, Hemingway, James Joyce, John Huston (diretor de cinema), Joyce Carol Oates (autora de um livro sobre boxe muito bom), Norman Mailer (autor do excelente “A Luta”, sobre a batalha do Zaire entre Muhammad Ali e George Foreman, em 1974) e Robert de Niro (ator do belíssimo filme “O Touro Indomável”). [Acima, na foto, Floyd Mayweather e Manny Pacquiao]

Se o Pop tivesse insistido, serial killer poderia ter revelado ser leitor de livros sobre assassinato

O TALENTOSO RIPLEY Arthur de Lucca, aficionado por questões gráficas, frisa que, na entrevista do serial killer Tiago Henrique Gomes da Rocha ao jornal “O Popular”, sobraram espaços e faltou diagramador. “Pelo menos uma resposta está colada numa pergunta”. Carlos Wilson amplia: “Há uma pergunta que poderia ter obtido, quem sabe, uma resposta sensacional, ‘Você gosta de ler?’, se a repórter Rosana Melo tivesse insistido. O serial killer diz: ‘Gosto muito de ler, principalmente livros. Não gosto muito de jornais e revistas’ [sobretudo os atuais, poderia ter acrescentando]. A repórter deveria ter perguntado: quais os livros que o sr. mais apreciou? A resposta seria muito importante, pois possivelmente Tiago Henrique é leitor de romances policiais, sobretudo de histórias de assassinato”. Arthur de Lucca concorda: “Tiago Henrique tem cara e modos de leitor de livros de Patricia Highsmith”. Carlos Wilson discorda: “Ele é mais parecido com personagens de P. D. James, de Dashiell Hammett e Raymond Chandler”. Um jornalista diverge dos dois: “Tiago Henrique parece muito mais saído de um livro de Ilana Casoy sobre assassinos em série”.

Galvão Bueno diz, em livro, que Ayrton Senna foi o melhor piloto da história da Fórmula 1

[caption id="attachment_34297" align="alignright" width="250"]“Fala, Galvão!” conta boas histórias mas reserva apenas 16 linhas para Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. ‘Nunca foi um homem de futebol’ “Fala, Galvão!” conta boas histórias mas reserva apenas 16 linhas para Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. ‘Nunca foi um homem de futebol’[/caption] "Fala, Galvão!" (Globo Livros), de Galvão Bueno e Ingo Ostrovsky, são as memórias seletivas — quase hagiográficas — de um narrador esportivo que avalia que o mundo é galvaocêntrico (chega a se tratar na terceira pessoa, como se fosse Pelé). A impressão que se tem é que o jornalista da TV Globo (salário superior ao de William Bonner; é dono de vinícolas no Brasil e no exterior, cria gado) quer ficar bem com todo mundo — até com o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, antes tido como desafeto. A amizade muito próxima com jogadores de futebol e pilotos de automobilismo às vezes trava a percepção crítica, o julgamento equilibrado. Os amigos e colegas são apontados como “espetaculares”. Descontados os elogios exagerados e os erros de revisão, há boas histórias, sobretudo dos bastidores da Fórmula 1. O mais incensado dos pilotos, e com razão, é Ayrton Senna (1960-1994), apontado como o maior da história. Aos 22 anos, ao ganhar uma corrida da Fórmula Ford 2000, Ayrton Senna aproximou-se e, chamando o narrador de “seu Galvão”, disse: “Eu vou chegar à Fórmula 1 e o sr. ainda vai narrar muita corrida minha”. Ayrton Senna — ou “Ayyyyyyrton Senna do Brasiiiiil”, na narrativa das provas para a Globo — ganha 28 das 311 páginas do livro. Nenhum outro piloto ganha tanto espaço. O piloto era uma fonte privilegiada para Galvão Bueno. Numa cor­rida, nos Estados Unidos, ante a informação de que “os carros da Williams eram mais rápidos” do que os da McLaren, Ayrton Senna cantou a pedra para o narrador: “Tive a in­formação de que o carro deles é muito rápido, mas o câmbio não vai aguentar, não deve passar de 15 voltas”. O funcionário da Globo deu a notícia e, de fato, “o câmbio da Williams de [Nigel] Mansell” quebrou. No início de sua vida como piloto, Ayrton Senna estava sob pressão de seu pai, Milton Teodor Guirado da Silva. Miltão queria que o jovem “abandonasse o automobilismo”. O piloto insistiu e um sócio do pai, Armando Botelho, passou a se responsabilizar por ele. Na Fórmula 3, em 1983, Ayrton Senna disputou 20 corridas e “ganhou 12 — nove consecutivas”. Um jornal inglês passou a chamar o autódromo de Silverstone de “Silvastone”. “Nesse ano, transmiti [com comentários de Reginaldo Leme] sua primeira corrida. Foi a única vez em sua história que a TV Globo transmitiu uma corrida de Fórmula 3. Todo mundo já percebia que ali existia um fenômeno.” Mas o futuro “rei” ainda era um plebeu que morava “numa casinha alugada e tinha um Alfa Romeo usado”. Quando recebeu uma multa, por ter estacionado em local indevido, Galvão Bueno teve de pagá-la. Seu prato preferido era espaguete. Em 1984, Galvão Bueno o reencontra “correndo pela Tole­man”, quase uma carroça perto das outras escuderias. “Ele me vendeu a certeza de que chegaria lá. E eu comprei.” Era um jovem “reservado”. Porém, como piloto, era de “uma segurança enorme e uma cobrança de si mesmo absurda, quase desumana”. Numa corrida de 1984, na África do Sul, Ayrton Senna marcou seu primeiro ponto e saiu “tão exausto que não conseguia nem andar”. “Reginaldo e eu o ajudamos a chegar ao motor house. E lá, trocamos a roupa dele. Ele estava entrevado de tanto esforço físico e tinha espasmos musculares. Ali, ele entendeu que a Fórmula 1 não era só talento. Fórmula 1 era talento, força mental e condicionamento físico. Foi a partir daí que Ayrton começou a trabalhar com Nuno Cobra e virou um atleta excepcional. Força mental ninguém nunca teve igual a ele. Ele destruía os adversários na mente. E no talento, nem se fala.” O narrador não explica o que quer dizer, exatamente, com “destruía os adversários na mente”. [caption id="attachment_34299" align="alignright" width="620"]sena_moto Ayrton Senna e Galvão Bueno: os dois se tornaram amigos íntimos e o narrador da TV Globo conseguia informações exclusivas com frequência[/caption] Em Mônaco, ainda na Toleman, quase ganhou sua primeira corrida. “A ultrapassagem em cima de Niki Lauda foi histórica. Ele estava em segundo, chegando em Prost, mais duas voltas e assumiria a ponta. As palavras que mais se ouviam nas cabines internacionais de TV vizinhas à nossa para descrever o que Senna estava fazendo eram ‘incredible’, ‘incroyable’ e ‘inacreditável’”. Porém, devido ao temporal, o diretor encerrou a prova. O brasileiro ficou, alegre, em segundo. Alex Hawkridge, Ayrton Senna e Galvão Bueno foram ao Cassino de Monte Carlo, mas Ayrton Senna, de jogging, foi barrado e teve de pegar um paletó emprestado. Em 1985, na Lotus, Ayrton Senna conquistou sua primeira vitória, sob forte chuva, no Grande Prêmio de Portugal. No mesmo ano, ganhou em Spa-Francor­champs, na Bélgica (adorava correr em Spa e Mônaco). O piloto comprou uma Mercedes 190, “o carro mais barato da Mercedes”, e, deliciado, dizia: “Paguei minha Mercedes hoje, paguei minha Mercedes!”

Primeiro título

Em 1988, pela McLaren, Ayrton Senna ganha seu primeiro título. Derrotou Prost. “Para mim, o campeonato mais marcante de todos foi esse. Ayrton foi o melhor piloto que já conheci.” O “maior piloto de todos os tempos”. Ao narrar uma corrida no qual ele vencera com certa dificuldade, Galvão disse: Ayrton Senna “é um homem que vive, que acorda, que almoça, que janta e que dorme Fórmula 1 e a sua profissão”. Reservado na maioria das vezes, Ayrton Senna se transformava na presença de amigos mais íntimos. Era brincalhão. “Íamos sair para jantar e Ayrton bateu na porta do meu quarto. Quando abri, ele jogou um balde de água em mim. Ainda todo molhado, eu só pensava no troco.” Certa feita, o piloto estava com uma namorada, “importada” do Brasil, de nome Edileine, e Galvão Bueno queria devolver o balde de água. Pediu para Reginaldo Leme chamá-lo e ficou escondido. “Vou abrir, espera um pouco”, disse Ayrton Senna. “A porta abriu, eu mandei a água. Só que era ela. Toda arrumada para jantar, maquiada, pintada, chique pra caramba. Um vexame! E ele morrendo de rir atrás da moça.” Nos anos 1980, em Miami, Ayr­ton Senna pôs “três cadeados no passador de cinto” da calça de Galvão Bueno. “Como é que eu ia tirar o cadeado se não tinha a chave? Tive que embarcar com os três cadeados. O americano não queria me deixar embarcar. E Ayrton dizia: ‘Não deixa ele embarcar, não, ele é louco’. (...) Eu quase não consigo embarcar.” No Grande Prêmio de Mônaco, em 1988, Ayrton Senna “estava 52 segundos à frente de Prost”, mas “bateu na curva da entrada do túnel”. Galvão Bueno indagou-lhe: “Como é que bateu daquele jeito?” Ayrton, irritado, disse: “Pra você eu vou contar. Eu queria botar uma volta no Prost, uma volta no baixinho”. “Os dois corriam pela McLaren e seria diabólico meter uma volta no companheiro de equipe. Olha só a cabeça do Senna.” O piloto queria que Galvão Bueno explicasse isso aos jornalistas. Acabou sobrando para Reginaldo Leme. Em 1993, Galvão Bueno perguntou: “Hoje você sofre mais do que se diverte, sofre muito, né?” Vitorioso, sempre na ponta, Ayrton Senna respondeu: “É uma pressão enorme ganhar todas as corridas”. O narrador ponderou: “Você tem que ser feliz. Você tem que se co­brar menos”. O piloto replicou: “Não consigo, Galvão”. “Ele era mais que ídolo, era um herói brasileiro. Ele era o brasileiro que deu certo, vindo de um país onde tudo dava errado. Ele era o Brasil que dava certo.” No GP da Europa em Donin­gton Park, naquele ano, Ayrton Senna teve como principal rival o francês Alain Prost. “Talvez tenha sido a melhor corrida que ele fez na vida. Ganhou de Prost [debaixo de chuva] — e também de Damon Hill — no braço e na estratégia. Fez as apostas certas de pneus naquela maluquice de chuva, sol, chuva, sol, ao contrário de Prost. Ayrton trocou de pneus quatro vezes; Prost, sete.” Na transmissão para a TV Globo, Galvão Bueno extrapolou: o piloto “não era desse planeta, era um extraterrestre”. Num determinado momento, disputando a ponta com Prost, Ayrton Senna “entrou pelos boxes de Donington e a equipe McLaren não estava pronta para o pit stop. Ele passou como um louco e foi embora”. Galvão Bueno disse: “Que erro absurdo!” Mais tarde, Ayrton Senna explicou-se para o amigo: “Eu quis fazer um teste e avisei para os caras: vou passar por dentro dos boxes e vocês me dão a cronometragem, porque se o Prost estiver na minha frente, eu passo ele por dentro dos boxes”. Era “pura estratégia”, frisa o narrador. “Naquela época não existia limite de velocidade nos boxes. Ayrton tinha domínio total da corrida, sabia de cada detalhe do que acontecia na pista, era inacreditável”. Prost e Ayrton Senna eram ad­ver­­sários ferrenhos. “As voltas de clas­sificação” de Ayrton Senna “são ines­quecíveis. Ele ficava dentro do car­ro, ele e Prost, um olhando para o ou­tro, para ver quem saía por último. E Prost saía antes. Ele vinha depois, fa­zia a pole position no último se­gundo. Era cruel com os adversários, mas o mundo da Fórmula 1 é assim. (...) O cara para ser campeão de automobilismo não pode ser bonzinho”. Ayrton Senna e Prost se respeitavam da mesma maneira que se odiavam nas pistas. “Ayrton era mais rápido, arrojado. Prost era mais frio, calculista. “Na largada do GP do Japão”, em 1990, “Ayrton, de McLaren, literalmente bateu de propósito na primeira curva na Ferrari de Prost. Os dois saíram da corrida. O campeonato foi decidido na primeira curva de Suzuka: bicampeonato de Ayrton. Eu me lembro de ter perguntado depois: ‘Pô, o que você fez? Fechou os olhos?’ Aí ele, cinicamente, falou: ‘Não, Papagaio, eu errei os pedais. Fui pisar no freio, pisei no acelerador’. E saiu dando risada”. Prost já o havia atingido, em 1989. De um profissionalismo que atormentava os mecânicos, Ayrton Senna “era sempre o último piloto a sair do autódromo. Era um perfeccionista, lia a telemetria de cabo a rabo. Quantas vezes nós jantávamos, ele com aqueles papéis de telemetria na mão, e eu dizendo: ‘O que você está fazendo? ‘Tô vendo as minhas curvas de potência... aqui, ó... tá vendo aqui? Aqui eu vou passar o Prost se ele estiver na minha frente’”. “Cruel consigo mesmo”, Ayrton Senna “se cobrava num nível próximo ao da loucura. Exigia perfeição a cada instante, e por isso foi o piloto que foi”, diz Galvão Bueno. Na Itália, em 1994, Ayrton Senna e outros pilotos estavam muito preocupados com a segurança. Havia um “boato de que Ayrton não correria em protesto pela falta de segurança”. Por isso Frank Williams perguntou para Galvão Bueno: “Você, que o conhece bem, acha que ele vai correr amanhã?” O narrador contrapôs: “Frank, eu achei que você o conhecesse melhor. Não é só correr. Ele vai correr e ganhar a corrida”. O chefão da Williams aquiesceu: “É, também penso assim, mas queria mais uma opinião”. Em Jerez de La Frontera, Galvão Bueno quis saber: “Para você, o que é uma Ferrari?” Ayrton Senna respondeu: “A Ferrari é uma cor, um ronco de motor, um estilo de vida, um carro campeão”. Mesmo sabendo que a Ferrari não estava bem, o narrador sugeriu que aceitasse ser piloto da escuderia italiana. O piloto não quis: “Eu não posso, porque eu já não sou campeão há dois anos [tinha sido em 1991]. Eu não posso ficar mais um ano sem ser campeão. (...) Eu vou para a Williams, vou ganhar o campeonato, vou correr lá dois anos, quero ganhar dois campeonatos para igualar o Fangio, e depois eu vou para a Ferrari. Aí encerro a minha carreira na Ferrari”. No meio do caminho, diria Carlos Drummond de Andrade, tinha uma curva. Em 1994.

Narrador esportivo relata que o “Cala a Boca, Galvão!” deixou-o assustado

Um dos capítulos do livro “Fala, Galvão” (Globo Livros, 311 páginas), de Galvão Bueno e Ingo Ostrovsky, em que o principal narrador esportivo da TV Globo mais se expõe é aquele em que tenta explicar e se defender do “Cala a boca, Galvão!” (noutro capítulo admite: “Sou muito brasileiro, meu lado materno vem direto dos índios do Mato Grosso”). “Foi como se um míssil nuclear tivesse caído na minha cabeça”, admite o narrador. Na cerimônia de abertura da Copa da África do Sul, em 2010, ocorreu um show da cantora Shakira. “Eu dancei — fora do ar, claro —, mas algumas imagens caíram nas redes sociais e começaram a se espalhar.” Galvão Bueno diz que não tem Facebook, Twitter, Instagram. “A melhor coisa da internet é que ela deu a todos a liberdade de se manifestar, e a pior coisa da internet é que ela deu a todos a liberdade de se manifestar. Às vezes, a rede é muito cruel.” Terminada a festança, Galvão Bueno foi para o hotel, já sabendo que sua dancinha “tinha entrado para os world trending topicz do Twitter”. Porém, no dia seguinte, “o vídeo do ‘Cala a boca, Galvão!’ tinha tomado uma dimensão gigantesca. Cheguei à redação da Globo e um olhava para a cara do outro sem saber muito bem o que fazer. Dormi como o Galvão Bueno da Globo e acordei no ‘The New York Times’, no ‘El País’, da Espanha, no ‘Clarín’, da Argentina”. Tudo começou, acredita Galvão Bueno, porque havia falado demais na transmissão da cerimônia. “Eu falo muito mesmo. Aí esse alguém criou e disponibilizou o vídeo do ‘Cala a boca, Galvão!’ na internet, isso virou um rastilho de pólvora e foi crescendo. Fiquei assustado, de verdade, quando pensei que tinha uma Copa inteira pela frente.” O que fazer? A Globo não sabia como reagir à avalanche internacional. “Foi Luís Erlanger, com o aval de [Carlos Henrique] Schroder, quem liderou o processo que nos levou a brincar com tudo aquilo. ‘Se a gente levar a sério e quiser sair na porrada, aí estamos perdidos mesmo’, foi o mote do Erlander. Naquela noite, Luiz Fernando Lima, diretor de esportes, me ajudou a combinar algumas deixas com Tiago Liefert, que, no meio de uma frase minha, durante o ‘Central da Copa’, mandou um sonoro ‘Cala a boca, Galvão!’. ‘Pô, até você, Tiago?’ Fizemos várias piadas, rimos da situação e... segue o jogo”, relata Galvão Bueno. “Levei a brincadeira adiante e disse para Leifert: ‘Ayrton Senna deve estar rolando de rir em algum lugar, porque ele só me chamava de Papagaio’. ‘Cala a boca, Galvão!’, dizia o Tiago. ‘Quer saber de uma coisa? Eu não vou calar a boca, nada, eu vou é falar’. Aí virou um grande barato, uma grande curtição. Um troço que poderia prejudicar meu trabalho naquela Copa acabou me fazendo muito mais bem do que mal, e acho que foi por causa da forma como abordamos a coisa toda.” O humor é o medicamento mais eficaz contra a ira e a burrice. Galvão Bueno conta que, “na manhã seguinte”, acordou dizendo: “‘Vou falar à beça nesta Copa do Mundo’. E falei. Foi um míssil que explodiu, mas eu saí ileso”. De fato. Mas ficou evidente que nem a poderosa Globo e suas estrelas estão infensas ao deboche do mundo globalizado e democratizado pela internet.

Os quatro maiores pilotos da história da Fórmula 1, segundo Galvão Bueno

Na sua autobiografia, “Fala, Galvão!”, o narrador es­portivo Galvão Bueno lista os quatro melhores pilotos da his­tória da Fór­mula 1: Ayrton Senna, Alain Prost, Michael Schu­macher e Nelson Piquet. A quinta vaga de melhor piloto seria disputada por Emerson Fittipaldi, Jackie Ste­wart, Niki Lauda, Nigel Mansell e Fernando Alonso.

Erros de revisão e informação em livro de Galvão Bueno

O livro de Galvão Bueno tem alguns erros de revisão e de informação. “Taxado [ta­cha­do] de maluco”. Escreve: “No final daquele ano”, mas não diz qual. Há outros problemas. “Toquei a campanhia, abriu a em­pregada, Isabel, uma portuguesa de Cabo Ver­de.” Cabo Verde, ter­ra da cantora Cesária Évora, é um país, não é mais colônia de Por­­tugal. Pode ser que se trate de uma portuguesa que teria morado, antes de trabalhar para Ayrton Senna, no país africano.

Jornalistas lançam ótimo livro sobre restaurantes e lanchonetes do Centro de Goiânia

imprensa0001As jornalistas Sonea Stivel e Darmélia Barbosa tiveram uma excelente ideia e a colocaram em livro: “Maiores de 21 — História da Gastronomia no Centro de Goiânia”. Elas listam e contam a história dos restaurantes do bairro que sobrevivem há mais de 21 anos, provando que o Centro continua vivo e muito ativo. O Centro é meu bairro preferido, o que mais contempla a diversidade social-comportamental da cidade. O livro resgata a história da ótima Lanchonete Esfiha Quente (sou habitué), do Restaurante Popular (vou sempre lá) e do Restaurante Bologna. Falta alguma coisa. Sempre falta em todos os livros. O poeta Carlos Willian Leite certamente dirá que é um pecado, quase venial, as jornalistas não terem incluído a pizzaria do chinês da Rua 7. “Trata-se da melhor pizza da cidade”, costuma dizer o bardo de Iporá. Não é bem assim. Mas a pizza é mesmo boa e, claro, há a história, sua longevidade (fica-se com a impressão de que se está numa cidade europeia ou em Buenos Aires). Passo por lá de vez em quando e como um brotinho (estou falando de pizza). O Restaurante Popular é ótimo, com clientela diversificada, inclusive estrangeiros. Um dos garçons, João da Cruz, fala inglês fluentemente; recebeu algumas dicas de uma professora (pelo menos foi o que me disse), mas acabou aprendendo sozinho. A história é devidamente contada, e muito bem, pelas jornalistas. A Esfiha Quente é o ponto de parada tanto meu quanto dos vates Valdivino Braz (a gente se encontra lá, de passagem para os sebos) e Carlos Willian e do cronista Eberth Vencio. A esfiha é mesmo de primeira — assim como os sucos e vitaminas. Às vezes, quando vou ao sebos do Juari, o Didática, e do Lúcio, o Opção Cultural, almoço uma ou duas esfihas e tomo um creme de banana com aveia ou de morango sem açúcar. Os funcionários, velhos de casa, conhecem parte dos clientes e são muito receptivos para atender. Um deles, Wesley Nunes da Conceição (há 19 anos no batente), já esteve no Faustão (no "Se vira nos 30), da TV Globo. Porque se trata da pessoa que corta laranjas, para suco, mais rápida do Brasil. É impressionante sua rapidez. Ele está trabalhando para figurar no Guiness, o Livro dos Recordes. O Bologna, todos sabem, é um restaurante italiano pioneiro. A comida continua muito boa. O livro "Maiores de 21", além de bem escrito e pesquisado, é bonito.

Doracino Naves e Clara Dawn publicam a excelente revista Raízes

imprensa0002A revista Raízes, com formato parecido ao da “Piauí”, consegue ser, ao mesmo tempo, belíssima graficamente e é dotada de excelente conteúdo editorial-cultural. Numa ótima entrevista, o professor Altair Sales diz que “o cerrado acabou”. O poeta Luiz de Aquino escreve sobre José J. Veiga. Celso Moraes F. é autor do texto “As sociedades secretas continuam secretas depois do Google?” Jonathans Medeiros diz que “a Marvel está definindo a cultura do século 21”. Os editores da revista são Doracino Naves, Clara Dawn, Wanderley da Silveira, Jonathans Medeiros e Celso Moraes F. Um timaço. Vida longa para a “Raízes”. Longuíssima.