Numa entrevista polêmica ao repórter Ricardo Mioto, publicada na edição de segunda-feira, 4, da “Folha de S. Paulo”, o humorista Marcelo Madureira, um dos criadores do “Casseta & Planeta”, diz que não frequenta “muito o meio artístico”. Porque prefere “ficar em casa lendo, vendo filme”. E cutuca: “É lamentável o papel da classe artística. É digno de pena. Em um momento como esse [ele se refere ao processo de corrupção no governo petista, à Operação Lava Jato], os artistas completamente omissos. Cadê o Caetano Veloso, o Chico Buarque?”.

O repórter levanta a bola: “Muitos artistas e até jornalistas têm hoje situação muito complicada de dependência de dinheiro público, não?” (faltou, claro, acrescentar “e os jornais”). Madureira bate de primeira: “Sim, e não foi só a classe artística. Foi o meio acadêmico, uma parcela dos intelectuais. Veja o MST também. Está todo mundo imbricado de verbinhas. A explicação? Bom, no fundo, como sempre, basta seguir o dinheiro”.