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FHC diz que Iris Rezende tentou negociar presidência do Senado para apoiar a aprovação da reeleição

Nos “Diários”, o ex-presidente da República sugere que José Sarney manipulava Iris Rezende e critica Wolney Siqueira e Pedrinho Abrão Ronaldo Caiado e Iris REzende Iris-Rezende-Ronaldo-Caiado-prejudicam-Goiás- O livro “Diários da Presidência — 1997-1998” (Companhia das Letras, 869 páginas), de Fernando Henrique Cardoso, de 85 anos, menciona vários políticos de Goiás ou radicados no Estado. O ex-senador e ex-governador de Goiás Iris Re­zen­de, de 82 anos, é citado em 40 páginas. FHC o trata com respeito, mas com certo menosprezo, sobretudo na comparação com raposas políticas nacionais, como Antônio Carlos Magalhães e José Sarney. Em janeiro de 1997, quando se discute a eleição para presidente do Senado, o presidente Fernando Henrique demonstra ser um articulador mais escorregadio do que hesitante. A impressão que se tem é que, para controlar Antônio Carlos Magalhães, o ACM, o tucano gostaria de bancar Iris Rezende. Mas parece não perceber “estatura” suficiente no goiano para enfrentar o baiano. “Embora eu leia nos jornais que estou apoiando o Antônio Carlos, na verdade o Sérgio Motta e o Tasso [Jereissati] é que estão. (...) Mesmo que eu quisesse forçar, imaginemos o contrário, colocando o Iris, isso não seria assim tão fácil.” Adiante, Fernando Henrique sublinha que tem de apoiar ACM por dois motivos. Primeiro, por causa do PFL (antecessor do DEM). Segundo, devido à relação com seu filho, Luís Eduardo Magalhães, um de seus principais fiadores na Câmara dos Deputados. Mas o presidente ressalva: “Eu não posso permitir que essa questão deixe o Iris irritado, porque o Iris tem sido um fiel cooperador”. José Sarney estava “jogando pelo Iris”. A interpretação de FHC: “Iris presidente [do Senado], Sarney continua sendo uma espécie de ponte do governo federal com o Iris. Mesmo que desnecessária a ponte, ele saberá habilmente fazer com que o Iris crie algumas dificuldades para que ele possa negociá-las”. Sutilmente, o tucano indica que Sarney manipulava ou queria manipular Iris Rezende. Na questão da aprovação da reeleição, em janeiro de 1997, Fernando Henrique perguntou ao governador de Goiás, Maguito Vilela, “como estava a delegação de Goiás”. O peemedebista “disse que” estava “firme com a reeleição, mas eu o notei um pouco escabreado”. Como liderado de Iris Rezende, que estava sendo preterido para a presidência do Senado, o governante goiano sentia-se incomodado. Ante a pressão de peemedebistas, como José Sarney, FHC falou com vários líderes. “Ao próprio Iris eu disse: ‘Não é possível, senador, assim vai atrapalhar até a sua eleição, porque me condiciona, e à bancada do PSDB, a essa afronta do PMDB. Busque uma solução’.” Maguito Vilela e Iris Rezende juntos images-cms-image-000389523 O senador Jader Barbalho, do PMDB do Pará, contou a Fernando Henrique que o então deputado Michel Temer é quem estava tentando postergar a emenda da reeleição. Os senadores teriam “copiado” os deputados. O que o PMDB queria era, antes de votar a emenda da reeleição para cargos majoritários, como presidente e governador, “eleger a mesa do Senado”. Era um toma-lá-dá-cá. Iris Rezende admitiu, para o próprio FHC, que trabalhou contra a votação primeiro da re­eleição — na Câmara dos Deputados. O senador controlava a bancada. Na disputa pelo comando do Senado, “Iris me parece que está mais perdido do que o senador Antônio Carlos”. O goiano estava intransigente e não queria votar a reeleição logo. “O mais difícil é o Iris. O [Israel] Vargas, cujos parentes em Goiás são donos das [sic] Orga­ni­zação Jaime Câmara de rádio, televisão, imprensa, pediu que seus primos falem com Iris, para ver se o amolecem. Acho difícil, porque o Iris sabe, a esta altura [janeiro de 1997] que está perdendo [a oportunidade de disputar a presidência do Senado] e talvez tenha que endurecer”, relata Fernando Henrique. Em fevereiro de 1997, com percepção pouco aguçada do quadro real do Se­nado, Iris Rezende procura Fernando Hen­rique para uma conversa. “Ele queria que eu desse os votinhos, achava que tinha ganho, que é confiável, segundo ele próprio, e o Antônio Carlos [Ma­galhães] não. Eu disse ao Iris que agora a situação era diferente, porque, como ele mesmo reconhecera, cometera um erro, qual seja, ter ido a São Paulo falar com o [Franco] Montoro e com o Mário Covas, quando devia ter vindo falar comigo.” O presidente ressalva que disse a Iris que não haveria “retaliação a ele nem ao seu pessoal, embora todos os goianos tenham se abstido de aparecer no dia da votação da reeleição”. Ao mencionar a reeleição, Fer­nando Henrique admite que, a partir de determinado momento, “a coisa” começou “a feder”. Mas, claro, tira o corpo fora, atribuindo possível pagamentos a parlamentares a outras pessoas (ele está limpo). Muita gente queria dinheiro vivo — consta que o mercado persa estava pagando 200 mil reais por voto. “O deputado Pedro Canedo, de quem sempre tive boa impressão, foi abordado por um deputado de Pernambuco, um tal de Severino Cavalcanti, eu creio, que é um agente do Maluf e disse ao Pedro Canedo: ‘Você tem uma dívida pequena e o governo não resolve a sua questão financeira. Isso é uma coisa vergonhosa’. Já não é o primeiro caso”, conta o presidente. Quase no final de fevereiro, Iris Rezende havia mudado de posição, não estava mais radicalizado. “Disse que a bancada de Goiás está solidária e vai votar toda pela reeleição [no Senado].” Em maio de 1997, Michel Temer articula os nomes de Eliseu Padilha e Iris Rezende para o ministério. Este deveria ser indicado para a pasta da Justiça. “Fiquei até surpreso, porque ele e o Iris estavam em lados opostos, lembrei que talvez houvesse dificuldade com o Antônio Carlos. O Iris cimenta uma boa parte do PMDB e eu tenho uma boa relação pessoal com ele.” A história de que Michel Temer “convive” mas não tem simpatia política e pessoal por Iris Rezende é antiga. Fernando Henrique avaliou que ACM não ficaria “satisfeito” com a indicação de Iris Rezende para o Ministério da Justiça. Mas o líder do PFL não se opôs. Parte do PMDB tentou impor o senador goiano no Ministério dos Transportes e Eliseu Padilha na Justiça. Sem explicar seus motivos, o presidente anota: “É arriscado botar o Iris nos Transportes”. O problema seria seus aliados, como Wolney Siqueira, que FHC execrava? Iris Rezende e Eliseu Padilha foram nomeados por FHC. “Um pacto político é sempre um pacto com o diabo. Mas estou disposto a defender a necessidade da governabilidade”, defende-se o presidente. É, sem tirar nem pôr, o mesmo discurso dos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff. Curiosamente, ACM espalhou “que ele é que tinha feito o ministro Iris Rezende”. O esclarecimento do tucano-chefe: “Não foi ele quem indicou o Iris e muito menos quem o convidou”. Pacto feito, a reeleição foi aprovada no Senado por 63 a 6. Não se comprava político apenas com dinheiro, como na Câmara dos Deputados. Cargos no primeiro e segundo escalões eram outra moeda cobiçada. Maguito e Abrão Em agosto de 1997, Fernando Henrique recebeu o governador de Goiás, Maguito Vilela, acompanhado de Iris Rezende. “Maguito quer algum apoio, algum recurso para Goiás. Reclamou do ICMS.” Num encontro anterior, Maguito Vilela agradeceu “por termos negociado bem a dívida de Goiás”. Em junho de 1997, o governador ligou para FHC para falar de uma pesquisa indicando que os goianos avaliavam positivamente o governo tucano. Não há referência à privatização da Usina de Cachoeira Dourada, bancada por Maguito Vilela. O ex-deputado Wolney Siqueira é citado de maneira mais ampla no primeiro volume dos “Diários” e não consta que tenha processado o ex-presidente. No segundo, é citado apenas uma vez, na página 84. “Sarney falou da corrupção no DNER e a atribuiu ao Newton Cardoso”, afirma Fernando Henrique. Quem estava “na chefia da malandragem” seria Wolney Siqueira — “que eu não conheço e, dizem, foi indicado pelo Iris Rezende”. Na página 578, Fernando Hen­rique faz referência desabonadora ao ex-deputado Pedrinho Abrão. O presidente esteve em Acreúna e não ficou satisfeito quando o viu. “O [Pedrinho] Abrão estava lá, uma coisa meio constrangedora, eu não sabia que ele iria, nem poderia ter ido na comitiva.” Na página 764, Fernando Hen­ri­que conta que o ministro das Co­municações de seu governo, Luiz Carlos Mendonça, atacou, em novembro de 1998, José Saad, que havia assumido mandato de senador quando Iris se tornara ministro da Justiça. “Pedi que [Luiz Carlos Mendonça] não desse declarações, para não acirrar o clima tenso [devido ao caso dos grampos do BNDES).” Mas o ministro chamou “José Saad de ladrão, coisa que não é comprovável e só complica as coisas”, afirma o presidente. Leia sobre os goianos citados no livro “Diários da Presidência — 1995-1996” (primeiro volume), de Fernando Henrique: https://jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/livro-de-fhc-critica-pedro-abrao-sugere-ligacao-de-wolney-siqueira-com-lobby-e-revela-fraqueza-de-iris-51695/

Leitor que tiver conhecimento da história da ditadura vai perceber mais revelações de livro de Elio Gaspari

Divulgação Divulgação “A Ditadura Acabada” (Intrínseca, 447 páginas), de Elio Gaspari, é o quinto volume de uma série bem-sucedida. O livro contém revelações, mas só tende a percebê-las de maneira mais ampla quem aprecia o ramo dos estudos históricos (e muitos da área não querem apontá-las e, sobretudo, aceitá-las). O segredo do livro está nos detalhes. Onde se encontra informação sobre desentendimento entre o presidente-general Ernesto Geisel e o general Golbery do Couto e Silva? Não há em nenhum outro lugar, especialmente contado com o molho único de Gaspari. O que se sabia é que os dois eram Abel e Abel (não chegaram, claro, a ser Abel e Caim). Não é bem assim. Golbery tentou derrubar o presidente do BNDE (sem S) e Geisel bancou-o. Isto é tão importante assim? Não muito, mas indica que o projeto de distensão-abertura não era mesmo de exclusividade de Golbery e que, de fato, Geisel decidia. Na página 102 há uma informação que vai chamar a atenção dos historiadores: “Em 1978 a ‘linha dura’, que se associara à máquina repressiva do regime, estava no SNI, comandado por Figueiredo, e nos DOI-CODI. Ela jamais se acercou de Euler”. O general Euler Bentes foi candidato a presidente da República contra João Figueiredo, e pelo MDB. Era, curiosamente, mais duro do que Figueiredo. Não deixa ser interessante: a linha dura com Geisel e, sobretudo, Figueiredo... Há outras informações interessantíssimas, que revisam, sem explicitar de maneira exibicionista, partes da história do período. Mas a percepção disto é para quem estuda detidamente a história do país. Senão não perceberá o que é novo, único, na obra. Gaspari vai aos arquivos — a crítica dominante é que se trata de arquivos restritos e militares (de Golbery, Heitor Ferreira e Geisel) — e dialoga com a bibliografia e, inclusive, arquivos e jornais. O que não há é servidão à bibliografia. A pesquisa não se restringe aos arquivos de militares e o autor do livro não é “escravo” do material colhido por Golbery e Heitor Ferreira. Ele consultou a bibliografia, pesquisou em arquivos do Brasil e dos Estados Unidos e entrevistou várias pessoas. Na redação, nota-se o distanciamento preciso dos historiadores — inclusive em relação às fontes ditas basilares, Golbery e Heitor Ferreira. Fiquei com a impressão de que, neste volume, Gaspari distancia-se, um pouco mais, de suas fontes essenciais — usando suas informações com mais parcimônia e de maneira mais comparativa. O quinto volume é um fecho extraordinário, escrito com simplicidade (no sentido de clareza) e sem estardalhaço, quer dizer, as revelações não são apresentadas de maneira explosiva, chocante. Historiadores vão explorar o livro com mais precisão — ao longo dos anos. Por quê? Porque, ao contrário de alguns historiadores, Elio Gaspari teve acesso a fontes exclusivas, inclusive com documentos, entrevistas. Não é livro para ser lido apenas uma vez e de uma sentada — é para ser estudado, verificado, comparado. Mas claro que pode e deve ser lido por qualquer um. Mas o aproveitamento maior só mesmo se o leitor tiver lido, e cuidadosamente, outros livros do período (como os excelentes livros de Ronaldo Costa Couto, Daniel Aarão Reis e Carlos Fico, para citar apenas três estudiosos). Aí saberá o que é novo e o que não é. Há falhas? Possivelmente, como em vários outros livros. Por que parte da direita e parte da esquerda universitária não apreciam o livro de Gaspari? A primeira, porque o jornalista-historiador, mesmo usando documentos de Golbery e Geisel, não banca a ditadura. A academia, porque Gaspari — que lida muito bem com a pesquisa universitária, citando-a com precisão — é um ente de fora, não é de casa. A universidade é dona do saber, mesmo que diga que está aberta à sabedoria externa. Como pode alguém escrever um livro tão bem-sucedido não tendo a orientação de um mestre ou doutor da universidade? Os mais ranhetas vão discutir a “falta de método”. O raciocínio é mais ou menos este. O fato é que “A Ditadura Acabada”, com os outros quatro volumes, é uma história incontornável da ditadura civil-militar. Daí o elogio entusiasmado do brilhante historiador britânico Kenneth Maxwell: “Uma história escrita de dentro para fora, repleta de detalhes inesquecíveis”. Além da pesquisa exaustiva, e muito bem sintetizada (o leitor fica doido por mais informações), Gaspari escreve muito bem, com bossa. Sua fluência verbal é, mais do que de jornalista, de escritor.  

Temer corta R$ 8 milhões que seriam destinados a Paulo Henrique Amorim, Luís Nassif e outros

Lula da Silva e Dilma Rousseff montaram uma rede, notadamente na internet, para defender o governo petista e atacar adversários políticos

Advogado mata pecuarista com caneta e martelinho de mesa. Kafka vive!

O advogado Clayton Colavite, de 32 anos, lutou contra o pecuarista João Antônio Padula, de 53 anos, muito mais forte, e conseguiu matá-lo

O Popular muda nome de Faculdade de Direito para “Faculdade de Dinheiro da UFG”

Como se sabe fora da redação do jornal do Grupo Jaime Câmara, o nome da unidade de ensino é Faculdade de Direito

Diário da Manhã diz que Plano Cruzado é do governo Itamar Franco. É do governo Sarney

O jornal esquece que o Plano Real é que foi de fato criado no governo de Itamar Franco, com o apoio da equipe de Fernando Henrique Cardoso

Fotografias e reportagem sobre pista de skate contestam título da capa de “O Popular”

Apenas uma pessoa aparece na fotografia da primeira página, mas o jornal fala em “grande público" foto-materia-opopular-pista-de-skate “Uma imagem vale mais do que mil palavras” é uma frase célebre. Mas, embora pareça perfeita, não o é inteiramente. Tanto que Millôr Fernandes, o filósofo do humor, rebate: “Agora diga isto sem palavras”. No mundo do jornalismo, as imagens — fotografias — são fundamentais. Por vezes, provam o fato, até mais do que o texto — além de comover e, não raro, chocar. Mas há momentos nos quais, por descuido do editor, a fotografia destoa da reportagem e acaba não dizendo praticamente nada. Na capa de “O Popular” de sexta-feira, 10, há uma fotografia plasticamente bonita. O fundo amarelo realça a evolução de um jovem numa pista de skate, no parque recém-inaugurado pelo governo de Goiás no Autódromo Internacional de Goiás. Mas a foto contradiz o texto, que funciona como legenda. O editor escreveu: “Uma semana após inaugurado, parque junto do Autódromo atrai grande público”. Só há uma pessoa na fotografia da capa. Na foto interna, na página 22, aparecem nove pessoas divertindo-se com skates. Do lado de fora da pista, há cinco pessoas. Quatorze pessoas não é o mesmo que “grande público”. A repórter Carol Almeida prefere “bom público”. Os problemas apontados pelos usuários — a tinta da pista de skate atrapalha a aderência e a tabela da quadra de basquete (e outros esportes) “está errada” — são mencionados na reportagem, mas não nos títulos, subtítulos e legendas. As fotografias da capa e internas são de Cristiano Borges. Mas uma coisa é certa: o Parque Marcos Veiga Jardim ficou mesmo muito bom. Trata-se de uma excelente iniciativa do governo de Marconi Perillo e feito graças à competência de Jayme Rincón.

Jornalista de um grande jornal se mata, possivelmente por amor. Editor tinha duas amantes na redação

Jon Filson mantinha casos com Raveena Aulakh e Jane Davenport. Cúpula do “Toronto Star” afastou os dois profissionais

Poeta experimentada, Dairan Lima lança seu primeiro livro. Imperdível

A poeta poderia ter lançado vários livros, pois escreve e guarda seus trabalhos há anos. Mas só agora criou coragem e lança “Vermelho”, uma pequena coletânea de sua obra

Leandro Hassum, comediante do balacobaco, adere à República da Magreza e posta foto nas redes sociais

Gordo é feio. Bonita é gente magra. Como escapar da Ditadura dos Magros? É quase impossível Leandro Hassum 1 Sou magro desde sempre e, portanto, nada contra os magros (Shakespeare desconfiava dos muito magros) e muito menos contra os gordos e quase-gordos. Mas a República da Magreza — a Ditadura dos Magros — nunca me agradou. A ideia de beleza é associada ao fato de ser magro. Modelos quase esqueléticas são as mais elogiadas pelo mercado e pelas colunas de jornais, revistas, sites e emissoras e redes de televisão. Como são apresentadas como donas de fortunas, e vivem cercadas de glamour, acabam se tornando exemplo de beleza a ser imitada a qualquer custo. Há jovens belas que fazem infinitas plásticas com o objetivo de ficarem parecidas com seus modelos. O resultado é que, por vezes, ficam mais feias, perdendo a beleza natural anterior, e nada parecidas com as atrizes, modelos e socialites. No momento, a moda, até entre jovens de 20 anos, é fazer uma cirurgia em consultórios de dentistas — bichectomia — para retirar gordura das bochechas. Isto sem pensar nos efeitos colaterais, como flacidez. Aí precisam recorrer a dermatologistas para fazer preenchimento. A busca da beleza a qualquer custo às vezes contribui, isto sim, para a velhice precoce do corpo. Claro que a Ditadura dos Magros não tem a ver só com a busca da beleza, que talvez seja uma tentativa de procura da eterna juventude, o Santo Graal dos homens e mulheres. Há problemas de saúde. Várias pessoas fazem a chamada “cirurgia de redução de estômago”, ou bariátrica, para melhorar a saúde. Elas dizem que a saúde melhora, apesar da disciplina que se exige, quase ditatorial, e, sobretudo, sentem-se mais bonitas. Predomina a ideia de que gordo é feio, não é sensual, não é sexy. É a realidade ditando a regra. Um amigo fez a cirurgia com o médico Áureo Ludovico e conta que, apesar de magro, raciocina como “o gordo antigo”. Tem vontade de comer mais do que come e, como não pode e não deve, chegou a ficar deprimido. Agora, acostumou-se, sente-se mais bonito, até admirado e diz que a autoestima está em dia. Modelos magras O ator Leandro Hassum, excelente comediante — rio só de ver a sua cara de sonso (faz um dupla impagável com o “esperto” Marcius Melhem) —, perdeu 60kg (pesava 145kg) e tem postado fotografias nas redes sociais, exibindo o “novo” corpo, supostamente contente com o sucesso de sua cirurgia bariátrica, feita em 2014, especialmente com sua nova forma física. Na terça-feira, 7, Leandro Hassum exibiu-se numa rede social, postando uma fotografia sem camisa. Sua forma física de fato impressiona — ligeiramente, parece um lutador de MMA. Ele disse, orgulhoso: “Exibindo sim. Para quem ficava pedindo foto sem camisa. Orgulho, vida nova, rumo ao tanquinho”. A internet entrou em polvorosa, colegas de redação chegaram a sugerir que era montagem. Não é. Ele está mesmo magro e forte. Leandro Hassum conta que, para manter a forma, além da alimentação saudável e regrada, faz musculação e surfe. O comediante não piorou nem melhorou. Mas fico com a impressão de que era mais engraçado quando gordo (e parecia mais jovem). Deve ser só impressão, pois o chapliniano Marcius Melhem é magro e divertido. Talvez o nosso imaginário praticamente “exija” a dupla o Gordo e O Magro — o contraste.

Se até o dono do Facebook foi hackeado, imagine o que pode acontecer com os pobres mortais

Hackers descobriram que a senha de Mark Zuckerberg no Linkedin eram as mesmas em outras redes sociais. A senha era até infantil, “dadada”

Filme raro mostra como eram treinados os pracinhas goianos

As instalações físicas são da época da Segunda Guerra Mundial e até o treinamento, que mostra simulação de ataque com armas químicas e aulas de tiro com morteiro

Perito da Unicamp garante que Gil Rugai não matou seu pai

Ricardo Molina sugere que o assassinato de Luiz Carlos Rugai e Alessandra Troitino pode ter ligação com o tráfico de cocaína e maconha. Dono de produtora tinha patrimônio incompatível com sua renda

Editora 34 lança mais dois volumes dos “Contos de Kolimá”, a obra-prima de Varlam Chalámov

[caption id="attachment_67634" align="alignright" width="620"]Divulgação Divulgação[/caption] Contos de Kolimá — A Editora 34 está “doando” ouro para os leitores brasileiros: a primorosa obra de Varlam Chalámov, “Contos de Kolimá”, com tradução direta do russo. Trata-se da história da vida cotidiana no Gulag — os campos de trabalho forçado (verdadeiros campos de concentração) criados por Stálin — escrita por um escritor notável. A editora lança agora mais dois volumes dos “Contos de Kolimá”: “A Margem Esquerda” (304 páginas, tradução de Cecília Rosas e prefácio de Roberto Saviano) e “O Artista da Pá” (424 páginas, tradução de Lucas Simone e posfácio de Varlam Chalámov). A jornalista e escritora Svetlana Aleksiévitch, Nobel de Literatura de 2015, afirma que Varlam Chalámov é “o maior escritor do século 20”. Pode até não ser o maior, pois este tipo de campeonato não tem vencedores, só perdedores, sobretudo os leitores, mas é mesmo um grande escritor. Mais do que isto: sua literatura, por ser testemunho dos mais confiáveis, é extremamente útil para as pesquisas dos historiadores. É literatura e é documento (sem a chatice do didatismo da denúncia pura e simples).

Portugal publica “Rumo ao Mar Branco”, romance inacabado do escritor britânico Malcolm Lowry

O escritor britânico Malcolm Lowry (1909-1957) é mais conhecido, no Brasil, por seu romance “À Sombra do Vulcão”. Em 1944, quando passava uma temporada no Canadá, a cabana de um pescador na qual havia se hospedado pegou fogo. O escritor britânico salvou o manuscrito de “À Sombra do Vulcão”, mas outro manuscrito, de mil páginas, queimou inteiramente. Malcolm Lowry estava escrevendo o romance “Rumo ao Mar Branco” (“In Ballast to the White Sea”) havia nove anos. Durante anos, não se falou mais no assunto. Porém, em 2000, revela José Riço Direitinho, no jornal “Público” (edição de 30 de maio), Jan Gabrial, primeira escritor do escritor, apresentou uma versão menor da obra. “O romance — uma espécie de ‘elo perdido’ entre ‘Ultramarina’ (1933), o seu primeiro livro, ‘À Sombra do Vulcão’ [publicado em Portugal como ‘Debaixo do Vulcão’, 1947] — viria a ser publicado em 2014”. O poeta Daniel Jonas traduziu e prefaciou “Rumo ao Mar Branco”, para a Editora Livros do Brasil, de Portugal. No prefácio, Daniel Jonas escreve: “É claro que este esqueleto de ‘In Ballast’, não sendo propriamente o cadáver do romance enfunado de Lowry, não deixa de se constituir como uma espécie de caveira sobre a qual espreitamos num afã anatomo-patológico de tentarmos imaginar como seria a sua carne, a sua pele e as suas feições”. O romance é uma obra inacabada. Malcolm Lowry cultivava a “estética do excesso”. O resenhista sublinha que o romance, que ficou menor do que o autor pretendia, “idealmente excessivo teve o fogo como grande editor. Na verdade, grande da enorme qualidade literária das obras do autor inglês deve-se exatamente a esse ‘excesso’, ao nível de profundidade a que por vezes chega com o excesso de efeitos aplicados na escrita, incluindo múltiplas intertextualidades e contínuos diálogos surdos com autores que são sempre convocados”.