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Marconi aciona Iris e Vanderlan por suposta irregularidade nas redes sociais

Assessoria jurídica do tucano moveu ação contra as campanhas de candidatos do PMDB e PSB por conta dos indícios de comercialização de “likes” em fan pages de governadoriáveis

“Queremos para Goiás o que Eduardo Campos queria para o Brasil”

Vanderlan Cardoso afirma que pesquisas que indicam sua perda de competitividade na corrida pelo Palácio das Esmeraldas não retratam a verdade das ruas

Última cartada para impedir reeleição de Marconi

Iris Rezende, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide vão ter que caprichar nas mensagens para evitar que Marconi vença mais uma vez

Direita só pode ir às urnas em forma de caricatura

Num país em que intelectuais como Luiz Felipe Pondé, João Pereira Coutinho e Denis Rosenfield precisam explicar por que viraram à direita, o político que ousa recusar a pauta da esquerda — como o candidato à Presidência Pastor Everaldo – acaba segregado entre a indiferença e o ridículo

O auxílio valioso na inovação dos negócios

Pequena empresa é beneficiada nas áreas de design, produtividade, propriedade intelectual, qualidade, inovação, sustentabilidade, informação e comunicação

Marina pode ser um Collor de saias. E isso não é necessariamente um demérito

A candidata do PSB encarna um sentimento latente de intransigência. Seus eleitores veem nela a possibilidade de fazer com que tudo se reorganize de forma diferente — ainda que o País tenha de passar pelo caos

Equipes de Iris e Vanderlan podem ter comprado seguidores e curtidas em páginas do Facebook

Série de fatos implica o marketing de governadoriáveis do PMDB e PSB para uma possível compra de perfis de usuários de rede social, com o objetivo de inflar as respectivas fan pages. Ato fere legislação eleitoral e, se comprovado, é passível de multa

Tendência de crescimento de Marconi e estagnação dos demais candidatos abre chance de vitória no 1º turno

Tucano chega a 46,5% dos votos válidos. Iris apresenta variação negativa de quase 2 pontos. Governador também lidera todas as simulações de 2º turno. Governo do Estado tem aprovação de 47% dos eleitores e desaprovação de 21%. Na disputa pelo Senado, Caiado mantém liderança com folga, mas volta a apresentar variação negativa pela segunda vez consecutiva. Presidente Dilma Roussef amplia vantagem sobre Aécio Neves

Trindade vai ganhar creche padrão para 240 crianças no Setor Sol Dourado

Espaço seguirá as especificidades do Ministério da Educação. Obra chega por conta de esforço na criação de projeto e entrega de documentos em tempo hábil por parte da Prefeitura [caption id="attachment_12933" align="alignleft" width="620"]Maquete da creche que será construída no Setor Sol Dourado: benefícios para mais famílias trindadenses Maquete da creche que será construída no Setor Sol Dourado: benefícios para mais famílias trindadenses[/caption] Fábio Ph Especial para o Jornal Opção Focada em ações que contemplam as áreas da educação, saúde e infraestrutura, a Prefeitura de Trindade abriu licitação para a construção de creche no Setor Sol Dourado, uma reivindicação dos moradores da região. A ação visa contemplar um dos locais mais carentes do município com uma unidade de ensino padrão do Fundo Nacional de Desen­vol­vimento da Educação (FNDE). De acordo com as especificidades do Ministério da Educação, o espaço terá capacidade para 240 crianças em dois turnos ou 120 crianças em turno integral. O prédio será térreo, com cinco blocos distribuídos entre funções administrativas, de serviços, multiusos e blocos pedagógicos. Haverá ainda um pátio coberto e área externa para playground, torre de água e estacionamento. A secretária municipal de Educação, Eva Eny Junqueira, sob a chancela da coordenadora de programas educacionais, Vir­gínia Bonfante, afirma que a conquista desta unidade se dá graças ao empenho do prefeito Jânio Darrot (PSDB), em suas visitas a Brasília, mais precisamente ao Ministério da Educação. Uma equipe capacitada pela Prefeitura de Trindade para a criação de projetos e a entrega de documentos em tempo hábil no ministério foram elementos fundamentais para alcançar esta conquista, que atende um pleito antigo da comunidade local.

Advogados podem usufruir dos benefícios do Supersimples

Em comemoração ao profissional de advocacia, OAB realiza ações em prol de melhorias para categoria artigo_jose maria e silva.qxd Yago Rodrigues Alvim Desde 2008, a Ordem dos Advogados do Brasil tem participado do processo de aprovação da lei do Supersimples, para inclusão da classe entre os beneficiados. O consultor do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), para assuntos legislativos, advogado Igor Tokarski, esteve em Goiânia na quarta-feira, 13, e proferiu a palestra “Supersimples - O que muda para o advogado e como aderir”, na sede da OAB-GO. O que muda para o advogado é estar incluso na lei e, assim, facilitar o dia a dia dos escritórios de advocacia. O Supersimples propõe a redução no pagamento de alíquotas para 4,5%, o mínimo. Além da considerável desoneração tributária, a desburocratização é outro ganho, pois, todos os impostos federais, estaduais e municipais (ISS, PIS, Cofins, IRPJ, CSLL, IPI, ICMS e ISS) estarão agrupados em uma única guia para o pagamento. Os advogados devem fazer a adesão, que não é automática, até 31 de janeiro de 2015. Primeiro, devem procurar um contador para calcular o faturamento bruto dos últimos 12 meses e, depois, verificar qual o enquadramento que têm no Simples, de acordo com a tabela da Lei Complementar 147, de 2014. “Provavelmente a lei, recentemente sancionada [no dia 7 de agosto], será regulamenta por alguma instrução normativa da Receita Federal, que deve ser publicada entre outubro e novembro. A expectativa é de que também seja regulamentado o calendário de adesão ao Supersimples que poderá ser feita, tudo indica, até o dia 31 de janeiro de 2015”, afirma Tokarski. A luta da Ordem começou em 2008 para a inclusão da categoria no Supersimples e para que fosse enquadrada na tabela do Anexo IV, que inclui sociedades com receita bruta anual de R$ 180 mil. “Foi uma batalha que demorou um período considerável, para que fosse aprovada no Congresso Nacional, mas com a força da entidade, das seccionais e da classe, nós conseguimos êxito. A inclusão é uma das maiores conquistas desde a aprovação do Estatuto da Advocacia”, diz. Além disso, Tokarski ressalta a correção de uma injustiça, pois as atividades de prestação de serviços intelectuais não haviam sido incluídas, desde 2006. O presidente da seccional goiana, Henrique Tibúrcio, comemorou a conquista da advocacia. “A palestra foi, exatamente, para mostrar aos advogados como funcionará essa adesão e como fazê-la e, sobretudo, para que os advogados sejam estimulados a constituírem sociedades e se transformarem em pessoas jurídicas, pois as vantagens são muito grandes. Com a adesão ao Supersimples, eles poderão pagar uma alíquota de até 4,5%”, destaca. A lei foi sancionada no dia 7 de agosto pela presidente Dilma Rousseff. A sanção do Super­simples, com a inclusão dos advogados, mostra, segundo Tibúrcio, a grandeza da instituição, inclusive, na participação de grandes decisões políticas e econômicas do país. “Não havia sentido que nossa categoria não pudesse fazer esse tipo de opção. Além de ser uma conquista, considero essa possibilidade de adesão algo muito justo”, afirma. O evento destacou também o combate ao exercício ilegal da profissão. No início do mês, a OAB-GO lançou o selo “Exija Ordem”, na busca de ampliar a luta contra os inúmeros casos em que bacharéis atuam como advogado sem a aprovação no Exame de Ordem. O presidente Tibúrcio comenta sobre a preocupação da entidade, pois são inúmeros casos registrados. “A atividade desses bacharéis é fortalecida por inscritos que se propõem a assinar peças daqueles que praticam o exercício ilegal da profissão”, lamenta.

Vinculação à OAB

A mobilização, proposta pela Comissão de Direitos e Prer­rogativas (CDP), propõe alertar a categoria e toda a sociedade, sobre a importância do advogado estar devidamente vinculado ao órgão. Assim, o cliente terá um serviço responsável tanto pelo conhecimento jurídico do advogado, quanto pela proteção que a OAB oferece com a fiscalização e penalização, possíveis apenas pela inscrição na Ordem. O presidente da CDP, Ale­xandre Caiado, lembra que aqueles que exercem a profissão sem inscrição na OAB, fogem à tutela institucional. Assim, os possíveis reparos ficam restritos às esferas criminal e cível. “É importante que as pessoas, ao procurarem um advogado, consultem a OAB. Isso traz garantias de que, caso algum deslize seja cometido, teremos condições de punir esse profissional”, argumenta. A campanha segue pelas redes sociais, conscientizando a população sobre a importância da inscrição, antes de contratar o profissional. Folhetos, cartazes e banners serão distribuídos, somando esforços contra o exercício ilegal.

Honorários

Outra bandeira da Ordem foi levantada no evento. No dia 10 de agosto se comemora o Dia Nacional de Defesa dos Honorários Advocatícios, instituído pelo Conselho Federal da Ordem. A comemoração é uma maneira de incentivar a luta pela valorização da categoria, em virtude das campanhas a favor da redução das verbas honorárias, realizadas até mesmo por associações de magistrados. Em 2013, foi criada a Co­missão de Valorização dos Honorários e da Remuneração Salarial dos Advogados. O grupo, presidido pelo conselheiro seccional Leonardo Bezerra Cunha, vem debatendo temas relevantes. Como exemplos: a fixação de piso salarial para profissionais assalariados; o respeito à tabela de honorários e sua atualização de acordo com a área de atuação do advogado; e a defesa dos honorários de sucumbência. A OAB-GO lançou a campanha “Advogado, sua consulta pode e deve ser remunerada”, que busca conscientizar inscritos e toda a sociedade sobre os direitos e deveres dos advogados. Ainda há o Movimento de Defesa dos Honorários Advocatícios, lançado há um ano, que conclama a categoria a combater quaisquer ações de aviltamento da verba honorária dos advogados, além da Cam­panha por Honorários de Su­cumbência Justos, que repelia, em 2008, com objetivo comum. “Estamos desenvolvendo diversas ações e, em breve, vamos retomar a Campanha por Honorários de Sucumbência Justos. Alguns magistrados continuam fixando valores abaixo do que a lei prevê”, adianta Bezerra. “A consultoria jurídica é privativa de advogado e, assim como outras profissões liberais, é muito comum e justa a cobrança por consulta como fazem médicos e odontólogos, por exemplo. A advocacia precisa e deve mudar essa cultura e valorizar seu conhecimento, preparo e relevância da função”, alerta o presidente Tibúrcio, que também informa a necessidade de legislação específica para os honorários dos advogados trabalhistas e públicos. Por fim, Bezerra convoca a classe contra a desvalorização dos honorários: “Precisamos que todos os advogados despertem para essa causa que é coletiva, mas que necessita de atitudes individuais de repúdio a tal prática.” A palestra e as ações ressaltadas pela Ordem neste mês integram as atividades em comemoração ao advogado. Em agosto de 1827, foi aberto o primeiro curso de Direito no país, por isso a data em reverência à profissão. E, no dia 29 de agosto, a celebração chega ao fim com o tradicional Baile do Rubi, no Centro de Cultura, Esporte e Lazer (CEL) da seccional.

Candidatos a presidente tratam viciados em crack como vítimas da sociedade

Governo petista já desperdiça R$ 4 bilhões com viciados em crack que reincidem no vício e no crime, mas a oposição ainda promete mais privilégios aos usuários de drogas — sem exigir deles nem o dever da abstinência quando estão em tratamento gratuito no SUS [caption id="attachment_12835" align="alignleft" width="970"]Usuários de drogas: regalias por parte do poder público e nem precisam abdicar do vício | Tânia Rêgo/Agência Brasil Usuários de drogas: regalias por parte do poder público e nem precisam abdicar do vício | Tânia Rêgo/Agência Brasil[/caption] José Maria e Silva O flagelo das drogas, que assola a maioria das cidades brasileiras, de­verá ser objeto das campanhas eleitorais deste ano, tanto nos pleitos estaduais, quanto na eleição para presidente da Re­pú­blica. Uma pesquisa da Univer­si­dade Federal de São Paulo (Uni­fesp), divulgada em abril, mostra que o Brasil tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo que metade deles – 1,3 milhão – é dependente da droga. A pesquisa constatou, ainda, que as drogas se espalham democraticamente entre ricos e pobres e um dos motivos é que o preço da cocaína caiu muito nos últimos anos, facilitando o acesso de todos à droga. Diante desses dados, é quase inevitável que, quando começar o horário eleitoral compulsório e pago pelo contribuinte, em 19 de agosto, cada um dos principais candidatos a presidente da República, irá dedicar ao menos um dos programas para falar de suas propostas relativas às drogas, especialmente o crack. E o diapasão deve ser o mesmo das eleições de 2010, quando Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) repetiam a mesma cantilena: as drogas são um caso de saúde pública e o SUS deve acolher, com tapete vermelho, todos os viciados, inclusive os zumbis do crack. Por isso, usei a expressão “propostas relativas às drogas”, pois desde o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), as autoridades já não tratam o viciado como um potencial criminoso a ser combatido, mas como um doente a ser tratado. Em 2010, o então candidato tucano José Serra dedicou às drogas um de seus programas no horário eleitoral da televisão e, em nenhum momento, tratou o assunto como parte das políticas de segurança pública, mas tão somente da saúde. Nesse ponto foi pior do que a petista Dilma Rousseff, então marinheira de primeira viagem, que ao tratar do mesmo assunto, tratou da questão da segurança, mesmo sendo de um partido que, há décadas, defende a transformação das drogas em questão de saúde pública e condena, com veemência, as ações policiais não só contra viciados mas até mesmo contra traficantes, dando como suposto exemplo do fracasso da política de repressão às drogas o caso dos Estados Unidos. [caption id="attachment_12836" align="alignleft" width="957"]Dilma Rousseff (PT): programa do crack já gastou R$ 1,5 bilhão dos R$ 4 bilhões que promete desperdiçar com viciados | Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil Dilma Rousseff (PT): programa do crack já gastou R$ 1,5 bilhão dos R$ 4 bilhões que promete desperdiçar com viciados | Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil[/caption] No plano de governo de José Serra em 2010, o tucano propunha a criação de uma “Rede Nacional para Dependentes Químicos” (vejam a ausência do conceito de “combate às drogas”) e definia o crack, de modo taxativo, como “o mais grave problema de saúde no Brasil”. Grave, na verdade, é essa afirmação. Ela tira completamente o viciado da mira da polícia para colocá-lo na rede de atendimento do SUS, à frente de um paciente de câncer, por exemplo, que, muitas vezes, morre precocemente na fila de espera por não conseguir sequer o diagnóstico correto da evolução da doença, que cresce vertiginosamente no País. Sem contar as pessoas que padecem de doenças renais, pneumonias, diabetes, doenças hipertensivas e doenças cerebrovasculares, cujas incidências também crescem muito mais do que a capacidade de atendimento do SUS. José Serra propunha, então, sete ações para enfrentar o problema das drogas: oferecer clínicas para tratamento de dependentes, com serviços médicos de referência; ampliar a oferta de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps/AD); prestar apoio psicossocial às famílias de usuários; incluir no Sistema Único de Saúde (SUS) o financiamento de tratamento em clínicas especializadas; desenvolver um programa nacional de prevenção ao uso de drogas; implantar uma rede nacional de tratamentos para os usuários de drogas, entre elas, o crack, em parceria com Estados, municípios, instituições filantrópicas e outras iniciativas da sociedade; e, por fim, implantar um Disque-Atendimento para os familiares e usuários químico-dependentes. Não foi à toa que, em 2010, Serra não conseguiu disputar com os petistas os votos do centro no espectro ideológico, muito menos foi capaz de atrair o vasto eleitorado conservador, que continua órfão nas eleições presidenciais de 2014. Sua proposta em relação às drogas tencionava ser mais vanguardista do que o PT. Transformava o viciado numa vítima da sociedade a merecer todos os cuidados do Estado, com o dinheiro arrancado compulsoriamente dos contribuintes. Serra propunha incluir no SUS o financiamento do tratamento de drogados em clínicas especializadas, o que, obviamente, teria um alto custo, contribuindo para tornar ainda mais falido um sistema que já não funciona nem mesmo para tratar verdadeiras doenças, quanto mais para corrigir falhas de caráter.

Universidades “empoderam” usuários de drogas

Por que resgatar essas propostas de Serra em 2010? Porque elas se repetem no plano de governo de Aécio Neves em 2014. Ou seja, o PSDB continua plagiando a polític [caption id="attachment_12837" align="alignleft" width="162"]Fernando Henrique Cardoso (PSDB): responsável pelo primeiro impulso na danosa política de redução de danos Fernando Henrique Cardoso (PSDB): responsável pelo primeiro impulso na danosa política de redução de danos[/caption] a de drogas do PT. Ou não seria o contrário, levando em conta que o ex-presidente Fernando Hen­ri­que Cardoso é um garoto-propaganda internacional da liberação da maconha e foi em seu governo que a danosa política de redução de danos teve o impulso inicial? Já o plano de governo de Eduardo Campos (PSB) – tragicamente mor­to num acidente aéreo na quarta-feira, 13 – nem se fala: nele es­tá escrito que, se fosse eleito, iria “criar um programa de orientação e proteção aos usuários de drogas e combate à violência institucional”. Como se vê, o plano de governo do PSB e da Rede Susten­tabilidade está preocupado exclusivamente em proteger usuários de drogas e ainda afirma que eles são vítimas da “violência institucional” – uma expressão que deve ser mais da candidata a vice Marina Silva do que do finado Eduardo Campos. Ora, Marina não lê jornal, não vê televisão, não escuta rádio, não navega na internet? Nunca ouviu falar de viciados em crack que roubam, agridem e até assassinam os próprios pais, sem contar estranhos, quando lhes é negado dinheiro para comprar droga? Infelizmente, nenhum jornalista vai exigir de Marina – caso seja candidata em lugar de Campos – que ela explique ao cidadão de bem o que significa, na prática, “proteger os usuários de drogas”. Con­fron­tada com essa frase do plano de go­verno de sua coligação, ela teria co­ragem de assumir que, nessa esconsa visão de mundo, o drogado que rouba e mata inocentes para manter o vício é quem precisa de proteção? O plano de governo de Aécio Neves neste ano não foge à regra. Ele reproduz praticamente as mesmas propostas de Serra em 2010, como a criação de uma rede nacional de atendimento para dependentes químicos, a ampliação dos CAPS e a criação de leitos no SUS, além de uma política nacional de prevenção ao uso de drogas. Mas vai um pouco além, prevendo a realização de um censo da rede de tratamento envolvendo Estados e municípios, a estruturação de um protocolo nacional de tratamento e prevenção para dependentes químicos e a identificação dos pontos mais vulneráveis de uso de drogas no País, bem como o combate à entrada de drogas no Brasil, mediante o fortalecimento da vigilância de fronteiras, aeroportos e portos. [caption id="attachment_12841" align="aligncenter" width="491"]Marina Silva (provável substituta de Campos): proteção a usuário e não à vítima Marina Silva (provável substituta de Campos): proteção a usuário e não à vítima[/caption] O que mais chama a atenção no plano de governo de Aécio é a proposta de “criação da Ouvidoria Nacional para garantir voz permanente para usuários de drogas”. A que ponto chegamos: um candidato a presidente da República, especialmente de oposição, deveria estar preocupado em defender o cidadão de bem dos crimes cada vez mais frequentes cometidos por traficantes e drogados, não em “garantir voz permanente a usuários de drogas”. E Aécio, como os petistas, ainda tem coragem de anunciar isso em voz alta. Ele sabe que os formadores de opinião não irão questioná-lo, pois estão quase todos anestesiados pelo discurso politicamente correto da academia que trata o usuário de droga como vítima da sociedade e não o contrário. Praticamente tudo o que a universidade produz sobre consumo de drogas é no sentido de “empoderar” os drogados para que eles próprios definam as benesses do Estado a que julgam ter direito, desde o recebimento gratuito do cachimbo para fumar crack até o atendimento prioritário em programas de educação, saúde e cultura. Os acadêmicos idealizaram até a “Declaração dos Direitos dos Usuários de Drogas”, que, num de seus mandamentos, declara explicitamente: “Conclamamos as organizações não governamentais e governamentais a incluir usuários de drogas em seus conselhos, gerências e direções”. Essa estapafúrdia declaração é assinada pelo próprio Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Unifesp, o maior centro de pesquisa científica sobre drogas no País, que dita as políticas públicas do Ministério da Saúde na área.

Imersão em debates sobre drogas nas escolas

Com a chegada do PT ao poder, mediante a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, a política de redução de danos, iniciada timidamente no governo de seu antecessor, tornou-se um dogma oficial do Estado brasileiro, com a promulgação da Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e legalizou, na prática, o consumo de drogas no País. Em decorrência dessa lei, que extinguiu a punição efetiva do usuário, passível apenas de ser admoestado pelo juiz, explodiram as cracolândias nas cidades brasileiras, pois os zumbis podem fumar crack à luz do dia sem serem incomodados pela polícia. Compartilhando a ideologia da redução de danos professada nas universidades, a presidente Dilma Rousseff, já no seu primeiro ano de governo, lançou, em 12 de dezembro de 2011, o “Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack e outras Drogas”, que recebeu o nome de fantasia “Crack, É Possível Vencer”, com investimentos previstos de R$ 4 bilhões. Mas, justiça seja feita, Serra não faria diferente, assim co­mo Aécio não fará, como se vê pe­los seus respectivos programas de governo. Na prática, o programa do governo Dilma induz o consumo da droga ao se propor a capacitar 210 mil professores para falar sobre crack a 2,8 milhões de alunos. Essas crianças e adolescentes teriam muito mais proveito cognitivo e moral se fossem estimulados a amar a língua, a matemática, a his­tória, a geografia, as ciências na­turais, que, sem dúvida, lhes ocuparia o cérebro com coisas úteis e sustentavelmente estimulantes. [caption id="attachment_12840" align="aligncenter" width="512"]Aécio Neves e seu plano de governo: tucano plagia a política petista Aécio Neves e seu plano de governo: tucano plagia a política petista[/caption] Esse infindável blablablá sobre crack, sem que jamais se pronuncie palavras como “vergonha” e “punição”, naturaliza a droga – primeiro passo para que um potencial usuário perca o medo e a use. Prova disso é que, quanto mais os governos investem em programas de prevenção, sem punir de alguma forma o usuário, mais aumenta vertiginosamente o consumo de drogas. Segundo o último balanço oficial do Programa “Crack: É Possível Vencer”, divulgado em 4 de agosto pelo jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, o governo federal já investiu R$ 1,5 bilhão no plano de enfrentamento do crack, dos quais R$ 1,4 bilhão são recursos do Ministério da Saúde destinados à ampliação dos serviços que prestam atendimento a dependentes químicos no SUS. Segundo o governo federal, a rede de saúde mental que atende os dependentes químicos já conta com 2.128 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), capazes de realizar, em conjunto, 43,1 milhões de atendimentos por ano, enquanto as unidades do Caps que atendem especificamente dependentes de álcool e drogas (Caps-AD) já realizam 8,5 milhões de atendimentos por ano, 26% a mais do que os 6,2 milhões realizados em 2011. Além disso, o Ministério da Saúde criou 2.212 novos leitos para dependentes químicos, dos quais 782 são em enfermarias especializadas nos hospitais gerais, 530 em Caps 24 horas e 900 nas 60 novas unidades de acolhimento criadas. Os usuários de dro­ga contam ainda com 101 Con­sultórios na Rua, que os atendem no local de uso do entorpecente. Todos os Estados aderiram ao programa, que está presente em 119 cidades com mais de 200 mil habitantes.

Tratamento é inútil e 90% tem recaída

Tudo isso não passa de dinheiro público jogado fora. Uma tese de doutorado defendida em abril deste ano na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) constatou que, de cada dez adolescentes internados para se tratar do vício em crack, nove voltam a usar a droga em menos de três meses. O índice de recaída é de 65,9% até 30 dias após a alta da internação, chegando a 86,4% após 90 dias. A média de tempo até a recaída foi de apenas 27 dias. Metade dos adolescentes recaiu em apenas dez dias e 36% dos adolescentes acompanhados pela pesquisa tinham se envolvido com a criminalidade ao cabo de três meses após receberem alta do tratamento. Entre os adultos não é diferente e, além do alto índice de recaída, os homens se envolvem com a criminalidade e as mulheres, com a prostituição. Em torno de 90% dos usuários de crack reinternaram na rede pública de saúde até cinco vezes num prazo de apenas dois anos. Por outro lado, cerca de 65% dos usuários receberam atendimento ambulatorial na rede pública de saúde até três vezes no período de dois anos. “Esses resultados levam a questionamentos científicos e sociais sobre o custo-benefício e a eficácia do tratamento para essa população” – escreve Rosemeri Siqueira Pedroso, autora do estudo, com o qual conquistou o seu doutorado em Ciências Médicas na UFRGS, na área de Psiquiatria. A psicóloga salienta que “estudos prévios nacionais e internacionais corroboraram esses achados”. Mas Rosemeri Pedroso, como acadêmica que é, não consegue render-se à realidade e critica a internação para defender uma política ainda mais danosa – o tratamento ambulatorial intensivo, realizado de forma multidisciplinar, que, segundo ela, tende a ser mais eficaz para usuários de drogas psicoativas. A pesquisadora diz que essa modalidade terapêutica ainda é precária no Brasil, mas, se depender do governo, acrescento, o tratamento ambulatorial do crack será o único possível. Prova disso é São Paulo, onde o prefeito Fernando Haddad (PT) instituiu a cracolândia como política pública, financiando os zumbis do crack até com pagamento de estadia em hotel. Os ideólogos da esquerda – arautos da luta antimanicomial desde a década de 70 – abominam a internação de drogados, mesmo quando eles matam a própria mãe. Até para esses indivíduos, cujo único tratamento eficaz seria a cadeia, o governo federal garante todos os direitos sem lhes cobrar nenhum dever. O viciado não precisa se abster do uso de droga nem para aderir ao tratamento ambulatorial oferecido pelo Caps – que se orgulha de ser um equipamento de “portas abertas”, isto é, o drogado entra e sai a hora que quer. O governo federal, em convênio com os municípios, ainda espalha pelo País as chamadas “residências terapêuticas” – uma espécie de boca-de-fumo estatal que leva intranquilidade à sua vizinhança, pois são instaladas em áreas residenciais, em confortáveis e amplas casas de classe média. Nelas, misturam-se, num total de até oito pessoas, doentes mentais, viciados em drogas e até criminosos tidos como loucos e que, sob esse pretexto, se livraram da prisão. Tudo isso em meio a residências de família – que não pagam impostos altíssimos para ter de conviver com esse tipo de vizinhança. Os técnicos do governo que tratam essa gente no Caps à custa dos nossos impostos não querem saber como eles adquirem a droga que continuam usando, já que ninguém lhes cobra abstinência para se fazerem merecedores de atendimento público e gratuito. Se, para comprar a pedra de crack, um desses viciados derrubou uma velhinha na porta de um banco para arrancar-lhe a bolsa com toda a aposentadoria dentro, problema dessa pobre vítima. O Estado brasileiro não quer saber das vítimas reais da criminalidade urbana exacerbada pelo uso de drogas – ele fez uma opção preferencial pelos dependentes químicos, especialmente os viciados em crack. Cabe ao cidadão de bem somente pagar calado a conta – isso quando o viciado não o obriga a pagar com a própria pele, num assalto que resulta em morte.

Por que a ignorância é e sempre será vizinha da maldade

Pesquisas mostram que cada um de nós tem um potencial de violência muito maior do que pode imaginar. O que fazer quando a gente se pega fazendo o mal? artigo_jose maria e silva.qxd Elder Dias Em Goiânia, uma série de assassinatos, aparentemente sem motivação e praticados por alguém (ou “alguéns”) conduzindo motos, vitimam mulheres desde o início do ano. A situação impressiona de tal maneira que chegou-se ao ponto do levantamento de uma suspeita, investigada agora pela polícia — que durante muito tempo descartou essa possibilidade —, de estar em curso a ação de um serial killer na cidade. O terror se espalhou entre as mulheres, especialmente as que se encontram em locais abertos, como ruas, praças, lanches ou pontos de ônibus. Daí vem a exemplificação número 1 da maldade. Como se diz popularmente, “não se fala de outra coisa” em Goiânia. Aproveitando-se do estado de espírito recheado de tensão, certos condutores de moto, ao avistarem mulheres sozinhas, ou em pequenos grupos, passaram a diminuir a velocidade ou até parar seu veículo perto e fazer a menção de retirar alguma coisa do bolso, como o celular. É o que basta para muitas delas se assustarem e até correrem, em pânico. Um amigo, relatando um das cenas que viu, disse que uma mulher chegou a tropeçar em frente a um restaurante, em fuga desesperada depois de ser vítima do trote. Em 7 de junho, às vésperas da Copa do Mundo, o ex-jogador Fernandão, que começou sua carreira no Goiás, tornou-se capitão do Internacional campeão mundial em 2006 e é idolatrado pela torcida do time gaúcho, morreu em um acidente de helicóptero em Aruanã (GO), às margens do Rio Araguaia, onde costumava descansar. A tragédia com o ex-jogador comoveu o mundo do futebol em geral, mas principalmente os torcedores do Inter, onde se deu o auge de sua carreira e sua figura é lendária. Vem então a maldade em uma exemplificação número 2. No domingo, 10, primeiro clássico Gre-Nal após a morte do ídolo do arquirrival, os torcedores gremistas, cercados pela maioria de colorados no Beira-Rio, entoaram um grito, como provocação: “Ô, o Fernandão morreu, o Fernandão morreu, o Fernandão morreu!” A manifestação debochada de algumas dezenas de torcedores no estádio — que causou repulsa severa até mesmo à diretoria do Grêmio — não passou despercebida pela viúva do atleta. Mãe de três filhos, Fernanda Costa presenciou o fato e depois postou seu comentário sobre o acontecido em redes sociais. “Fiquei triste, porque meus filhos estavam lá [no estádio], era o primeiro Gre-Nal deles, e era Dia dos Pais”, publicou. Nesta quarta-feira, 13, o candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu em um acidente em Santos (SP), depois de seu avião ter problemas na aterrissagem no Guarujá, município vizinho do litoral paulista, e o piloto ser obrigado a arremeter. A aeronave caiu no bairro Boqueirão, sem deixar sobreviventes entre seus sete ocupantes. Exemplificação número 3 da maldade. Menos de uma hora após a tragédia ser confirmada pelos noticiários, banners virtuais se espalhavam pela internet ligando com sarcasmo a presidente Dilma Rousseff (PT) à morte do concorrente. “Mandei derrubar mesmo. E se reclamar derrubo o do Aécio [Neves, candidato do PSDB]”, dizia a frase em uma foto da petista com a faixa presidencial. Muitas piadas de humor duvidoso surgiram instantaneamente na web. Uma delas: “Outra má notícia: o avião da presidente Dilma posou com segurança em Brasília”, que teve variações incluindo o nome de Aécio e também o do governador Marconi Perillo (PSDB). Na rua, no estádio ou na rede social, ou em uma rodinha entre amigos, quando ocorre algo do tipo a reação de boa parte é tomar o fato pela graça que enseja. Com humor, convencionou-se que tudo pode e tudo é permitido — e daí foi grande a crise que ocorreu quando do caso em que Rafinha Bastos, então no “CQC”, disse que “comeria ela e o bebê”, ao comentar a notícia de que a cantora Wanessa Camargo estaria grávida. O resultado não foi engraçado para o humorista: um processo e uma condenação na Justiça, em primeira instância, para pagar uma indenização de R$ 150 mil. Mas a maioria das maldades feitas sob a guarida do humor passa longe da penalização. Na verdade, ninguém nem mesmo pensa que elas possam, ou devam, ser punidas. Então, a base para que esse tipo de conduta maligna — sim, é um contrassenso achar que maldades, mesmo as que consideremos pequenas, possam ser benignas ou mesmo não neutras — prolifere é o mesmo de todas as outras violências: a impunidade.

Constatações científicas
Pesquisas mostram que cada um de nós tem um potencial de violência muito maior do que pode imaginar. Alguns estudos são clássicos. Na década de 60, o norte-americano Stanley Milgram desenvolveu um trabalho que verificou que o ser humano é capaz de, submetido a uma autoridade, afligir dor a seu semelhante até níveis insuportáveis, no que ficou conhecido como a Experiência de Milgram. Seu compatriota Philip Zimbardo pôs universitários voluntários numa instalação que simulava um presídio, dividindo-os aleatoriamente entre guardas e presos. Em pouco tempo, os primeiros transformaram-se em guardas violentos e sádicos; os últimos, em prisioneiros perturbados. O experimento rendeu o livro “O Efeito Lúcifer: Entendendo como Pessoas Boas se Tornam Diabólicas” (Record, 759 páginas). Enfim, ambos demonstraram que mesmo o mais tranquilo dos homens cometeria atos horripilantes, caso recebesse ordens para tanto ou estivesse em ambiente propício. Outros estudos veem pessoas que agem de forma violenta por uma questão de hierarquia não apenas movidas por uma obediência cega, mas também por demonstrar satisfação ao realizar atrocidades. Quem é capaz de crueldades não seria, portanto, só um ser passivo diante de ordens, mas também se identificaria e até se regozijaria com esses abusos. Mais: acreditando estar fazendo o correto. O que está em disputa entre a teoria de Milgram e esta última pode ser colocado em um caso memorável — o do julgamento do tenente-coronel Adolf Eichmann, responsabilizado por conduzir a logística que levou à morte milhões de judeus. O dilema foi eternizado no livro “Eichmann em Jerusalém”, de Hannah Arendt. É por meio desse fato que na obra a filósofa alemã desenvolve a teoria da “banalidade do mal”, pelo que ela investiga como o Estado era capaz de igualar o exercício de tal violência exacerbada a um mero cumprimento da atividade burocrática. E é assim que ela transforma Eichmann, um suposto monstro, em um mero cumpridor de ordens do sistema. Mais do que o caso em si — pelo qual, ressalte-se, a incompreendida judia Hannah sofreu hostilidade de seus irmãos de raça —, o princípio leva a uma incômoda e necessária reflexão: confrontados com situações do dia a dia, quem, em um exame de consciência, pode dizer que nunca foi vítima de uma situação em que, de certa forma, tenha sido um burocrata a serviço da maldade?
“Fazer a coisa certa é como atingir um alvo a 50 metros”, diz filósofo
[caption id="attachment_12812" align="alignleft" width="350"]Professor e filósofo Gonzalo Armijos: “Estamos sempre sendo expostos a que nossas paixões aflorem. E em algum momento elas vão aflorar” | Fernando Leite/Jornal Opção Professor e filósofo Gonzalo Armijos: “Estamos sempre sendo expostos a que nossas paixões aflorem. E em algum momento elas vão aflorar” | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] O filósofo e articulista Gonzalo Armijos Palacios, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), diz que há dois sentidos que se misturam quando se fala de mal e maldade. “Há o que individualmente se sente e o que a sociedade sente, por conta de seus códigos éticos e morais, sem os quais não se vive”, explica. Ocorre que as palavras “moral” (do latim “mores”) e “ética” (do grego “ethos”) falam da mesma coisa: os alardeados “bons costumes”, que, nos tempos de hoje, passaram a ser um chavão considerado de origem reacionária. Na verdade, há relatos de que o termo “moral” se origina a partir da dominação do Império Romano e a tentativa de traduzirem, então a palavra grega para o latim. A palavra “ethos” tem a ver também com “habitat”, no sentido de se adequar para sobreviver em um determinado espaço (“habitat”), tendo alguns costumes e não outros. “Isso permite a sobrevivência do grupo”, lembra Gonzalo. “A palavra ‘ética’ tem essa ambivalência, significando a adaptação do grupo ao ambiente e a do indivíduo ao grupo.” O professor e filósofo lembra que tanto Aristóteles como Platão acreditam que aquilo que poderíamos chamar de “eticidade” tem de estar fundamentada no hábito. “Temos de agir corretamente. Não necessariamente nascemos éticos, nascemos necessariamente sociais, mas não éticos. Não são sinônimos. Necessitamos uns dos outros , mas a ética depende de um processo.” Dessa forma, se um grupo faz alguma coisa contra seu próprio ambiente, ninguém vai poder sobreviver ali. “Então, nesse caso fazer o bem e fazer o mal passam a ser algo objetivo”, ressalta o professor. O que leva a deduzir que um nazista como Eichmann, então, não teria outra coisa a fazer do que o que fez, naquele ambiente ideológico? Pode ser. Em casos subjetivos, porém, pode-se gostar de “x” e desgostar de “y”, sem concordância com o grupo. Uma questão de idiossincrasia, em que o que faz bem a um pode não fazer a outro. “Trazemos nossas tendências e inclinações, que não se adequam ao que o grupo precisaria de nós. Então há uma tensão muito problemática, e nem sempre vamos aceitar as imposições do grupo.” É o que ocorre, por exemplo, quando há a postagem de um vídeo com uma pegadinha de mau gosto em uma rede social. A tendência é de que a maioria que comente vá aprovar (“curtir”) o vídeo, mas grande parte talvez o condene silenciosamente. Pelo sentimento de grupo, poucos vão externar sua opinião contra a “maldade”. No fim, ainda que haja uma condenação, a maioria que tiver acesso ao vídeo vai sentir uma espécie de prazer, ainda que interdito a si mesmo. É o mesmo que faz com que se propaguem piadas de conteúdo racista ou discriminatório, fotos de corpos mutilados e cenas de espancamento: o uso do instinto em vez da razão. A conduta “em bando” traz um salvo-conduto para o ato de espalhar esse conteúdo, em condição semelhante à da obediência a um chefe. No caso, a “ordem” é repetir o comportamento do grupo. “Na vida, agir corretamente é como atirar em um alvo a 50 metros: é muito mais fácil errar do que acertar. Somos dominados pelas paixões, e isso é por toda a vida. Estamos sempre sendo expostos a que nossas paixões aflorem. E, em algum momento elas vão aflorar”, conclui Gonzalo. E ele vai além: “Até mesmo a razão é um instrumento das paixões. A razão é escrava das paixões. Eu, Gonzalo, quando escrevo um artigo motivado por uma indignação, estou colocando a razão como instrumento das minhas paixões.”

Parar na faixa ou assustar a velhinha?

Pensei nesta pauta depois do exemplo número 1 dado na abertura do texto principal, mas antes da ocorrência dos dois últimos. Era ao mesmo tempo algo inconcebível e intrigante ouvir relatos (ao todo, quatro) de pessoas que passaram ou viram alguém passar por uma situação de “pegadinha” tendo como pano de fundo uma questão tão séria como a da sequência de mortes de mulheres em Goiânia. Pensar na maldade como algo além de atrocidades e torturas — na maldade não necessariamente com violência física, mas uma maldade ao mesmo tempo sutil e avassaladora — é adentrar em um território que, lá mais adiante, cedo ou tarde (nem tão tarde) vai encontrar cada um de nós. Somos todos habilitados a praticar o mal e, como diz o professor Gonzalo Armijos, é bem mais fácil errar do que acertar o alvo, no que diz respeito a fazer a coisa certa. Para as grandes coisas é preciso planejamento, tempo e dedicação. Assim é quando alguém está por conta de fazer algo “grandioso” ou “maquiavélico — palavras que, pelo uso, adquiriram, “per se”, uma conotação positiva e outra negativa, respectivamente. O bem e o mal de grande porte são trabalhosos, exigem dedicação. Por outro lado, se grandes coisas, para o bem e para o mal, precisam ser construídas com persistência, para pequenos gestos a oportunidade bate diuturnamente à porta. Estamos, então, sempre aptos a fazer uma pequena maldade e uma bondade singela. E, às vezes, uma “ou” outra: ao ver uma senhora idosa esperando para atravessar a faixa, há a opção entre parar educadamente ou acionar a buzina para assustá-la, passando direto. A gentileza ou a brutalidade, ao alcance de cada um. O que decidimos fazer (comportamento), na maioria das vezes, tem a ver com as práticas (hábitos) que adquirimos. Cada um, durante a vida, passa a ser, de certo modo, escravo do que construiu para si — daí os adágios como “pau que nasce torto morre torto” parecerem tanger a verdade. A boa notícia para quem se pega fazendo o mal e não está bem com isso — porque, sim, há os que sabem que fazem mal e vão continuar a usar o livre arbítrio para seguir a fazê-lo — é que o ser humano pode se readaptar. Passar a questionar o que hoje se faz diariamente no modo automático — como lidamos com as redes sociais, como reproduzimos pensamentos machistas ou vertentes autoritárias etc. — é um modo de ir dando uma guinada para o questionamento de crenças consolidadas, porém nada saudáveis, como “quem não quer ver o vídeo do acidente, que não abra” ou “os incomodados que se retirem”. Mudar crenças muda hábitos e impacta o comportamento. Se somos muito mais paixão que razão, ainda assim seremos melhores se melhor usarmos o máximo dessa parte minoritária. (Elder Dias)

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