Opção cultural

A narrativa é eletrizante, não dá para desgrudar os olhos das páginas do livro, à espera do desfecho. Um retrato nu e cru da realidade das comunidades cariocas

Como a escritora, a personagem Pátria-Yocandra fugiu da ilha que, ao propor o paraíso, criou o inferno
A eleição será realizada no dia 5 de maio de 2020

Por Erivaldo Nery*
[caption id="attachment_111570" align="alignnone" width="620"]

Hábito de ouvir disco de cabo a rabo olhando para a parede pode muito bem ser resgatado nestes dias difíceis de isolamento social

“A Maior Flor do Mundo” convida o adulto a deixar de ser adulto por um tempo e recuperar o menino perdido dentro de todos
Soninha dos Santos
Especial para o Jornal Opção
Certo dia, passando a mão pelas prateiras de uma livraria, na parte dedicada a crianças, um nome me chamou a atenção: José Saramago. Depois, retirei o livro da estante e prestei atenção à capa: uma criança no canto inferior, do lado esquerdo, olhando para o alto, sem antes seguir a direção de uma fita métrica medindo o que parece ser a haste de um bambu. Toda a ilustração segue assim, misturando técnicas que João Caetano demonstra conhecer muito bem e, o mais interessante, depois do susto, perceber que tudo foi, milimetricamente pensado, para compor o texto de Saramago, Nobel de Literatura.
José Saramago inicia seu belíssimo texto afirmando que “as histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas”.
Então, o mestre se queixa dizendo que tem pena de si mesmo por nunca ter aprendido essas palavras.
Mal sabe ele que, com tais palavras iniciais, qualquer criança se mostraria interessada pelo texto, pois suas palavras iniciais são um convite ao desconhecido, à leitura de um texto diferente do que até então lhes é apresentado. Se a ele, como diz, falta paciência para escolher palavras, à criança não falta curiosidade, vontade de conhecer o novo e reinar sobre ele.
O tempo todo, durante a narrativa poética por excelência, Saramago pede desculpas e, por isso mesmo, o leitor quer ir adiante, ver onde vai dar todos os seus questionamentos e todas as suas incertezas. Quer ganha nesse embate é o leitor, brindado, página por página, por um texto forte, leve e que nos remete à mais tenra memória da infância. À memória das histórias e dos causos. À memória da poesia que perdemos ao crescer. Saramago nos convida a buscar, com o menino anônimo da história, essa flor, a maior do mundo, a flor da nossa consciência humana, em tempos onde a humanidade está cada vez mais distante dela mesma.
“A Maior Flor do Mundo”, de José Saramago (Companhia das Letrinhas), nos convida para deixarmos de ser adultos por um tempo e recuperar o menino perdido dentro de todos nós: aquele menino que procura incansavelmente, a maior flor do mundo. Fica a dica. Você só tem a ganhar com a leitura desse livro.
Soninha Santos é professora de literatura infantil e juvenil.
https://youtu.be/YUJ7cDSuS1U

O ex-publicitário escreve um romance, que, discutindo questões políticas, da esquerda, contém informações que parecem ter sido escritas hoje

A obra resgata a história do compositor francês e relata o encontro do imperador Pedro II com o escritor Victor Hugo

Há 26 anos, brasileiros tinham primeiro contato com um programa infantil da TV Cultura que marcaria uma geração por muitos motivos, mas também pelo conteúdo educativo

Brother se tornou favorito por "falar o que pensa". Já vimos esse filme antes: no próprio programa e na política recente. Confundimos política com BBB, o inverso ou há conexão?

“Vento, Cavalo do Tempo” transita por diversas instâncias, em que referenciais que habitam o inconsciente do poeta forjam uma narrativa repleta de signos e sutilezas

Documentário mostra trajetória do jazzista que reinventou o gênero

Jagunços, a serviço de gente da alta sociedade, mataram e feriram pessoas. Crianças, mulheres e idosos passaram fome

O escritor critica o nacionalismo e o antissemitismo na Áustria, país que foi anexado pela Alemanha em 1938

Mineira de Belo Horizonte e carioca de coração, Conceição Evaristo dá voz às brasileiras negras das periferia que a sociedade resiste ouvir