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Insatisfação com a base e os partidos opositores foi o que motivou a criação de um novo grupo político no município

“Não existe pauta de vingança e nem pauta provocada pela minha opção pessoal de mudança de alinhamento político”, escreveu

Imagens mostram Laura Keller e outra mulher na cama. Atriz afirma que marido filmou. "Ninguém melhor do que eu para realizar as fantasias dele", disse

Jogador sentiu dores na coluna e foi ao hospital fazer um procedimento para “afastar” a vértebra que estava afetando o nervo

“Aquele pessoal que vive na região do Vale do Paranã, nos municípios de Cavalcante, Terezina de Goiás e Monte Alegre, é gente comum, como qualquer outro camponês daquela região”

Produtor cultural está à frente de mostra de música instrumental que será realizada no distrito de Taquaruçu

Valor histórico, proposta estética e representatividade pelo tempo de estrada são alguns dos critérios que incluíram e também deixaram importantes duplas de fora

Se a capital fosse compactada no padrão de Buenos Aires, todos os goianienses poderiam viver (bem) em uma área oito vezes menor do que a do município atual. Mas tem muita gente interessada é em “espalhar” ainda mais a população da cidade. Isso não pode acontecer
Conjunto Vera Cruz, região oeste de Goiânia, construído na década de 80; Setor Madre Germana 2, na saída sudoeste, datado dos anos 90; Residencial Orlando de Morais, região norte, dos anos 2000; e Jardins do Cerrado, também região oeste, consolidado na segunda década do século. Em comum, entre todos esses bairros residenciais, o fato de terem sido erguidos, cada um à sua época, em loteamentos a quilômetros de distância da então última zona habitada da cidade. Na época em que “nasceram”, por assim dizer, tanto Vera Cruz como Madre Germana eram totalmente isolados de qualquer bairro. Eram vizinhos do nada. Do mato e do nada. Da mesma forma com que ocorre hoje com Orlando de Morais e Jardins do Cerrado, ainda separados do perímetro urbano.
São apenas alguns dos muitos exemplos. Observando o que vai se sucedendo, parece que tudo é apenas sinal do progresso e do crescimento de Goiânia: afinal, é a metrópole avançando, “os equipamentos públicos chegando de forma integral aos mais longínquos recônditos da periferia” — uma frase rebuscada, que certamente ficaria muito bonita em qualquer discurso de político, para dizer que os habitantes daquele local escanteado pelo poder finalmente estavam tendo acesso, de fato, à cidade.
Para ter ideia da falta de dignidade da situação, somente agora os dois últimos bairros citados no primeiro parágrafo estão sendo pavimentados, na nova leva de obras tocada pela Prefeitura. Foram anos ou até mais de década esperando para ganhar as mesmas condições de infraestrutura de que os demais habitantes da cidade já usufruíam. Tudo mascarado pelo “sonho da casa própria”, como se ter uma moradia fosse algo que desse salvaguarda à negligência dos demais direitos.
Não é o caso de falar de um pretenso populismo de programas assistenciais, como o Minha Casa Minha Vida, mas de se questionar: “dar” a residência — na verdade, facilitar a aquisição, com valor financiado com juros bem mais módicos do que os cobrados pelo sistema convencional — absolve um detentor de mandato de buscar praticar uma política pública que inclua de modo efetivo aquele contingente no seio da cidade?
A resposta é não. E um “não” ainda maior na atual gestão de Goiânia. Ora, se todo o plano de governo que conduziu Paulo Garcia (PT) à reeleição gira em torno do slogan de campanha “cidade sustentável”, nada mais óbvio do que fazer as tomadas de decisões caminharem nesse rumo. Nesse sentido, é bom observar que o Paço dá sinais de que não vai permitir o surgimento de outros casos similares de confinamento de moradores em um canto qualquer da cidade, disfarçados sob o nome bonito de “expansão urbana”. Pelo menos foi o que indicou Paulo César Pereira, titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Semdus), em recente reportagem do Jornal Opção (edição 2085).
Questionado sobre a movimentação de certos setores por mais uma expansão urbana na capital, Paulo César respondeu de forma categórica: “Não é uma pauta prioritária para a Prefeitura.” E completou: “Embora não queira entrar no mérito do que foi aprovado para parcelamentos como Jardins do Cerrado e Orlando de Morais, é correto citá-los como exemplos negativos para apontar preocupações com relação à expansão urbana sem critérios técnicos.”
A Prefeitura pode não querer, mas há setores fortes da sociedade, economicamente falando, que querem porque querem. Nenhum tão interessado quanto o ramo imobiliário. E nenhum poder é mais vulnerável à influência dos donos de construtoras e incorporadoras do que o Legislativo. Afinal, basta olhar a prestação de contas de campanha dos vereadores para perceber que boa parte da Câmara de Goiânia foi eleita com uma ajuda substancial do dinheiro desse pessoal. É hoje, com certeza, o lobby mais forte dentro da Casa.
É um assunto de base técnica, mas é fácil políticos fazerem com que ele ganhe formato populista: se a Prefeitura fincar o pé e bancar um veto a um projeto de criação de novas áreas habitáveis (expansão urbana, no fundo, é isso e nada mais), sofre o desgaste de “impedir o pobre de ter casa própria”. Na verdade, a questão meramente funcional — a teoria da cidade compacta e da facilidade de acesso à infraestrutura — não sensibiliza a população.
Infelizmente, poderia se dizer. A área do município de Goiânia é bastante extensa: são 789 quilômetros quadrados (km²), quase quatro vezes mais do que, por exemplo, a superfície do distrito de Buenos Aires, que tem 202 km². Mas vejamos o mais importante: a densidade demográfica de uma e de outra. Enquanto a capital portenha tem 14,8 mil habitantes/km², o índice para Goiânia é de 1,9 mil habitantes/km². Mas a área goianiense é quase o o quádruplo, argumentariam alguns. Então, para ficar justa a conta, basta multiplicar por quatro a densidade de Goiânia: quatro vezes 1,9 mil resulta em 7,6 mil habitantes/km². Ou seja, levando em conta a densidade de Buenos Aires (14,8 mil), chegamos à conclusão de que, mesmo que toda a população goiana fosse concentrada numa área igual à da capital argentina, esse espaço urbano seria ocupado somente pela metade, no máximo.
Em outras palavras: pelo padrão de compactação de Buenos Aires — e várias outras cidades poderiam ser aqui colocadas como (bons) exemplos —, a população da capital poderia viver muito bem (e melhor) em uma área de pouco mais de 100 km². Quase oito vezes menos do que a superfície total do município. E com acesso muito mais facilitado a transporte, escolas, hospitais, repartições e postos de atendimento.
O “espraiamento” da capital, portanto, não é o ideal. Os goianienses não vivem em uma cidade compacta. Isso gera custos altíssimos, inclusive de manutenção, que poderiam ser economizados e reinvestidos na própria cidade.
Pior: se os goianienses já não vivem hoje em uma cidade compacta, sob diversos pretextos — todos tecnicamente pouco embasados e visando interesses nada coletivos —, querem torná-la ainda mais espalhada. É um crime contra o cidadão, de duas maneiras: jogam-no longe de tudo e o obrigam a pagar impostos para sustentar esse déficit de qualidade de vida.
Mais urgente do que promover qualquer nova expansão urbana, a Câmara de Goiânia deve se preocupar em fazer o que for possível para aproveitar os vazios urbanos da capital. São pelo menos 100 mil lotes vagos por especulação imobiliária, e que acabam servindo para aumentar os índices de violência urbana e exclusão social. Uma boa medida seria agilizar a aplicação do imposto progressivo — que, curiosa e sintomaticamente, não “anda”. É isso que precisa ser feito. Se, pelo contrário, houver o atendimento da sanha por nova expansão, só restará, por Goiânia, tocar um tango argentino. l

Principais atores do novo bloco formado por PT, PSB e Pros devem protagonizar o processo eleitoral de 2016 com condições de derrotar Iris Rezende em Goiânia. Grupo se unirá para o pleito municipal, mas o objetivo maior é 2018

Prefeito deixou de ouvir maus conselhos e adota relação cordial com o adversário — e não inimigo — Marconi Perillo, o que beneficia principalmente os goianienses

Parece que os brasileiros passaram a considerar “tudo normal”, desde os crimes contra a vida até os episódios de corrupção que se tornaram rotina no País
Iris Rezende, base aliada e PT não sinalizam em relação a possíveis nomes e estratégias para a sucessão de Paulo Garcia

No Brasil, há uma ignorância jurídica e social sobre o Estatuto da Criança e Adolescente. É por isso que vemos manifestações e discursos inflamados contra a lei, representando uma ameaça a sua aplicação de forma integral

[caption id="attachment_38738" align="alignnone" width="620"] Presidente Dilma Rousseff: uma fala que põe ministro em suspeição | Foto: Lula Marques[/caption]
Dois excelentes jornalistas e dois furos de reportagem:
Natuza Nery, da “Folha de S. Paulo”, em reportagem do dia 12 deste mês relata uma fantástica reunião de Dilma com auxiliares, a fina flor do petismo da antecâmara governamental: os ministros José Eduardo Cardozo, Edinho Silva e Aloizio Mercadante; e mais o assessor Giles Azevedo. Foi no dia 26 de junho passado, no Palácio da Alvorada. A presidente estava bastante autêntica nesse dia de espinafração geral, e pelo menos três frases merecem registro. Teriam sido ditas por uma Dilma furiosa, andando em círculos e gesticulando muito, e se referiam à delação de Ricardo Pessoa, da UTC, que é um dardo envenenado na direção da presidente:
-- “Eu não vou pagar pela m... dos outros!” – disse Dilma sem explicitar a quem se referia.
-- “Você não poderia ter pedido ao Teori para aguardar quatro ou cinco dias para homologar a delação?” – fuzilou a presidente em direção a José Eduardo Cardozo.
-- “Cardozo, você f... minha viagem!” – mencionando sua ida aos EUA, ainda para o ministro da Justiça.
Comentários: a primeira afirmação e a última mostram que a presidente definitivamente não tem nível educacional nem serenidade para estar onde se encontra. A última demonstra de sobejo que José Eduardo Cardozo, tivesse um mínimo de dignidade, teria pedido demissão. A do meio levanta uma sombra de suspeita sobre um ministro do Supremo. Deixa-se Teori Zavaski levar pela presidente, tendo como menino de recados o ministro da Justiça? Isso tudo é Dilma em estado puro, na sua mais alta autenticidade.
Gerson Camarotti, da Globo, relata um estranho, para não dizer surreal, encontro ocorrido no Porto, em Portugal, no dia 7 deste mês, onde Dilma escalou em sua viagem para Ufá, na Rússia. Participantes do tête-à-tête: Dilma, Cardozo (sempre ele) e Lewandowski. Encontro que não constou da agenda de nenhuma das três autoridades, e que poderia (e deveria) ter-se realizado no Brasil, já que, segundo Cardozo, tratou do reajuste do Judiciário, votado pelo Congresso e em vias de ser vetado pela presidente. O encontro realizado assim, às escondidas, entre duas autoridades de um executivo na mira do Supremo, por várias acusações de corrupção na operação Lava Jato, e um ministro daquela corte, que no momento, além do mais a preside, muitas vezes acusado de simpatia pelo petismo, dá margem a muitas especulações.

[caption id="attachment_40758" align="alignright" width="620"] Vereador tucano Fernando Cunha Neto pode ser o vice na candidatura de reeleição do prefeito João Gomes[/caption]
Que o PT e PSDB são partidos antagônicos na esfera nacional e estadual não é novidade para ninguém. Mas em Anápolis a história pode ser diferente e as duas legendas podem caminhar juntas nas eleições municipais de 2016. O vereador tucano licenciado e superintendente do Produzir, Fernando Cunha Neto, é cotado para ser o vice do prefeito João Gomes na eleição do ano que vem.
Não seria a primeira vez em que petistas e tucanos marchariam juntos em Anápolis. Em 2004, por exemplo, o deputado Rubens Otoni (PT) foi candidato tendo como vice o vereador tucano José Vieira, articulado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) e por Fernando Cunha Júnior.
Existe uma relação bastante próxima entre o prefeito e o governador, que vem de antes de João Gomes assumir o comando do Executivo municipal. Quando o prefeito estava na lide classista, foi um grande entusiasta e apoiador da eleição de Marconi ao governo em 1998, pleito em que o tucano fez história ao vencer o até então considerado imbatível líder peemedebista Iris Rezende.
Portanto, Marconi não quer ser uma pedra no sapato de João Gomes. O inquilino da Casa Verde vai ser um cabo eleitoral de João Gomes, não um propagandista e apoiador de um eventual adversário do petista. Outra questão a ser considerada é que João Gomes não poderá mais disputar reeleição em 2020, ou seja, seu vice, neste caso um tucano, torna-se candidato natural à sucessão em Anápolis. Isso significa que o PSDB sairá na frente com chances reais de conquistar a prefeitura que detém o segundo maior orçamento municipal do Estado.
Enquanto isto, o deputado federal Alexandre Baldy segue furtivamente como um “player” que não se posiciona. O ex-secretário estadual de Indústria e Comércio, empresário e amigo de Marconi, já manifestou interesse de disputar as eleições em Anápolis, porém até o momento ainda não colocou as cartas na mesa.
Corre nos bastidores que Baldy, com vistas às eleições de 2018, não quer sofrer desgaste se candidatando à Prefeitura de Anápolis no pleito do ano que vem. Isto porque caso o parlamentar saia derrotado do processo, o peso do fracasso eleitoral implicaria o comprometimento de seu prestígio político para se cacifar como candidato ao governo na sucessão de Marconi.
Sem adversários
Neste cenário João Gomes tecnicamente não teria adversário que venha ameaçar seriamente seu projeto de reeleição. Com as principais forças políticas a seu lado, como PSDB e PMDB, torna-se um fortíssimo candidato com possibilidade de repetir o feito de seu antecessor, Antônio Gomide, que foi reeleito com quase 90% dos votos válidos em 2012.
O líder do Solidariedade em Anápolis, o deputado estadual Carlos Antonio, deve compor com o projeto petista. Já o grupo denominado G4, integrado por PHS, PPS, PEN e PSD, também não terá condições e agenda política para consolidar-se como bloco com capilaridade eleitoral, tendendo no final das contas a integrar a candidatura de João Gomes. Restam apenas os partidos tidos como “nanicos” desempenharem o papel de adversários do grupo que governa Anápolis desde 2008.