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Devoção
Conheça 23 curiosidades sobre São Jorge, festejado neste domingo

Há 15 anos, todo dia 23 de abril é comemorado o feriado de São Jorge no Estado do Rio de Janeiro

Imposto
Rosa Weber vota a favor da taxa do agro e placar está em 3 a 2 para o tributo

Ainda há a posição de outros cinco ministros na votação, que teve início em 14 de abril e deve se encerrar até esta segunda-feira, 24

Susto
Cantora sofre acidente de carro ao colidir com uma vaca

Ela estava retornando de um show no Alto do Rodrigues (RN) e se dirigia para Natal

Inclusão
Governo de Goiás instala núcleos paralímpicos no interior do estado

Projeto contará com a parceria de sete municípios para oferecer modalidades do paradesporto a crianças e adolescentes

Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno | Foto: Reprodução
Atos golpistas
Interino do GSI acredita que investigações podem ligar general Heleno a 8 de janeiro

Segundo ele, a CPI só irá reafirmar a tentativa de golpe

Telecom
Trocas de operadoras de telefonia superam 2,02 milhões desde implementação em Goiás

No Brasil, número é de 85,33 milhões de mudanças desde 2008

Golpistas
Regina Duarte é advertida por divulgar outra fake news sobre atos de 8/1

Ela postou um vídeo com um "aviso" de que as imagens mostradas não foram divulgadas pela mídia

GSI disponibiliza imagens de câmeras do Planalto em invasão golpista

Por conta do alto volume de acesso, pode haver problemas para baixar os arquivos

Logística reversa
Goiás regulamenta metas obrigatórias para reciclagem nas indústrias

Decreto emitido determina que fabricantes, distribuidores e outros estabelecimentos comerciais ou industriais coletem no mínimo 22% dos resíduos de vidro, papelão, metais ou plásticos que produziram e efetuaram no mercado

Acidente
Bombeiros encontram corpo de homem vítima de afogamento em Trindade

Corporação também faz buscas por uma mulher que desapareceu após sofrer um acidente com moto aquática no Lago das Brisas, em Buriti Alegre

Whindersson Nunes estreia com nocaute em torneio de boxe para famosos

Competidor brasileiro consegue vitória contra adversário polonês no segundo round

TJGO
PROJUDI/PJD apresenta indisponibilidade e preocupa advogados

Aos advogados que atuam no estado de Goiás, a orientação é esperança de que o Projudi/PJD retorne ao seu funcionamento total a partir da próxima semana

Abdullah Kajjar e Jack London: dois contistas, dois contos (ou seria um só?). Plágio? Não

Abdullah Kajjar (1907-1968) quase não foi traduzido para português, e o foi pouco mesmo para o inglês. Ele conta uma história muito parecida com uma de Jack London

Humanismo e riso provocados por Salomão Afiune, um senhor juiz

Salomão Afiune: “A Justiça não é cega”. O pano cobrindo os olhos “significa que o julgador não deve identificar as partes envolvidas no processo”

Demóstenes Torres

Especial para o Jornal Opção

O juiz aposentado Salomão Afiune dedica seu livro “Causos Jurídicos”, lançado pela Editora Kelps, também “aos alunos da PUC-GO e de outras instituições onde” lecionou. “Foi um senhor juiz”, define-o no prefácio o desembargador Jamil Pereira de Macedo. “Foi um senhor professor”, parafraseio como seu aprendiz na citada Católica — observe o final deste texto.

A capa tem um belo quadro da deusa Themis, aquela com a venda. Já na primeira orelha, Afiune desfaz um equívoco comum em todas as mídias, inclusive as sociais, e na sabedoria popular: “A Justiça não é cega”. O pano cobrindo os olhos “significa que o julgador não deve identificar as partes envolvidas no processo”. Ele entende do assunto, pois imparcialidade é um de seus sobrenomes.

Salomão Afiune: juiz aposentado e escritor | Foto: Divulgação

A obra é disposta em três capítulos, dividindo as histórias conforme acontecidas “No Direito de Família”, “No Direito Civil” e “No Direito Penal”. E que histórias!, tão curtas quanto engraçadas. Desfrute do inteiro teor da primeira:

Separados por uma viagem

“Ao tentar reconciliar um casal em audiência preliminar, no interior do Estado de Goiás, percebi que a mulher, apesar de afirmar que queria a separação, demonstrava o contrário.

“Tratava-se de casamento de mais de trinta anos, com filhos já adultos.

“Resolvi conversar com os cônjuges separadamente e, quando a mulher se viu a sós comigo, disse que estaria contrariada porque seu marido havia levado a amante para ‘Sun Paulo’, e ela, ele nunca levara.

“A esposa, na verdade, não se mostrava magoada pelo fato de ter sido traída pelo marido e, sim, porque a ‘outra’ tivera o privilégio de ter viajado para ‘Sun Paulo’, cidade que ela não conhecia.

“Por fim, ela colocou as mãos na cintura e disse:

“ — Se ele não ficar comigo, neste corpinho que a terra há de comer nenhum outro vai pôr a mão.

“Concedidos alguns dias para os requerentes refletirem, não mais retornaram. Certamente, o marido deve ter levado a esposa para ‘Sun Paulo’, só não sei se continuou com a amante.”

A vontade é reproduzir todos os causos, pois cada um é mais divertido do que o outro.

Jamil Macedo selecionou dois episódios que “retratam o traço de humanidade do autor: ‘Serviço prestado’ e ‘Pagamento em calcinhas’”, ambos do capítulo “No Direito Civil”. Concordo tanto que vou digitar os dois, com leves edições:

1

Serviço prestado

“Contratada para fazer dois vestidos para adolescentes, uma costureira não recebeu pelo serviço, o que a levou a buscar a via judicial. Durante quase uma hora de tentativa conciliatória, as partes permaneceram irredutíveis: a autora não queria as roupas de volta e, sim, o dinheiro, enquanto a requerida, mãe das moças, se recusava a pagar, sob o pretexto de que os vestidos haviam ficado defeituosos. Como o juizado se localizava na região central da cidade, havendo alguns brechós nas proximidades, suspendi a audiência por alguns minutos e me dirigi a uma dessas lojas acompanhado da secretária. Vendemos os vestidos pelo valor que satisfazia a autora. Retornando, foi elaborado o termo, de acordo com a anuência das partes, que saíram satisfeitas.”

2

Pagamento em calcinhas

“Após acidente de trânsito envolvendo dois veículos, o condutor de um deles, inconformado pelo dano, protocolou ação indenizatória contra a condutora de uma picape antiga.

“Em rara exceção, pois a maioria dos motoristas atribui a culpa ao outro, a requerida, durante a audiência, admitiu sua culpa. Disse que aceitava uma composição, porém, não tinha como arcar com o prejuízo em espécie, pois vendia peças íntimas femininas em feira livre. Poderia pagar com calcinhas. E colocou um grande saco sobre a mesa, pedindo licença para exibir a mercadoria.

“A princípio, relutei e achei estranho negociar roupas em audiência, mas como tudo — ou quase tudo — vale por um bom acordo, permiti a mostra do produto. As advogadas e a defensora pública gostaram das peças e até levaram para mostrar à promotora em sua sala.

“Aí, então, o autor, que estava reticente, ‘cresceu o olho’, vislumbrando um bom negócio, aceitou 150 calcinhas para fechar o acordo. Como a requerida tinha apenas 75 peças em seu poder, lhe foi concedido prazo de 30 dias para confeccionar o restante e entregar.”

Os merecidos adjetivos

Salomão Afiune sempre foi assim, com esse nível de humanitarismo, no juizado ou na sala de aula. Incentivava a composição entre as partes muito antes de ela virar lei.

Estudei Direito Comercial com o dr. Salomão por três semestres a partir de 1979, o que me faz concordar com cada adjetivo escrito por Jamil Macedo no prefácio — discordo apenas de seu pedido de desculpas ao reclamar da “memória de alguém que ultrapassou os 80 anos”.

O cérebro de Jamil Macedo continua brilhante como nos tempos de cátedra e de presidente do Tribunal de Justiça, do Tribunal Regional Eleitoral e da Associação dos Magistrados, os três em Goiás. Vê no mestre Afiune: “Postura séria, responsável, serena e alheia a qualquer traço de juizite”; “discreto, atencioso e acessível”; “prestou inestimável serviço à magistratura de Goiás”; “granjeou o respeito e a admiração dos que com ele serviram ou a ele recorriam”; “cidadão respeitável e respeitado enquanto viver”; “profícua atuação”; “sempre procurando ser justo”; “magnânimo”; “buscando a melhor solução para conciliar e pôr fim ao litígio”; “vocação dominante: a solução dos conflitos sociais”; “qualidades desse digno magistrado na difícil tarefa de julgar bem”; “linguagem simples, sem juridiquês”.

Merecedor de cada sílaba mencionada acima, Salomão Afiune é, em si, uma lição de vida. Exerceu praticamente todos os cargos de vulto da magistratura goiana e, após ser professor de Direito por 42 anos, advogado por 10 e juiz por 33, aposentou-se e foi cuidar de uma paixão, a comunicação. Conclui a segunda orelha de seu livro informando: “Cursou Fotografia e, hoje, é acadêmico do curso de Jornalismo da Faculdade Sul-Americana, Fasam”. Agora o leitor se convenceu dos elogios contidos nesta resenha. Que, inclusive, resultou bastante contida.

Demóstenes Torres é advogado e foi procurador-geral do Ministério Público de Goiás.

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Vereador mais votado em 2008. Deputado estadual mais votado em 2022. Eleito presidente da Assembleia, o parlamentar é popular e agregador