Reportagens

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Índice de participação de adolescentes em homicídios é baixo e não justifica redução da maioridade penal

Levantamento feito pelo Jornal Opção mostra que menores de 18 anos mais morrem do que matam no Brasil, o que não é levado em conta pelos projetos que pretendem reduzir a idade penal para 16 anos

Prefeitura de Trindade inaugura sede para três delegacias

Delegada elogia empenho do prefeito, que resgata mais um compromisso de campanha da atual administração do município

Legislativo Municipal acata sugestões da OAB quanto a questões ambientais

A entidade havia questionado a extinção do Fundo Municipal para o setor e deslocamento da competência da Amma

Aumento do número de apreensões indica que Goiás está na rota do tráfico de armas

Crime organizado coloca o território goiano como corredor do comércio de armamentos e munições ilegais [caption id="attachment_38016" align="alignright" width="620"]Nos cinco primeiros  de 2015, a polícia retirou de circulação mais de 1.500  armas de fogo ilegais em todo o Estado Nos cinco primeiros de 2015, a polícia retirou de circulação mais de 1.500 armas de fogo ilegais em todo o Estado[/caption] Frederico Vitor Em Goiás, as forças policiais, em especial a Polícia Militar (PM), responsável pelo policiamento ostensivo e presencial, tem apreendido grande volume de armamentos e munições irregulares nos quatro primeiros meses de 2015. Neste período, de acordo com as estatísticas da Secretaria Estadual de Segurança Pública, foram retirados de circulação 1.522 armas em todo o Estado. O número é menor se comparado em igual período de 2014 (1.603), mas é superior às apreensões efetivadas nos mesmos meses de 2013, quando 1.446 armas foram retiradas de circulação nos 246 municípios goianos. Estes índices alarmante que, de certo modo, demonstram que a polícia tem trabalhado e intensificado as abordagens de suspeitos e efetivado várias prisões e apreensões, levanta questionamentos preocupantes. Como este armamento e munições estão sendo introduzidos no Estado e servido para as mais variadas práticas criminosas? De onde vêm e para onde vão estas armas e projéteis, e como funciona este comércio ilegal? Depois que o Estatuto do Desar­mamento (Lei 10.826) passou a vigorar em todo País, a partir de dezembro de 2003, tornando muito mais rigorosa e restrita a aquisição e porte de armas de fogo por cidadãos comuns, se esperava uma drástica redução das taxas de crimes, principalmente os homicídios. Porém a realidade se demonstrou reversa. Nove anos após a vigência da lei, o Brasil atingiu a marca de 56.337 homicídios no ano de 2012, a maior de sua história (10% de todos os crimes do tipo no mundo). Deste total, 40.077 pessoas foram mortas por armas de fogo, ou seja, 71%. Embora o Estatuto do Desar­ma­mento tenha passado a penalizar com rigor o porte ilegal de armas, o fato de os índices de homicídios no Brasil continuarem entre os maiores do mundo demonstra que o poder público tem falhado em fiscalizar e controlar o comércio ilegal de armas e munições. Afinal, não é mesmo fácil fiscalizar o tráfico de armas e de drogas nos limites territoriais de um país de proporções continentais, com 23.102 quilômetros de fronteiras, sendo 18 mil terrestres e pouco mais de 8 mil de costa marítima. O Brasil faz fronteira com dez países, e pelo menos cinco deles são pontos de partida do fornecimento de armamentos de todos os tipos e calibres. Desguarnecidas, as regiões fronteiriças do País se tornaram verdadeiras terras sem lei, onde armamentos e projéteis adentram o território nacional escondidos em fundos falsos de caminhões e ônibus, em bagagens, no interior de eletroeletrônicos e também colados ao corpo de pessoas pagas para transportarem ilegalmente este tipo de material — a chamadas mulas. A principal preocupação dos policiais é com o tráfico de armas e munições de equipamentos de uso restrito das Forças Armadas, que em alguns casos nem a própria polícia tem autorização para usar. As autoridades sabem que parte das armas ilegais em circulação no Brasil é proveniente de países vizinhos, principalmente do Paraguai e Bolívia. Mais recentemente, as autoridades policiais brasileiras detectaram um aumento considerável de armas oriundas da Argentina, Uruguai e Venezue­la em posse de criminosos brasileiros. A Polícia Federal tem pouco efetivo para fiscalizar as área de fronteira e as Forças Armadas são cronicamente afetadas em seus orçamentos, comprometendo duramente os esforços para maior presença militar nos limites territoriais do País. Quando apreendidas, as armas são encaminhadas para as delegacias de Polícia Civil para checagem preliminar de documentação. Posteriormente são encaminhadas para a Polícia Científica para verificação de alteração em suas características identificadoras. Por fim são encaminhada para o Poder Judiciário e depois ao Exército. Sob tutela dos militares, os armamentos apreendidos são doados às secretarias estaduais de Segurança Pública ou são destruídos, como previsto no Estatuto do Desarmamento. Recorde de homicídios Em vista destes e de outros fatores, as consequências negativas desta situação refletem tragicamente na sociedade. De acordo com o último Mapa da Violência, um estudo elaborado pelo pesquisador Júlio Jacobo Waiselfisz para a Secretaria Nacio­nal de Juventude, da Presidência da República, em 2012 — o País contava com vasto arsenal de armas de fogo. Naquele ano, 15,2 milhões de armamentos estavam em mãos privadas, nos quais 6,5 milhões eram registrados e 8,5 milhões em situação irregular. Destas últimas, 3,8 milhões estavam sob o poder de criminosos. A magnitude desse arsenal guarda estreita relação com a mortalidade que essas armas originaram. Os re­gistros do Subsistema de Infor­mação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde permitem verificar que, entre 1980 e 2012, morreram mais de 880 mil pessoas vítimas de disparo de algum tipo de arma de fogo. Neste período, as vítimas passam de 8.710 no ano de 1980 para 42.416 em 2012, um crescimento de 387%. Entre os jovens de 15 a 29 anos, este crescimento foi ainda maior: passou de 4.415 vítimas em 1980 para 24.882 em 2012: 463,6% de aumento nos 33 anos decorridos entre as datas. Este enorme crescimento de casos de mortes por armas de fogo na população foi alavancado, de forma quase exclusiva, pelos homicídios, que cresceram 556,6%. Somente em 2012, de acordo com a pesquisa, 1.951 pessoas foram mortas a tiros em Goiás, apresentando um crescimento alarmante de 107,6% no período de dez anos (de 2002 a 2012). O Estado está na sexta colocação no ranking nacional de taxa de homicídios provocados por armas de fogo, à frente do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

PM fecha divisas do Estado, mas União falha em fiscalizar fronteiras

[caption id="attachment_38018" align="alignright" width="620"]Comando de Operações de Divisas da PM fecha o cerco contra o contrabando de armas e munições no território goiano Comando de Operações de Divisas da PM fecha o cerco contra o contrabando de armas e munições no território goiano[/caption] O governo estadual implementou uma política de segurança pública visando guarnecer as portas de entrada do Estado. Em 2012, a PM criou o Comando de Operações de Divisas (COD), subordinado ao Comando de Policiamento Rodo­viário (CPR) e apoiado pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop). Esta unidade tática, que tem como objetivo fechar as divisas estaduais para o tráfico de drogas e de armas, vai ganhar o reforço de mais 42 militares que concluíram o curso de formação do COD na semana passada. De acordo com a PM, o tráfico de drogas tem sido a mola propulsora da criminalidade. Não se comete crimes, principalmente os violentos, como roubo a banco, estabelecimentos comerciais, veículos e a indivíduos, sem a utilização de armas de fogo. Geralmente os armamentos de maior poder de fogo utilizados pelos criminosos vêm de fora, ou seja, não são fabricadas no Brasil. Mas o volume de armamentos de fabricação nacional é grande, em especial os de menor poder de fogo, como revólveres calibre 38, 32 e 22, e pistolas 380. Quando apreendidas pela PM, a maioria destes artefatos usados em ações criminosas está com a numeração raspada, o que dificulta o trabalho para se chegar à origem destas armas. Nos últimos cinco meses, o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, e o comandante-geral da PM, coronel Silvio Benedito, determinaram que fosse enxugada ao máximo a administração dos quartéis para que o efetivo que, até então se encontrava em serviços burocráticos, fosse para o patrulhamento nas ruas. A medida, pelo que consta, tem surtido resultados. Em cinco meses foram 1.522 armas apreendidas em razão de 23 mil operações policiais, 49 mil abordagens e 2.237 foragidos recapturados. Houve uma redução de 16,7% na taxa de furtos e roubos e os homicídios caíram 14%. Fronteiras desprotegidas Mas não adianta um trabalho mais ostensivo nas divisas do Estado e nos municípios se as fronteiras nacionais, por onde armas e drogas adentram o território brasileiro, ainda continuam desguarnecidas. A PM sugere que é preciso uma fiscalização mais eficiente nestas regiões fronteiriças do País, com participação das Forças Armadas dentro do contexto constitucional. Segundo o tenente-coronel Samuel Arthur Bernardes de Faria, comandante de Operações de Divisas (COD), a região do Sudoeste goiano, próxima das divisas com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, é a porta de entrada de armas, munições e drogas, provenientes principalmente do Paraguai e Bolívia. Ele afirma que a rota tradicional do contrabando de armamentos se dá pelos municípios de Chapadão do Sul, Caçu e Quirinópolis. A partir daí, as ar­mas, projéteis, entorpecentes e pro­dutos contrabandeados abastecem o crime em Rio Verde, Jataí, San­ta Helena e, principalmente, Goiânia. Recentemente, o COD identificou a entrada de fuzis e prendeu uma quadrilha da cidade Rio Brilhante (Mato Grosso do Sul) com posse de um fuzil do tipo Ak-47 em território goiano. Não à toa, o AK-47 é uma das armas mais traficadas no Brasil, conquistando fama devido a seu grande poder de fogo e resistência, bem como por sua fácil manutenção. Outro fator que contribuiu para sua popularização é o baixo preço e facilidade de aquisição no mercado negro. “Ultimamente nós temos apreendido muitas pistolas de fabricação israelense, além de fuzis vindos do Paraguai”, informa o tenente-coronel Arthur.

Assaltantes de banco alugam armas que custam até R$ 150 mil cada

[caption id="attachment_38020" align="alignright" width="620"]Delegado Alex Vasconcellos: “Quadrilhas goianas têm preferido armas pequenas como pistolas” Delegado Alex Vasconcellos: “Quadrilhas goianas têm preferido armas pequenas como pistolas”[/caption] Dos armamentos de uso permitido apreendidos pela polícia em Goiás, cerca de 80% são de fabricação nacional. Já as armas longas, as de grosso calibre como fuzis e submetralhadoras, a grande maioria é importada. A indústria bélica nacional produz armas pesadas, porém maior parte destes lotes é destinada diretamente paras as forças policiais e para as Forças Armadas. Os fuzis e submetralhadoras de fabricação americana representam 30% do total de armamentos longos apreendidos em Goiás. As armas de fabricação chinesa também têm sido recolhidas em número considerável. Segundo o delegado Alex Nicolau do Nascimento Vasconcellos, do Grupo Antirroubo a Bancos da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), uma novidade é a presença de armas russas em mãos de criminosos. Além de servir de ponto de partida para a entrada no Brasil de armas asiáticas, europeias e americanas, da Argentina também partem armas da indústria bélica local, principalmente da em­presa Bersa. Atualmente, o maior fa­bricante privado de armas de fogo do país vizinho, a Bersa tem uma produção di­versificada com dez tipos de pistolas. Um de seus modelos 9 milí­me­tros, por exemplo, é a pistola pa­drão das forças armadas argentinas. [caption id="attachment_38022" align="alignright" width="332"]Rifle .50: armamento alugado por quadrilhas especializadas em roubo a bancos Rifle .50: armamento alugado por quadrilhas especializadas em roubo a bancos[/caption] Apesar da elevação do número de apreensão de armas em Goiás, não foi verificado o aumento da circulação de fuzis, como ocorre nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “Não temos casos de emprego de fuzis e submetralhadoras em assaltos e roubos de carro, como em outros Estados”, informa Alex Vasconcelos. A Polícia Civil constatou que as quadrilhas goianas preferem armas pequenas, vindas do Paraguai, como pistolas automáticas 9 milímetros da fabricante austríaca Glock, equipadas com kit de rajada, ou seja, um dispositivo capaz de disparar até 135 tiros. Outra prática que se tornou corriqueira em Goiás é a locação de armas longas com grande poder de fogo. São armamentos caros; um fuzil, por exemplo, pode custar entre 8 mil a 15 mil reais. Assim, torna-se mais barato para as quadrilhas especializadas em roubo a banco e a carros-fortes alugar este material bélico de outros grupos criminosos. Outro fator é a manutenção. Um rifle ponto 50, por exemplo, que passou a ser utilizado em ações ousadas (como no final do ano passado em um roubo a veículo de transporte de valores, na BR-153, próximo a Morrinhos, no qual três vigilantes morreram), requer todo manuseio e manutenção especiais. Além disto, pelo seu alto valor — cerca de 150 mil reais a unidade — a aquisição de uma arma deste calibre e especialidade é quase inviável para ser empregado em ações isoladas pelas quadrilhas.

A “crucificação” da transexual na Parada Gay e a reação ao ato revelam civilidade em marcha à ré

No púlpito de pastores ou nos eventos da militância homossexual, há uma busca para impor a própria verdade. Se isso é obviamente ruim para o todo da sociedade, tem quem ganhe com o cabo de guerra

O que é ruim pode piorar: Levy quer criar mais um imposto

Sem cortar gastos na mais fabulosa máquina administrativa perdulária da história do Brasil, governo ainda quer inventar a Cide dos serviços

Aliança com tucanos é mais um drible de Cunha no PT

Governo quis procurar o PSDB para articular derrubada da medida que será votada na Câmara, mas o presidente da Casa foi mais convincente

Entre bichas, padres, vadias e sheherazades perdemos o que jamais tivemos: a cidadania

Nas redes sociais, as pessoas se sentem à vontade para destilar seus pensamentos preconceituosos e individualistas

Investimentos de US$ 53 bi no Brasil são a prova de que a China chegou para ficar

País asiático enxerga América Latina como área estratégica de influência econômica. Acordo prevê parcerias em obras importantes, como a construção da Ferrovia Transoceânica [caption id="attachment_37425" align="aligncenter" width="620"]País asiático enxerga América Latina como área estratégica de influência econômica. Acordo prevê parcerias em obras importantes, como a construção da Ferrovia Transoceânica | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil País asiático enxerga América Latina como área estratégica de influência econômica. Acordo prevê parcerias em obras importantes, como a construção da Ferrovia Transoceânica | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil[/caption] Frederico Vitor A China de hoje, com a se­gun­da maior economia mun­dial, o mais amplo vo­lume de reservas de moedas estrangeiras e com inúmeras cidades exibindo orgulhosos ar­ranha-céus mais elevados que o Em­pire State Building de Nova York, é a prova da visão e tenacidade de um povo que mira para um futuro grandioso. O gigante do Sudeste Asiático dos dias atuais nada tem com o país das comunas agrícolas, produção econômica estagnada e uma população usando roupas padronizadas e professando fervor ideológico extraídos do “Pequeno Livro Vermelho” de citações de Mao Tsé-Tung — teórico e líder revolucionário que levou o País ao comunismo. Tais impressões estão no livro “Sobre a China”, de Henry Alfred Kis­singer, importante diplomata americano de origem judaica que teve um papel importante na política estrangeira dos Estados Unidos entre 1968 e 1976, inclusive na aproximação sino-americana. A obra de 508 páginas traça a análise histórica da civilização chinesa que, segundo o autor, pa­rece não ter início, sendo mais um fe­nô­meno natural permanente do que Estado-nação convencional. Por muitos milênios, a China nunca se viu for­çada a lidar com outros países ou ou­tras civilizações que fossem comparáveis a ela em escala e refinamento. Entre os anos de 960 a 1279, a China liderava o mundo em tecnologia náutica. Sua frota poderia ter conduzido o império da dinastia Song a uma era de conquistas e explorações. Contudo, os chineses não buscaram colônias no além-mar como fizeram espanhóis, portugueses, holandeses e ingleses, mesmo tendo uma frota de navios que parecia intransponível em tamanho, número e sofisticação. Quase um milênio depois, os asiáticos querem avançar e explorar o mundo por meio do comércio. E a América Latina, em especial o Brasil, está no radar chinês de investimentos de curto, médio e longo prazo. [caption id="attachment_37426" align="aligncenter" width="620"]Projeto de ferrovia com capital chinês deve ligar o Atlântico ao Pacífico  | Divulgação/Valec Projeto de ferrovia com capital chinês deve ligar o Atlântico ao Pacífico | Divulgação/Valec[/caption] Antes centrada na compra de commodities brasileiras e na pequena participação de empresas chinesas na exploração do megacampo de petróleo Libra, no Pré-sal, agora os chineses, os principais parceiros comerciais do Brasil, pretendem investir de forma maciça em infraestrutura (ferrovias, portos, aeroportos, rodovias e hidrelétricas) no País. Em recente visita pelo gigante sul-americano, o presidente chinês Li Keqiang desembarcou em Brasília no dia 19 do mês passado, e trouxe consigo um esplêndido pacote de investimentos que somam 53 bilhões de dólares (R$ 160 bi­lhões), cifras que sairão direto do Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), a maior instituição financeira do mundo. O volume, talvez o maior acordo bilateral da história anunciado de uma só vez, vem em boa hora, ante o momento de dificuldades econômicas pelo qual passa o Brasil. Atualmente, a produção industrial brasileira tem o pior resultado em seis anos, muito por conta da desaceleração do crescimento da economia. Diante desse cenário, o governo se viu forçado a executar um pesado ajuste fiscal e frear bruscamente os investimentos em infraestrutura — em decorrência da Operação Lava Jato, que apura várias suspeitas de esquema de corrupção na Petrobrás. Contrastando com a realidade econômica brasileira nada animadora, o pacote de cooperação em 35 acordos, no valor de 53 bilhões de dólares entre Brasil e China, pode ser considerado resultado das crescentes relações bilaterais entre os dois países. Incremen­tadas principalmente a partir do final do governo Fenando Hen­ri­que Car­do­so (PSDB), passando pelas administrações de Lula (PT), tornou-se uma orientação do Ita­maraty a busca por parcerias com paí­ses em desenvolvimento. Os laços continuaram se estreitando, inclusive com a formação do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, Chi­na e África do Sul). A hora da co­lhei­ta desses esforços parece ter chegado.

Ferrovia Transoceânica
A cereja do bolo é a participação chinesa na chamada Ferrovia Tran­soceânica, que ligará a brasileira Ferrovia Norte-Sul à costa do Pacífico, no Peru. A ferrovia que deverá ter uma extensão de 5,3 mil quilômetros, poderá ser concluída entre três e quatro anos. A obra está estimada entre 4,5 bilhões de dólares (R$ 13,5 bilhões) e 10 bilhões de dólares (R$ 30 bilhões). Além de ser um dos projetos-chave na integração sul-americana, este monumental projeto de linha férrea terá um alto valor estratégico para o barateamento do frete e redução do tempo de escoamento de grãos, carne e outros produtos da pauta de exportação brasileira para a Ásia. [caption id="attachment_37423" align="aligncenter" width="620"]Arranha-céus de Xangai são símbolos da pujança econômica chinesa | Foto: Wikipédia Arranha-céus de Xangai são símbolos da pujança econômica chinesa | Foto: Wikipédia[/caption] A China está inserida numa realidade de geopolítica de infraestrutura que tem sido implementada em várias partes do mundo (Ásia, América Latina e África). Na Ásia, por exemplo, sua área natural de influência, a China está construindo uma ferrovia que é chamada de “Nova Rota da Seda”, que passa pelo Norte do País, cruzando o Centro da Eurásia com conexões até chegar à Alemanha, centro da Europa. Há um segundo projeto que é a Rota da Seda ao Sul que dá acesso à Índia. Uma terceira linha férrea passa pelo Sudeste asiático, fazendo parte de uma estratégia chinesa de aproveitar sua capacidade produtiva. O gigantismo comercial da China, que há dois anos se converteu na maior exportadora e importadora do mundo, não se fez acompanhar do papel do país como grande fonte direta de investimentos estrangeiros. A China tem recursos financeiros, um exército de mão-de-obra especializada, tecnologia e experiência, e suas empresas estão buscando mercados no exterior. Em 10 anos, por exemplo, a China expandiu internamente suas linhas de trens de alta velocidade (trens bala) no mesmo volume do que o restante do mundo. Para os chineses, a Ferrovia Transoceânica tem um valor estratégico, levando em consideração que o corredor de trilhos cruzará o coração da América do Sul, de leste a oeste, ligando o porto de Açu, no Rio de Janeiro, ao porto de Ilo, na costa do Peru. Dessa forma, a ferrovia abre espaço para que os investidores asiáticos consolidem mercados cativos para suas exportações de bens industrializados, criando novo espaço de influência chinesa ao Sul das Américas. Além de investimentos em infraestrutura, logística e indústria, os governos brasileiros e chineses anunciaram a abertura do mercado chinês à carne bovina do Brasil e um empréstimo de R$ 17 bilhões para Petrobrás. Em 2014, as exportações para o país asiático somaram 40,6 bilhões de dólares, enquanto as importações chegaram a 37,3 bilhões de dólares, resultando em um fluxo comercial de 77,9 bilhões de dólares, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Entre janeiro e abril deste ano, o comércio entre Brasil e China acumulou 21,7 bilhões de dólares. Há 15 anos presente na China, a Embraer domina 80% do mercado de aviões a jato de até 100 assentos, a categoria de aviões no qual as vendas mais crescem no país asiático. A empresa brasileira que é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo — atrás da Boeing e Airbus — calcula que nos próximos 20 anos o mercado de aviação civil na China demandará mais de mil aeronaves na categoria de até 100 passageiros. A perspectiva da companhia com sede em São José dos Campos (SP) é de seguir líder nos céus chineses, tarefa que não será fácil. Ocorre que os asiáticos planejam entrar na briga neste nicho de mercado por meio de uma companhia chinesa de fabricação de aviões, a Commercial Aircraft Corporation of China (Comac). Pelo fato de estar crescendo rapidamente, há uma grande necessidade de aviação regional na China, especialmente no oeste e no centro do país. Há novas empresas aéreas sendo formadas, principalmente no segmento de baixo custo, um mercado que será disputado pela Embraer e pela Comac. Até o memento, a Embraer está na frente nesta disputa pelo mercado mais atraente do mundo. Houve a conclusão da venda e entrega do primeiro lote de aviões da Embraer, de um total de 40, à companhia chinesa Tianjin Airlines. Durante a visita presidente chinês Xi Jinping ao Brasil no mês passado, foi anunciado a venda de 22 aeronaves, em um contrato de valor estimado em 1,1 bilhão de dólares. Há uma ex­pectativa de encomenda de mais 20 aeronaves do modelo E190-E2, que farão parte de uma segunda aprovação das autoridades chinesas em fase posterior.
Deng Xiaoping: o pai da China moderna
[caption id="attachment_37424" align="aligncenter" width="620"]Deng Xiaoping foi o dirigente chinês responsável pelas reformas que transformaram a República Popular da China na nova superpotência | Foto: Wikipédia Commons Deng Xiaoping foi o dirigente chinês responsável pelas reformas que transformaram a República Popular da China na nova superpotência | Foto: Wikipédia Commons[/caption] O indestrutível Deng. Este é o título de um dos capítulos do livro “Sobre a China”, de Henry Kissin­ger, em relação ao dirigente chinês Deng Xiaoping, responsável pelos programas de reformas com vistas à modernização da China. Quan­do Mao morreu, em 1976, o volume de comércio dos Estados U­ni­dos com a China era de 336 mi­lhões de dólares, ligeiramente abaixo do nível de comércio norte-americano com Honduras e um décimo com Taiwan. En­quanto Mao tinha unificado a nação, Deng lançou as bases para que a China viesse se tornar a superpotência que é nos dias atuais. Deng era sincero quanto à pobreza da China ao final da década de 1970 e não escondia o abismo que separava o padrão de vida chinês do que era encontrado no mundo de­senvolvido. Ele decretou que “pobreza não é socialismo”, proclamando que seu país necessitava obter tecnologia, especialização e capital estrangeiro para remediar suas deficiências. Embora insistisse na condução autoritária da política, Deng abandonou o culto à personalidade, recusou-se a expurgar seu predecessor Hua Guofeng e começou a planejar uma sucessão ordenada para si mesmo.
Programa de reformas
[caption id="attachment_37427" align="aligncenter" width="620"]Henry Kissinger ajudou a construir as relações sino-americanas |  Foto: Penguin Press Henry Kissinger ajudou a construir as relações sino-americanas | Foto: Penguin Press[/caption] Enquanto Mao convocava líderes estrangeiros para sua residência como um imperador, Deng adotava a abordagem oposta, ou seja, viajava pelo Sudeste asiático, Estados Unidos e Japão. Entre 1978 e 1979 ele empreendeu uma série de viagens para mudar a imagem da China no exterior, sempre enfatizando o relativo atraso de seu país e o desejo dele de adquirir tecnologia e expertise de nações industrializadas avançadas. Sua disposição em enfatizar abertamente o atraso chinês e a necessidade de aprender com os estrangeiros opunha-se com a frieza dos antigos imperadores chineses em relação com quem vinha de fora. O programa de Reformas e Abertura de Deng destinava-se a erradicar a profunda estagnação econômica em que se encontrava a China em 1978. Ele e seus subordinados embarcaram na economia de mercado, tomando decisões descentralizadoras e abertura para o mundo. Eles baseavam sua revolução na liberação de talentos do povo chinês, cuja vitalidade econômica natural e espírito empreendedor foram por muito tempo reprimidos por dogmas ideológicos e por restrições severas aos investimentos privados. Para facilitar este processo, a China acolhia o investimento estrangeiro, em parte por meio de Zonas Econômicas Especiais no litoral, onde as empresas recebiam maior liberdade de ação e os investidores ganhavam condições especiais. Em 1980, a República Popu­lar da China juntava-se ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, e empréstimos estrangeiros começavam a entrar no país. Comunas agrícolas foram abandonadas encorajando os dirigentes de fazendas estatais para outros empreendimentos. Mesmo com propriedades nas mãos do Estado, os resultados dessas mudanças foram espetaculares. Entre 1978 e 1979, a renda dos camponeses chineses dobrou.
Nova superpotência
O setor privado, impulsionado pela renovação de incentivos econômicos individuais, subiu para constituir cerca de 50% da produção industrial bruta em uma economia que havia sido comandada quase que exclusivamente por ordem governamental. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu a uma taxa média de mais de 9% ao ano durante toda a década de 1980, um período de crescimento econômico sem precedentes e quase ininterruptos que continua até o presente momento. Atualmente, o País mais populoso do mundo (1,3 bilhão de habitantes) é a segunda maior economia mundial, detêm 15% da fatia do comércio mundial, é o maior produtor de alimentos e passou os Estados Unidos como maior produtor e o maior mercado de automóveis do mundo. As projeções apontam que a China será a maior economia mundial até 2030, tendo como base o acelerado e sustentado crescimento econômico, alto nível de investimentos estrangeiros e dinamismo de suas empresas.
Goiás será beneficiado com expansão de investimentos chineses no Brasil
[caption id="attachment_37428" align="aligncenter" width="620"]Jeferson de Castro Vieira: “Chineses querem investir em Goiás” | Foto: Renan Accioly Jeferson de Castro Vieira: “Chineses querem investir em Goiás” | Foto: Renan Accioly[/caption] A construção da Ferrovia Transoceânica, que ligará a Região Centro-Oeste até o Oceano Pacífico, terá reflexos diretos na economia goiana. Acontece que a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), que vem do Sudeste e corta o Estado, vai receber a conexão da linha com destino ao Peru. Deste modo, os custos de exportação de produtos fabricados em solo goiano à China poderão ser barateados, tornando a cadeia produtiva goiana mais competitiva. Segundo o economista e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Jeferson de Castro Vieira, algumas áreas da indústria goiana serão beneficiadas, como o setor farmacêutico. Atualmente, a China é o maior destino das exportações goianas, cerca de 30% do total. Os principais produtos vendidos aos asiáticos são a soja, frango e minério. “Com este pacote é possível prever o aumento das exportações e importações, os chineses também vão querer ganhar em alguma coisa”, diz. Recentemente foi anunciada abertura de uma montadora chinesa de veículos em Luziânia, na região do Entorno do Distrito Federal. Com o fortalecimento do parque logístico goiano, e fim do embargo da carne bovina brasileira, é provável a vinda de mais investimentos chineses para Goiás, como no processamento de milho e de soja, carnes (bovina e aves), minérios, automóveis e possivelmente na construção de painéis solares fotovoltaicos. “Foram uma série de protocolos assinados com os chineses pelo governo brasileiro e existe a expectativa de acordos de cooperação em áreas no qual Goiás é competitivo. Trata-se de um excelente oportunidade.”

Vana Lopes, a mulher que caçou o estuprador Roger Abdelmassih

Biografia conta a história da vítima que dedicou sua vida para levar o ex-médico à Justiça e, mesmo após duas décadas, conseguiu alcançar seu objetivo

O crime do shopping: unindo o pior do homem primitivo e da era tecnológica

Dominado por um sistema em que a velocidade dos fatos o torna pouco mais do que um robô, o espectador de tragédias não tem por que sentir compaixão — a prima-irmã da empatia — pelas vítimas que transforma em notícia

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Não dá mais pra segurar: o coração da aliança em Goiânia explodiu. Os dois partidos devem lançar candidatos próprios à Prefeitura de Goiânia em 2016

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Trindade divulga agenda da Festa do Divino Pai Eterno

Evento este ano será a primeira com o novo reitor do Santuário Basílica, padre Edinisio, que relembrou seu passado de romeiro  [caption id="attachment_37409" align="aligncenter" width="620"]Padre Edinisio Pereira, novo reitor do Santuário Basílica: ex-romeiro no comando da festa católica | Foto: Iris Roberto Padre Edinisio Pereira, novo reitor do Santuário Basílica: ex-romeiro no comando da festa católica | Foto: Iris Roberto[/caption] Fábio PH Especial para o Jornal Opção Com a participação dos principais veículos de comunicação do Estado, o apoio do vereador por Goiânia Tayrone Di Martino (sem partido), e a apresentação do novo reitor, padre Edinisio Pereira, o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno divulgou, na terça-feira, 2, a programação da romaria de Trindade deste ano. O evento terá início no dia 26 de junho e segue até 5 de julho. O tema de 2015 é: “Consagrados ao Pai Eterno” e se fundamenta na Carta Apostólica do Papa Francisco, enviada às pessoas consagradas, para proclamação do Ano da Vida Consagrada. Este é o maior evento religioso do Centro-Oeste, o segundo do Brasil, e a maior festa do mundo dedicada ao Divino Pai Eterno. Os preparativos para receber os romeiros de todo o Brasil na Capital da Fé já começaram. A expectativa é que cerca de 2,5 milhões de pessoas participem da tradicional festa. Ressaltando ser um ex-romeiro do Divino Pai Eterno, percorrendo a cavalo, durante cinco dias, mais de 200 quilômetros até Trindade, padre Edinisio enalteceu os pontos de destaques deste ano, iniciando pela promoção da construção do novo Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, com término previsto para 2021. “Com três anos de trabalho intenso no canteiro de obras e a coordenação atuante do padre Robson de Oliveira, este fabuloso templo fará com que Trindade esteja entre os grandes pontos de visitação do mundo católico”, disse o padre Edinisio. O conselheiro da Pontifícia Comissão para a América Latina, cardeal de Roma, dom Lorenzo Baldisseri, prestigiará a romaria no dia 5 de julho. É a primeira vez que o religioso participa da festa. Ele presidirá a missa solene, às 8 horas, com a presença de autoridades. No dia 26 de junho, acontecerá a 1ª Romaria da Vila São Cottolengo, com a participação de colaboradores e amigos benfeitores da vila. A romaria sairá do trevo de Goiânia, na GO-060, às 16 horas, e seguirá para o Santuário Basílica de Trindade, onde, às 20 horas, os romeiros participarão da novena solene. A Arquidiocese de Goiânia realizará, no dia 27 de junho, sua 12ª Romaria. Os fiéis de diversas comunidades contarão com a presença do arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz. Eles sairão do trevo de Goiânia às 15 horas e a previsão é de que cheguem até as 19h30 na basílica, quando novamente haverá a novena solene, presidida pelo arcebispo e com a participação dos vicariatos da arquidiocese. No dia seguinte será realizada a 1ª Romaria dos Ciclistas da Arquidiocese de Goiânia, com a presença da comunidade católica goiana. O percurso será o mesmo, com saída às 7 horas e recebimento de destino ao Santuário, onde receberão a bênção. A tradicional Romaria dos Carros de Boi acontecerá na quinta-feira, 2 de julho, com saída prevista para as 9 horas, da Igreja Matriz até o Carreiródromo. No dia 4 de julho, às 14 horas, acontecerá o encontro dos carreiros, no salão paroquial da Igreja Matriz; depois, às 17h30, a missa especial na Praça da Basílica. A Missa dos Cavaleiros e Muladeiros será no dia 3 de julho, sexta-feira, às 17h30, na Basílica, após a romaria, que sairá às 9 horas da Igreja Matriz de Trindade, com destino ao Carreiródromo. A grande festa de encerramento da romaria será no domingo, dia 5. O dia começará com a alvorada festiva, às 4h30, e a Procissão da Penitência, às 5 horas. Logo em seguida, será realizada a Santa Missa, na Praça da Basílica, às 5h45. Depois, às 8 horas, haverá a missa solene, com a presença de diversas autoridades. À tarde, a partir das 16h30, começará a tradicional Procissão Luminosa, que seguirá da Igreja Matriz para a Basílica, onde será realizada a missa de encerramento.

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