Opção cultural

Adalberto de Queiroz
Especial para o Jornal Opção
[caption id="attachment_68653" align="alignright" width="450"] Carmo Bernardes, o mais acadêmico dos mateiros goianos, aprendeu com o pai tudo que nos transmitiu sobre a riqueza vegetal do cerrado[/caption]
Dia desses conversava com um dos meus compadres sobre as árvores do quintal da casa de minha filha. Lá, existem algumas espécies que me surpreenderam quando adquirimos o terreno. Tudo fiz para manter as árvores e enfrentei com bravura a mudança de um velho bacuri que havia anos se erguia faceiro no que hoje é um dos quartos da casa. Quando soube, por telefone — estava nos EUA, que o velho bacuri teria que ser removido fiquei furioso e pedi que adiassem a decisão.
Com a casa pronta, em uma das primeiras reuniões em território de meu genro e de minha filha, orgulhoso, mostrei ao compadre Chico cada uma das árvores — todas têm sua história especial e única, principalmente o bacuri que se mudara e pousa com galhardia em frente aos quartos da nova residência.
— Você devia escrever sobre as árvores — arrematou ele, ao final do giro que fizemos em torno da casa, rodeada de belas espécies: dois ingazeiros, um baruzeiro [1], o formoso bacuri que, mesmo mudado (em uma odisséia familiar importante) continua lá, altivo, a provar meu amor pelas árvores.
Um dos responsáveis pelo meu interesse pelas árvores foi um monitor de nome e personalidade estranhas que conheci no orfanato — Sêo Alcides, que, perdoados os hábitos rudes com que tratava a todos — meninos e adultos, transmitiu-me a consciência de que tudo deveríamos fazer para plantar e cuidar das árvores, pois delas dependia nossa sobrevivência. Mais tarde, o pouco de nomes e da sabença real que possuo sobre tão vasto tema, aprendi mesmo foi lendo e observando os escritos de Carmo Bernardes.
Ele foi o mais acadêmico dos mateiros goianos, nascido mineiro e criado nos campos dos Goyazes, aprendeu com o pai tudo que nos transmitiu sobre a riqueza vegetal do cerrado. O Sêo Carmo, ou para o respeito do cargo de imortal — o escritor Carmo Bernardes é, pois, um dos responsáveis por este meu amor às árvores.
Fui conversar com um amigo dele, por conta das memórias todas que esta crônica veio me trazendo. O poeta Aidenor Aires conviveu com Carmo e dele aprendeu muito, não apenas sobre árvores.
— Eu tenho uma relação muito próxima com as árvores — disse-me o poeta Aidenor Aires. “A primeira imagem importante que eu tenho na vida é de um jatobazeiro que existia na porta de nossa casa no sertão do oeste da Bahia. Esse jatobazeiro era meu parque de diversões, ali caíam uns jatobazinhos que a gente fazia de boizinhos, para brincarmos...”.
O improviso do brinquedo infantil transforma-se em aprendizado do adulto que, mais tarde em Goiânia, torna-se amigo de Carmo Bernardes.
— Aprendi com a amizade e na convivência com o Carmo que os nomes das árvores vêm do papel econômico que têm numa sociedade: “olha, dizia o Carmo, toda árvore que você conhece tem nome; árvore que não tem nome você chama de pau-à-toa!”. É pau à toa porque não servem pra nada” — diz o poeta. “Aroeira serve para fazer estacas, a sicupira serve como remédio e boa madeira, imburana, idem; o mogno e o cedro — pela preciosidade do móvel que podem gerar; até aquelas árvores que servem só pra fazer um chicote que corrija menino têm nome. O restante, se você perguntar a um cidadão da roça: que árvore é esta aqui? Se não souber, ele dirá logo: “É pau-à-toa!”
Carmo Bernardes, em sua obra inteira tanto a respeito da fauna quanto da flora — sempre vai nominando as árvores que conhece e quase sempre dá informações sobre elas. Carmo é classificado pelo poeta Aidenor como um verdadeiro pedagogo: “O Carmo achava que só podia escrever se sua escrita servisse para alguma coisa e para alguém, fosse para conscientizar, fosse para que o leitor aprendesse alguma coisa...” — diz Aidenor.
Em “Jângala”, livro em que Carmo Bernardes faz um levantamento da fauna e da flora do “Complexo do Araguaia”, surge informação relevante a cada capítulo. O 7º capítulo, intitulado “As madeiras” nos dá exemplos da pedagogia do Carmo:
“O jatobazeiro, uma leguminosa — cesalpinácea — é a espécie predominante nos matos de terra seca; depois vem o angelim, também chamado angelim-pedra. Tem esse nome devido à fibra da madeira ser encaracolada, entremeada de resinas, com a aparência de pedra; pertence à família das ochnáceas, bela madeira de marcenaria, muito macia para cortar; as peças confeccionadas com ela não trincam e aceitam finíssimo polimento”.
[caption id="attachment_65733" align="alignleft" width="300"]
Aidenor Aires: “O Carmo achava que só podia escrever se sua escrita servisse para alguma coisa e para alguém”[/caption]
E sobre aquele Baru à porta da casa de minha filha, que, mesmo agredido pelo caminhão de entregas durante a obra, permanece firme em frente à casa..., quem há de contar sua história? Histórias de uma família que da sombra e dos frutos tirará proveito das castanhas? Falará esta árvore com os netos que começam a ter notícia de uma nova cidade, de um novo clima (nascidos fora do Brasil), de uma nova cidade para onde se mudaram e onde começam a fazer sua história?
Carmo responde em “Jângala”: “O Baru aparece mais para a área de beira-campo, uma Papilionácea, árvore de tronco médio, madeira fixe [2], apropriada para trabalhos de torno. É do grupo dos castanheiros. O fruto tem a forma achatada e ovalada, é revestido por uma polpa farinácea de acentuado sabor de alcaçuz, apreciado pelo gado e pelo índio Xavante. Cada fruto contém uma pequena castanha, de sabor próximo ao do amendoim, mas com um cheiro forte e enjoativo do feijão cru.”
Do destino do baruzeiro e das histórias que este haverá de reunir, o tempo dirá.
Carmo Bernardes foi pioneiro da chamada “maré ecológica” em Goiás, e sempre nutriu uma consciência a respeito do meio-ambiente. “Desde os tempos em que foi editor em Anápolis, ele lutava contra os efeitos da migração do homem rural para as grandes cidades. Às vezes, quando viajávamos juntos, passando numa estrada, ele mostrava no meio do pasto um pé de limão-rosa abandonado, um pé de manga morrendo, pé de laranja; e dizia: ‘aqui morou uma família que foi obrigada pelo êxodo rural a sair da fazenda, portanto, as árvores são o testemunho da vida das pessoas lá naquele ermo...”, relata Aidenor Aires.
Às vezes, o “mateiro Carmo” usava uma linguagem euclidiana, nota Aidenor Aires: “O Carmo tinha uma versatilidade muito grande. Foi secretário da Celg [distribuidora de energia elétrica de Goiás], secretário da Universidade, depois assessor de governos. Ele era perito em escrever correspondências oficiais, discursos. Ele era um mago. Um dia ele me falou: “Olha, Aidenor, para nós, que andamos com essas caraminholas na cabeça, é muito difícil arrumar emprego, então, aprende isso aqui: escrever um ofício, uma carta para um embaixador, um presidente da República — com todos os formalismos, sem a dureza da linguagem oficial. Ela era perito nisso. “Nosso destino”, disse Carmo a Aidenor, “é carregar jumento. Eu carreguei jumento a vida inteira...isto é, nós escrevemos, trabalhamos, para outro levar a fama, mas disso, ele viveu a vida inteira, porque livro não dá fortuna pra ninguém...”
O título de “Jângala: Complexo do Araguaia” foi inspirado em “Jangal”, do escritor britânico Rudyard Kipling, revela Aidenor. E é um livro onde fala tanto da fauna quanto da flora, porque “para ele, Carmo, o mundo é uma coisa só...porque a vida que tem na formiga, tem em nós – a vida das árvores, dos animais é a mesma e temos que preservar a vida porque as vidas estão interconectadas. A falta de uma é uma perda para a Humanidade, como acentua Hemingway na epígrafe do romance “Por quem os sinos dobram?”
“A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes perguntar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” (John Donne).
É Bento Fleury, outro apaixonado pelas árvores, quem me justifica meu choro quando dizimam-nas em nome do progresso ou de uma bela construção, como se parte de nossa vida fossem. Na crônica “O jatobazeiro da Chácara Baumann” (ou: "O espaço que uma arvore ocupa na nossa vida"), Bento Fleury resume o que poderia essa crônica dizer em uma frase: “Eu amo as árvores, pois elas sabem do seu destino”, aduzindo: sabem do destino delas e do destino humano.
Retomo o fio da prosa e o eito dessa crônica para não se tornar infinda. À história de minhas árvores devo sempre adicionar a observação que não sou nem nunca fui um que vive em partido em defesa do maio ambiente ou se intitula “verde” por oportunismo ou como seguidor de um modismo, de uma ‘maré ecológica’ passageira.
O parágrafo que se segue dedico-o a lembrar como veio Sêo Carmo a gostar de árvores. E se você tiver paciência de ler esta crônica descobrirá como a orelha-de-macaco pode apontar os rumos do vento e sentir o cheiro da chuva que se avizinha.
Nascido em Patos de Minas, a 2 de dezembro de 1915, Carmo se mudou com a família para a cidade de Formosa em 1920 e, em 1925, para o município de Anápolis. Estudou o primário entre as duas cidades e acompanhou o pai em suas atividades madeireiras. Fez curso de estatística e recenseamento e, a seguir, publicou os primeiros trabalhos de uma escrita pródiga e diversificada: contos, crônicas e romances, além do ofício administrativo de secretário de muitas entidades. Os “volantes de propaganda do recenseamento de 1940”, no entanto, foram seus primeiros trabalhos publicados.
Jornalista durante boa parte de sua vida, Carmo Bernardes foi um autodidata em tudo. Em 1972, contava já 30 anos de atividades no setor de defesa do meio-ambiente. Quando poucos ou ninguém falava do tema, já estava o Carmo dedicando-se ao tema em suas andanças por Goiás. Foi conselheiro da Fundação Inca e representante ao I Encontro Nacional sobre a Proteção e Melhoria do Meio Ambiente e à 1ª Conferência Nacional do Meio Ambiente — conforme se aprende na sua pequena biografia publicada na 2ª edição do romance “Jurubatuba” (1979).
O pesquisador Bento Fleury em artigo intitulado “Carmo Bernardes, o Doutor do Sertão”, justifica o título. "O Carmo escreveu ensinando e foi um doutor no tema sertão e cerrado. Sua obra fala, ensina, tem sabor. Ele conseguiu fazer uma literatura que não está apenas escrita, mas também vivida".
Bariani Ortêncio, companheiro de amizade e profissão do Carmo, conviveu com ele no programa de televisão "Frutos da Terra", da TV Anhanguera e como cronistas do jornal “O Popular”. É outro que pode falar com autoridade sobre a formação do "Doutor do Cerrado".
Foi o pai o grande instrutor do Carmo. "Luiz Bernardes, trançador de couro, carapina, construtor de engenhos de cana, currais, madeiramentos de casas, pilões, colher de pau, monjolos e até trapizonga, ensinou ao filho Carmo tais profissões, deixando para ele, que já se julgava homem, pois andava calçado de botas, os “servicinhos”, como tecer chicote e colocar argola em laço. O avô, José Pernagrossa, também artesão, era fabricante de produtos à base de chifres, de berrantes a pentes e até botões."
Conheci Sêo Carmo numa sessão de autógrafos em Anápolis. Em minha cidade de formação, onde ele fora editor do jornal “O Anápolis”. Essa oportunidade, perdida na memória, se salva pelo autógrafo na letrinha miúda que me deixou em “Reçaga”: “Adalberto: os meus votos pelos seus êxitos nos estudos e obrigado por ser você o primeiro a adquirir este livro”. Seguem-se a assinatura de Carmo Bernardes e data. Em Anápolis, 25 de setembro de 1972.
Mais tarde, já estudante em Goiânia, encontrei-o, diversas vezes, na Livraria Cultura Goiana e na Feira Hippie, onde, nas manhãs de domingo ele e outros escritores faziam ponto na banca do Paulo Araújo, assinando livros e conversando entre si. Eu os apreciava de longe, por pura timidez de jovem distante dos graúdos das letras. Bernardo Élis, tímido, nunca deu-nos a mesma atenção que o Sêo Carmo. Este, à sua maneira, tímido também, meio que ensimesmado permitia-nos aproximação e tinha uma resposta sempre didática, ainda que sempre voltado para assuntos da mais alta metafísica interior.
Lembro-me bem de uma vez, na livraria, em que solicitei ao Sêo Carmo uma sugestão de leitura. Foi na exígua mas riquíssima livraria que o Paulo Araújo mantinha, próxima ao Café Central (a Cultura Goiana). Com seu jeito mateiro, sempre ensimesmado, ele não titubeou, foi à estante próxima e retirou o livro de Evgueni Evutchenko — “Os Frutos Silvestres da Sibéria”. Guardo-o comigo, como um troféu, autografado que foi pelo autor russo, em Recife, em 1987 — sempre os frutos silvestres hão de me trazer à memória o Sêo Carmo Bernardes.
Aí se vai a crônica finda sem que eu justifique o título. O perdão que pede o cronista, talvez não o mereça. O vento desse junho já friorento à beira desse lago bate na copa rala de um dos dois pés de tamburil que mantenho a todo custo em frente à minha casa, avisando-me que é hora de eu virar a folhinha da época de minha própria vida. Na próxima jornada chuvosa que virá depois desse friozinho de junho/julho, os galhos mais altos do mais jovem dos tamburis deve oferecer perigo ao beiral da minha casa. Essas árvores chegaram aqui bem uns 30 anos antes de mim, mas a eles devemos o respeito e a defesa inconteste da vida que representam.
Quando os sinos dobrarem por nós ou por nossos semelhantes serão as árvores que darão o melhor testemunho do que somos e do melhor que legamos ao futuro.
(*) Carmo Bernardes, o autodidata que se fez “Doutor do Cerrado”, foi membro da Academia Goiana de Letras e recebeu prêmios internacionais de literatura. Listam-se entre seus livros os títulos: Reçaga, Rememórias (vols. I e II), Vida Mundo, Jurubatuba, Idas e Vindas, Ressurreição de um Caçador de Gatos, Santa Rita, Nunila, Quarto Crescente, Memórias do Vento, Jângala: Complexo Araguaia e Força da Nova.
[1] O baruzeiro é uma espécie importante para o equilíbrio do Cerrado, pois se trata de uma das poucas árvores cujo fruto amadurece na seca. Nessa época, torna-se uma valiosa fonte de alimento para muitos animais.
[2] Fixe, no original. [Popular] Que é fixo, firme ou seguro.

Criação do designer gráfico inglês Peter Saville ilustra capa de um disco lançado em 1979 que é referência musical e retrata a descoberta de um pulsar. Mas o que é isso?

Ele faleceu no dia 13, aos 94 anos. Causa da morte não foi divulgada
[caption id="attachment_68619" align="alignright" width="300"] Gregory Rabassa, o maior tradutor da literatura latino-americana para a língua inglesa, morre aos 94 anos[/caption]
Na terça-feira, 14, o mundo perdeu um de seus grandes tradutores. Gregory Rabassa faleceu, aos 94 anos, e sua morte só foi confirmada por sua filha, Kate Rabassa Wallen, um dia depois da morte. A causa não foi divulgada.
Rabassa não era apenas um tradutor, mas o "tradutor-mor" da literatura latino-americana. Foi ele o responsável pela tradução de "Cem anos de solidão", do colombiano Gabriel García Márquez. Mas não apenas. Durante o boom da literatura latino-americana, nos anos 1960 e 1970, Rabassa foi o maior representante em língua inglesa desta literatura.
Além de García Márquez, que ganhou o Nobel de Literatura, em 1982, ele traduziu outros três vencedores do Nobel: o peruano Vargas Llosa (2010), o mexicano Octavio Paz (1990) e o guatemalteco Miguel Ángel Asturias (1967).
Vários importantes autores brasileiros também foram traduzidos por Rabassa, como Machado de Assis, Jorge Amado, Osman Lins e Clarice Lispector. Aliás, se Clarice é amplamente conhecida nos Estados Unidos, muito se deve ao trabalho de Rabassa.
Sem dúvida, uma perda para a literatura mundial, sobretudo para a latino-americana, que é tão pouco divulgada fora de suas fronteiras e línguas.

No dia 15 de junho de 1989 a gravadora Sub Pop, de Seattle, nos Estados Unidos, colocava no mercado o álbum de estreia da banda de Kurt Cobain e Krist Novoselic

22ª edição do festival independente mais antigo da capital goiana trará o quarteto formado em 1984 na cidade de Belo Horizonte (MG)

Debates, rodadas de negócios e showcases integram o evento, que segue de quarta a sexta-feira, 15 a 17 de junho [gallery type="slideshow" size="full" ids="68547,68548"] A fim de unir as mais variadas vertentes da dança e possibilitar a troca de informações entre especialistas e apreciadores da arte do movimento, o Dança em Redes realiza, no Teatro Sesi e na Vila Cultural Cora Coralina, debates, rodadas de negócios e apresentações. Interativos, os debates, bem como as rodadas, têm como tema a sustentabilidade e o trabalho cooperativo; as apresentações de dança têm formato showcase, um demonstrativo de trechos dos espetáculos e obras menores. Danças em Redes acontece da quarta a sexta-feira, 15 a 17 de junho. Idealizador do projeto, o independente Nômades Grupo de Dança surgiu em 2002 com a proposta de desenvolver um trabalho cooperativo e inovador quanto à proposta cênica. Os artistas dão vida a “Beladona”, espetáculo composto de várias performances, intervenções e instalações coreográficas já realizadas ao longo dos seus 14 anos de existência. O grupo de dança ¿Por quá? também entra em cena com o número “Aparecidos”, que mostra o estranhamento gerado pela presença efêmera de sujeitos deslocados do seu ambiente original — tão comum na vida corrida, agitada e cinza dos centros das grandes cidades. A Cia de Dança Noah, que é um dos grupos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), apresenta “sonhador moderno”, um espetáculo que mistura partituras coreográficas e movimentos que permitem aos intérpretes redimensionar a expressão e a comunicação artística de emoções cotidianas. Já o Núcleo Coletivo 22 interpretará “Entre raízes, corpos e fé”, uma performance que busca compreender os saberes e fazeres das mulheres do cerrado. O Grupo Solo de Dança também compõe a programação do evento com o projeto “Concreto”, um espetáculo de dança que une dois estilos: o break e a dança Contemporânea; e explora questões políticas, sociais e cotidianas. Com influências nacionais e internacionais, a companhia Giro8 interpreta seu segundo espetáculo, “((Entre)) o Eu e o Mundo”, coreografado por Joisy Amorim. Já os a cia Das Los apresenta “Sobre a Pele”, espetáculo inspirado no livro “Fragmentos de um discurso amoroso”, de Roland Barthes. Os artistas do Basileu França Cia de Dança interpretam a obra “Por um Toque”, trabalho contemporâneo que também aborda temáticas da cultura e do cotidiano. Programação completa 15/06 - Teatro Sesi 18h – Painel de Discussão: “Preparação para uma rodada de negócios em dança” 19h30 – ¿Por quá? grupo de dança – Aparecidas 20h – Nômades Grupo de Dança – Beladona 20h30 – Cia de Dança Noah PUC-GO – Sonhador Moderno 21h – Núcleo Coletivo 22 – Entre raízes, corpos e fé 21h30 – Grupo Solo de Dança Concreto 16/06 - Teatro Sesi 16h – Ensaios Abertos – Participantes convidados 17h – Painel de Discussões: “Políticas Públicas e Oportunidades para Dança” 19h30 – Anna Behatriz e Aline Brasil – Ao caírem as Abas 20h – Giro8 Companhia de Dança – ((entre)) eu e o mundo 20h30 – Das Los Grupo de Dança – Sobre a pele 21h – Basileu França Cia de Dança – Por um toque 17/06 - Vila Cultural Cora Coralina 9h – Painel de Discussão: “Economia Criativa: Empreendendo na Dança” 10h30 – Rodada de Negócio: Convidados/Artistas, Produtores e Gestores Locais 14h – Painel de Discussão: “Dança em Redes: Cadeia Produtiva e Sustentabilidade em Dança” 16h – Chá e finalização do evento Serviço Dança em Redes Data: 15 a 17 de junho Local: Teatro Sesi e Vila Cultural Cora Coralina Gratuito

[caption id="attachment_68543" align="alignnone" width="620"] Reprodução/Tumblr[/caption]
[relacionadas artigos="67929"]
Nesta Terça Poética, caro leitor, você desvenda os segredos de Avram Ascot, que divide sua “Confidência”. Pseudônimo de Abrahão Costa de Freitas, autor do livro “Acontecências” (2015), o paulista Avram é professor, tradutor e escritor, além de membro do grupo Literatura Goyaz. Quer participar do um projeto “Terça Poética”, que versa suas tardes de terça-feira? É só enviar-nos seus poemas por meio do e-mail [email protected]. Eis o poema "Confidência"!
Avram Ascot
Meus gestos guardam na economia
Os secretos códigos da cautela
Os alardes que outrora fiz
Vazaram num mar de sequelas
Que pouco a pouco fez minguar
O ímpeto de meus estardalhaços
Os vestígios de quem fui
Há muito já se foram
Esta contida euforia
É o quanto restou
Dos indícios de um sonho
Que um dia foi possível
E hoje é apenas
A hipótese do invisível

Eric M. B. Becker é o convidado da União Brasileira dos Escritores — Seção Goiás para falar sobre literatura e tradução com o público goiano. Oficina é no sábado, 18
[caption id="attachment_68515" align="alignright" width="277"] Eric M. B. Becker é editor da Words without Borders, conhecida revista de tradução dos EUA[/caption]
A série de oficinas de escrita criativa promovida pela União Brasileira dos Escritores (UBE) – Seção Goiás continua neste sábado, 18. O convidado é Eric M. B. Becker, jornalista, tradutor e editor da revista norte-americana Words without Borders, uma das principais referências do assunto em língua inglesa.
Em 2014, Eric ganhou o prêmio PEN/Heim por sua tradução de uma coletânea de contos do escritor moçambicano Mia Couto, coletânea que deve ser publicada no próximo ano nos Estados Unidos. Em sua oficina, Eric falará sobre tradução, visto que já traduziu para a língua inglesa vários escritores brasileiros, como Lygia Fagundes Telles e Adriana Lisboa.
Eric está no Brasil para se dedicar à tradução para o inglês da obra do escritor goiano Edival Lourenço, vencedor do Prêmio Jabuti em 2012. Trechos da tradução de livros do escritor, assim como de Eric Nepomuceno, já foram publicados no The New York Times e em revistas como The Massachusetts Review, e Asymptote.
O título da oficina de Eric, “À procura da terceira margem: literatura brasileira em tradução”, remete ao conto de Guimarães Rosa, “A terceira margem do rio”. Ele explica: “Algumas pessoas acham que tradução é uma fórmula matemática em que a palavra ‘x’ em português é igual à palavra ‘y’ em inglês. Não é assim. Traduzir é estar à procura da terceira margem, pois, às vezes, acabamos inventando uma linguagem diferente”.
As inscrições para a oficina são gratuitas e as vagas limitadas. Os interessados devem se inscrever exclusivamente pelo site www.ubeoficinas.com.br.
Serviço:
Oficina de Escrita Criativa
Data: 18 de junho de 2016
Local: União Brasileira dos Escritores – Seção Goiás | Rua 21 nº 262, no Centro, ao lado do Colégio Lyceu de Goiânia
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h

De 17 de junho a 1º de julho, Goiânia recebe a quinta edição do Festival Internacional de Palhaçaria e Comicidade Na Ponta do Nariz. Artistas, mestres e cias dos Estados Unidos, Itália, Chile, Colômbia, Argentina e Costa Rica se juntam aos brasileiros para festejar o riso.
O festival envolve teatro, circo, música, cinema. A abertura conta com uma palhaceata que sai da Praça Cívica, às 17h, e vai até a Praça Universitária. No caminho, diversos espetáculos já gracejam o público. Confira a programação no site do festival.

“Doonby”, do cineasta britânico Peter Mackenzie, fala do humano e do quanto cada um é essencial

Com a temática central da crise dos principais pilares do homem — Estado, religião, ciência e filosofia — a esperança se ergue dúbia sem caminhos à vista

Embora tenha se transformado em cânone literário, o escritor irlandês teve (e ainda tem) suas obras mais cultuadas do que verdadeiramente lidas

[caption id="attachment_68232" align="alignnone" width="620"] Reprodução[/caption]
A fim de resgatar e valorizar o modernismo, o R³ Gabinete de Arte recebe, na quarta-feira, 15 de junho, a exposição “D.J. Oliveira: Referência Modernista”. O artista nasceu em 1932, em Bragança Paulista, cidade interiorana de São Paulo e aos 16 anos de idade se mudou para a capital, onde viveu por mais oito anos e teve contato com as linguagens de Portinari e do Grupo Santa Helena. Em 1956, transferiu-se para Goiânia, seu principal palco durante cinco décadas, até seu falecimento, em 2005. Com curadoria de Divino Sobral, a mostra reúne dez obras, dentre pinturas e gravuras, e fica em cartaz até 9 de julho. As visitações vão de terça a sexta-feira, das 10 às 18h, e aos sábados, das 10 às 14h.

[caption id="attachment_68228" align="alignleft" width="620"] Cantor Walter Franco estará no encerramento do festival, no dia 19 de junho | Foto: divulgação[/caption]
Há 23 anos o Festival de Música e Poesia Encenada, o Juriti, teve início nas ruas do Setor Crimeia Leste. No dia 16 de junho, o bairro vira palco da abertura de sua nova edição. A competição segue no Espaço Sonhus até o dia 19, encerramento do festival que conta com a presença do músico e poeta Walter Franco, autor de “Vela Aberta”, “Serra do Luar” e “Respire Fundo”. Ao lado de Carlos Brandão e Leo Pereira, Franco bate um papo sobre “Direito Autoral na Cena Independente”. No dia, ainda tem show do Chá de Gim e uma festa no Garage Estúdio Burger. O Juriti segue com a mesma ideia de privilegiar o aparecimento de novas obras, democratizar o acesso de autores e fortalecer o cenário cultural regional. A programação completa, você confere na página oficial do Festival Juriti no Facebook.

[caption id="attachment_67728" align="alignnone" width="620"] A peça conta a história real de Jacy, uma mulher que vive a Segunda Guerra Mundial e a ditadura militar, vindo a morrer sozinha em Natal (RN) | Foto: Vlademir Alexandre[/caption]
[relacionadas artigos="67725"]
Na segunda-feira, 13 de junho, o Grupo Arte & Fatos do CAC/PUC-Goiás apresenta nos palcos do Teatro Sesc Centro o espetáculo “Lágrimas de Guarda Chuva”. Na terça-feira, 14, o Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, traz a Goiânia o drama-documental “Jacy”. A apresentação também será no Sesc Centro.
Os espetáculos integram a programação do projeto integrado Intercâmbio Palco Giratório, que segue até outubro. Os ingressos custam R$ 15, a inteira, e R$ 5, para comerciários e dependentes do Sesc. Ambas apresentações começam às 20h.