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Num exercício de autocontrole, a presidente domina o impulso de recriminar Joaquim Levy e preserva o ajuste fiscal
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Ministro Joaquim Levy: “Mal interpretado”, segundo a presidente | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil[/caption]
A última pesquisa do Ibope aponta a continuidade da queda do prestígio da presidente Dilma e amplia sua condição de refém do ajuste fiscal para o bem e para o mal. Assim, ela paga pelos desgastes com os sacrifícios impostos pelas mudanças nas contas públicas. Ao mesmo tempo, o resgate da presidente depende do sucesso do ajuste.
Como condutor da mudança, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sequestra Dilma, queira ou não o PT com os movimentos sociais que controla. O que ocorreria se Dilma repreendesse o ministro porque ele criticou o confuso processo de decisão presidencial ao realizar a palestra perante ex-alunos da Universidade de Chicago?
Se a zanga ocorresse, os problemas da presidente se agravariam na gestão da crise. Haveria perda de autoridade em mais de uma esfera de poder. Ela própria e o ministro se enfraqueceriam politicamente diante do Congresso e do mercado, sem falar no Executivo. Dilma seria ainda mais vulnerável diante dos congressistas.
Como seria aquela conversa do ministro, dois dias depois da divulgação da palestra, com o Senado, aonde foi negociar o adiamento, bem sucedido, da votação do projeto que manda regular, em 30 dias, a aplicação do novo indexador das dívidas estaduais e municipais com a União – que ficaria com o prejuízo?
Qual seria o moral de Levy diante dos senadores? O fato é que o ministro convenceu os senadores a deixar para o próximo ano a sangria federal. Agora o Senado deve aprovar uma emenda ao projeto, de modo que os devedores continuem a pagar pelo indexador atual até 2016. Então, a União devolveria o dinheiro pago a mais.
Começa que, para valer, a recriminação teria de tornar-se pública. O modelo clássico adotado na atual gestão do Planalto é aquele vazamento em que alguém do palácio passa à imprensa a notícia de que a chefe se irritou com alguém. No caso de Chicago, coube ao chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, passar à frente o recado de sempre.
Porém, em seguida Dilma se redimiu, recuou – coisa que não aprecia nem um pouco. A própria amorteceu o choque a viva voz, na entrevista a repórteres na paraense Capanema. Antes, ela mordeu, depois soprou. Mostrou-se compreensiva com a fala do ministro, a portas fechadas no auditório com antigos estudantes de Chicago, sendo ele também ex-aluno.
No final de fevereiro, Dilma recorreu à repreensão clássica em outro choque com Joaquim Levy. Ocorreu quando o ministro questionou a eficácia das desonerações de empresas com que a economista Dilma Rousseff conduziu a política econômica de seu governo. No caso, ela se encarregou da recriminação:
— O ministro foi infeliz.
Na época Levy conversava com outras pessoas e referiu-se a Dilma indiretamente. “Você aplicou um negócio que era muito grosseiro”, comentou sobre a desoneração da folha de pagamento. “Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano. Vários estudos nos mostram que isso não tem protegido o emprego”, avançou, impiedoso.
“Tem que saber ajustar quando não está dando resultado”, duvidou do discernimento da presidente e arrematou que ainda não foi possível eliminar a desoneração, mas apenas reduzir a carga. “Não deu os resultados que se imaginava e mostrou-se extremamente caro. A gente não está eliminando. Está reduzindo.”
A última pesquisa de opinião do Ibope, paga pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), voltou da coleta nas ruas no dia 25, uma quarta-feira. O resultado foi divulgado exatamente uma semana depois. Porém, a presidente Dilma conheceu os números bem antes, no último fim de semana. No domingo passado, quando vazou na imprensa a conversa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com ex-alunos da Universidade de Chicago, em São Paulo, a chefe já sabia que, em cada 100 brasileiros, apenas uma dúzia estava satisfeita com o seu governo, como atestou o levantamento. Determinou, então, a repreensão a Levy, a cargo do chefe da Casa Civil, companheiro Aloizio Mercadante,. Depois, a presidente pensou melhor e conscientizou-se de que era um caso para sua intervenção pessoal, sem machucar Levy e o ajuste fiscal. Preparou-se para enfrentar os repórteres no Pará, no dia seguinte. O comportamento de Mercadante, por sinal, comprova a fragilidade da posição do governo Dilma perante o país. A cada pesquisa negativa que se sucede, o chefe da Casa Civil responde a repórteres que a solução é “trabalhar, trabalhar, trabalhar.” Ele não consegue dizer algo mais do que isso. Poderia treinar outra coisa. É assim a assessoria mais íntima da presidente, que ela renovou em parte para o segundo mandato no palácio. Trouxe dois gaúchos, sendo ela agauchada. Ambos rudes no pensar. O secretário-geral, Miguel Rossetto, não conseguiu enxergar nos protestos de rua de 15 de março algo mais do que a presença de eleitores do presidenciável Aécio Neves. O secretário de Relações Institucionais, Pepe Vargas, não tuge nem muge. Agora chegou o novo secretário de Comunicação Social, Edinho Silva, paulista ligado a Lula e capaz de ser servir a uma troca de recados entre a presidente e o ex, se Dilma continuar interessada em não manter uma convivência mais próxima com o antecessor. Edinho chega como favorito, mas isso pode ser momentâneo. Antes mesmo de assumir na terça-feira, o novo comunicador foi chamado a juntar-se a uma reunião do conselho político da presidente. Na quinta-feira, véspera dos feriados, foi o único a constar da agenda de Dilma, que não foi ao expediente no Planalto. Ficou no Alvorada, onde a agenda pode ser apenas uma forma de simular trabalho. É a equipe que, no próximo domingo, deve estar ao lado da presidente, na residência oficial, para acompanhar e comentar as novas manifestações de rua pelo país, agora embaladas pela progressão da rejeição à rejeição de Dilma. Mais uma oportunidade para Rossetto enxergar nas ruas alguém mais do que eleitores tucanos.
Em cada 100 brasileiros, 74 rejeitam o governo da presidente Dilma, conforme a pesquisa do Ibope. É uma informação que torna o governo vulnerável, sujeito à perda de estabilidade diante do apelo popular ao impeachment da presidente que alimenta os protestos de rua sobre o mapa brasileiro, como os do próximo domingo. “Não é panelaço que vai fazer a presidente Dilma se intimidar”, desafiou o secretário de Comunicação Social, Edinho Silva, às repórteres Marina Dias e Natuza Nery, em entrevista publicada na quinta-feira. A pergunta era restrita. Apenas queria saber se as manifestações intimidam, sem abordar outros reflexos sobre o governo. A resposta do companheiro Edinho aceitou o foco. “Quem já passou por tudo o que ela já passou... não é uma crise conjuntural que vai intimidá-la”, defendeu a coragem de Dilma. “Ela já colocou sua integridade física a serviço desse projeto”, referiu-se à luta na clandestinidade, hoje convertida na defesa do projeto de poder eterno ao PT. A posição do secretário sugere que a comunicação será aplicada ao confronto por parte de quem não se intimida com nada. Mas, ao mesmo tempo, ele afirmou que o “enfrentamento só interessa à oposição”, a propósito do desgaste do PT com a corrupção no governo. Aí, o comunicador se referiu a trabalho da Secretaria de Comunicação como uma necessidade de o palácio se contrapor exibindo a propaganda do governo com mais energia do que as aversões que chegam da oposição em geral, o que inclui as ruas: — Os fatos precisam falar mais alto e serem mais sólidos do que as narrativas. Acredito que, no médio prazo, serão (sic). Qual fato existe contra o governo Dilma? Tempo há para essa reversão no médio prazo, se não ocorrer acidente de percurso ao longo dos quatro anos de mandato à frente da presidente. Com a agitação popular de junho de 2013, a popularidade de Dilma despencou, mas ela conseguiu se reeleger dois anos depois. Hoje, há uma diferença considerável entre 2013 e 2015 quanto à qualidade do movimento popular. Algo assim como a disparidade entre o vulto do mensalão e a dimensão do petrolão. Diferença que se alarga com a anexação de outros casos de corrupção que surgem diariamente.
Em cada 100 brasileiros, 76 consideram que o segundo mandato da presidente Dilma está pior do que o primeiro, conforme a pesquisa do Ibope. O governo é ruim ou péssimo para 64%. Entre esses, 55% também consideram que serão ruins ou péssimos os anos que restam a Dilma. Entre os mais pobres, com renda mensal na família até um salário mínimo, 60% pensam que o governo é ruim ou péssimo. No meio dos menos escolarizados, 56% julgam o governo ruim ou péssimo – no Nordeste, eles também são maioria, com 55%. Todos eles são segmentos que votaram maciçamente em Lula e depois duas vezes em Dilma, em 2010 e 2014. O governo Dilma era ótimo ou bom para 56% no início do mandato. O grupo perdeu apenas um ponto em junho de 2013 e foi a 55. Em dezembro, depois da reeleição, eram 40%. Em março despencaram para 12. A gestão era ruim ou péssima para 5% no início do mandato. Depois, naquele mesmo período, foi a 50, 31, 27 e 64% em março. O grupo que considera o governo regular tinha 27% no início e depois foi a 37, 32 e chegou a 23%. Confiança no governo. Os que confiam eram 74% no início, caíram a 45 em junho de 2013, foram a 51 em dezembro e estavam com 24% em março. Ao que não confiam eram 16% no início, subiram a 50 em junho de 2013, desceram a 44 em dezembro e caíram para 24% em março.
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