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Abalo atingiu prefeitura da cidade de Nagano; pelo menos cinco estão em estado grave Pelo menos 39 pessoas ficaram feridas – cinco delas em estado grave – após um terremoto de 6,7 graus na escala Richter atingir a prefeitura de Nagano, no centro do Japão. O tremor provocou a ruína de uma dezena de casas, segundo a imprensa local. O terremoto foi registrado às 22h08 (horário local) do último sábado (22/11), com epicentro no norte da prefeitura de Nagano, aproximadamente 200 quilômetros a Noroeste de Tóquio. Agentes da polícia, bombeiros e um contingente do Exército japonês continuam a investigar a amplitude dos danos provocados pelo terremoto. Várias estradas da região estão interditadas devido aos deslizamentos de terra. Várias comunidades estão sem água e luz. Foram afetadas 1.600 casas. A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, que está localizada no epicentro do sismo, a maior do país, assegurou que as instalações permanecem desativadas devido ao acidente provocado pelo terremoto seguido de tsunami registrado em 2011 em Fukushima.
As autoridades enviaram ao local meios militares para colaborarem nas tarefas de auxilio às populações afetadas

Alunos de 1,48 mil instituições de ensino superior realizarão o certame neste domingo (23/11). Preenchimento de questionário é obrigatório

Regional está localizada no município de Anápolis

"Agora, a AP 470 terá que ser julgada em juizado de pequenas causas pelo volume que está sendo revelado nesta demanda, nesta questão." - Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, sobre a dimensão que o mensalão passa a ter diante do petrolão
[caption id="attachment_21343" align="aligncenter" width="620"] Ex-diretor Paulo Roberto Costa: esquema montado na Petrobrás exigia 3% aos fornecedores da empresa (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)[/caption]
Ainda faltam 38 dias para o início do novo mandato da presidente Dilma, mas os próximos quatro anos de governo já estão comprometidos pela repercussão dos efeitos do petrolão. Travada, não dispõe de meios para anunciar uma linha de mudança econômica sem remendos. Nem conta com a certeza de ter um orçamento para 2015 antes do início do novo mandato.
A presidente passou a terça-feira em reuniões no Alvorada alternado com a Granja do Torto. Consultou Lula e outros conselheiros, escolhidos conforme a pauta de discussão de cada momento. A ideia central era o desenvolvimento da repercussão negativa do petrolão, avaliado pela Polícia Federal como um rombo de R$ 10 bilhões nas contas da Petrobrás.
O prejuízo pode chegar a R$ 21 bilhões no cálculo do banco Morgan Stanley, que se baseou numa informação do ex-diretor Paulo Roberto Costa: a cobrança de propinas montada na diretoria de Abastecimento da Petrobrás exigia 3% aos fornecedores nos negócios da empresa O banco americano comparou a taxa ao valor de investimentos feitos pela estatal nos últimos anos.
A questão que Dilma propunha aos conselheiros era a busca de uma fórmula para abafar o petrolão de modo a impedir que o impacto negativo do escândalo comprometa o segundo mandato que se inicia em janeiro. Indagava, por exemplo, se a antecipação da escolha dos novos ministros poderia ofuscar ou dividir espaço com o petrolão.
Concluiu-se que a temporada do escândalo continuará em cartaz na mídia pelo novo governo adentro com espaço próprio no noticiário sem fórmula mágica que o controle. O que pode acontecer tem efeito adverso. É a vigilância sobre atitudes do governo capazes de serem associáveis a tentativas de redução da importância do petrolão.
Mas, coincidência ou não, no dia seguinte aos encontros surgiram duas ações cuja divulgação pode ser confundida como esforço para diminuir o impacto das investigações da Polícia Federal. Um dos casos aconteceu na própria polícia, vinculada ao Ministério da Justiça. O outro ocorreu na Petrobrás, cujo conceito histórico está em jogo no petrolão.
A PF informou que o delegado Agnaldo Mendonça errou ao incluir o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, sucessor de Costa há dois anos, entre os beneficiados pela corrupção na Petrobrás. A menção a Cosenza teria surgido entre empreiteiros acusados de pagar propina, mas a PF afirmou, pelo delegado Márcio Adriano Anselmo, que, até agora, não há nada que o incrimine. Note-se: um delegado foi chamado a corrigir outro.
No mesmo dia, a Petrobrás anunciou a destituição de cinco gerentes que teriam participadoda corrupção quando trabalhavam com Costa e outro antigo diretor preso, Renato Duque, que respondeu por Engenharia e Serviço, agora preso pela Lava Jato. Ambos indicados pelo PT. O afastamento dos cinco gerentes simbolizaria o início de uma limpeza na petroleira.
Na falta de uma opção mais afirmativa e imediata para neutralizar o petrolão, Dilma decidiu não conversar com os partidos aliados sobre posições deles na Esplanada dos Ministérios antes da provação pelo Congresso da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sem a exigência do superávit primário correspondente a 1,9% no desempenho fiscal do governo em 2014.
Ainda no dia seguinte ao encontro de petistas com Dilma, o governo procurou aprovar a LDO na Comissão Mista do Orçamento do Congresso sem exigência explícita quanto ao superávit, mas não deu certo. Uma parte do PMDB tentou ajudar, mas os aliados não estavam motivados suficientemente. Querem mais atenção, mas nenhum deles foi chamado ao Alvorada em momento tão importante.

A maioria dos casos aconteceram na África Ocidental, Brasil não confirmou nenhum ainda. Confira mais informações sobre o vírus

Jayme Rincón nega falta de pagamento a funcionários

Em cartaz há quatro anos, peça teatral, em estilo stand-up comedy, discute questões do cotidiano

Especialistas debatem futuro do Brasil no próximo ano. Expectativa é de ajustes na Economia, menos investimentos e baixo crescimento. Dilma deve fazer reformas
[caption id="attachment_21284" align="aligncenter" width="620"] Presidente Dilma Rousseff faz pronunciamento após vitória. Segundo mandato promete ser ainda mais conturbado (Foto: Cade Gomes)[/caption]
A reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no último mês pode ter agradado uma parte da sociedade brasileira. Foram quase 52% dos eleitores que garantiram mais quatro anos do Partido dos Trabalhadores no Poder.
No entanto, não só os eleitores do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB) ficaram insatisfeitos com a continuidade da mandatária petista. O mercado financeiro vem dando claros sinais de que a política econômica atual precisa, urgentemente, de mudanças. Sob pena de problemas que pareciam tão distantes da realidade moderna do País baterem à porta dos cidadãos uma vez mais.
No último mês, dados do último relatório Focus divulgado pelo Banco Central mostram que o País deve crescer pouco mais de 0,2% em 2014 e 1% no próximo ano. Já pela previsão do Fundo Monetário Internacional, o crescimento brasileiro deverá ficar abaixo da média global, que está projetada em 3,3% em 2014 e 3,8% em 2015.
Também ficará abaixo das projeções para economias emergentes e em desenvolvimento -- 4,4% neste ano e 5% no ano que vem -- e para a região da América Latina e Caribe -- 1,3% em 2014 e 2,2% em 2015. O relatório destaca que "a fraca competitividade, baixa confiança empresarial e condições financeiras mais apertadas reprimiram os investimentos" no Brasil.
E este é o divisor comum dos três especialistas em Economia entrevistados pelo Opção Online. À convite do jornal, os professores e economistas Walter Chaves Marim, Jean Marie Lambert e Jefferson de Castro Vieira relataram suas apostas para os anos vindouros, bem como o que os brasileiros devem esperar no que diz respeito a situação econômica do País. Apesar de divergirem sobre a eficácia do segundo governo Dilma, o trio é categórico: "se mudanças não forem realizadas com certa urgência, o Brasil vai sofrer".
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Anos de incertezas estão por vir, afirmam especialistas Jefferson de Castro Vieira, Walter Marim e Jean Marie Lambert Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Walter Chaves Marim, mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), se diz esperançoso para os próximos anos. Apesar de analisar o primeiro mandato de Dilma como "pesado", com forte interferência ideológica na Economia, garante que 2015 não será um ano de "sufoco", mas, sim, de "ajustes".
"Houve um despertar da sociedade nas últimas eleições, um posicionamento ideológico das pessoas, e a presidenta sabe disso. Ela irá realizar as reformas necessárias, como a Tributária e até a Política, caso contrário terá um mandato conturbado", sustenta o especialista.
De acordo com ele, o caminho para que as reformas saiam do papel é só um: o diálogo. "A perda de competitividade da Indústria se dá por dois movimentos, o primeiro, porque elas têm baixo poder no mercado internacional e vendem menos; consequentemente, importa-se mais. Como resolver isso? Negociando com os setores. Falta uma aproximação por parte do Governo Federal", afirma.
Marim toca em um dos calcanhares de Aquiles da presidente, que sempre foi duramente criticada por não conseguir estabelecer diálogo com o mercado. "Não é só enviar um projeto para o Congresso... Dilma precisa abrir as portas do Planalto, negociar, debater, achar soluções que agradem não só seus aliados políticos. Enfiar as coisas goela abaixo não funciona, principalmente, no setor privado", alerta.
O posicionamento do professor da PUC-Goiás Jefferson de Castro Vieira é ainda mais firme, destacando que o governo Dilma sofre por um equívoco básico cometido antes mesmo da ex-ministra chegar ao posto mais alto da nação. "A Economia nos ensina que é preciso fazer caixa, poupança, durante os tempos de bonanza. Quando o Brasil estava em franco desenvolvimento no governo Lula, não se preocuparam com o que poderia acontecer depois. Veio a crise, que, embora o governo negue, afetou o Brasil e culminou nos baixos índices dos últimos anos", apontou.
No entanto, Vieira ratifica que o novo governo é uma oportunidade para Dilma "corrigir" as falhas dos últimos anos. "Precisamos de um diálogo mais aberto, de uma reforma tributária, um novo Pacto Federativo, que ponham fim à guerra fiscal entre os Estados e à concentração de recursos no Governo Federal", acrescenta.
Problema fisiológico
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Corrupção
Sobre o tema, Marim afirma que todas as denúncias envolvendo a Petrobrás e os escândalos das empreiteiras que dominaram a mídia nas últimas semanas têm uma grande importância para o Brasil. "Penso como a Dilma. Não dá para condenar a empresa, é preciso punir as pessoas, coibir a corrupção e efetivar uma legislação que condene os corruptores. Não dá para falar que partido A ou B é corrupto, os partidos e as empresas não são corruptos. As pessoas, sim", explica. Marim chega a caracterizar o momento pelo qual o Brasil passa como "feliz": "a Reforma Política tem que sair! Não adianta crucificar o País, é preciso pensar em maneiras de coibir a corrupção". Em resposta, "podem tentar construir a imagem que quiserem, polir o discurso político e falar do futuro de maneira 'otimista', mas não adianta... Os números mais cedo ou mais tarde aparecem e cobram os direitos", alfineta Jean Marie Lambert. Para ele, o déficit econômico, a balança comercial negativa, as contas públicas "catastróficas", o valor do dólar, a inflação e os juros altos compõem o pacote negativo que deve aterrissar nos próximos anos."E só isso mesmo que deve chegar ao Brasil, porque investimentos não vêm", completa. [caption id="attachment_21285" align="aligncenter" width="599"]
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso suspendeu a autorização dada pelo juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal Nelson Ferreira Junior, ao pedido de viagem do ex-ministro da Casa Civil e condenado no processo do mensalão José Dirceu. Ele solicitou autorização para viajar entre os dias 21 de dezembro e 4 de janeiro para passar o período natalino na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais, com a família, bem como ir, entre 7 e 21 de dezembro, para a cidade de São Paulo e Vinhedo, em São Paulo, a fim de tratar de assuntos relativos à sua empresa. Publicada neste sábado (22), a decisão do ministro do STF aponta que não houve qualquer comunicação oficial sobre a liberação ao Supremo, que tomou conhecimento dos fatos por meio da página do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Relator da Ação Penal 470, Barroso pede ao Juízo da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas, “com a máxima urgência, informações acerca do pedido, da manifestação do Ministério Público e dos fundamentos da decisão”. A solicitação de Dirceu havia recebido parecer contrário do Ministério Público, que considerou que viagem a passeio não condiz com o cumprimento da pena privativa de liberdade. Já o juiz Nelson Ferreira Junior acatou parcialmente o pedido, permitindo a movimentação de Dirceu, por tratar-se de viagem a trabalho. Estabeleceu, contudo, que ele deveria se apresentar à autoridade policial tanto ao chegar quanto ao sair das cidades. Já a análise do pedido de saída no Natal foi adiada, "seja pela distância da data referida pela Defesa, seja pela necessidade de se aferir a responsabilidade e o senso de autodisciplina do Condenado, mediante a sua experimentação com a viagem a São Paulo-SP", conforme a decisão. Condenado como mentor do esquema de compra de parlamentares que ficou conhecido como mensalão, Dirceu começou a cumprir pena em prisão domiciliar no início deste mês. Ele obteve o direito à progressão do regime semiaberto para o aberto no dia 20 de outubro, ao completar 11 meses e 14 dias de prisão, um sexto da pena, requisito exigido pela Lei de Execução Penal. Ele foi condenado a sete anos e 11 meses por corrupção ativa no processo do mensalão.

[caption id="attachment_21359" align="aligncenter" width="620"] Petista Devanir Ribeiro: ruim de conta e pressa para dar boa notícia ao governo (Jose Cruz/Agência Brasil)[/caption]
A oposição está se impondo aos governistas na batalha para evitar a aprovação pelo Congresso da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sem exigir o superávit no fechamento das contas de 2014 — a economia que a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe desde sua criação na era FHC para evitar que o governo gaste mais do que arrecada. Nas duas últimas semanas foram duas vitórias oposicionistas.
Na primeira, Dilma estava na Austrália para a reunião do grupo G20. O governo pediu urgência ao Congresso para a LDO. A oposição ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal se houvesse urgência. O governo recuou. Na volta de Dilma, os governistas chegaram a declarar a aprovação da emenda que suprime o superávit. A oposição prometeu ir ao tribunal. O governo voltou a recuar.
Assusta o governo a hipótese de recurso ao Supremo quanto ao orçamento para 2015 porque precisa que o Congresso aprove o projeto até 22 de dezembro, quando os congressistas saem em férias. Antes, o governo teria de aprovar a nova LDO. Sem ela, não se vota o orçamento. O Supremo não teria prazo para julgar o recurso e também sairia em férias na mesma época.
Nesse impasse, é duvidosa a eficácia da disposição de Dilma em negociar as posições de aliados no mercado de empregos da Esplanada apenas depois de aprovada a LDO com um texto que não a denuncie por crime de responsabilidade: o não cumprimento da exigência do superávit anual. Nem se fale no vexame de ser a primeira presidente a não conquistar a meta de economia fiscal.
O pior é que o planejamento parlamentar tático falhou nas duas derrotas em torno da aprovação da emenda da LDO. Na primeira, os governistas erraram ao recomendar ao Planalto o pedido de urgência na tramitação. Se aprovada, a pressa apenas travaria a pauta de votação até a urgência ser votada. Seria uma boa contribuição à disposição oposicionista em obstruir os trabalhos.
A segunda tentativa foi tão patética quanto à da semana anterior. No mesmo dia em que Dilma se reuniu com o PT para discutir a crise em geral, o presidente da Comissão Mista do Orçamento, o deputado Devanir Ribeiro, petista de São Paulo, proclamou a aprovação da emenda do superávit. Mas ele estava enganado.
No dia seguinte, a votação foi anulada quando a oposição provou que o gesto do companheiro Ribeiro era um erro aritmético dentro de um equívoco regimental, emoldurado pela ansiedade do deputado em anunciar o êxito de sua operação a favor do governo. Naquele momento, a emenda contava com o apoio de 15 votos. Ainda faltavam três: eram necessários 18 votos.
Os governistas que boicotaram a votação em protesto contra alguma coisa ganharam um argumento precioso: no espaço imenso do Congresso, eles estavam a caminho da sala de votação quando a pressa de Devanir Ribeiro encerrou a coleta de votos. Agora, cabe ao Planalto tentar a sorte pela terceira vez nesta semana.
A presidente? Com uma dose de ingenuidade, Dilma encomendou à equipe uma providência para conquistar votos a favor da LDO um pacote fiscal que deseja anunciar também nesta semana, quando a emenda à LDO retorna ao cartaz. A ideia é reunir um conjunto de corte de gastos que garanta a conquista do superávit primário nas contas públicas do próximo ano.
Seria uma aposta no mercado futuro para os governistas descontentes. No ano que vem, o novo perfil da Esplanada estará desenhado e em operação. Eles estão interessados é no mercado a curto prazo, com demandas e ofertas aqui e agora. O oportunismo político não se interessa por uma declaração de intenções da presidente. Mais valiosa é uma assinatura em nomeação ou liberação de verba.
[caption id="attachment_21352" align="alignright" width="250"] Presidente da Eletrobrás, José Costa Neto: “Vamos parar o País” Agência Brasil[/caption]
Os movimentos se tornaram perceptíveis nos últimos dias. Em busca de salvação para a Lei de Diretrizes Orçamentária sem o superávit primário, ministérios passaram a alertar associações que representam empresas para o risco de o orçamento de 2015 não ser aprovado ainda neste ano pelo Congresso. Com isso, pagamentos seriam atrasados e programas sociais reduzidos.
Sutilmente, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em vias de se retirar da Esplanada, alertou para a coincidência entre o impasse no orçamento e as prisões de empresários por conta do petrolão e os processos que implicam bloqueio de contas bancárias, multa e restituição de dinheiro arrecadado na pilhagem sobre a Petrobrás.
A construção civil, mais modesta, por exemplo, depende de obras do programa Minha Casa Minha Vida e não dispõe de fôlego para suportar atrasos compridos de pagamento. A Caixa Econômica Federal financia programas sociais e conhece as necessidades de sua clientela. O banco é organicamente enredado com empresas e fregueses da assistência social.
O Ministério da Fazenda vaza informações sobre o congelamento do dinheiro distribuído pelo Bolsa Família, um mês depois de o governo acusar amplamente o presidenciável tucano Aécio Neves de pretende eliminar o programa se fosse eleito. Salários seriam congelados. O salário mínimo seria reajustado no limite da inflação, sem ganho real.
Entre outras coisas, o seguro desemprego e os benefícios da previdência social diminuiriam. Não seriam renovados no próximo ano os pacotes que reduzem a taxação tributária para estimular a produção e o consumo social. A contratação de servidores públicos seria suspensa – não se menciona a redução dos cargos de confiança do governo.
A sério, a presidente Dilma alertou o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, sobre a paralisação de obras públicas por causa da punição a grandes empreiteiras. “O país não pode parar”, afirmou e advertiu sobre as obras de transposição do São Francisco. O governador é do PSB e pode influenciar políticos quanto à LDO e o petrolão.
“Vamos parar o país”, alertou o presidente da Eletrobrás, José Costa Neto, sobre o que pode acontecer se, de uma hora para outra, as empreiteiras e seus trabalhadores suspenderem as atividades como decorrência do petrolão. “Por enquanto, acho que a atuação dessas empreiteiras tem de ser preservada”, recomendou diante de repórteres.
[caption id="attachment_21345" align="aligncenter" width="620"] Governo cogita passar obras públicas para empreiteiras menores Foto: Edson Rodrigues[/caption]
Por causa de encrencas com o petrolão, a presidente Dilma terá de repensar a sua antiga ideia em promover o desenvolvimento com programas como o pré-sal e a concessão de serviços públicos de infraestrutura em escala. Hoje, estão em xeque a Petrobrás e grandes empresas nacionais que poderiam disputar novas concessões, que não deverão sair tão cedo, pelo menos para as gigantes.
Com a crise de confiança, interna e externa, na economia nacional, mais a participação em corrupção, as maiores empreiteiras teriam dificuldade em captar investimentos com o lançamento de debêntures no mercado de capitais. A falta de credibilidade na política fiscal se acentua com a manobra do Planalto para esconder a falta de superávit nas contas públicas.
Há uma ideia na equipe econômica em deixar de lado as oito empreiteiras enrascadas com o petrolão e voltar-se para a presença de empresas abaixo das gigantes na disputa de concessões. Mas é preciso saber se elas receberiam a atenção de bancos para a captação de investimentos e se suportariam pagar juros altos por causa do rebaixamento da nota de risco.
[caption id="attachment_21346" align="alignright" width="250"] Foto: Anderson Pierre[/caption]
A presidente Dilma confiou no poder como uma arma de sedução capaz convencer o banqueiro Luiz Carlos Trabuco a ficar mais perto do Planalto como novo ministro da Fazenda. Depois de todo o cerco ao seu favorito, esperava que ele cedesse. Não cedeu. Pesou em Trabuco a rejeição pessoal ao modo ríspido com que a presidente trata sua equipe em momento de crise.
Quem disse isso foi o próprio Trabuco a íntimos, dias atrás. Poder por poder, ele também o tem como presidente do Bradesco. De sua cadeira pode se entender com qualquer autoridade pública ou privada do país. Conhece bem a casa onde trabalha e nela ascendeu sem depender de gentilezas de políticos ou dos chefes internos.
Porém, a rejeição não foi apenas à pessoa da presidente e à máquina política. O chefe da Casa Civil, economista Aloizio Mercadante, tratou com desenvoltura da adoção de uma nova política econômica desde que se soube que o atual ministro Guido Mantega não ficaria em sua cadeira até o fim do primeiro mandato de Dilma. Trabuco e Mercadante poderiam trombar.

Emocionados, familiares e amigos puderam dar o último adeus ao líder petista