Opção cultural

Estou ficando assustado... não me sinto nada bem. E não parece coisa de gripezinha... é algo maior... mais sério... sim... é Covid... estão me levando para uma sala grande...

O livro contém poemas de Delermando Vieira, Miguel Jorge, Edival Lourenço, Maria Helena Chein, Tarsilla Couto de Brito e Maria Clara Dunck

Sou feita de muitas coisas e nenhuma. Sou um misto de “camponesa e estrela do céu”

À medida que o filme avançava, a inafastável conclusão de que era para ser ouvido, a narrativa, pelas qualidades vocais do narrador e dos poemas incidentais, de Camões, Pessoa e de Alberto Araújo
Luiz Cláudio Veiga Braga
O embaixador Lauro Moreira, goiano, diplomata de carreira, lusófono, ator e diretor de teatro, intelectual de boa cepa, não se constrange em despertar a inveja, ainda que o faça de forma involuntária, sempre que coloca em exposição as suas múltiplas atividades, inclusive quando transita pela arte cênica, a exemplo da atuação no filme “Vazio Coração”, do cineasta e poeta Alberto Araújo, onde conviveu com elenco estelar, Lima Duarte, Othon Bastos, Bete Mendes, Murilo Rosa.
Em recente vinda a Goiânia, para a outorga do título de cidadania, merecidamente conferido a esse goiano de expressão internacional, exibiu a um seleto grupo de convidados a sua mais recente incursão pela sétima arte, ao protagonizar o filme “Volta à Casa Paterna”, de Alberto Araújo, motivo da minha aventura de saudar o “road movie”, o que faço sem a pretensão de crítico de cinema, pela ausência de qualidades para esse desempenho, a cargo de especialistas, a exemplo do professor Lisandro Nogueira.
A exibição do filme foi precedida da apresentação da equipe técnica e de belo discurso de história da criação da República Portuguesa, passando à projeção da película, cujas primeiras cenas já determinavam a absoluta atenção do assistente, porque inaugurada pela voz forte, clara e doce do ator narrador, descrevendo o seu retorno à “Pátria Mãe”, berço dos seus ancestrais, minudenciando o sentimento que o invadia ainda nas asas de Ícaro, intensificando na contemplação do Tejo.
[caption id="attachment_273099" align="aligncenter" width="620"] Lauro Moreira: diplomata, ator e diretor | Foto: Reprodução[/caption]
À medida que o filme avançava, a inafastável conclusão de que era para ser ouvido, a narrativa, pelas qualidades vocais do narrador e dos poemas incidentais, de Camões, Pessoa e de Alberto Araújo, diretor poeta, as imagens construídas se compatibilizavam com a audição, as belas paisagens de Portugal projetas eram a reafirmação daquilo que mentalmente já se descortinara, no emocionado e emocionante texto que ecoava pela sala de projeção composta por uma plateia embevecida.
O filme toca, emociona e aferra a atenção de quem o ouve e o assiste, pela sensibilidade na sua elaboração, ainda que quase artesanal (“um celular na mão e uma ideia na cabeça”), pelo primor do texto e dos poemas, pela voz inconfundível do protagonista narrador, pelas belas imagens do eterno Portugal, das suas seculares construções, inserindo o assistente nas pequenas e grandes cidades, a partir de Lisboa, permitindo conhecer ou revisitar “A Casa Paterna”.
Luiz Cláudio Veiga Braga é desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

Kafka encontrou os escritos que queimou. Estavam lá, intactos, prontos para serem queimados novamente, mas não existia nada que pudesse gerar alguma chama

Um encontro entre Clarice Lispector e Fernando Pessoa, Chiado, em Lisboa, daria um best-seller? Confira o que realmente “aconteceu”
(O que pode acontecer quando aqueles que escrevem literatura se tornam eles mesmos literatura? Literalmente, tudo. Explorar essas múltiplas possibilidades é a proposta dessa série de contos publicados pelo Jornal Opção, com o apoio do escritor e doutor em História Ademir Luiz, presidente da União Brasileira de Escritores-Seção Goiás. Veremos transformados em personagens escritores e escritoras célebres como Clarice Lispector, Albert Camus, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Edgar Allan Poe e muitos outros. Acompanhe a série e espere pela aparição de seu escritor preferido.)
Fernando Pessoa & Clarice Lispector — O encontro de duas mentes inquietas do outro lado do oceano Atlântico
Iraides Barbosa
O português se olha no espelho e resolve aparar o bigode. A visita ao barbeiro que o atendia de longa data estava próxima, mas naquele dia não poderia sair a perambular pelas ruas da cidade de qualquer maneira. Precisava ao menos diminuir o volume e conferir as extremidades estreitas. Pareciam feitas a pincel. Para isso usava uma pequena tesoura. Puxou a pele do rosto forçando a boca para o lado de modo que os pelos sobre o lábio superior viessem juntos. Olhos atentos. Mente ainda mais. Mãos ágeis que preferiam estar sobre uma folha de papel em branco que velozmente era preenchida por letras e palavras.




Aos 85 anos, escritora e mestre em Teoria Literária Darcy França Denófrio reúne em lançamento mais de quatro décadas de poesias sobre a figura feminina-feminista ao logo do tempo

Toda a realidade seria o sonho dentro de um sonho, de um sonhador sonhado; o labirinto subjetivo neoplatônico

Eu queria observar as pessoas e não ser olhada o tempo todo, e era essa inveja que sentia de Carson, a de poder sair, me camuflar e ver como os outros são

Episódio do livro representa um instigante exemplo, no âmbito dos olhares siameses do feminismo e dos estudos culturais, do empoderamento feminino

Na sua construção poética há elementos descritivos e narrativos, formando histórias que são contadas de forma fragmentada, como se fosse um quebra-cabeças

Tratamento Especial, livro de Newton Cesar, insere o leitor num Estado imaginário no qual as pessoas vivem a opressão e o desespero, e faz com que ele, o leitor, experimente momentos perturbadores

Os jornalistas Caio Túlio Costa, Cristina Tardáguila, Luciana Barreto, Helena Celestino, Marina Amaral, Merval Pereira e Pedro Bial destrincham os (des)caminhos do jornalismo atual e procuram apontar as rotas

Quem discorda de que é um símbolo do que há de mais criativo e permanente no Brasil? Ninguém, por certo

– Você cochichou aí “É sempre ousada a loucura dos grandes não vigiada”. Eu ouvi!