Imprensa
A reportagem “Ex-governador faz discurso agressivo durante manifestação” (“Pop”, de 23 de maio), assinada por Márcia Abreu, contribuiu para azucrinar as relações entre os peemedebistas Iris Rezende e Júnior Friboi. Num discurso emocionado, Ana Paula disse, dirigindo-se ao pai, Iris: “Mostra para essa cambada que está no governo o que é fazer política de verdade”. Uma gravação prova que, no lugar do grupo de Friboi, a referência é ao governo de Goiás. No entanto, ao transcrever a fala de Ana Paula, não se sabe por quê, Márcia Abreu retirou a palavra governo e o discurso ficou assim: “O sr. é a nossa única esperança para mudar esse Estado. Mostre para essa cambada que está aí o que é fazer por amor, mostre que política não se faz só com dinheiro”. Como o grupo de Iris vinha sugerindo que Friboi havia conquistado parcela significativa de peemedebistas às custas de dinheiro, a referência a “dinheiro” no discurso de Ana Paula parece ter sido uma estocada no empresário. Na verdade, fica-se com a impressão de que a crítica é destinada tanto ao governador Marconi Perillo quanto a Friboi. A rigor, o discurso não tem tanta importância — o ex-deputado Ivan Ornelas tem feito críticas mais contundentes —, mas, proferido por uma filha de Iris, tornou-se uma espécie de gota d’água. Quanto ao jornal, deve-se dizer que, ao retirar uma palavra, “governo”, criou outro contexto para a frase, contribuindo para aprofundar uma crise, que já existia e era e é séria.
[caption id="attachment_5737" align="alignleft" width="620"] Os dados sobre acesso do Jornal Opção, aferidos pelo Google Analyticz, estão à disposição das agências de publicidade e do mercado empresarial. Foto: Reprodução[/caption]
Aferição do Google Analytics, à disposição do mercado empresarial e publicitário, revela que, em 30 dias, o Jornal Opção obteve mais de 1 milhão de acessos. Precisamente, 1.117.772, até sexta-feira, 30.
A criação de um portal, que ampliou a exposição das reportagens, e a adoção de um sistema mais eficiente de divulgação nas redes sociais contribuíram, de maneira decisiva, para o aumento do número de acessos.
Na redação, da jovem Ketllyn Fernandes — uma das responsáveis pelo sucesso da edição online — ao veterano Cezar Santos, um dos responsáveis pela qualidade do texto final do jornal impresso, todos dizem que “o céu é o limite”. O motivo é simples: o acesso é crescente e, afirma o consultor Carlos Willian Leite, “sustentado”.
O portal, criado sob inspiração da diretora e editora Patrícia Moraes, é apontado noutras redações como exemplo de como se pode combinar um produto mais analítico — o material do jornal impresso (que ganhou fôlego na internet) — com o jornalismo diário.
O Jornal Opção, além de semanário, na sua versão em papel, é diário, na internet. O que chama a atenção é que, mesmo correndo contra o tempo, o jornal consegue ser analítico em sua versão online. Claro que nem todos os textos são analíticos, mas parte deles comenta e analisa os fatos.
Sobretudo, os repórteres do Jornal Opção Online — Ketllyn Fernandes, Thiago Burigato, Thiago Araújo, Marcello Dantas, Sarah Teófilo, Marcelo Gouveia e Nathália Barros — são responsáveis por vários furos de reportagem que, no dia seguinte, às vezes são apresentados como “novidades” nos jornais diários. Os leitores costumam sugerir, nas redes sociais: “Leia hoje no Jornal Opção o que você vai ler amanhã nos jornais diários”. Pode parecer brincadeira, mas não é. Editores e repórteres de jornais impressos e onlines usam muitas informações da edição online do Jornal Opção como pauta para reportagens. Isto não incomoda a redação, que avalia que mais importante que se envolver em questiúnculas é apresentar um produto de qualidade, referencial, aos seus leitores.
Numa reavaliação de seus conceitos sobre acesso — a internet é uma revolução ainda não muito bem assimilada ou digerida pelo mercado —, as agências de publicidade precisam verificar o que está acontecendo de fato no meio jornalístico. Os dados aferidos pelo Google Analytics estão à disposição de agências e anunciantes.
Não sei por quê, mas são as personalidades mais complicadas, com uma vida mais diversificada, que chamam a atenção dos leitores, inclusive a minha. É o caso de Mike Tyson, um dos maiores boxeadores da história.
O boxe é visto como uma luta, e é mesmo uma luta, mas entendidos como Jack London, H. L. Mencken, Hemingway, Norman Mailer, John Huston e Joyce Carol Oates (seu livro “O Boxe” é ótimo) o consideram uma arte, com os punhos se tornando pincéis. Os melhores lutadores são estilistas e vencem, na maioria das vezes, não (apenas) pela força, e sim pela união entre temperamento artístico e uma técnica refinada.
Vistos por um olhar que não percebe a fusão entre arte e energia, Manny Pacquiao, de 35 anos, e Floyd Mayweather, de 37 anos, embora fortes fisicamente, não parecem capazes de vencer seus adversários, alguns verdadeiros toureiros-estivadores. Pacquiao bate duro e nocauteou vários de seus adversários. Mayweather não é um nocauteador, mas, com suas esquivas perfeitas e seus golpes refinados, nunca perdeu uma luta.
Recentemente, o argentino Marcos Maidana fez aquilo que Mayweather não esperava: começou no ataque desde o início, impedindo que o americano lutasse ou, mesmo, se esquivasse. Intrigado e, até, confuso, Mayweather procurava fugir, mas, aos poucos, percebeu que o touro argentino estava se cansando e, pacientemente, esperou. Aí, quando Maidana não tinha mais fôlego e atacava de maneira atabalhoada, o campeão começou a estocá-lo e venceu a luta. Maidana não gostou do resultado, porque parece ter confundido pressão excessiva com resultado. Não resta dúvida de que, nos primeiros cinco rounds, o argentino sufocou o americano, mas sem castigá-lo de maneira eficiente, para deixá-lo machucado ou desgastado. Maidana, diferentemente de Pacquiao (quando está em forma) e de Mayweather, é boxeador para cinco ou seis rounds. Nos rounds seguintes, luta com o coração, o que não é suficiente para vencer lutadores da categoria de Pacquiao e Mayweather.
Antes dos dois lutadores, havia Cassius Clay, depois Muhammad Ali. Em 1974, venceu George Foreman, um boxeador muito mais forte, dono, talvez, da maior pegada da história do boxe. Porém, como boxe não é apenas luta, em que ganha o que tem mais pegada e energia, Ali o derrotou, por nocaute, na batalha do Zaire. Norman Mailer conta, no livro “A Luta”, que Ali começou a ganhar a batalha ainda fora do ringue. Nas suas entrevistas e em contatos esporádicos com jornalistas, começou a dizer que ganharia a luta e que Foreman era um “homem morto”, um “otário”. Foreman, um boxeador excepcional, não conseguia entender e, por isso, não tinha como responder às diatribes de Ali.
No ringue, assistiu-se a um Foreman apático, caçando Ali de maneira desconexa. Ali, pelo contrário, golpeava (uma abelha “picando”), escapava e provocava um oponente que, ele sabia, era muito mais forte. Embora caçado no ringue, o caçador, de verdade, era Ali, que, de repente, golpeou o gigante Foreman e o nocauteou. Na empolgante luta que mobilizou um país africano, a arte, a inteligência, a astúcia e a técnica venceram a força.
Mike Tyson era um lutador híbrido, quer dizer, uma mistura mignon de Foreman, com a pegada explosiva deste, e de Ali. Deste herdou a técnica apurada, a capacidade de esculpir a luta como queria, dominando o adversário, tornando-o quase uma presa. Ali, falando, e Tyson, partindo para cima como um selvagem, intimidavam os adversários mesmo antes do contato físico. Mas faltava a Tyson, no ringue, a inteligência e a astúcia de Ali. Se atacado, se atingido, perdia o controle e, às vezes, a luta. Não que seu queixo fosse de vidro, como dizem alguns, talvez não apreciadores de boxe. Nada disso. O fato é que, se atingido, descontrolava-se. Outras vezes, rico e poderoso, lutava fora de forma ou mesmo dopado.
Drogado. Descompensado. Ainda assim, ninguém pode negar que Mike Tyson, um boxeador notável, merece um lugar de destaque ao lado de Jack Dempsey (analisado por Mencken), Jake LaMotta, Rocky Marciano, Sugar Ray Robinson, Joe Louis, Sonny Liston, Ken Norton, George Foreman, Muhammad Ali, Sugar Ray Leonard, Roberto “Mãos de Pedra” Duran, Julio Cesar Chávez e Eder Jofre. Tyson é um deles. A história lhe fará justiça. Portanto, para um aficionado do boxe, como eu, é imperdível um livro como “Mike Tyson — A Verdade Nua e Crua” (Benvirá, 512 páginas), de Larry Sloman e Mike Tyson. Duvido dê-ó-dó que uma biografia autorizada (uma espécie de autobiografia, na verdade) contenha a verdade nua e crua. Entretanto, como a vida de Tyson é por demais conhecida, talvez mais pública do que ele gostaria, é possível que a tenha apresentado sem esconder detalhes nada edificantes. Ele foi condenado por estupro e, nas entrevistas para promover o livro, tem dito que isto não aconteceu. Não li o livro, então não posso opinar a respeito. Mas, se a garota estuprada não foi ouvida, perde-se um elo importante e a biografia se torna mais uma defesa de Tyson do que obra para iluminar sua conturbada vida.
Ao menos três personalidades públicas de Goiás são citadas no livro “Um Homem Torturado — Nos Passos de Frei Tito de Alencar” (Civilização Brasileira, 418 páginas), das jornalistas Clarisse Meirelles e Leneide Duarte-Plon. Frei Tito é o dominicano que, preso e torturado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, delinquente a serviço do Estado, suicidou-se na França, em 1974. Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston e do Banco Central do Brasil e atual presidente da holding J & F (que dirige a JBS), é citado uma vez. “Foi antes da ditadura, num encontro nacional da JEC, no Rio de Janeiro, em 1961, que Tito e [Frei] Betto se conheceram. Nesse mesmo encontro, havia um militante da JEC de Anápolis, chamado Henrique Meirelles”, relatam as autoras. Meirelles é primo de Aldo Arantes, líder histórico do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Nestor Mota é mais conhecido como um pacífico professor de yoga, em Goiânia. Mas entre as décadas de 1960 e 1970, noviço dominicano, mantinha ligação com Carlos Marighella. Nestor foi levado para o presídio Tiradentes junto com Frei Betto. No presídio, Nestor se tornou um dos mais qualificados artesãos, ao lado de Takao Amano e Terada. O admirável Dom Tomás Balduíno, recentemente falecido, acompanhou o traslado do corpo de Frei Tito para o Brasil, em 1983.
É impressionante a reportagem “Drogas — PF na caça de traficante goiano”, do “Pop” (sábado, 24), assinada por Rosana Melo. O título indica que o editor não percebeu a força da matéria. O jornal conta que a quadrilha comandada pelo traficante de cocaína Mário Sérgio Nunes, conhecido como Sérgio Careca, atua em 30 países, tem bens avaliados em 100 milhões de reais e fatura 5 milhões de reais por mês. O grupo criminoso planejava, segundo a Polícia Federal, construir “narcosubmarinos” e comprar “uma empresa aérea para voos internacionais”. A repórter relata que há policiais goianos envolvidos com traficantes. A reportagem contém alguns problemas. Num texto, o nome do traficante é Mário Sérgio Camargo Nunes. Noutra reportagem, na mesma página, a 4, o nome é Mário Sérgio Machado Nunes. No infográfico, o jornal optou por “Machados”. Trecho confuso: “Um dos presos em Goiás é o soldado da Polícia Militar”. A inclusão do artigo “o” sugere que a repórter pretendia publicar o nome do soldado, mas esqueceu de fazê-lo. Se isto não procede, deveria ter escrito assim: “Um dos presos em Goiás é soldado da Polícia Militar”. Na reportagem principal, Rosana Melo informa que os bens da organização criminosa são avaliados em 100 milhões de reais. No infográfico, os bens são avaliados em 80 milhões de reais. O “Pop” diz que, além de comprar um Boeing 737, a quadrilha pretendia adquirir “uma empresa aérea para voos internacionais”. A repórter escreve “Boieng” e o tempo verbal errado deixa a impressão de que o avião chegou a ser adquirido. “As ações de transporte da droga para o exterior ficaram mais ágeis, baratas e seguras”. A palavra “ficaram” deve ser trocada por “ficariam”. No infográfico também há problemas, com verbos no presente e no futuro, mas referentes à mesma “ação”. O jornal está brigando feio com vírgulas. “Mário Sérgio Machados [sic] Nunes, controlava de Aparecida de Goiânia, uma verdadeira holding das drogas”. Entre “Nunes” e “controlava” e entre “Goiânia” e “uma” não há necessidade de vírgulas. O texto fica mais preciso assim: “Mário Sérgio Machado Nunes controlava de Aparecida de Goiânia uma verdadeira holding das drogas”. Outra alternativa: “Mário Sérgio Machado Nunes controlava, de Aparecida de Goiânia, uma verdadeira holding das drogas”. Há um trecho confuso: “... a quadrilha estava pesquisando pelas e fazendo cotação de preços”. Possivelmente, no lugar de “pelas”, a repórter queria escrever peças. Outro trecho caótico: “Ele [Mário Sérgio] trabalhou e conheceu Pablo Escobar”. Seria “ele conheceu e trabalhou com Pablo Escobar”. No texto “Foragido já teve parceria com Leonardo Mendonça”, Rosana Melo informa que o traficante Leonardo Dias Mendonça, que está preso, é “goiano”. A “Folha de S. Paulo” revela que é mineiro, embora atuasse em Goiás.
As edições dominicais da “Folha de S. Paulo” têm um atrativo à parte: os CDs da cantora Elis Regina. Pode parecer um anabolizante, ainda que pago, mas é mais do que isto. Trata-se de um investimento em cultura, em qualidade. As músicas, de fato, estão em outros CDs, e até no YouTube, na internet. Mas os pequenos livros que acompanham os CDs, com textos de Carlos Calado e a inclusão das letras, são muito bem informados, às vezes até ousados na interpretação da arte da cantora. A “Folha”, ao tratar bem da maior cantora brasileira, zela por seus leitores. Caso raro no Brasil. O “Pop”, jornal goiano, “presenteou” seus leitores com uma esquisita “bandeira-camiseta”, como uma lembrança da Copa deste ano. Mais brega, impossível.
Copa vai ser um problema? Pode ser que sim. Mas o brasileiro médio, aquele que é avesso às discussões ideológicas e filosóficas, já parece ligeiramente empolgado com a proximidade dos jogos. Aos sábados e domingos, nas bancas de revistas e jornais de Goiânia, reúne-se uma multidão. São crianças, adolescentes e adultos. Eles compraram figurinhas para seus álbuns e, depois, começam um processo de trocar as que estão repetidas. A empolgação é crescente. No domingo, 25, pelo menos 100 pessoas se encontraram para trocar figurinhas nas proximidades de uma das bancas da Praça Tamandaré. Uma mulher, discreta, enfrentou a fila e adquiriu, para sua filha de uns 8 ou 10 anos, cerca de 400 reais em figurinhas. Ao saírem da banca, foram cercadas, imediatamente, por pessoas que queriam trocar figurinhas.
A reportagem “Condomínios fechados — Sete Furtos sem apenas dois dias”, de Vandré Abreu, do “Pop”, indica que a classe média e os ricos não estão mais seguros. Os condomínios Jardins Milão e Jardins Verona são protegidos por muros altos com cercas elétricas e segurança privada de qualidade — da Tecnoseg —, mas mesmo assim os ladrões entram e arrombam casas. Um problema mínimo, nada doloso: o repórter escreve IPad, quando a grafia correta é iPad.
Depois de “Caçadores de Obras-Primas”, que rendeu um filme mediano, com George Clooney, o escritor Robert M. Edsel, lança o livro “Salvando a Itália — A Corrida Para Resgatar das Mãos dos Nazistas os Tesouros de uma Nação” (Rocco, 430 páginas, tradução de Ana Deiró e Talita M. Rodrigues). Os nazistas eram aves de rapinas da Europa. Por onde passavam, roubavam quase tudo, e não escapavam nem mesmo obras de arte. Na Itália, país que, em sim, é um grande museu, notadamente em algumas cidades, como Roma e Florença, não foi diferente. Mas, se havia rapineiros, muitos trabalharam para salvar o tesouro cultural do país de Leonardo da Vinci, autor de a Santa Ceia.

Procurador-geral dos Estados Unidos sustenta que a pena de morte para alguns nazistas foi justa, pois eles eram responsáveis por milhares de mortes de pessoas inocentes
Tudo indica que Ronaldo passou a ser um fenômeno depois que deixou de ser jogador de futebol e passou a dar opiniões sobre o país, como se fosse Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro e Raymundo Faoro. A indignação do ex-atacante é tão precisa quando a folha seca de Didi. Ele fala verdades simples e, apesar da réplica da presidente Dilma Rousseff, incontestáveis. Porém, na sabatina da “Folha de S. Paulo”, na quinta-feira, 29, Ronaldo demonstrou certa inocência pelo menos num ponto: “Ninguém aqui vai ver outra Copa no Brasil. Não vai ter. Até porque a Fifa vai ficar muito traumatizada” [com os problemas na preparação]. Ronaldo, integrante do Comitê Organização Local (COL), talvez não saiba, mas a Fifa não é exemplo para o Brasil e para nenhum outro país. Os escândalos envolvendo seus diretores estão didaticamente expostos em livros e reportagens de jornais e revistas. Mas a questão nem é esta. A Copa é um negócio, não é uma brincadeira de padres e freiras. Portanto, se for lucrativo para a Fifa e para as empresas que patrocinam o futebol, o Brasil poderá, sim, ter outra Copa. Ademais, a estrutura básica, os estádios, não estará pronta para torneios posteriores? O próprio Ronaldo assinala: “Os estádios aí estão. Mal ou bem, vão ficar prontos”. O futuro, sobretudo o futuro mais distante, geralmente não é decidido tão cedo. Entretanto, quando critica a falta de infraestrutura e a lentidão do governo Dilma Rousseff, Ronaldo mostra-se de extrema maturidade. “Só 30% das obras vão ser entregues”, afirma. Isto é grave, gravíssimo. “Minha vergonha é pela população que esperava grandes investimentos, esse grande legado, para eles mesmos, para a gente mesma, para a população, a reforma dos aeroportos, a mobilidade urbana, tudo o que foi prometido e não foi entregue.” Não há, no caso, do que discordar. Ronaldo tem direito de sentir vergonha. E quem não sente? Leia sobre o complexo de vira-lata no link: https://jornalopcao.com.br/posts/reportagens/brasil-o-pais-e-um-beleza-mas-o-povo

A empresária Zilu Camargo revelou que, abandonada pelo cantor e compositor Zezé Di Camargo, está namorando o cantor Zé Henrique, que forma dupla com Gabriel. Sentindo-se livre, depois que sua mulher saiu na frente, Zezé decidiu finalmente revelar o nome de sua namorada, Graciele Lacerda. Bela e jovem, Graciele é jornalista.
“Todos sabem que tenho uma pessoa na minha vida”, disse Zezé. Nem todos sabiam, mas muitos pensavam que ele tinha várias pessoas em sua vida. “Estou sendo alvo de um blogueiro como uma pessoa que tem três namoradas. Desafio ele a mostrar e provar quem são essas pessoas. Para os fofoqueiros de plantão, aí está ela! [ao exibir a fotografia]. Quem tem uma mulher linda como essa precisa de mais alguém?”, frisou o cantor no Instagram. Amigos do cantor que moram em Goiânia asseguram que, desta vez, ele está mesmo apaixonado por Graciele.
Zezé e Graciele namoram há pelo menos dois anos. Zilu teria desistido de lutar pelo cantor ao saber que ele estava mesmo apaixonado pela jornalista.
Jornalistas estão fazendo sucesso com a turma do jet set artístico e empresarial. Há pouco, a jornalista Ticiana Villas Boas casou-se com Joesley Batista, sócio do grupo JBS, que fatura 120 bilhões de reais por ano.
Comigo é assim: compro a revista “Brasileiros”, ou outra publicação, e, se vejo que há alguma reportagem de Ricardo Kotscho, é a primeira que leio. Nunca me decepcionei com seus textos, que, além de bem escritos, com veia de prosador, são repletos de grandes histórias humanas. Kotscho não edulcora suas histórias, mas o mundo que mostra é sempre melhor do que aquele que é realçado noutras reportagens. Não se pense que o profissional é meio “Pangloss”. Não é. Mas percebe o mundo de maneira mais ampla, talvez menos feia e trágica, ou melhor, apocalíptica. Na sexta-feira, 30, a Cásper Líbero organiza evento em homenagem, merecida, a Kotscho, com a participação de Eugênio Bucci, professor da Universidade de São Paulo, e Camilo Vannuchi. Trata-se uma comemoração aos 50 anos de carreira do jornalista Kotscho, profissional digno, capaz, perceptivo. Ele vai falar, segundo o Comunique-se, “sobre histórias de furos, casos e bastidores da notícia”. Comunique-se relata que o encontro 50 Anos de História do Brasil — A Prática da Reportagem em Meio Século de Carreira do Jornalista Ricardo Kotscho, organizado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, contará com a participação de Clóvis Rossi, Audálio Dantas, Jorge Araújo, Hélio Campos Mello e Eliane Brum, com mediação de Mariana Kotscho, filha do homenageado. Kotscho é aquele de profissional que torna o mundo melhor e mais digno. E sem falsificá-lo. [Abaixo, leia uma breve resenha que escrevi sobre um livro de Kotscho, em 2006, quando foi lançado. Talvez seja excessivamente dura, mas verdadeira.] Poder devorou o repórter Ricardo Kotscho Ele sustenta que, quando estava ao lado do rei, não sabia nada de mensalão e Marcos Valério. Era da cozinha de Lulla, como Delúbio Soares e José Dirceu, mas, como o presidente, não sabia de nada. É provável que, no poder, Kotscho tenha deixado de ser repórter. O poder costuma devorar a alma dos grandes repórteres Quem espera revelações sensacionais do livro “Do Golpe ao Planalto — Uma Vida de Repórter” (Companhia das Letras, 368 páginas), de Ricardo Kotscho, terá de tirar o Lullinha da chuva. Não há, em nenhum momento, o tom explosivo de “Minha Razão de Viver”, de Samuel Wainer, nem a riqueza de informações de “Chatô”, de Fernando Morais. O texto é muito bom, escraviza o leitor, mas, para dizer pouco, falta contexto histórico, apresentado apenas de relance. Daí alguns leitores terem dito que o livro, apesar de bem-escrito e contar histórias interessantes, é decepcionante. “Do Golpe ao Planalto” é a história de um repórter correto e, vá lá, criativo. Desses que têm uma vocação humanista e não estão preocupados, digamos assim, com o chamado jornalismo investigativo (talvez mais destrutivo do que investigativo — por falta de uma gota de humanismo. A ânsia de, à força, corrigir o homem, de ter tudo explicado, é uma tarefa mais para ditadores do que para repórteres). Se fosse historiador, Kotscho certamente seria adepto da história das mentalidades. O forte do livro, que não será comentado aqui, é a sua história de repórter, com muitos acertos e alguns equívocos, que o autor admite sem tergiversar (cita até certa covardia pessoal). A pior parte, porque mais emocional e política (que não é o forte do repórter), é o posfácio, que será comentado rapidamente. Muitos certamente vão dizê-lo ingênuo ou, como está na moda, idealista. Talvez seja melhor assim, pois Kotscho não parece um profissional desonesto. Pelo contrário, é de uma seriedade exemplar. Um repórter da velha guarda, no melhor dos sentidos. A crença de Kotscho em Lulla parece coisa de parvos, o que o repórter não é. Tudo indica que a paixão dele pelo petista o cega. Mesmo assim, o repórter, quando a razão aflora, o que ocorre raramente, percebe o Lulla real. Por não amar o poder, e amar a família, Kotscho deixou o disputado cargo de secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (o repórter-primeiro amigo conta que, por telefone, ainda tenta influenciar o governo Lulla, quer dizer, não está inteiramente afastado do Collor de Garanhuns). É a sua explicação para abandonar o barco de Lulla. Ele sustenta que, quando estava ao lado do rei, não sabia nada de mensalão e Marcos Valério. Era da cozinha de Lulla, como Delúbio Soares e José Dirceu, mas, como o presidente, não sabia de nada. É provável que, no poder, Kotscho tenha deixado de ser repórter. O poder costuma devorar a alma dos grandes repórteres. Kotscho não me parece a figura do execrável bajulador, do tradicional dobrador de joelhos, mas, no poder, na presença do rei, perdeu o senso. O livro mostra que ainda não o recuperou, mas está próximo de reconquistá-lo. Kotscho é sério, mesmo quando está atraído mortalmente pela serpente Lulla. Na ótima revista “Brasileiros”, Kotscho parece ter reencontrado o equilíbrio. Afastado do governo, mas não de Lulla, Kotscho diz que tinha alguns pressentimentos: “O principal era que o presidente, a vida toda habituado a aplausos e elogios, a ouvir muita gente antes de tomar uma decisão, postergando-a, esperando que os problemas se revolvessem com o tempo, não estivesse psicologicamente preparado para enfrentar uma onda daquele tamanho. Querendo agradar a todos, Lulla talvez não soubesse perceber a tempo e reagir à altura quando o vento virasse contra ele. Se nos períodos de calmaria qualquer contrariedade ou problema menor já o deixava irritado além da conta, eu temia que sua reação diante de uma crise mais séria acabasse agravando-a. O governo e o presidente primeiro demoraram a entender a gravidade da situação e depois reagiram mal, partindo da defesa para o ataque sem uma estratégia definida”. Adiante, mais uma estocada, talvez a possível, pois Kotscho e Lulla continuam amigos: “Após algum tempo de perplexidade, dei-me conta de que a reação do presidente e do governo fora ainda mais danosa à imagem de ambos do que a crise em si, já bastante traumática. Quando a ficha finalmente caiu, meses depois das primeiras denúncias, Lula parecia ter voltado à época das assembleias dos metalúrgicos, achando que poderia resolver tudo no gogó, nos discursos de palanque. Reagiu com o fígado, o que é um veneno em política. Começou a viajar mais pelo país e para o exterior, em vez de pôr a casa em ordem e preparar sua tripulação para enfrentar a tempestade na mídia e no Congresso Nacional”. É o máximo que Kotscho se permite de crítica a Lulla. Seu livro inaugura, de certo modo, uma espécie de bibliografia positiva do presidente petista, assim como o livro do senador e economista Aloizio Mercadante. No final do posfácio, Kotscho revela um diálogo que manteve com o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, quando este era presidente da República: — Presidente, o senhor conseguiu a reeleição, já está no segundo mandato, por que não dá um murro na mesa e governa do seu jeito, com quem achar melhor para o país? — Você está maluco? Se eu fizer isso, meu governo acaba no dia seguinte. A citação a Fernando Henrique Cardoso, algo sutil, é um lembrete aos que atacam Lulla por ter mantido (ou manter) uma relação fisiológica com os políticos tradicionais. Noutras palavras, Kotscho sugere que não é possível fazer diferente. O realismo de Kotscho, que às vezes posa de romântico, tem o objetivo de “perdoar” os “erros” de Lulla e, por isso, é lamentável. Como se vê, quem explica Lulla não é Kotscho, e sim Raymundo Faoro, o de "Os Donos do Poder" (espécie de biografia das elites políticas brasileiras). “"Do Golpe ao Planalto” é um excelente livro para estudantes de jornalismo e repórteres que estão começando na profissão. Por exemplo: Kotscho diz que reportagens feitas por telefone, sem contato com o mundo real, empobrecem a qualidade tanto das informações quanto do texto. Ele tem razão: os contatos por telefone, por mais que sejam eficientes (pela rapidez), esfriam as relações e raramente permitem que o repórter “entre” na intimidade dos entrevistados. Nada vale mais do que uma conversa olho no olho (mente-se com mais facilidade por telefone do que cara a cara). Bob Woodward, um dos repórteres que contribuíram para a queda de Richard Nixon, raramente conversava com sua principal fonte, Garganta Profunda, por telefone. Num tempo de grampos multiplicados, o telefone é a geladeira das conversações. Sugiro uma ligeira mudança no (sub)título do livro: “Do Golpe ao Planalto: Uma Vida de Repórter e Assessor de Lulla”. Sim, porque, de algum modo, mesmo a distância, Kotscho continua como auxiliar, ainda que informal, de Lulla. O próprio livro é uma assessoria qualificada. Uma pena, pois Kotscho é mesmo um repórter brilhante e íntegro. Mas qual integridade resiste às necessidades e seduções do poder?
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