Pop comete erros em reportagem sobre traficante que planeja comprar Boeing e construir submarino
31 maio 2014 às 10h55
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É impressionante a reportagem “Drogas — PF na caça de traficante goiano”, do “Pop” (sábado, 24), assinada por Rosana Melo. O título indica que o editor não percebeu a força da matéria. O jornal conta que a quadrilha comandada pelo traficante de cocaína Mário Sérgio Nunes, conhecido como Sérgio Careca, atua em 30 países, tem bens avaliados em 100 milhões de reais e fatura 5 milhões de reais por mês. O grupo criminoso planejava, segundo a Polícia Federal, construir “narcosubmarinos” e comprar “uma empresa aérea para voos internacionais”. A repórter relata que há policiais goianos envolvidos com traficantes.
A reportagem contém alguns problemas. Num texto, o nome do traficante é Mário Sérgio Camargo Nunes. Noutra reportagem, na mesma página, a 4, o nome é Mário Sérgio Machado Nunes. No infográfico, o jornal optou por “Machados”.
Trecho confuso: “Um dos presos em Goiás é o soldado da Polícia Militar”. A inclusão do artigo “o” sugere que a repórter pretendia publicar o nome do soldado, mas esqueceu de fazê-lo. Se isto não procede, deveria ter escrito assim: “Um dos presos em Goiás é soldado da Polícia Militar”.
Na reportagem principal, Rosana Melo informa que os bens da organização criminosa são avaliados em 100 milhões de reais. No infográfico, os bens são avaliados em 80 milhões de reais.
O “Pop” diz que, além de comprar um Boeing 737, a quadrilha pretendia adquirir “uma empresa aérea para voos internacionais”. A repórter escreve “Boieng” e o tempo verbal errado deixa a impressão de que o avião chegou a ser adquirido. “As ações de transporte da droga para o exterior ficaram mais ágeis, baratas e seguras”. A palavra “ficaram” deve ser trocada por “ficariam”. No infográfico também há problemas, com verbos no presente e no futuro, mas referentes à mesma “ação”.
O jornal está brigando feio com vírgulas. “Mário Sérgio Machados [sic] Nunes, controlava de Aparecida de Goiânia, uma verdadeira holding das drogas”. Entre “Nunes” e “controlava” e entre “Goiânia” e “uma” não há necessidade de vírgulas. O texto fica mais preciso assim: “Mário Sérgio Machado Nunes controlava de Aparecida de Goiânia uma verdadeira holding das drogas”. Outra alternativa: “Mário Sérgio Machado Nunes controlava, de Aparecida de Goiânia, uma verdadeira holding das drogas”.
Há um trecho confuso: “… a quadrilha estava pesquisando pelas e fazendo cotação de preços”. Possivelmente, no lugar de “pelas”, a repórter queria escrever peças. Outro trecho caótico: “Ele [Mário Sérgio] trabalhou e conheceu Pablo Escobar”. Seria “ele conheceu e trabalhou com Pablo Escobar”.
No texto “Foragido já teve parceria com Leonardo Mendonça”, Rosana Melo informa que o traficante Leonardo Dias Mendonça, que está preso, é “goiano”. A “Folha de S. Paulo” revela que é mineiro, embora atuasse em Goiás.