Imprensa
O IBGE vai contratar, em caráter temporário, 16 jornalistas para trabalhar no Censo Agropecuário de 2016.
A Cesgranrio vai organizar a seleção dos jornalistas. As inscrições podem ser feitas de 26 de janeiro a 22 de fevereiro pelo site www.desgranrio.org.br.
As vagas foram reservadas para cidades de 12 Estados — Salvador (1), Fortaleza (1), Goiânia (1), São Luís (1), Belo Horizonte (1), Belém (1), Recife (1), Curitiba (1), Rio de Janeiro (5), Porto Alegre (1), Florianópolis (1) e São Paulo.
Os aprovados vão receber salário de R$ 7.166,00 — além de auxílio-alimentação, auxílio transporte, férias e 13º.
Os jornalistas poderão permanecer no IBGE por “até 31 meses”.
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[caption id="attachment_57078" align="alignright" width="620"] Raul Hilberg, Carlos Lacerda e Svetlana Alexievich: as grandes apostas das editoras neste ano. O 2º como personagem[/caption]
As editoras já definiram alguns de seus lançamentos para 2016. A maior aposta da Intrínseca é “A Ditadura Acabada”, do jornalista e pesquisador Elio Gaspari. Trata-se do quinto volume da série Ilusões Armadas. O editor deveria convencê-lo a escrever um sexto volume a respeito dos arquivos implacáveis de Golbery do Couto e Silva. É provável que o autor dirá que os arquivos foram usados fartamente, e é verdade. Mas sempre escapa detalhes interessantes que não seriam adequados para os cinco livros escritos. A obra sai em junho.
Um dos grandes lançamentos será “Vozes de Chernobil”, da jornalista Svetlana Alexievich. Sairá pela Companhia das Letras em março. No segundo semestres, a editora publicará “O Rosto Pouco Feminino da Guerra”. A autora usa o jornalismo para contar grandes e trágicas histórias, indo além do jornalismo factual (quase datilografia), mas sem deformá-las. Quase tudo parece ficção, mas é tudo real. O real às vezes é tão espantoso que parece ficção. É provável que Svetlana Alexievich esteja próxima, ainda que não seja uma discípula, do escritor e jornalista russo Vassili Grossman, cujos “Vida e Destino” (uma das obras fundamentais do século 20) e “A Estrada” saíram no Brasil pela Alfaguara, com tradução notável de Irineu Franco Perpétuo.
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Elio Gaspari e Mário Magalhães: o primeiro vasculha o fim do governo de Ernesto Geisel e o governo de João Figueiredo e o segundo esmiúça os últimos 13 anos de vida de Carlos Lacerda, com documentos que nunca foram publicados em livro[/caption]
O jornalista Mário Magalhães, autor de uma extraordinária biografia de Carlos Marighella, lança no final deste ano, pela Companhia das Letras, um livro (ainda sem título definido) sobre os últimos 13 anos de vida do jornalista, escritor e político Carlos Lacerda. Pega de 1964 a 1977. Não é, portanto, uma biografia de toda a vida. No seu blog, no UOL, ele anotou: “Escrever sobre Lacerda é desejo antigo, mas eu me impunha uma condição: haver novidades para publicar. Há mais de 15 anos coleciono informações e papéis sobre meu novo personagem, porém ainda não eram suficientes. O cenário mudou, com o acesso a milhares de páginas de documentos, sigilosos na origem, produzidos por governos e agências do Brasil e do exterior. Todos sobre Carlos Lacerda e figuras vinculadas a ele”.
Da escritora da moda, a italiana Elena Ferrante (autora do best seller transnacional “A Amiga Genial”, publicado no Brasil pela Globo, no selo Biblioteca Azul, e traduzido por Maurício Santana Dias), sai em fevereiro “A História de um Novo Nome”. Não se sabe quem é de fato a autora, mas os jornais publicam reportagens seguidas tentando decifrar o mistério.
O grande lançamento da Record será a biografia “Roberto Carlos em Detalhes”, de Paulo César de Araújo. O autor reescreveu e atualizou o livro que havia sido censurado pela Justiça a pedido do cantor.
A Editora Amarilys promete pôr nas livrarias um clássico incontornável da literatura histórica: “A Destruição dos Judeus Europeus”, do brilhante historiador austríaco Raul Hilberg. É base de todos os livros sérios sobre o Holocausto.

[caption id="attachment_57075" align="alignright" width="341"] Lula da Silva e Chico Buarque: o político e o compositor-escritor são críticos dos
Estados Unidos, mas estão copiando a tradição contenciosa dos americanos[/caption]
Organizações criminosas matam jornalistas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Há políticos e empresários que, irritados com as reportagens publicadas, chegam a agredir fisicamente repórteres. Há duas formas legítimas e legais de se revolver pendências entre publicadores de denúncias e denunciados.
Primeiro, com diplomacia, com os dois lados guardando a ira nas gavetas cerebrais. Um direito de resposta adequado, mesmo sem a mediação da Justiça, é uma das saídas. Muitas vezes, ouvindo atentamente pessoas que se sentiram “atingidas” pelo jornal, percebi que, mais do que processar, queriam expor suas versões de maneira mais ampla possível.
Segundo, há outra instância civilizada: a Justiça. Quando não há acordo possível entre as partes, o recurso é o Judiciário. Eu, como todo jornalista, não gosto de ser processado. Mas entendo que é a instância democrática. Busca-se na figura do juiz, não a imparcialidade total — que é ficção —, mas um elemento relativamente neutro à pendenga e que, por isso, poderá avaliá-la com propriedade e, daí, proferir uma sentença justa. A Justiça às comete injustiças, mas no geral acerta mais do que erra.
Quando chegou aos Estados Unidos, o historiador austríaco Raul Hilberg (1926-2007), autor do seminal “A Destruição dos Judeus Europeus” — o primeiro livro mais amplo e documentadíssimo sobre a quantidade de judeus que foram assassinados nos campos de extermínio criados pelo nazismo de Adolf Hitler —, ficou surpreso com o contencioso judicial dos norte-americanos. No país de William Faulkner, por qualquer motivo move-se um processo. Na Europa, há mais diálogo e ponderação entre as partes.
O Brasil, que importa até racismo (disfarçado de antirracismo), importou a praga americana dos processos com motivações pífias. Em alguns casos, a razão nem é esclarecer os fatos, e sim intimidar repórteres e fontes. Mas, insistamos, a ação judicial é civilizada, mesmo que os interesses não sejam lá muito legítimos.
O compositor e escritor Chico Buarque foi chamado de “ladrão” pelo jornalista e antiquário João Pedrosa. Este, numa carta pública, admitiu que extrapolou e pediu desculpas. O artista não aceitou-as e decidiu processá-lo. A carta é uma retratação e, apresentada à Justiça, será útil, quem sabe, como atenuante. Chico Buarque é esquerdista, da linha festiva, mas não é larápio. O processo oferece a oportunidade para João Pedrosa provar o que ele roubou. Ou fará uma retratação mais precisa do que a carta.
Outro processador-mor, é o ex-presidente Lula da Silva, um esquerdista, apesar da retórica, moderado. Ao final das investigações e ações da Operação Lava Jato, será possível concluir que os supostos negócios de Lula têm mais a ver com tráfico de influência? Ainda não se sabe. Mas o petista-chefe decidiu processar jornalistas por atacado.
Será que, orientado por advogados gabaritadados e sabendo que, ao final, seu nome não irá inteiramente para a lama, Lula da Silva quer, desde já, intimidar os jornalistas investigativos mais atuantes? Pode ser que isto seja verdade, mas os processos são legítimos e vão oferecer uma oportunidade para os repórteres apresentarem suas provas, contundentes ou não.
“Comecei a processar jornalistas. Quando processo jornal, o dono do jornal se livra do processo jogando a culpa no jornalista. Então, eu falei: vou começar a processar jornalista para ver se a gente recupera a dignidade da categoria e as pessoas verem que quando escrevem alguma coisa prejudicando alguém aquilo tem consequência. Contratei o Nilo Batista [advogado]. Daqui pra frente vou processar todo mundo, criminalmente, civil, sei lá. Pra ver se a gente consegue colocar um pouco de ordem na casa”, afirma Lula. O texto é meio Lula, meio advogado.
[caption id="attachment_57076" align="alignleft" width="328"] Nestor Cerveró e José Carlos Bumlai: o que eles dirão, até o final dos processos, sobre Lula? O primeiro não quer proteger o ex-presidente[/caption]
“Antigamente, os jornais tinham dono, você falava com o dono. Hoje você tem preposto, você tentava resolver alguma coisa, hoje os donos não falam mais nada, hoje é executivo. A politização da imprensa chegou a tal ordem. Admito que tenham um lado, que publiquem editoriais, o que quiserem. A única coisa que não admito é mentira na informação, é mentira.
Daqui pra frente vou processar. Tem muito processo a dar com pau. Vamos cada vez mais, não tem outro jeito. Eu não gostaria que fosse assim”, acrescenta Lula. O que terão a dizer, até o final dos processos, Nestor Cerveró e José Carlos Bumlai, supostos amigos do ex-presidente.
O problema é que processos às vezes é um tiro pela culatra. O autor da ação sempre acredita que vai ganhar, mas pode perder. A Justiça pode entender que ao menos algumas das informações contra Lula da Silva não são invenções e foram extraídas de documentos colhidos ou formulados pelo Ministério Público e que, aos poucos, estão chegando à Justiça. Todo processo que o ex-presidente perder soará como uma espécie de condenação para o público.
O personagem Katteca é uma criação de Britvs, o grande “editorialista” de “O Popular”. Se há alguém que dá identidade ao jornal é a criação de Britvz. Ele diz coisas que a gente gostaria de dizer, mas não diz, nos seus quadrinhos diários, que deveriam ser publicados na primeira página.
Na edição de quinta-feira, 21, Katteca esteve impagável. O jogador goiano Wendell, autor do gol mais bonito de 2015, se tornou o xodó dos jornais, revistas, emissoras de televisão e rádio. É o Cauã Reymond do futebol, mais celebrado do que Eric, que o Palmeiras comprou do Goiás. O que Katteca critica é o excesso de exposição.
No início, Katteca, travestido de repórter, informa: “Wendell acordou!”. O jogador está deitado numa cama e é fotografado e filmado. Em seguida, “Wendell tá escovando os dentes!”.
Microfones aparecem de todos os lados. “Wendell tá almoçando!” No fim do quadrinho, Wendell corre para o banheiro, com ar aflito, e, de repente, os repórteres saem correndo. Um deles e Katteca apertam o nariz. Até a Escola de Frankfurt aprovaria a graça inteligente do indiozinho.

[caption id="attachment_57068" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
O gravador é útil, mas também é uma praga. Por isso recomendo aos repórteres que o usem apenas se estiverem preparando reportagens investigativas, que envolvam denúncias e é preciso “comprometer” as fontes. As gravações têm o hábito de tornar as fontes mais ponderadas, verdadeiras e, às vezes, menos dadas a ficcionalizar os fatos.
Porém, para reportagens mais leves, o gravador atrapalha (e até intimida) e seu uso frequente e abusivo impede, por vezes, o repórter de observar o entrevistado, de verificar as expressões faciais ao comentar um fato, a registrar o ambiente. O gravador mais distancia do que aproxima entrevistado e entrevistador. O resultado é que algumas reportagens são meras transcrições do que o jornalista gravou. Quase uma datilografia de relativo luxo. Por vezes, o repórter não elimina sequer os vícios da linguagem oral.
Sugiro, portanto, menos gravador e mais observação. Os olhos do repórter e sua memória (é preciso treiná-la, mesmo sob o domínio do mundo digital; o cérebro ainda é o mais poderoso computador de um indivíduo) são “gravadores” excepcionais.
A Biografia do Criador do Snoopy” (Seoman, 588 páginas, tradução de Denis de Brong Mattar e José Julio do Espírito Santo), de David Michaelis, é um livro magistral. Uma radiografia matizada do múltiplo e contraditório gênio.
O jornalismo online de “O Popular” é no mínimo descuidado. Ao noticiar a derrota de Matt Mitrione para Travis Browne, lutadores pesos-pesados do UFC, um repórter escreveu que “Fulano de Tal” havia perdido a luta.
O Fulano de Tal — lembra as reportagens policiais dos velhos tempos — é Matt Mitrione, que, além de perder a luta, saiu com um olho inchado, muito inchado. Depois que os leitores notaram, o jornal retificou o erro.
O “Jornal do Brasil” foi um grande jornal. Foi? O “JB” permanece vivo, exclusivamente na internet, mas não é mais a bela publicação dos tempos de ouro. Era quase uma voz oficial do país. Belisa Ribeiro está certa ao escrever “Jornal do Brasil — História e Memória” (Record, 406 páginas).
Belisa Ribeiro examina as edições mais decisivas do “JB”. O jornal era muito importante para o país e era adorado pelos intelectuais.
O poeta e crítico Mário Faustino fortaleceu seus músculos intelectuais nas suas páginas, como editor, crítico e tradutor. O poeta Reynaldo Jardim, um dos maiores editores e criadores do país, militou nas suas páginas, tanto escrevendo quanto pensando e, até, desenhando-o. A poesia concreta ganhou espaço invejável e se projetou. Ferreira Gullar deu uma importante contribuição. Janio de Freitas, hoje na “Folha de S. Paulo”, e Alberto Dines foram decisivos na transformação do jornal.
Em termos políticos, o “JB” mantinha uma cobertura de primeira linha. A sinopse divulgada pela editora informa que, com suas edições muito bem feitas e com apurações rigorosas, contribuiu para “evitar a fraude em uma eleição [tentaram garfar Leonel Brizola em 1982] ou denunciar o envolvimento de militares do governo em um atentado [o caso Riocentro] que poderia ter matado milhares de jovens em um show onde cantavam Chico Buarque e Gonzaguinha”.
O segredo do “JB” era manter equipes de repórteres que, além de investigar com rigor (tinham fontes privilegiadas), escreviam muito bem. Pensavam. Num tempo em que o jornalismo por vezes assemelha-se a datilografia de relativo luxo, com repórteres tão-somente transcrevendo declarações — como se fossem seres alienados —, rever a história do jornal é pelo menos um oásis.
Um livro, em suma, imperdível e que entra para minha lista penelopiana imediatamente.

“Maldita até a sétima geração!!!”, escreveu o jornalista e antiquário a respeito da presidente da República e de seu neto
É possível que a profissional faça reportagens como free lancer para a Rede e dará palestras no Brasil
Repórter do primeiro time do jornalismo televisual, Eleonora Paschoal deixou a Rede Bandeirantes na sexta-feira, 15. Antes, ela trabalhou, durante vários anos, na TV Globo.
Eleonora Paschoal decidiu estudar inglês e tecnologia em Orlando, na Flórida, e deve fazer trabalhos esporádicos, sem vínculo empregatício, para a Bandeirantes.
Segundo o Portal Imprensa, também dará palestras no Brasil, sempre que possível.
O computador vasculhou todos os arquivos do Exército e, de maneira inusitada, escolheu o irmão do general Orlando Geisel para presidente