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Volta de Cristiane Pelajo para o Globo News não significa desprestígio

[caption id="attachment_58659" align="alignright" width="620"]Cristiane Pelajo, com sua experiência no “Jornal da Globo”, tende a se tornar uma estrela da Globo News Cristiane Pelajo, com sua experiência no “Jornal da Globo”, tende a se tornar uma estrela da Globo News[/caption] Volta de Cristiane Pelajo ao Globo News, depois de passagem bem-sucedida pelo “Jornal da Globo”, significa desprestígio? Não. O Globo News parecia uma mera escola de treinamento para a TV Globo. A rede levou algumas de suas principais apostas, como Cristiane Pelajo e Renata Vasconcelos. Mas, aos poucos, a direção do canal misturou os jovens com jornalistas experimentados — como Eliane Cantanhêde (cada vez melhor, agora que adaptou-se à linguagem da tevê), Renata lo Prete (que parece ter nascido para o comentário televisual), Gerson Camarotti (dos melhores intérpretes dos bastidores da política de Brasília) e Jorge Pontual. Cristiane Pelajo, com o que aprendeu no “Jornal da Globo”, tende a se tornar uma estrela na Globo News. Ela fala muito bem, narra as notícias sem titubear. Parece, por vezes, William Bonner, a principal estrela jornalística da TV Globo.

Martins Fontes relança o excelente livro “Morte e Vida de Grandes Cidades”, de Jane Jacobs

[caption id="attachment_58657" align="alignright" width="371"]Reprodução Reprodução[/caption] Um livro notável está sendo relançado no Brasil — “Morte e Vida de Grandes Cidades” (Martins Fontes, 510 páginas, tradução de Carlos S. Mendes Rosa), de Jane Jacobs — e deveria ser lido e relido pelos possíveis candidatos a prefeito de Goiânia: Iris Rezende, Waldir Soares, Vanderlan Cardoso, Luiz Bittencourt, Giuseppe Vecci, Luis Cesar Bueno (ou Adriana Accorsi), Virmondes Cruvinel (ou Francisco Júnior) e Lucas Calil. Trata-se uma radiografia ampla do que é a cidade. A editora sintetiza, de maneira pálida, a obra: “Jane Jacobs procura escrever sobre o que torna as ruas seguras ou inseguras; sobre o que vem a ser um bairro e sua função dentro do complexo organismo que é a cidade; sobre os motivos que fazem um bairro permanecer pobre enquanto outros se revitalizam; sobre os perigos do excesso de dinheiro para a construção e sobre os perigos da escassez de diversidades”. “The New York Times Book Review” publicou a respeito: “Talvez a obra mais influente da história do urbanismo... uma obra literária”. Com literária se quer dizer que é muito bem escrita e imaginada. Há vários livros instigantes sobre cidades, como “As Cidades dos Sonhos — Desenvolvimento Urbano em Goiás” (Editora UFG, 254 páginas), organizado pelos professores da Universidade Federal de Goiás Nars Chaul e Luís Sérgio Duarte, “A Justiça Social e a Cidade” (Hucitec, 291 páginas, tradução de Armando Corrêa da Silva), de David Harvey, e “Cidade Modernista — Uma Crítica de Brasília e Sua Utopia” (Companhia das Letras, tradução de Marcelo Coelho, 362 páginas), de James Holston.

O Popular faz título criativo sobre jogador gordo mas peca nas vírgulas

[caption id="attachment_58655" align="alignright" width="620"]Reprodução Reprodução[/caption] Na sexta-feira, 12, o “Pop” publicou um título — “Nonato tira peso do Goianésia” — que primou pela criatividade e pelo duplo sentido. Primeiro, o time estava mal no Campeonato e reabilitou-se, parcialmente, com a vitória por 3 a 2 sobre o Goiás. Segundo, o autor de dois de seus gols, o atacante Nonato, é quase tão gordo quanto o centroavante Walter (ex-Goiás). Mesmo fora de forma, aos 36 anos, o ex-artilheiro do Bahia jogou muito bem e, como acentua o jornal, “tirou peso do Goianésia”. O texto de João Paulo Di Medeiros não compromete, exceto nas vírgulas. Uma lista de alguns problemas: 1 — “... teve mais uma boa atuação do jogador, que tem o biótipo de quem está acima do peso, mas que com dois gols e participação direta em outro, proporcionou ao Azulão...”. Falta uma vírgula. O texto preciso é: “... mas que, com dois gols e participação direta em outro, proporcionou ao Azulão”. 2 — “Mas, a equipe não se abateu.” Machado de Assis provavelmente escreveria assim: “Mas a equipe não se abateu”. 3 — Nonato diz, posicionando-se: “Eu fui contra a troca de treinador [Jorge Saran substitui Romerito], porque ele não joga, infelizmente, pois se ele [Romerito] tivesse jogando, o nosso time não estaria nessa situação”. Falta uma vírgula depois de “pois”. A frase fica mais precisa assim: “... pois, se ele tivesse jogando, o nosso time não estaria nessa situação”. Tenho duas dúvidas: seria melhor “estivesse jogando”? e seria mais adequado “nesta situação”? 3 — Só leitores muito observadores percebem que aspas foram colocadas invertidas no início do texto ”No vestiário, falei que o resultado...”. 4 — O repórter, ao relatar que Nonato conversou com jogadores no vestiário, escreve que o atleta “confessou”. Como não há confissão alguma, a palavra não é apropriada. “Disse” é mais adequado.

Harry Potter: “Oitavo” livro da série arrasa-quarteirão já figura na lista dos mais vendidos

A obra chegará às livrarias apenas em julho, mas há disputa para conseguir um exemplar nos sites da Amazon e Waterstone

Datena ataca TV Globo ao vivo: “Eu quero que vocês se explodam!”

O apresentador da Band afirma que, convidado para uma entrevista no programa de Jô Soares, foi boicotado pela rede da família Marinho

Não se deve proibir a leitura de livros, como Macunaíma, devido a preconceitos contra a homossexualidade

Numa escola de Manaus, alunos evangélicos se organizam para vetar a leitura de “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e “Casa Grande & Senzala”, alegando que abordam a homossexualidade

O jornalista Mauro Naves, da Globo, ataca o comentarista Neto, da Band. Veja o vídeo

“F...-se o Neto”, afirma o repórter global. Neto entendeu o mundo do espetáculo e divulgou o vídeo Mauro Naves 1 Gravar e vazar é só começar. Se não quiser que um vídeo vaze não o faça — é a regra número dos reservados. Mas quem grava por vezes não quer divulgar, mas, por um descuido ou não, o vídeo acaba aparecendo e viralizando na internet. Mauro Naves, jornalista esportivo da TV Globo — uma de suas celebridades —, curtindo seu descanso no período do Rei Momo (num barco, com amigos agradáveis), decidiu gravar-se xingando o comentarista esportivo e ex-jogador de futebol Neto, da Band — que xinga muito e é sempre xingável, diriam seus múltiplos desafetos. https://www.youtube.com/watch?v=m8fHi6K31J8 Ao descobrir o vídeo, que Mauro Naves teria feito para um amigo, o próprio Neto, sabendo que se trata de um filão de ouro em termos de repercussão, tratou de divulgá-lo o mais rápido possível. Mauro Naves diz para o amigão, “superconfiável”: “Estamos aqui na maior praia aqui, tudo bonito, tudo gostoso. É carnaval, tudo bem. Você (amigo) tá pegando alguém aí ou tá olhando vídeo de futebol? se tiver p… que pariu”. Em seguida, sublinhou: “É o seguinte galera, continue ligado no futebol. Carnaval vai passar, mas futebol é eterno. É o seguinte, um drinque, muita saúde pra vocês. Estamos sempre juntos e ligados no futebol. Assista mais Globo Esporte, TV Globo. F…-se o Neto, da Bandeirantes e o caraca é ‘nóis’ na Globo. Fica com ‘nóis'”. Não consta que havia bebido umas e outras. Mas nas suas mãos decerto não havia um copo d’água. Alguns sites falaram em “drinque” (daqueles que Putin aprecia, quem sabe) e, de fato, parece que está bebendo cerveja. Entendendo que, no mundo do espetáculo, até e talvez principalmente as críticas são “alimentos do crescimento” — falar mal por vezes aumenta mais o ibope do que falar bem —, Neto repercutiu o vídeo, acrescentando a alfinetada: “Aí grande Mauro Naves, gente fina, obrigado pela moral. Continue assim…”.

O Popular vai adotar o formato berliner e ficará “igual” ao jornal inglês The Guardian

O Popular vai ficar parecido com o Jornal Opção, embora permaneça mais factual do que analítico The Guardian formato Berliner Depois de uma série de demissões, para reduzir custos, a diretoria de “O Popular” está fazendo testes para mudar o formato do jornal, do atual standard para o berliner. As rotativas do Grupo Jaime Câmara estão sendo adequadas para a impressão do novo modelo gráfico. O formato berliner, pouco maior do que o tabloide, é muito utilizado na Alemanha, em Portugal (“Público”), França (“Le Monde”), na Itália (“La Repubblica”) e na Inglaterra. “The Guardian” (acima), um dos mais influentes jornais londrinos, adotou a forma há alguns anos. O “Pop” vai ficar, graficamente, parecido com o Jornal Opção. O formato tabloide — o berliner é um tabloide um pouco maior — facilita a leitura, sobretudo em países em que as pessoas usam de maneira acentuada o transporte coletivo. É fácil mais de manusear e ocupa menos espaço. Os jornais ficam, ao adotar os estilos berliner e tabloide, com uma cara quase de revista.

Censurar Mein Kampf, o livro de Adolf Hitler, esconde suas ideias mas não ajuda a combatê-las

Para combater ideias, evitando que sejam colocadas em prática, é preciso conhecê-las bem. Se Churchill, Roosevelt e Stálin tivessem lido “Mein Kampf” cuidadosamente teriam percebido as reais pretensões de Hitler e poderiam, talvez, ter evitado a Segunda Guerra Mundial

O dia que o ator francês Jean-Paul Belmondo andou pelo “céu” de Brasília

Cerca de 20 minutos do filme “O Homem do Rio” passam-se em Brasília, em 1963, quando a capital do país estava em franca construção. O artista anda numa viga e o espectador fica apreensivo

Críticos de cinema não percebem que o macarthismo era frango de granja perto do comunismo

untitledOs jornalistas Luiz Carlos Merten e Luiz Danin Oricchio, do “Estadão”, são excelentes críticos de cinema. Eles amam o cinema, são dotados de paixão, mas escrevem racionalmente. No sábado, 30, escreveram sobre um filme e um livro a respeito do notável roteirista americano Dalton Trumbo (1905-1976). As críticas são, no geral, muito bem feitas e convidam a ver o filme e a ler o livro. Mas falta nuance e história. O macarthismo é apresentado como um dos maiores constrangimentos da história americana — ignorando-se, por certo, a Guerra Civil Americana, que matou mais de meio milhão de pessoas, a corrupção política dos Estados Unidos no século 19, o racismo exacerbado, o assassinato de Luther King e dos irmãos John e Bob Kennedy, a ação quase livre da Máfia em vários Estados do país e o Caso Watergate. O macarthismo tinha um quê de histeria, perseguiu diretores, atores e roteiristas de cinema, mas, comparado com o comunismo — que matou mais de 100 milhões de pessoas no século 20 —, é frango de granja. Ao defender os perseguidos de Hollywood, como o esquerdista Dalton Trumbo, não se leva em conta que o comunismo era pior do que o macarthismo. Não dá nem para comparar. Os textos sequer relatam que comunistas americanos (e soviéticos infiltrados) roubaram o segredo da bomba atômica do governo dos Estados Unidos e, a partir dos dados obtidos, puderam construir sua própria bomba atômica. O macarthismo era mais uma reação do que uma ação e provocou menos danos à liberdade de expressão — e não gerou mortes em série — do que se imagina. Será que os críticos de cinema acreditam que, se vivesse na União Soviética de Stálin, Dalton Trumbo poderia ter escrito roteiros com pseudônimos ou assinados por outros colegas? Lá, não teria continuado a viver na mesma cidade, livre, leve e solto. Teria sido enviado para a Sibéria ou teria sido fuzilado. Na democracia, embora tenha sido perseguido, pôde contestar o sistema e, em seguida, voltar a trabalhar livremente. Como comunista, e sabendo o que os comunistas estavam fazendo na União Soviética e na China — prendendo, matando, perseguindo, tomando empregos de maneira incontornável —, Dalton Trumbo não deve ser tratado como “vítima”. Ele sabia o que estava fazendo, ao ser um agente comunista — ainda que meio festivo —, e o senador Joseph McCarthy também sabia o que estava fazendo ao contribuir para reduzir sua força no establishment de Hollywood. “Trumbo — A Vida do Roteirista Ganhador do Oscar Que Derrubou a Lista Negra de Hollywood” (Intrínseca, 384 páginas, tradução de Catharina Pinheiro), de Bruce Cook, parece ser um livro extraordinário. O título, se é que é de sua autoria, contém certo ufanismo. “Trumbo — Lista Negra”, filme de Jay Roach, tem sido incensado pela crítica patropi e internacional. Conta a história do roteirista. Respeitado como roteirista, Dalton Trumbo dirigiu o filme antibelicista “Johnny Vai à Guerra”. Um filme de qualidade.

Livro conta a história dos cineastas John Ford, John Huston e Frank Capra na Segunda Guerra Mundial

[caption id="attachment_58135" align="alignleft" width="246"]46129673 Pesquisa alentada de cinco anos revela como e em que circunstâncias os cineastas Frank Capra, George Stevens, John Ford, John Huston e William Wyler retrataram a Segunda Guerra Mundial . Mera propaganda?[/caption] Historiadores europeus, como Norman Davies, sugerem que os Estados Unidos criaram o mito de que “venceram” a Segunda Guerra Mundial e salvaram a Inglaterra de Winston Churchill, a França de Charles de Gaulle e a União Soviética de Stálin. De fato, os americanos foram fundamentais para a derrota da Alemanha nazista. Mas não se pode desconsiderar o empenho dos ingleses — se Churchill tivesse sucumbindo às pressões internas para negociar com Adolf Hitler, a Europa teria caído sob controle dos adeptos da “teoria” do espaço vital — e dos soviéticos. Ninguém sofreu tanto no conflito quanto o povo soviético (morreram cerca de 20 milhões de pessoas). Quando as tropas do país do presidente dos Estados Unidos entraram na guerra, em 1941, depois do ataque do Japão a Pearl Arbor, a Inglaterra de Churchill lutava contra os nazistas há dois anos (a guerra começou em setembro de 1939). Conta-se que o ator Michael Caine teria retirado seus filhos de uma escola americana ao saber que os professores de História estavam ensinando que a batalha começou em 1941. Se os americanos não pelejaram sozinhos, por que a história dominante enaltece os Estados Unidos e praticamente ignora a União Soviética e, por vezes, até os ingleses? Primeiro, a URSS de Stálin assinou um acordo de não-agressão com Hitler, em agosto de 1939, e por isso os nazistas, sentindo-se encorajados, invadiram a Polônia, em setembro de 1939, deflagrando a Segunda Guerra Mundial. Os políticos ingleses e franceses, que cultivavam uma política de apaziguamento com o nazismo, finalmente perceberam que Hitler não iria parar e, por isso, precisava ser contido o quanto antes. Os soviéticos ficaram, num primeiro momento, como vilões. Depois, lutaram bravamente e foram decisivos, mais do que os americanos, para derrotar o nazismo. Aos poucos, os historiadores, sobretudo os ingleses, reconhecem sua importância. O comunismo era e é uma desgraça, mas o soldado soviético era intrépido. John Ford diretor de cinema pb01 Segundo, o cinema de Hollywood contribuiu para criar a mitologia do heroísmo americano. Os filmes produzidos nos Estados Unidos no geral são imprecisos (de maneira intencional), praticamente ignoram outros participantes aliados, e criaram um glamour romântico sobre soldados e oficiais do país que pelearam na Europa. Os filmes soviéticos (e mesmo os ingleses) raramente são exibidos fora da Rússia e demais países que pertenceram à URSS. Insistamos num ponto: os Estados Unidos foram importantíssimos para derrotar Hitler, mas, sem a capacidade de resistência dos ingleses e soviéticos, a Alemanha teria se tornado a senhora da Europa. “Cinco Voltaram — Uma História de Hollywood na Segunda Guerra Mundial” (Objetiva, 560 páginas), de Mark Harris, é, sem dúvida, um livro do balacobaco. Mas deve ser lido a partir do prisma exposto acima. O cinema, no caso da guerra, foi largamente utilizado para propalar propaganda política. Por isso o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt — tão extraordinário quanto Churchill — enviou cineastas para a Europa. Eles foram destacados para relatar a guerra a partir do ponto de vista americano. Só que, como os diretores Frank Capra, George Stevens, John Ford (foto acima), John Huston (foto abaixo) e William Wyler eram extraordinários, os filmes quase sempre são de qualidade. O talento — a narrativa por vezes precisa, ainda que romantizada, em certos casos — sobrepõe-se à propaganda. Artistas criativos sempre vão além daquilo que lhe pedem e cobram. John Huston 2cultural3 Mark Harris percebe a propaganda, admite o vezo americano em detrimentos das visões europeias-soviéticas, mas destaca a importância do cinema do país de John Ford em exibir a crueza da guerra, suas vicissitudes e até, no meio do deserto de sentimentos, momentos belos, de rara humanidade. A caixa “A Segunda Guerra no Cinema” reúne alguns filmes interessáveis: “Fomos os Sacrificados” (John Ford), “48 Horas!” (Alberto Cavalcanti), “Também Somos Seres Humanos” (William Wellman), “Proibido!” (Samuel Fuller), “Amargo Triunfo" (Nicholas Ray) e “Mercenários Sem Glória” (André De Toth). Norman Davies e a Segunda Guerra Mundial O historiador Norman Davies sugere que o cinema simplifica a Segunda Guerra Mundial e concentra-se, na maioria das vezes, nos Aliados, notadamente na participação dos americanos. Confira no link: https://jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/norman-davies-cinema-americano-simplifica-segunda-guerra-mundial

Livro de Nick Davies desnuda jornalismo baixo clero do News of the World

[caption id="attachment_58133" align="alignleft" width="193"]46127451 Vale Tudo da Notícia mostra, sem meias palavras, que parte da imprensa da desenvolvida Inglaterra é mais suja do que o lixo que recolhe[/caption] “Vale Tudo da Notícia” (Intrínseca, 480 páginas, tradução de Marcelo Levy), de Nick Davies, conta, de maneira detalhada, o escândalo do extinto jornal britânico “News of the World”, de Rupert Murdoch. O jornal, por meio de editores e repórteres — a prática era aprovada pelo proprietário —, comprava informações obtidas ilegalmente de detetives particulares, que faziam grampos telefônicos e seguiam pessoas. Os repórteres invadiam caixas de mensagens de celulares de pessoas proeminentes da Inglaterra. Com as informações, publicavam reportagem e, por vezes, chantageavam empresários, políticos e artistas. Davies conta as histórias centrais, mostrando que o jornalismo baixo clero era deliberado, e histórias menores. James Murdoch pressionava políticos e buscava obter vantagens comerciais sem nenhum pudor. Conhecido como “homem do lixo”, Benji percorre as ruas de Londres, na madrugada, vasculhando sacos de lixo em busca de informações para vendê-las aos tabloides (que, na Inglaterra, é sinônimo de sensacionalismo). O repórter Sean Hoare tomava drogas com celebridades. O livro de Davies mostra como o jornalismo — aquilo, argh!, que é vendido como jornalismo — do chamado Primeiro Mundo pode ser sujo. Tidos como os leitores mais qualificados do mundo, ao lado dos franceses, os ingleses adoram qualidade (a leitura de um escritor excepcional como Ian McEwan, por exemplo), mas apreciam, por intermédio dos tabloides, chafurdar no lixo mais abjeto dos seres humanos. Aliás, muito não é lixo, se não for publicado. É apenas vida íntima, que é mais complexa, rica e diversificada do que imagina a nossa vã filosofia. Quando o “The Guardian” publicou as denúncias, provocando um debate extraordinário na sociedade inglesa, o ‘News of the World”, desmoralizado, fechou as portas. Um trecho do livro pode ser lido no site da Editora Intrínseca.

Eduardo Tessler tromba com igrejinha supostamente ligada a Cilede Alves e cai fora de Goiânia

O incensado consultor Eduardo Tessler, um dos principais responsáveis pelas reformas editoriais feitas no jornal “O Popular”, teria zarpado de Goiânia — e sem pretensão de voltar. Eduardo Tessler, que atraiu o editor-executivo Fabrício Cardoso, teria sido vencido pela igrejona de jornalistas que, apesar das tentativas de mudança, ainda controla a redação, ou parte dela. Cileide Alves continua forte na redação, apesar de, em teoria, não ter mais cargo de mando. Mas uma coisa é certa: quando estava no comando direto, o jornal era melhor ou menos pior. O nível do “Pop” caiu muito. Hoje, conhecido como “República dos Estagiários”, o jornal parece não se preocupar mais com a qualidade do texto, com a precisão da informação. Até repórteres experientes parecem meio perdidos, escrevendo textos bisonhos, mal escritos, com erros primários. O enxugamento brutal da redação piorou a qualidade do jornal. Isto é consenso na sociedade e na própria redação. Só não percebem ou não querem perceber os dirigentes. Recuperar um jornal que “cai” não é fácil. Deveriam pensar sobre isto o mais rápido possível.

José de Souza Martins diz que reforma agrária do PT é inferior à de José Sarney

Professor da USP e de Cambridge diz que “não adianta dizer que o que aconteceu com o PT é culpa da direita. É tudo culpa do PT. Não há inimigos atuando nos bastidores. Quem está destruindo o PT são os amigos do PT”