Imprensa

Depois de ser desentender com o chefe de telejornalismo, o jornalista foi dispensado. Amigos sugerem que está negociando com a TV Record

A polícia encontrou maconha e LSD na mochila da jovem de 20 anos. Não se sabe se a droga era dela ou se foi plantada pelo assassino

A emissora afirma que Luciano Rodrigues era um “repórter brilhante” e vai deixar uma "enorme lacuna"

A jovem estudava na Universidade Católica de Brasília. Suspeitou de latrocínio, mas delegado aponta para homicídio
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Jéssica Leite César tinha apenas 20 anos e estudava Jornalismo na Universidade Católica de Brasília. Na terça-feira, 14, saiu de casa para ir para a faculdade e não voltou para casa. A garota foi assassinada com uma facada no peito.
Inicialmente, acreditou-se que Jéssica Leite havia sido vítima de latrocínio. Na primeira versão, um casal de criminosos teria roubado seu celular e, ante a resistência, teria esfaqueado a jovem. Mas o delegado Flávio Messina, de Taguatinga Norte, avalia que não está descartada a hipótese, não de latrocínio, e sim de homicídio.
O delegado Flávio Messina sublinha que Jéssica Leite foi assassinada com um único golpe, dado com extrema força, no seu peito. Há uma lesão na mão e o policial frisa que ela possivelmente tentou resistir.
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Uma professora de Jéssica Leite escreveu numa rede social: “Sua voz ficará para sempre em nossa mente. Sua alegria e carisma no nosso coração. Sua juventude foi interrompida pela violência brutal que assusta e mata. Já sentimos sua falta”.
No Facebook de Jéssica Leite, um amigo escreveu: “Eu vou para sempre lembrar do seu sorriso. Não acredito que isso aconteceu, não me conformo. Segurança pública é um problema e você foi, como outros e outras, a comprovação de que precisamos de segurança”.
O “Correio Braziliense” publicou na quinta-feira, 16: “A linha de investigação de homicídio surgiu após a polícia constatar que a mochila da jovem — com carteira, casaco e chips de celulares — permaneceu no local. Em coletiva, o delegado Flávio Messina afirmou que não havia drogas na bolsa. Mais tarde, ao prender três suspeitos do crime, ele confirmou a presença de ‘pouca quantidade de LSD e maconha’, mas afirmou que ainda precisava analisar a presença do ‘material’. Segundo apuração do Correio, a ocorrência aponta que havia uma balança de precisão e um ‘micro-selo’ (sic), porém sem a informação se eram de Jéssica ou se tinham sido plantados”.

Os repórteres mais conhecidos são Sandro Macedo, editor-adjunto da “Ilustrada”, e Ricardo Gallo, autor de um livro sobre o primeiro brasileiro condenado à pena de morte no exterior
Livros de oportunidade, por mais que se datem rapidamente, são úteis porque dão uma visão de conjunto dos problemas, como a corrupção do petrolão

Com a demissão iminente de Dunga, o técnico mais cotado para substitui-lo é o do Corinthians. É, no Brasil, o mais qualificado, ao lado de Muricy Ramalho

Artigo do colunista da revista Época é irônico e frisa que o jornal americano “comprou” a narrativa do PT e não examina os fatos com precisão

O brasilianista, em dois livros de excelente qualidade, interpretou a história do país de 1930 a 1985 a partir de uma pesquisa exaustiva e não ideologizada. Ele tinha Alzheimer e morreu aos 83 anos

No segundo volume de seus “Diários”, relatando fatos de dois anos de governo, 1997 e 1998, o ex-presidente afirma: “Iris não pediu, eu não queria que o Perillo fosse sequer candidato”

Nos “Diários”, o ex-presidente da República sugere que José Sarney manipulava Iris Rezende e critica Wolney Siqueira e Pedrinho Abrão
O livro “Diários da Presidência — 1997-1998” (Companhia das Letras, 869 páginas), de Fernando Henrique Cardoso, de 85 anos, menciona vários políticos de Goiás ou radicados no Estado. O ex-senador e ex-governador de Goiás Iris Rezende, de 82 anos, é citado em 40 páginas. FHC o trata com respeito, mas com certo menosprezo, sobretudo na comparação com raposas políticas nacionais, como Antônio Carlos Magalhães e José Sarney.
Em janeiro de 1997, quando se discute a eleição para presidente do Senado, o presidente Fernando Henrique demonstra ser um articulador mais escorregadio do que hesitante. A impressão que se tem é que, para controlar Antônio Carlos Magalhães, o ACM, o tucano gostaria de bancar Iris Rezende. Mas parece não perceber “estatura” suficiente no goiano para enfrentar o baiano. “Embora eu leia nos jornais que estou apoiando o Antônio Carlos, na verdade o Sérgio Motta e o Tasso [Jereissati] é que estão. (...) Mesmo que eu quisesse forçar, imaginemos o contrário, colocando o Iris, isso não seria assim tão fácil.”
Adiante, Fernando Henrique sublinha que tem de apoiar ACM por dois motivos. Primeiro, por causa do PFL (antecessor do DEM). Segundo, devido à relação com seu filho, Luís Eduardo Magalhães, um de seus principais fiadores na Câmara dos Deputados. Mas o presidente ressalva: “Eu não posso permitir que essa questão deixe o Iris irritado, porque o Iris tem sido um fiel cooperador”. José Sarney estava “jogando pelo Iris”. A interpretação de FHC: “Iris presidente [do Senado], Sarney continua sendo uma espécie de ponte do governo federal com o Iris. Mesmo que desnecessária a ponte, ele saberá habilmente fazer com que o Iris crie algumas dificuldades para que ele possa negociá-las”. Sutilmente, o tucano indica que Sarney manipulava ou queria manipular Iris Rezende.
Na questão da aprovação da reeleição, em janeiro de 1997, Fernando Henrique perguntou ao governador de Goiás, Maguito Vilela, “como estava a delegação de Goiás”. O peemedebista “disse que” estava “firme com a reeleição, mas eu o notei um pouco escabreado”. Como liderado de Iris Rezende, que estava sendo preterido para a presidência do Senado, o governante goiano sentia-se incomodado. Ante a pressão de peemedebistas, como José Sarney, FHC falou com vários líderes. “Ao próprio Iris eu disse: ‘Não é possível, senador, assim vai atrapalhar até a sua eleição, porque me condiciona, e à bancada do PSDB, a essa afronta do PMDB. Busque uma solução’.”
O senador Jader Barbalho, do PMDB do Pará, contou a Fernando Henrique que o então deputado Michel Temer é quem estava tentando postergar a emenda da reeleição. Os senadores teriam “copiado” os deputados. O que o PMDB queria era, antes de votar a emenda da reeleição para cargos majoritários, como presidente e governador, “eleger a mesa do Senado”. Era um toma-lá-dá-cá. Iris Rezende admitiu, para o próprio FHC, que trabalhou contra a votação primeiro da reeleição — na Câmara dos Deputados. O senador controlava a bancada.
Na disputa pelo comando do Senado, “Iris me parece que está mais perdido do que o senador Antônio Carlos”. O goiano estava intransigente e não queria votar a reeleição logo. “O mais difícil é o Iris. O [Israel] Vargas, cujos parentes em Goiás são donos das [sic] Organização Jaime Câmara de rádio, televisão, imprensa, pediu que seus primos falem com Iris, para ver se o amolecem. Acho difícil, porque o Iris sabe, a esta altura [janeiro de 1997] que está perdendo [a oportunidade de disputar a presidência do Senado] e talvez tenha que endurecer”, relata Fernando Henrique.
Em fevereiro de 1997, com percepção pouco aguçada do quadro real do Senado, Iris Rezende procura Fernando Henrique para uma conversa. “Ele queria que eu desse os votinhos, achava que tinha ganho, que é confiável, segundo ele próprio, e o Antônio Carlos [Magalhães] não. Eu disse ao Iris que agora a situação era diferente, porque, como ele mesmo reconhecera, cometera um erro, qual seja, ter ido a São Paulo falar com o [Franco] Montoro e com o Mário Covas, quando devia ter vindo falar comigo.” O presidente ressalva que disse a Iris que não haveria “retaliação a ele nem ao seu pessoal, embora todos os goianos tenham se abstido de aparecer no dia da votação da reeleição”.
Ao mencionar a reeleição, Fernando Henrique admite que, a partir de determinado momento, “a coisa” começou “a feder”. Mas, claro, tira o corpo fora, atribuindo possível pagamentos a parlamentares a outras pessoas (ele está limpo). Muita gente queria dinheiro vivo — consta que o mercado persa estava pagando 200 mil reais por voto. “O deputado Pedro Canedo, de quem sempre tive boa impressão, foi abordado por um deputado de Pernambuco, um tal de Severino Cavalcanti, eu creio, que é um agente do Maluf e disse ao Pedro Canedo: ‘Você tem uma dívida pequena e o governo não resolve a sua questão financeira. Isso é uma coisa vergonhosa’. Já não é o primeiro caso”, conta o presidente.
Quase no final de fevereiro, Iris Rezende havia mudado de posição, não estava mais radicalizado. “Disse que a bancada de Goiás está solidária e vai votar toda pela reeleição [no Senado].”
Em maio de 1997, Michel Temer articula os nomes de Eliseu Padilha e Iris Rezende para o ministério. Este deveria ser indicado para a pasta da Justiça. “Fiquei até surpreso, porque ele e o Iris estavam em lados opostos, lembrei que talvez houvesse dificuldade com o Antônio Carlos. O Iris cimenta uma boa parte do PMDB e eu tenho uma boa relação pessoal com ele.” A história de que Michel Temer “convive” mas não tem simpatia política e pessoal por Iris Rezende é antiga.
Fernando Henrique avaliou que ACM não ficaria “satisfeito” com a indicação de Iris Rezende para o Ministério da Justiça. Mas o líder do PFL não se opôs. Parte do PMDB tentou impor o senador goiano no Ministério dos Transportes e Eliseu Padilha na Justiça. Sem explicar seus motivos, o presidente anota: “É arriscado botar o Iris nos Transportes”. O problema seria seus aliados, como Wolney Siqueira, que FHC execrava?
Iris Rezende e Eliseu Padilha foram nomeados por FHC. “Um pacto político é sempre um pacto com o diabo. Mas estou disposto a defender a necessidade da governabilidade”, defende-se o presidente. É, sem tirar nem pôr, o mesmo discurso dos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff. Curiosamente, ACM espalhou “que ele é que tinha feito o ministro Iris Rezende”. O esclarecimento do tucano-chefe: “Não foi ele quem indicou o Iris e muito menos quem o convidou”.
Pacto feito, a reeleição foi aprovada no Senado por 63 a 6. Não se comprava político apenas com dinheiro, como na Câmara dos Deputados. Cargos no primeiro e segundo escalões eram outra moeda cobiçada.
Maguito e Abrão
Em agosto de 1997, Fernando Henrique recebeu o governador de Goiás, Maguito Vilela, acompanhado de Iris Rezende. “Maguito quer algum apoio, algum recurso para Goiás. Reclamou do ICMS.” Num encontro anterior, Maguito Vilela agradeceu “por termos negociado bem a dívida de Goiás”. Em junho de 1997, o governador ligou para FHC para falar de uma pesquisa indicando que os goianos avaliavam positivamente o governo tucano. Não há referência à privatização da Usina de Cachoeira Dourada, bancada por Maguito Vilela.
O ex-deputado Wolney Siqueira é citado de maneira mais ampla no primeiro volume dos “Diários” e não consta que tenha processado o ex-presidente. No segundo, é citado apenas uma vez, na página 84. “Sarney falou da corrupção no DNER e a atribuiu ao Newton Cardoso”, afirma Fernando Henrique. Quem estava “na chefia da malandragem” seria Wolney Siqueira — “que eu não conheço e, dizem, foi indicado pelo Iris Rezende”.
Na página 578, Fernando Henrique faz referência desabonadora ao ex-deputado Pedrinho Abrão. O presidente esteve em Acreúna e não ficou satisfeito quando o viu. “O [Pedrinho] Abrão estava lá, uma coisa meio constrangedora, eu não sabia que ele iria, nem poderia ter ido na comitiva.”
Na página 764, Fernando Henrique conta que o ministro das Comunicações de seu governo, Luiz Carlos Mendonça, atacou, em novembro de 1998, José Saad, que havia assumido mandato de senador quando Iris se tornara ministro da Justiça. “Pedi que [Luiz Carlos Mendonça] não desse declarações, para não acirrar o clima tenso [devido ao caso dos grampos do BNDES).” Mas o ministro chamou “José Saad de ladrão, coisa que não é comprovável e só complica as coisas”, afirma o presidente.
Leia sobre os goianos citados no livro “Diários da Presidência — 1995-1996” (primeiro volume), de Fernando Henrique:
https://jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/livro-de-fhc-critica-pedro-abrao-sugere-ligacao-de-wolney-siqueira-com-lobby-e-revela-fraqueza-de-iris-51695/

Divulgação
“A Ditadura Acabada” (Intrínseca, 447 páginas), de Elio Gaspari, é o quinto volume de uma série bem-sucedida. O livro contém revelações, mas só tende a percebê-las de maneira mais ampla quem aprecia o ramo dos estudos históricos (e muitos da área não querem apontá-las e, sobretudo, aceitá-las). O segredo do livro está nos detalhes. Onde se encontra informação sobre desentendimento entre o presidente-general Ernesto Geisel e o general Golbery do Couto e Silva? Não há em nenhum outro lugar, especialmente contado com o molho único de Gaspari. O que se sabia é que os dois eram Abel e Abel (não chegaram, claro, a ser Abel e Caim). Não é bem assim. Golbery tentou derrubar o presidente do BNDE (sem S) e Geisel bancou-o. Isto é tão importante assim? Não muito, mas indica que o projeto de distensão-abertura não era mesmo de exclusividade de Golbery e que, de fato, Geisel decidia.
Na página 102 há uma informação que vai chamar a atenção dos historiadores: “Em 1978 a ‘linha dura’, que se associara à máquina repressiva do regime, estava no SNI, comandado por Figueiredo, e nos DOI-CODI. Ela jamais se acercou de Euler”. O general Euler Bentes foi candidato a presidente da República contra João Figueiredo, e pelo MDB. Era, curiosamente, mais duro do que Figueiredo. Não deixa ser interessante: a linha dura com Geisel e, sobretudo, Figueiredo...
Há outras informações interessantíssimas, que revisam, sem explicitar de maneira exibicionista, partes da história do período. Mas a percepção disto é para quem estuda detidamente a história do país. Senão não perceberá o que é novo, único, na obra. Gaspari vai aos arquivos — a crítica dominante é que se trata de arquivos restritos e militares (de Golbery, Heitor Ferreira e Geisel) — e dialoga com a bibliografia e, inclusive, arquivos e jornais. O que não há é servidão à bibliografia. A pesquisa não se restringe aos arquivos de militares e o autor do livro não é “escravo” do material colhido por Golbery e Heitor Ferreira. Ele consultou a bibliografia, pesquisou em arquivos do Brasil e dos Estados Unidos e entrevistou várias pessoas. Na redação, nota-se o distanciamento preciso dos historiadores — inclusive em relação às fontes ditas basilares, Golbery e Heitor Ferreira. Fiquei com a impressão de que, neste volume, Gaspari distancia-se, um pouco mais, de suas fontes essenciais — usando suas informações com mais parcimônia e de maneira mais comparativa.
O quinto volume é um fecho extraordinário, escrito com simplicidade (no sentido de clareza) e sem estardalhaço, quer dizer, as revelações não são apresentadas de maneira explosiva, chocante. Historiadores vão explorar o livro com mais precisão — ao longo dos anos. Por quê? Porque, ao contrário de alguns historiadores, Elio Gaspari teve acesso a fontes exclusivas, inclusive com documentos, entrevistas. Não é livro para ser lido apenas uma vez e de uma sentada — é para ser estudado, verificado, comparado. Mas claro que pode e deve ser lido por qualquer um. Mas o aproveitamento maior só mesmo se o leitor tiver lido, e cuidadosamente, outros livros do período (como os excelentes livros de Ronaldo Costa Couto, Daniel Aarão Reis e Carlos Fico, para citar apenas três estudiosos). Aí saberá o que é novo e o que não é. Há falhas? Possivelmente, como em vários outros livros.
Por que parte da direita e parte da esquerda universitária não apreciam o livro de Gaspari? A primeira, porque o jornalista-historiador, mesmo usando documentos de Golbery e Geisel, não banca a ditadura. A academia, porque Gaspari — que lida muito bem com a pesquisa universitária, citando-a com precisão — é um ente de fora, não é de casa. A universidade é dona do saber, mesmo que diga que está aberta à sabedoria externa. Como pode alguém escrever um livro tão bem-sucedido não tendo a orientação de um mestre ou doutor da universidade? Os mais ranhetas vão discutir a “falta de método”. O raciocínio é mais ou menos este.
O fato é que “A Ditadura Acabada”, com os outros quatro volumes, é uma história incontornável da ditadura civil-militar. Daí o elogio entusiasmado do brilhante historiador britânico Kenneth Maxwell: “Uma história escrita de dentro para fora, repleta de detalhes inesquecíveis”.
Além da pesquisa exaustiva, e muito bem sintetizada (o leitor fica doido por mais informações), Gaspari escreve muito bem, com bossa. Sua fluência verbal é, mais do que de jornalista, de escritor.

Lula da Silva e Dilma Rousseff montaram uma rede, notadamente na internet, para defender o governo petista e atacar adversários políticos

O advogado Clayton Colavite, de 32 anos, lutou contra o pecuarista João Antônio Padula, de 53 anos, muito mais forte, e conseguiu matá-lo

Como se sabe fora da redação do jornal do Grupo Jaime Câmara, o nome da unidade de ensino é Faculdade de Direito