Imprensa

A especialista em economia e ex-Globo afirma que se pode falar em empoderamento do jornalista
Jornalistas costumam dizer, em tom de brincadeira, ma non tropo, que a profissão de jornalista está em extinção. Na verdade, não está. Mas, sim, está em processo de mudança. As redações estão se tornando menores e os repórteres tendem a diversificar seus afazeres. No momento, não há mais revisores, redatores e, em jornais exclusivamente digitais, não há diagramadores e fotógrafos começam a ser, se não dispensados, menos utilizados. Repórteres apuram, escrevem, revisam, fotografam (com celulares) diagramam e publicam seus textos diretamente — sem intermediários, às vezes sem a interferência de pelo menos um editor. O resultado é que as equipes são cada vez menores e menos dispendiosas. Mesmo assim, não se pode falar em atividade em extinção, e sim em novas configurações profissionais.
[caption id="attachment_183742" align="aligncenter" width="620"] Mara Luquet e Thais Heredia: competentes, brilham fora da TV Globo | Fotos: Reproduções[/caption]
Até pouco tempo, poucos profissionais deixavam a Globo para cuidar de seus próprios negócios. Sair da Vênus Platinada era uma espécie de “morte” e havia quem se considerasse na lista dos “animais extintos”. Os que saíam por conta própria eram chamados de “malucos”. Não é mais assim. Há vida fora da Globo e, em Goiás, da TV Anhanguera. Mara Luquet, jornalista especializada em economia, deixou a GloboNews, onde estava bem, e criou o MyNews, canal de notícias baseado no YouTube, com mais cinco profissionais (como Antonio Tabet, um dos criadores do Porta dos Fundos). Por ser considerado como referência, inclusive em outros países, o MyNews recebe aporte financeiro do Fundo de Inovação do Google. “Eu era PJ [pessoa jurídica] na Globo. Há muito tempo não tinha garantias trabalhistas. O diferencial agora é que eu tenho uma parte desse negócio, estou fazendo história e não tem dinheiro que pague isso. É um momento de investimento, mas não temos prejuízo. Nossa receita paga as contas e ainda sobra reserva para investir”, disse a jornalista ao blog Notícias da TV, do UOL.
Se os meios de comunicações, com suas estruturas gigantes, estão demitindo, em parte por causa da queda de faturamento e em parte para manter os ganhos dos acionistas (poucos são como os integrantes da família Marinho, que, em 2018, para evitar prejuízo do Grupo Globo, não fizeram retiradas), o MyNews se prepara para abrir escritórios em Brasília e Londres. “A gente quer projetos de jornalistas para desenvolver. A gente sabe que tem jornalistas muito bons no mercado e a gente quer falar com essas pessoas. Nosso business é conteúdo”, afirma Mara Luquet. A produção de conteúdo próprio, de qualidade, é um dos desafios dos veículos online. Hoje, parte deles copia o que é publicado em outros lugares e sem acrescentar uma informação nova. Copia-se até os erros, que, publicados em série, terminam o dia como “verdade”. Reportagens complicadas por vezes são abandonadas por determinados repórteres — que preferem grudar ao telefone em busca de declarações perfunctórias sem nenhum conteúdo político e social, mas, possivelmente, explosivas.
Com a liberdade gestada pela internet e os novos negócios, Mara Luquet sublinha que se pode falar em “empoderamento” do jornalista. “Os meios de produção foram para as mãos do jornalista. A gente conseguiu colocar um canal no ar, um bando de jornalista que não é rico nem nada, mas todo mundo é muito experiente. Com mais de 30, 40, 50 anos.”
Entre colaboradores fixos e freelancers, o MyNews conta com o trabalho de 40 profissionais. “Agora, estamos conversando com investidores no Brasil e no exterior para dar um salto maior.” Sem gastar com marketing — “nenhum centavo” —, o MyNews tem 196 mil leitores inscritos. A prioridade do canal é a cobertura de política e economia. Mas pretende cobrir também esportes e games.

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