Aos 73 anos, doente, o jornalista foi demitido, mas recebeu indenização e manteve o plano de saúde
Maurício Kubrusly escrevia na imprensa textos rápidos mas sempre interessantes sobre música. Depois, reinventou-se como repórter de televisão, na TV Globo. Assim como Geneton Moraes Neto, que morreu cedo, era um craque das pautas especiais, em busca de um Brasil às vezes profundo. Eventualmente, caía no anedótico e no folclórico, mas jamais deixou de ser jornalista perspicaz, diferenciado. Sempre elétrico, não provocava indiferença. Era, no “Fantástico”, uma espécie de Sr. Fantástico. Depois de 34 anos de trabalho contínuo, a Globo o dispensou. O diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel, publicou uma nota na qual diz que o profissional “parte para viver novo sonho”. É provável que não tenha sido a intenção, mas, considerando que ele tem 73 anos e está adoentado, não parece um comentário pertinente, ou verdadeiro.
Em 1916, ao sofrer um infarto, Kubrusly recebeu dois stents. Voltou a trabalhar, mas, no fim de 2017, saiu do ar e não mais voltou. Numa festa do “Fantástico”, do qual era uma das estrelas, caiu e voltou ao hospital. Os médicos retiraram um coágulo de seu cérebro. Amigos sugerem que, embora lúcido, há momentos em que não se lembra de nada e não reconhece as pessoas. Depois, recupera-se e volta a recordar-se dos amigos.
A Globo teve a decência de pagar uma indenização tida como satisfatória e manteve o plano de saúde de Kubrusly.
Aínda bem que a Globo teve está consideração pelo grande profissional que ele foi.
Parabéns Rede Globo