Bastidores
Se José Vitti desistir da disputa da Prefeitura de Goiânia, o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo, encarnando a renovação, pode ser candidato. Romário Policarpo acabou com a tese de que a Câmara era uma secretaria do governo do prefeito Iris Rezende e mantém o Legislativo altivo e posicionado. Não contra os interesses da cidade, mas sim contra os equívocos do prefeito.
O ex-deputado Chiquinho Oliveira, articulador do primeiro time, deve assumir um cargo na Associação Goiana de Municípios (AGM). O presidente da AGM, o ex-goleiro do São Paulo (foi reserva de Rogério Ceni) Paulinho Sérgio Rezende, quer adquirir o passe de Chiquinho Oliveira.
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Ludmila Cozac é apontada como favorita. Alisson Rosa representa a renovação. Caiado pode bancar nome. Prefeitura pode apostar no vice

José Roberto Costa Marot e Ludmila Cozac | Fotos: reprodução
Políticos não dormem no ponto e, por isso, já estão com os blocos nas ruas — sondando marqueteiros, fazendo pesquisas (abrangentes ou não). A eleição para prefeito será realizada daqui a um ano e sete meses e a desincompatibilização, para quem ocupa cargo público, deverá ser feita daqui a um ano. Noutras palavras, os políticos que estão nas ruas, dialogando e costurando alianças, estão certos e não querem perder o timing.
Em Ipameri, com a prefeita Daniela Vaz Carneiro fazendo uma gestão considerada apenas mediana, vários políticos colocaram seus nomes para discussão pública. Comenta-se, na cidade, que a favorita, neste momento, é Ludmila Cozac. Mas favoritismo agora não diz muita coisa, por isso outros pré-candidatos estão se organizando para disputar o pleito.
Os principais nomes, por ordem alfabética:
1 — Allison Rosa — O vereador pertence ao Partido Verde (PV), mas vai se filiar ao PSD. Ele defende transparência na gestão da coisa pública e uma oposição que é vista como “séria” e “equilibrada”, sem excessos. Ele se apresenta como o único candidato que realmente simboliza a renovação. Comenta-se que pode compor com Ludmilla Cozac e Jânio Pacheco. Aos aliados, frisa que é desprendido e que pesquisas podem definir o candidato. Não dialoga com a prefeita e com o empresário Bartolomeu Honório.
2 — Bartolomeu Honório — Bartô é empresário do ramo de supermercado (gera mais de 200 empregos) e pertence ao DEM. Na eleição de 2016, embora tenha feito uma campanha forte, com amplos recursos financeiros, ficou em terceiro lugar na disputa para prefeito. Políticos admitem que é um gestor competente, mas sugerem que falta empatia com o público.
3 — Fauze Abdala Júnior — O secretário da Saúde é filiado ao PSDB. A prefeita não decidiu se vai apoiá-lo. A cidade comenta que tem perfil mais para candidato a vereador.
4 — Jânio Pacheco — Vereador por seis vezes, é um político experimentado e respeitado. É o nome do PP, mas pode migrar para o DEM. Ele é o principal aliado do governador Ronaldo Caiado no município. Acompanha o líder do DEM há 25 anos. Pode surgir uma composição entre Ludmila Cozac, Jânio Pacheco e Alisson Rosa.
5 — José Roberto Costa Marot — O cardiologista pertence ao Partido Verde e é o vice-prefeito da cidade. A prefeita pode bancá-lo. Politicamente, não é considerado “forte”. Mas, ao contar com o peso da máquina pública, tem chance de ser eleito.
6 — Ludmila Cozac — A pré-candidata do MDB é, por enquanto, considerada favorita. Produtora de soja, já foi vereadora (duas vezes), presidente da Câmara Municipal e vice-prefeita. Perdeu duas vezes para a prefeita Daniela Vaz Carneiro. É popular. Nas ruas costuma-se dizer que talvez tenha chegado a hora de lhe dar a chance de administrar a cidade.
Líderes políticos de Ipameri dizem que o governador Ronaldo Caiado deve sugerir união entre Jânio Pacheco e Bartolomeu Honório. Já a prefeita Daniela Carneiro Vaz pode exigir que Fauze Abdala apoie José Roberto Marot.
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O vereador Nascimento pertence ao DEM, trabalhou na campanha do líder do partido, mas a cidade está sendo ignorada pelo governador
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Vereador Nascimento | Foto: reprodução[/caption]
O vereador Nascimento (Manoel Nascimento Macedo), do DEM, é um dos mais atuantes e populares de Aparecida de Goiânia. Em 2018, trabalhou, em tempo integral, na campanha de Ronaldo Caiado para governador. Foi um aliado de primeira hora, quando muitos, inclusive do Democratas, relutavam em apoiar o presidente do partido. Apesar disso, uma vez tendo assumido o governo, Ronaldo Caiado não convidou nenhum aliado de Aparecida para compor sua equipe.
O que se diz, na Câmara Municipal e nas ruas, é que Aparecida de Goiânia, com seus 300 mil eleitores, o segundo maior de Goiás, não se sente representada, não foi contemplada por Ronaldo Caiado.
O presidente do partido afirma que composição com o PT de Antônio Gomide não está no radar do emedebismo
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Márcio Correia | Foto: jornal Opção[/caption]
Ao contrário do que tem sido ventilado, o presidente do MDB de Anápolis, o dentista e empresário Márcio Correia, diz que o partido vai lançar candidato a prefeito. “Dizem que vamos lançar o vice de Antônio Gomide, do PT, quando, na verdade, não conversei nenhuma vez com o deputado. Somos adeptos da tese de que time que não joga não tem torcida. O MDB é um partido grande, com história, portanto lançará candidato na segunda mais importante cidade do Estado.”
No momento, o MDB tem dois nomes para a disputa — Márcio Correia e Marcelo Daher. E há um terceiro nome. “Importante mesmo é que estamos formatando uma forte chapa de candidatos a vereador”, afirma o emedebista.
Sobre o presidente regional do MDB, Daniel Vilela, Márcio Correia frisa que perdeu a eleição para governador, mas se mantém prestigiado na sociedade.
Embora seu interesse seja exclusivamente a Fecomércio-Sesc, o empresário é apontado como o João Doria de Goiás
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Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio: nome novo para prefeito de Goiânia | Foto: arquivo[/caption]
Quem será o novo na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2020? Iris Rezende (MDB), obviamente, que disputa eleições já 60 anos e está desconectado da Goiânia moderna, não é. Elias Vaz, do PSB, está na política há vários anos. Francisco Júnior, do PSD, já disputou, assim como Adriana Accorsi, do PT, a Prefeitura de Goiânia. Major Araújo é deputado estadual e foi eleito vice de Iris Rezende em 2016. Portanto, é responsável por sua vitória, ainda que tenha renunciado ao cargo decorativo.
O novo pode ser um empresário? Pode. Um deles é Wilder Morais (DEM), que venceu pelos próprios méritos, longe da política. Saiu de baixo, filho de taxista, e se tornou um dos empresários mais ricos de Goiás. Ele é dono da Construtora Orca, de shoppings e constrói as unidades do Carrefour.
O segundo empresário é o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi. Em conversas reservadas com amigos, ele diz que, apesar do assédio de políticos — que o avaliam como uma pessoa de “valor”, como o “novo” e “João Doria de Goiás” —, não pretende disputar. Prefere gerir a Fecomércio (com o Sesc) com eficiência, representando o empresariado e a sociedade.
