Por Euler de França Belém
Em política há a figura do “burro-inteligente”. Trata-se daquele político que é, de fato, inteligente, mas pensa que os demais são burros. No final, tentando iludir os outros, acaba por iludir-se. Aí dá com os burros n’água. O burro-inteligente é sempre um perigo na política, mas para si mesmo, porque está sempre subestimando os aliados e os adversários. É o que ocorre com um pré-candidato “tiririca” de Goiânia.

A prefeita de Valparaíso, Lucimar Nascimento, não faz uma gestão bem avaliada. Mas, se a oposição subestimá-la, lançando um candidato menos consistente, a petista pode surpreender. Lêda Borges quer ser vice na chapa de José Eliton — que deve disputar o governo em 2018 —, mas é o único nome que tem chance de derrotar Lucimar Nascimento, e aparentemente com certa facilidade. O vereador Fábio Mossoró pode perder para Lucimar Nascimento? Não se trata de um político desqualificado, mas não tem a mesma popularidade de Lêda Borges. O comentário tem sido feito com frequência pela cúpula tucana. Tucanos de bico erado sugerem que Lêda Borges precisa ser responsável e pensar na formatação de um quadro político forte no Entorno do DF para as eleições de 2018.

Ao contrário da deputada-secretária Lêda Borges, que não quer disputar a Prefeitura de Valparaíso — para criar um cinturão de poder do PSDB no Entorno do Distrito Federal —, o deputado federal Célio Silveira fez a sua parte. Quer dizer, arrancou do PMDB seu principal líder, o ex-deputado federal Marcelo Melo, em Luziânia. Célio Silveira vai bancar a candidatura de Marcelo Melo para prefeito do município. Ele é o favoritíssimo. Não fosse a ação do parlamentar, a base do governador Marconi Perillo provavelmente perderia o controle político da mais importante cidade do Entorno de Brasília.

Vários eleitores dizem que votaram no delegado Waldir Soares para deputado federal para que contribuísse na resolução dos problemas de segurança pública do país. No entanto, depois de receber uma votação maciça, o pós-tucano garante que, mesmo que a vaca tussa em aramaico ou iídiche, vai disputar mandato de prefeito de Goiás. Não se pode qualificar a ambição política, sob pena de se cair no moralismo rastaquera, de estelionato eleitoral. Insista-se que os políticos têm o direito de mudar seus projetos no meio do caminho.

Alexandre Baldy disse ao deputado federal Sandes Júnior que pretende disputar a Prefeitura de Anápolis, em 2016, e o governo de Goiás em 2022. O tucano-chefe não tem interesse em ficar por muito tempo na Câmara dos Deputados. Dúvida: em 2022, Marconi Perillo volta a disputar o governo? Talvez não. É provável que se concentre na política nacional.

Se o ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Frederico Jayme fosse o candidato do PSDB a prefeito de Anápolis, é praticamente certo que o governador de Goiás, Marconi Perillo, não teria levado o prefeito do município, o petista João Gomes, para sua viagem europeia. Marconi teria levado Frederico Jayme, é claro.

O presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira, tem ajudado o governador de Goiás, Marconi Perillo, no relacionamento administrativo com a presidente Dilma Rousseff. Marconi Perillo e Ciro Nogueira se aproximaram graças às articulações do deputado federal Sandes Júnior.

De um peemedebista: “A crise entre o maguitismo e o irismo remonta a 1998, quando Iris Rezende impediu a candidatura do então governador Maguito Vilela à reeleição. O problema agravou-se agora, pois o ex-prefeito de Goiânia atribui ao prefeito de Aparecida três articulações que o teriam ‘prejudicado’.” Primeiro, Iris Rezende atribui a Maguito Vilela a “invenção” de Júnior Friboi. Segundo, sugere que o projeto do prefeito é associar o PMDB ao PSDB do governador de Goiás, Marconi Perillo. Terceiro, sustenta que a rebeldia do deputado federal Daniel Vilela não teria acontecido sem o apoio explícito e direto do pai.

O deputado federal Daniel Vilela planeja assumir o comando do PMDB para garantir sua candidatura a governador de Goiás em 2018. Daniel Vilela conta com o apoio do deputado estadual José Nelto, que prefere ver o curupira a conversar com Iris Rezende nas encruzilhadas da vida.

Indicando que o PTB não vai mesmo deixar a base governista, Henrique Arantes participou, até com entusiasmo, da reunião dos deputados estaduais com o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Bombeiros experimentados, com anos lutando para apagar incêndios, estão trabalhando, sobretudo nos bastidores, para reconciliar politicamente o governador Marconi Perillo e o deputado federal Jovair Arantes, presidente do PTB. Marconi Perillo e Jovair Arantes não conversam há um ano. O fato é que, apesar da crise — provocada em parte porque, para reduzir o tamanho do Estado, o tucano-chefe diminuiu os cargos comissionados —, os dois políticos sempre se deram muito bem.

A senadora Lúcia Vânia, presidente do PSB em Goiás, reforça a ação da secretária da Fazenda, sua filha Ana Carla Abrão Costa, e nas reuniões privadas e nas solenidades públicas sugere que todos exijam a nota fiscal nas compras.

Numa solenidade da Agehab na sexta-feira, 6, a senadora Lúcia Vânia elogiou o governador Marconi Perillo. De maneira entusiástica. Os dois tendem a caminhar juntos em 2018. Em 2016, se Vanderlan Cardoso for para o segundo turno, Lúcia Vânia deve trabalhar para conquistar o apoio do tucano-chefe. Se for contra Iris, o apoio é praticamente certo.

Para colaborar na reorganização das contas do Estado, a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, propõe cortar 10% nos salários do primeiro e do segundo escalão do governo de Goiás. A maioria dos secretários não concorda com o corte e chega a dizer, nos bastidores, que os salários são baixos.

Ao lado do governador Marconi Perillo, o secretário de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto, com discrição e eficiente, é um dos criadores da agenda positiva do governo de Goiás. Thiago Peixoto lança na segunda-feira, 9, no Palácio Pedro Ludovico, o Goiás Mais Competitivo.