Por Euler de França Belém
Secretária Raquel Teixeira precisa conversar mais com os produtores culturais do Estado
O governador cobra que seus secretários lutem contra a burocracia e apresentem resultados
Candidatos a vereador podem pressionar PSDB a optar pelos recursos financeiros de Alcides Ribeiro
Mesmo no convívio com políticos do PMDB, longe da mídia, o prefeito peemedebista elogia o caráter republicano do governo Marconi
Como a aliança é complicada, o vice tende a ser do PT do vereador Helvecino Moura
Prefeito de Aparecida de Goiânia avalia que peemedebismo precisa tirar lições verdadeiras das cinco derrotas para o governo do Estado
Parlamentar aposta que, se Iris Rezende sair do jogo, cresce a chance de Waldir Soares disputar pelo PSDB
Denise Carvalho tem chance de ser eleita e, se vitoriosa, elevaria o nível político e moral da Câmara Municipal de Goiânia
O tucano foi um dos prefeitos premiados pelo Sebrae pela criatividade de sua gestão
Selma Bastos reconhece o apoio do governador à sua gestão, sem discriminação política
Britz Lopes e Diogo Luz são repórteres experimentados e entendem de política como poucos

[caption id="attachment_55307" align="aligncenter" width="620"] Ana Carla e Thiago Peixoto: a primeira deixou o Estado mais enxuto para atravessar a crise nacional e o segundo criou programas para incentivar o crescimento e o desenvolvimento de Goiás[/caption]
O Jornal Opção ouviu alguns presidentes de partidos políticos, deputados, vereadores, economistas e perguntou: “Qual foi o melhor secretário do governo de Goiás em 2015?” Das 30 pessoas ouvidas, entre segunda-feira, 21, e quarta-feira, 24, a maioria disse que é muito difícil avaliar sem conhecer detalhes da atuação de cada secretário. Um economista assinalou: “Sem saber detalhadamente o que todos fizeram, tenho dificuldade de avaliá-los de maneira equânime”. Mesmo assim, a partir do que leu em jornais e ouviu em encontros com políticos e auxiliares do governador de Goiás, Marconi Perillo, decidiu opinar.
Os secretários da Fazenda, Ana Carla Abrão, e de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto, empataram em primeiro lugar. Na sequência, o terceiro mais citado foi o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Eliton.
Ana Carla é apontada como uma secretária corajosa, que decidiu enxugar a máquina do Estado e enfrentar inclusive empresários poderosos. Operando com o apoio dos auditores fiscais, que perceberam que têm apoio integral para autuar sonegadores, em geral aqueles que são contumazes em não pagar impostos, a doutora em economia organizou as contas do governo, ao menos dentro do que era possível. Se o quadro de Goiás é bem melhor do que o de outros Estados — muitos estão atrasando salários, parcelando 13º, deixando de pagar o serviço da dívida —, isto se deve, em larga medida, à sua determinação e competência técnica. Esta é a opinião, sintetizada, de todos os entrevistados. Um economista apresenta uma ressalva: “Ana Carla precisa ser mais proativa, falar menos em crise. Não que a crise vá acabar por causa disso, mas injetar ânimo, o fato psicológico, contribui para aumentar os investimentos”.
Thiago Peixoto é visto como um secretário que formula e que, em tempo de crise, percebe novos caminhos para o desenvolvimento do Estado. Economista, fala pouco em crise e aposta que o crescimento econômico depende da vontade dos agentes do Estado. O Consórcio Brasil Central e o Goiás Competitivo são algumas de suas intervenções vistas como positivas. É um dos poucos que conseguem ter uma visão técnica e política do processo.
José Eliton é visto pelos entrevistados como um secretário equilibrado e que tem “imenso peso político”. O secretário da Saúde, Leonardo Vilela, foi elogiado pela eficiência e pela discrição. Vilmar Rocha foi mencionado por ter contribuído para a melhoria das relações do governo goiano com o Ministério das Cidades — o que vai representar um investimento de 508 milhões de reais em saneamento no Estado. A secretária da Educação, Raquel Teixeira, é apontada como eficiente. Mas ressalva-se que demorou a se empolgar com as organizações sociais na Educação e que isto contribuiu para o aumento e cristalização das críticas.
O secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, é visto como um profissional que entende do assunto, mas não é “assimilado” pelas políticas Militar e Civil. É notado como um “corpo estranho”.
Embora não seja secretário, e sim presidente da Agetop, Jayme Rincón foi citado como um dos auxiliares mais eficientes do governo. Ele é mencionado como um executivo que faz, com o perfil de profissionais da iniciativa privada. É tido como um dos poucos que conseguem vencer a burocracia, arrancar as ideias do papel e transformá-las em obras.
O Jornal Opção optou por manter os nomes dos votantes no anonimato. Porque, se alguns liberaram a publicação de seus nomes, outros optaram por não divulgá-los. Uns alegam razões de amizade com secretários não citados ou citados mais positivamente em comparação a outros auxiliares do governador tucano. Outros sugerem que, se citados, poderiam contribuir para gerar uma crise até partidária.

O jornalista foi editor da revista “Veja”, do “Jornal do Brasil”, de “O Dia” e do “Jornal Nacional”

O ano de 2015 acabou e deve estender sua crise a 2016. Em termos de Goiás, há sinais de que a política passará, daqui pra frente, por uma grande renovação. A mudança começa em 2016, mas vai se acentuar a partir de 2018.
Com o apoio de marqueteiro, cientistas políticos, pesquisadores e políticos, o Jornal Opção elaborou uma lista de políticos promissores para 2016, 2018, 2020 e 2022.
Alguns devem soçobrar ao longo da história, abandonados pelos eleitores e por suas próprias faltas de perspectiva. Mas muitos dos listados devem ocupar espaços importantes na política de Goiás. A listagem não significa que políticos mais velhos ou mais experimentados estarão fora do jogo, e sim que outros players estão chegando — e com força — ao processo político.
Eis a lista (as fotos são de arquivo do Jornal Opção, reprodução do site da Assembleia Legislativa de Goiás e da página pessoal dos citados nas redes sociais):
Adriana Accorsi (PT), deputada estadual;
Alexandre Baldy (PSDB) deputado federal;
Antônio Gomide (PT), ex-prefeito de Anápolis;
Bruno Peixoto (PMDB), deputado estadual;
Cristina Lopes (PSDB), vereadora de Goiânia
Daniel Vilela (PMDB), deputado federal;
Diego Sorgatto (Rede), deputado estadual;
Eduardo Machado, presidente do PHS;
Edward Madureira (PT), primeiro suplente de deputado federal;
Ernesto Roller (PMDB), deputado estadual;
Eurípedes Júnior (Pros), presidente do Pros;
Evandro Magal (PP), prefeito de Caldas Novas;
Fábio Sousa (PSDB), deputado federal;
Fernando Cunha (PSDB), vereador em Anápolis;
Francisco Júnior (PSD), deputado estadual;
Giuseppe Vecci (PSDB), deputado federal;
Gustavo Mendanha (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia;
Gustavo Sebba (PSDB), deputado estadual;
Heuler Cruvinel (PSD), deputado federal;
Humberto Aidar (PT), deputado estadual;
Issy Quinan (PP), prefeito de Vianópolis;
Jayme Rincón (PSDB), presidente da Agetop;
Jean Carlo (PHS), deputado estadual;
José Antônio (PTB), deputado estadual;
José Eliton (PSDB), vice-governador;
Leandro Vilela (PMDB), ex-deputado federal;
Lincoln Tejota (PSD), deputado estadual;
Lissauer Vieira (Rede), deputado estadual;
Lucas Calil (PSL), deputado estadual;
Luis Cesar Bueno (PT), deputado estadual;
Marcelo Melo (PSDB), ex-deputado federal;
Pedro Chaves (PMDB), deputado federal;
Rodrigo Zani (PSDB), presidente da Juventude do PSDB;
Tayrone di Martino (PSDB), vereador em Goiânia;
Thiago Albernaz (PSDB), vereador em Goiânia;
Vinicius Luz (PSDB), vereador em Jataí;
Virmondes Cruvinel (PSD), deputado estadual;
Waldir Soares (PSDB), deputado federal

[caption id="attachment_53038" align="aligncenter" width="620"] Daniel Vilela: o jovem mostrou coragem e derrotou Iris Rezende |
Foto: André Costa[/caption]
O PMDB de Goiás não ganha eleição para governador há cinco eleições — de 1998 a 2014. Em 2018, completa 20 anos que está fora do poder no Estado. Um dos motivos é que o partido não se renova. Iris Rezende — que quase todo peemedebista, até seus aliados, critica — disputou três eleições contra o governador Marconi Perillo e perdeu todas. Em nenhum momento o peemedebista-chefe quis abrir espaço para a renovação. Continua mandando no PMDB com pulso de ferro. Permanece mesmo? Não é bem assim.
Em 2015, contra as previsões dos políticos acomodados do partido, o deputado Daniel Vilela decidiu enfrentar o velho cacique de 82 anos e pôs seu bloco na rua, quer dizer, no Diretório Estadual do PMDB. Iris Rezende encasquetou que Nailton Oliveira, anódino e teleguiado político do interior, deveria ser presidente do partido em Goiás. Daniel Vilela e Pedro Chaves articularam em Brasília, dialogaram com Michel Temer e derrotaram o irismo. O PMDB nacional indicou Pedro Chaves para presidente da comissão provisória. Por isso, o jovem peemedebista Daniel Vilela é a revelação do partido em 2015. Se ele não tivesse reagido, Pedro Chaves não seria hoje o comandante do partido.
Pela primeira vez, em muitos anos, um político do PMDB impôs uma vitória sobre Iris Rezende. O motivo é prosaico: o deputado federal é o futuro do partido, e pode até ser candidato a governador em 2018. Enquanto Iris Rezende se tornou um político municipal, quer dizer, de Goiânia. Tanto que deve ser candidato a prefeito da capital e, provavelmente, será sua última disputa.
Politicamente, em termos estaduais, Iris Rezende está morto. Mortíssimo. Mas enganam-se aqueles que avaliam que não tem chance de ser eleito prefeito de Goiânia. Tem — e muita.