Por Euler de França Belém
Alexandre Baldy está ficando conhecido como o deputado da CPI do BNDES. Mas quando alguém pergunta: “O que o tucano fez além disso?” Seus colegas respondem: “Nada, exceto beber vinho de 10 mil reais com a turma de Paulo Maluf”. O tucano é visto como extremamente elitista. Até seus aliados reclamam da falta de assistência, apoio e atenção.

[caption id="attachment_55653" align="alignleft" width="620"] Montagem[/caption]
O petebista goiano Jovair Arantes é cotado para ser presidente da Câmara dos Deputados, inclusive com apoio de várias correntes do PMDB. Tese esboçada em Brasília: “Jovair tem palavra e não tem arestas”. Se eleito, a candidatura do engenheiro Luiz Bittencourt a prefeito de Goiânia ganha fôlego extra. Visivelmente impressionado com a desenvoltura de Bittencourt, Jovair avalia que o PTB tem condições de elegê-lo prefeito da capital.
À parte ser seguido por um bando de auxiliares bem jovens, não capacitados, os vereadores estão insatisfeitos com o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira, por outros motivos. Na opinião de vários vereadores, Anselmo Pereira grita muito, às vezes parece nefelibata e não presta atenção no que dizem os seus pares. Os vereadores dizem que não são “escravos” do tucano e precisam ser tratados como mais respeito. “Anselmo manifesta certo desprezo pelos vereadores novatos”, anota um colega do tucano. “Anselmo está com o rei na barriga. Ele acha que, por ser presidente da Câmara, é o mandachuva na capital. Ao mesmo tempo, não costuma cumprir os tratos com os aliados”, afirma um vereador. Publicamente, os vereadores elogiam Anselmo Pereira. Chegam a defendê-lo. Nos bastidores, falam cobras, lagartas e sapos.
Vanderlan Cardoso garante que sua mulher, Isaura Cardoso, ou o deputado estadual Simeyzon Silveira vão assumir o comando do PSC em Goiás. Uma coisa é certa: Joaquim Liminha, como presidente, organizou o partido em todo o Estado e agora deve entregá-lo de mão-beijada.
O vice-governador José Eliton fecha 2015 bem mais forte e articulado do que começou o ano. Fortaleceu-se politica e administrativamente. É, sem dúvida, uma das revelações políticas do ano passado. Hoje, além de ter feito uma forte aliança com o governador Marconi Perillo, criou um grupo político. O deputado federal Giuseppe Vecci, por exemplo, é um de seus principais aliados. No TCE, José Eliton conta com dois aliados consistentes, Kennedy Trindade e Helder Valim.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, mostra-se hábil politicamente à la Tancredo Neves: com jogo de cintura, manteve trânsito livre com a presidente Dilma Rousseff, governadores de todos os partidos, cúpula e base do PSDB nacional, prefeitos de Goiás e deputados na Assembleia, além das entidades classistas. Tudo isso, vale dizer, num ano difícil e muito conturbado. O tucano mostra amadurecimento e experiência
O DEM do senador Ronaldo Caiado corre o risco de ser riscado do mapa das prefeituras de Goiás em 2016. Ronaldo Caiado está com muita dificuldade para montar chapas nos municípios goianos e, onde tem candidato, o partido não tem competitividade.
O PSDB do governador Marconi Perillo terá candidatos em quase todos os municípios, como cabeça de chapa ou vice. O tucanato deve sair bem forte das eleições de 2016. E, contando a base política, a hegemonia governista deve permanecer.
O PMDB encontra dificuldades para concorrer em grandes e pequenos municípios. Na maioria das cidades, o partido não terá candidatos, mesmo porque ainda nem tem diretório montado e a legenda vice período conturbado.
O PT pode ser varrido do interior do Estado e em Goiânia. Se brincar, fica somente com Anápolis, caso João Gomes permaneça no partido. Aliás, João Gomes está cada vez mais próximo do governador Marconi Perillo, do PSDB. O problema principal é a crise nacional do PT. Porque, no geral, o partido em Goiás é qualitativo.
O PMDB bem que tenta se libertar do comando de Iris Rezende. Esperneia, sacode, rebela-se, mas não consegue sair do jugo do velho cacique, que deve presidir a legenda, apesar dos 82 anos de idade e das três derrotas para o governo.
O maior obstáculo para candidatura de Daniel Vilela ao governo estadual em 2016 não é O PSDB, mas o casal Iris Rezende-IrisAraújo, que não engole o rapaz. A irritação do casal Iris com Daniel Vilela é tanta que seus aliados dizem que ódio maior só o que nutre pelo governador Marconi Perillo. “Daniel é o Marconi dois para os dois Iris”, afirma um parlamentar.
O PSDB guarda com carinho todas as falas de rasgados elogios do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, ao governador de Goiás, Marconi Perillo, para, se for preciso, usá-las numa disputa com Daniel Vilela em 2018. Pode ser a grande arma contra Daniel Vilela. Com uma ressalva: como Marconi Perillo não é candidato a governador em 2018, se não atacá-lo, Daniel Vilela mostrará inteligência e bom senso.
A oposição bem que tentou, mas foi um fiasco neste primeiro ano de legislatura na Assembleia Legislativa. O trio Ernesto Roller, José Nelto e Adib Elias não conseguiu ditar o ritmo da música no parlamento, enquanto os deputados PT sumiram. José Nelto, na verdade, foi o mais articulado do trio. Adib Elias come e bebe Catalão. Assim como Ernesto Roller come e bebe Formosa. O Estado não existe para a dupla. José Nelto pelo menos percorre o Estado tentando organizar o PMDB... para Iris Rezende mandar, é claro.
A base do governador Marconi Perillo planeja fazer mais de 200 prefeitos em 2016. Uma sustentação nada fraca para o candidato à sucessão de Marconi, que deve ser o vice José Eliton.