Por Euler de França Belém

O ex-governador estuda inclusive ações judiciais contra o atual gestor e aliados

Um grupo de políticos e técnicos estão formatando uma espécie de “gabinete-sombra” para estudar e criticar as medidas do governo de Ronaldo Caiado e, assim, calibrar o discurso da oposição. Técnicos consultados pelo “gabinete-sombra” alertam que “os técnicos do governo Caiado pouco entendem da economia de Goiás. Eles estão completamente perdidos”.

O ex-deputado José Vitti, dado como aposentado pelas urnas, avisa que não desistiu de seu projeto de disputar a Prefeitura de Goiânia. Em 2020. Um de seus principais apoiadores é o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo. Os quatro vereadores participam de seu grupo político. Comenta-se que Lúcia Vânia pretende bancá-lo pelo PSB. Mas ele não se desfiliou do PSDB.

Há duas teses sobre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Primeira: vai se enrolar e não conseguirá governar, abrindo espaço para a oposição ganhar o governo em 2022. Segunda: aos poucos, sobretudo com o crescimento da economia — aposta-se que chegará a 3% em 2019 —, terá condições de ajustar o governo, de entender a gigantesca máquina pública e sair-se bem. Como o futuro nem a Deus pertence, os ex-governadores Marconi Perillo, do PSDB, e Maguito Vilela, do MDB, podem selar uma aliança já a partir da disputa para as prefeituras de Goiás em 2020. Mas com o objetivo, fundamentalmente, de criar uma aliança ampla para 2022. Ou seja, para a sucessão de Ronaldo Caiado. E detalhe: a reeleição, que já caiu na Câmara, pode cair no Senado.

Se José Vitti desistir da disputa da Prefeitura de Goiânia, o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo, encarnando a renovação, pode ser candidato. Romário Policarpo acabou com a tese de que a Câmara era uma secretaria do governo do prefeito Iris Rezende e mantém o Legislativo altivo e posicionado. Não contra os interesses da cidade, mas sim contra os equívocos do prefeito.

O ex-deputado Chiquinho Oliveira, articulador do primeiro time, deve assumir um cargo na Associação Goiana de Municípios (AGM). O presidente da AGM, o ex-goleiro do São Paulo (foi reserva de Rogério Ceni) Paulinho Sérgio Rezende, quer adquirir o passe de Chiquinho Oliveira.

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Ludmila Cozac é apontada como favorita. Alisson Rosa representa a renovação. Caiado pode bancar nome. Prefeitura pode apostar no vice

José Roberto Costa Marot e Ludmila Cozac | Fotos: reprodução
Políticos não dormem no ponto e, por isso, já estão com os blocos nas ruas — sondando marqueteiros, fazendo pesquisas (abrangentes ou não). A eleição para prefeito será realizada daqui a um ano e sete meses e a desincompatibilização, para quem ocupa cargo público, deverá ser feita daqui a um ano. Noutras palavras, os políticos que estão nas ruas, dialogando e costurando alianças, estão certos e não querem perder o timing.
Em Ipameri, com a prefeita Daniela Vaz Carneiro fazendo uma gestão considerada apenas mediana, vários políticos colocaram seus nomes para discussão pública. Comenta-se, na cidade, que a favorita, neste momento, é Ludmila Cozac. Mas favoritismo agora não diz muita coisa, por isso outros pré-candidatos estão se organizando para disputar o pleito.
Os principais nomes, por ordem alfabética:
1 — Allison Rosa — O vereador pertence ao Partido Verde (PV), mas vai se filiar ao PSD. Ele defende transparência na gestão da coisa pública e uma oposição que é vista como “séria” e “equilibrada”, sem excessos. Ele se apresenta como o único candidato que realmente simboliza a renovação. Comenta-se que pode compor com Ludmilla Cozac e Jânio Pacheco. Aos aliados, frisa que é desprendido e que pesquisas podem definir o candidato. Não dialoga com a prefeita e com o empresário Bartolomeu Honório.
2 — Bartolomeu Honório — Bartô é empresário do ramo de supermercado (gera mais de 200 empregos) e pertence ao DEM. Na eleição de 2016, embora tenha feito uma campanha forte, com amplos recursos financeiros, ficou em terceiro lugar na disputa para prefeito. Políticos admitem que é um gestor competente, mas sugerem que falta empatia com o público.
3 — Fauze Abdala Júnior — O secretário da Saúde é filiado ao PSDB. A prefeita não decidiu se vai apoiá-lo. A cidade comenta que tem perfil mais para candidato a vereador.
4 — Jânio Pacheco — Vereador por seis vezes, é um político experimentado e respeitado. É o nome do PP, mas pode migrar para o DEM. Ele é o principal aliado do governador Ronaldo Caiado no município. Acompanha o líder do DEM há 25 anos. Pode surgir uma composição entre Ludmila Cozac, Jânio Pacheco e Alisson Rosa.
5 — José Roberto Costa Marot — O cardiologista pertence ao Partido Verde e é o vice-prefeito da cidade. A prefeita pode bancá-lo. Politicamente, não é considerado “forte”. Mas, ao contar com o peso da máquina pública, tem chance de ser eleito.
6 — Ludmila Cozac — A pré-candidata do MDB é, por enquanto, considerada favorita. Produtora de soja, já foi vereadora (duas vezes), presidente da Câmara Municipal e vice-prefeita. Perdeu duas vezes para a prefeita Daniela Vaz Carneiro. É popular. Nas ruas costuma-se dizer que talvez tenha chegado a hora de lhe dar a chance de administrar a cidade.
Líderes políticos de Ipameri dizem que o governador Ronaldo Caiado deve sugerir união entre Jânio Pacheco e Bartolomeu Honório. Já a prefeita Daniela Carneiro Vaz pode exigir que Fauze Abdala apoie José Roberto Marot.

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