O jornal menciona a dificuldade para fazer o julgamento, cita Valério Luiz, mas sonega o nome de Maurício Sampaio

A reportagem “TJ diz que júri terá condições de ocorrer” (quarta-feira, 3), de “O Popular”, assinada por Cristiane Lima, apresenta versões contraditórias. O juiz Jesseir Coelho de Almeida afirma, registra o jornal, que “a estrutura atual dos espaços disponíveis não atende às necessidades para o agendamento da data” de julgamento dos acusados de matar, de articular o crime e mandar matar o radialista Valério Luiz (as aspas são do jornal, mas a informação é do magistrado). O diretor do Foro de Goiânia, Paulo César Alves das Neves, garante que, se for avisado com antecedência de 30 dias, o juiz terá a estrutura adequada para fazer o júri.

Há um problema grave na reportagem, que, embora tenha quase uma página, não menciona nenhum nome dos que participaram, direta ou indiretamente, do assassinato de Valério Luiz. Como se trata de um jornal sério, que está completando 81 anos, espera-se que Fabrício Cardoso e Silvana Bittencourt, editores qualificados, façam a correção e publiquem os nomes das pessoas (como Maurício Sampaio, apontado como mandante do crime; ele nega).

A omissão, se não for corrigida, pode ser caracterizada como uma “infração ética” (afinal, se há um processo e com acusados nominados, não se pode tratar o crime como se não tivesse autoria). A tradição jornalística de “O Popular” sugere que o “equívoco” será corrigido.

Um trecho da matéria também merece correção: “Somo os maiores interessado na conclusão dos processos”. Texto correto: “Somos os maiores interessados na conclusão dos processos”.