Por Euler de França Belém

O mesmo grupo criminoso teria ramificações na cidade de Hidrolina. As vítimas dos roubos têm receito de denunciar figuras poderosas da região

O governador interino não titubeia e exonera os auxiliares do gestor afastado. Até o poderoso Sandro Henrique Armando foi demitido
O governador interino do Tocantins, Wanderlei Barbosa (sem partido, cotado para se filiar ao PDT), está demonstrando que tem autoridade e tutano. Aliados do governador afastado, Mauro Carlesse, diziam, nos bastidores, que o novo gestor não teria coragem de exonerar os homens da máquina do carlessismo. Num primeiro momento, ele hesitou. Mas, na segunda-feira, 25, fez o que todos os tocantinenses esperavam: exonerou os carlessistas — numa operação que tem sido chamada de “Limpeza”.
[caption id="attachment_325005" align="aligncenter" width="520"] Wanderlei Barbosa de Castro, governador, e Mauro Carlesse, governador afastado do Tocantins: aparente ruptura | Foto: Reprodução[/caption]
O poderoso chefão da Secretaria da Fazenda, Sandro Henrique Armando, foi exonerado. Consta que continuava despachando com Carlesse, o que, claro, pode ser fofoca política. Mas, de fato, havia sido “importado” de São Paulo para comandar as finanças do governo. Ele integra a cota pessoal do gestor afastado. É de sua cozinha. Um sobrinho de Carlesse, o ex-mandachuva Claudinei Quaresemin, pediu exoneração antes, porque sabia que também estaria na lista dos demitidos.
Carlesse dificilmente voltará ao governo, porque as denúncias contra ele e sua equipe são graves — a tendência é que tenha os direitos políticos cassados por oito anos. Se não retornar, Barbosa governará o Tocantins durante um ano (2022) e dois meses (novembro e dezembro de 2021). Portanto, mudando a equipe — que agora, acredita-se, não terá a marca do carlessismo (associado a falcatruas, segundo a investigação da Polícia Federal e a decisão do Superior Tribunal de Justiça) —, sinaliza para os tocantinenses que seu governo será, não de continuidade, e sim de ruptura com o carlessismo.
Barbosa deve disputar a reeleição. Se, de fato, sua imagem não estiver contaminada pelo sistema carlessista (o pré-candidato a governador Ronaldo Dimas, do Podemos, avalia que se trata de uma continuidade; o novo governador seria um dos "filhos" do esquema carlessista), passa a ser um candidato forte. A demissão dos carlessistas significa que demarcou uma posição — de que será “diferente”. Mas é cedo para sugerir que tem chance de reeleição e que, realmente, será diferente de Carlesse. As decisões recentes mostram que o governador interino não tem medo do sistema carlessista (nem de um suposto esquema de gravações). Dependendo de suas ações, Barbosa pode ampliar sua aliança política. Por exemplo, pode caminhar junto com os senadores Kátia Abreu (PP) e Irajá Silvestre (PSD) e o empresário Edison Tabocão.
[caption id="attachment_353131" align="aligncenter" width="620"]
Sandro Henrique Armando: o poderoso chefão da Fazenda foi exonerado| Foto: foto de João Di Pietro/Ascom Sefaz[/caption]
O Tocantins está em festa. O grande presente de Natal para todos os tocantinenses foi a queda de Carlesse e de seu sistema. E tudo que os tocantinenses querem, daqui pra frente, é que Barbosa demonstre, na prática, que está inteiramente rompido com aqueles que, na opinião do STJ, são partícipes de uma “organização criminosa”.
Luiz Edgar Leão Tolini foi exonerado da Secretaria de Saúde. Ele ficou conhecido nacionalmente por ter sido denunciado por espancar sua mulher.
Comenta-se no mercado persa da política sobre a possibilidade de prisões de auxiliares de Carlesse e até do governador afastado.
Confira quem foi exonerado
ALDISON WISEMAN BARROS DE LYRA, Secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços; DIVINO ALLAN SIQUEIRA, Secretário da Governadoria; ÉLCIO DE SOUZA MENDES, Secretário de Estado da Comunicação. JOSÉ HUMBERTO MARQUEZ PEREIRA, Secretário Extraordinário de Assuntos Parlamentares; KELITON DE SOUSA BARBOSA, Secretário Extraordinário de Ações Estratégicas; LUIZ EDGAR LEÃO TOLINI, Secretário de Estado da Saúde; ROLF COSTA VIDAL, Secretário-Chefe da Casa Civil; SANDRO HENRIQUE ARMANDO, Secretário de Estado da Fazenda; THIAGO PINHEIRO MACIEL, Presidente da Agência de Tecnologia da Informação – ATI-TO.Confira a nova equipe do governo do Tocantins
JOSEPH MADEIRA — secretário da Governadoria, da Secretaria Executiva da Governadoria. DARCI MARTINS COELHO — secretário Extraordinário de Assuntos Parlamentares. JOSÉ HUMBERTO PEREIRA MUNIZ FILHO — secretário de Estado de Parcerias e Investimentos. JAIRO SOARES MARIANO — presidente da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa – ADETUC. Também responde pela Secretaria da Fazenda. MARCO AURÉLIO GIRALDE — presidente da Agência de Tecnologia da Informação – ATI-TO. CARLOS HUMBERTO DUARTE DE LIMA E SILVA — secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços. RAFAEL SULINO DE CASTRO — secretário Executivo, da Secretaria da Administração. WLADEMIR COSTA MOTA OLIVEIRA — secretário de Estado da Segurança Pública. AFONSO PIVA DE SANTANA — secretário de Estado da Saúde. SEBASTIÃO PEREIRA NEUZIN NETO — secretário-chefe da Casa Civil.
Depois da leitura deste texto, você certamente continuará admirando Chaplin, mas terá também uma visão mais ampla do homem que Carlitos eventualmente escondia

O mais provável é que o ministro não queira ser chamado de “aventureiro” e “paraquedista” durante a disputa eleitoral

O problema é que o município deve lançar três candidatos: Givago Valadares, João Gabriel e Márcio Luis. A tendência é que um derrote o outro

Há quem postule que o ex-emedebista vai acabar optando por ficar na Prefeitura de Aparecida de Goiânia

O deputado federal pelo Progressistas faz mea-culpa, mas diz que será o mesmo Professor Alcides Ribeiro de sempre

Para evitar auditorias nas contas da prefeitura, Mendanha pretende manter um aliado na presidência da Câmara

Com mais capacidade de agregar, a possível postulante da centro-direita pode ser a principal rival do senador da centro-esquerda

Um candidato da terceira via só tende a subir se Bolsonaro derreter ainda mais. Se passar Bolsonaro, a tendência é que suba, cole em Lula e, até, o supere

A possível saída de José Vitti, da Secretaria da Indústria e Comércio, pode precipitar a reforma da equipe do governo de Goiás

Ronaldo Dimas permanece como favorito porque é o anti-Carlesse. Se Barbosa titubear, evitando o expurgo dos carlessistas, tende a ser derrotado em 2022

Pesquisador postula que Mendanha vive numa “bolha”, sem entender que está muito mal no interior

Se respeita a democracia, o presidente Jair Bolsonaro deveria recorrer à Justiça, que poderá avaliar, com isenção, se a revista excedeu ou não

O mais provável é que “O Estado de S. Paulo” esteja mais preocupado mesmo é com a audiência do jornal no mundo digital